Uma Estrela Caiu Do Céu Capítulo 26 - Sangue de Um Temor



uma novela de 
FELIPE ROCHA

CENA 01 / MANSÃO MEDEIROS / SALA / INTERIOR / DIA
Atenção Edição: Continuação da CENA 06 do capítulo 024. 
Abertura do Testamento de Pablo Medeiros. Advogado, Ralf, Magnólia e Cristina presentes na sala.
ADVOGADO — Bom, vou abrir agora o testamento de Pablo Medeiros.... Sabemos que ele tem  a fábrica, a empresa dele... E pelo que está escrito aqui: deixo toda a minha herança para dedicar-se aos estudos de Aninha. Ela só receberá quando estiver na maioridade. O resto, deixo 1/2 para meus filhos Ralf e Cristina.
Ralf e Cristina, indignados com a pouca parte que ganharam da herança.
RALF E CRISTINA — O quê?
MAGNÓLIA — Meu marido nunca foi o melhor de todos, não foi o homem dos meus sonhos. Ah, até hoje eu me arrependo de ter me casado com um homem desses.
CRISTINA — Gente, mas como assim? Senhor advogado, de fato, deve estar incorreto o que está escrito aí! Esse fato não é possível.
RALF — É inacreditável que papai não deixou nenhum tostão para nós.
ADVOGADO — Olha, eu sinto muito, mas a vontade do Senhor Pablo era essa. Eu não posso fazer nenhuma alteração aqui, a decisão dele já está comunicada a vocês!
MAGNÓLIA — Esse meu marido não tem coração... Não deixou nenhum mísero centavo para eu, uma mulher elegante, que preciso tratar minhas rugas. E nem para os filhos maiores, que precisam cursar alguma profissão.
CRISTINA — Como papai quer que eu cresço?
RALF — Trabalhando né Cristina? 
ADVOGADO — Olha, eu posso dar uma sugestão?
CRISTINA — Diga, senhor advogado. A sua pronúncia é de extrema importância para nós.
ADVOGADO — O seu Pablo não deixou a fábrica? Então, gente. Assumam ela! E pronto.
CRISTINA — Eu não entendo nada disso. Ah, seja lá o que for...
RALF — Eu também não. Papai nunca nos ensinou isso. 
MAGNÓLIA — Prevejo que o patrimônio todo está concentrado nas mãos daquela bastardinha da Aninha.
ADVOGADO — Olha, eu não vou discutir assuntos de família.... O testamento foi esse e pronto! Se estão insatisfeitos, vão trabalhar do que reclamar pelos cantos da casa. Olha para vocês, filhos de Pablo! Deviam se envergonhar por ficar preso na toca, e cuidar da mãe de vocês.
MAGNÓLIA — Verdade!
CRISTINA — (indignada) Ah, seu advogado, não diga o que você não sabe!
RALF — Nos ofendeu, e muito por sinal!
ADVOGADO — Não está mais aqui quem falou. Mas por favor, pensem em minha argumentação... Agora vocês podem fazer o favor de abrir essa porta aqui? Eu tenho muito trabalho pela frente..
O mordomo abre a porta e o advogado vai embora.
Magnólia reclama pelos cantos da casa.
MAGNÓLIA — Ah, cansei. Depois da separação, somos insignificantes! Mas eu nem queria ficar com isso tudo mesmo. Depois eu adquiro.
Magnólia vai até a cozinha.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 02 / MANSÃO MEDEIROS / QUARTO DOS IRMÃOS / INTERIOR / DIA
Cristina e Ralf, agressivos, por não terem recebido uma parte da herança.
CRISTINA — (agressiva) Droga! Mas que merda! Papai jogou tudo na mão daquela infeliz. Ah, que ódio!
Cristina, agressiva, joga um vaso de flores no chão e chuta-o.
RALF — Calma minha irmã, desse jeito você vai enlouquecer.
CRISTINA — E isso é caso de enlouquecer mesmo. Que velho babaca, mal agradecido! Fizemos tudo para ele e não deixou bosta nenhuma. 
RALF — Eu só sei que devemos tomar uma atitude muita arriscada para a herança jorrar em nossas mãos.
CRISTINA — Ah, esse é o meu sonho. De fato, está correto a sua afirmação! E igual aquele advogado infeliz disse para a gente não ficar preso na toca, devemos pensar em um plano.... 
Cristina e Ralf pensativos. 
RALF — Ah, já sei.. Podemos sequestrar a Aninha e levá-la bem longe daqui! Assim, jogamos aquela bebê maldita de um penhasco!
CRISTINA — Excelente ideia, meu irmão! Aquela herança em breve será nossa.
Cristina e Ralf dão gargalhadas malignas.
CORTA RÁPIDO PARA:


CENA 03 / MANSÃO MEDEIROS / PORÃO / INTERIOR / DIA
Magnólia entra no porão da Mansão Medeiros. Estreia de cenário. O local se encontra em um estado pouco agradável, com diversos tipos de artrópodes escondidos e uma poeira só!  Uma bagunça, várias caixas tampadas. Mág, ao abrir a porta do porão, tosse.
MAGNÓLIA — Nossa! Isso aqui tá parecendo um chiqueiro. Que coisa! O Pablo não servia nem para governar uma casa direito. Deve ter anos que tem isso aqui, parado.... Vamos ver se encontro algum tipo de dinheiro, aqui. Quem sabe o Pablo escondeu metade da grana dele aqui?
Magnólia, tosse com a poeira, e tentar abrir as caixas lacradas. Em seguida, quando ela vai abrir, enxerga um vulto.
MAGNÓLIA — Meu deus, ai será que fui parar na terra dos espíritos? Ai por favor! Não me condene, meu deus! Não fiz nada. Será que eu estou ficando doida, ou vi um vulto na minha frente?
O vulto passa de novo.
MAGNÓLIA — Pelo visto, esse negócio gostou de mim, tá querendo me pegar. Ah, vou continuar. Deve ser coisa da minha imaginação.
Quando Mág consegue abrir a caixa lacrada, um homem de máscaras e roupa preta aparece na sua frente. Mág, dá um grito, assustada com aquela cena.
MAGNÓLIA — Ah, quem é você? Por favor, não me condene espírito de Pablo! Por favor, eu te deixo em paz, só não me leve! Eu estou muito nova para morrer.
A pessoa tira a máscara. Meu deus... Será que os mortos voltam? Poderíamos, em hipótese alguma, pensar nessa possibilidade? Aquela cena acabara de despertar um terror em Mág, assustada ainda mais. À sua frente, nada mais, nada menos que o empregado Duende, que acabara de morrer!
MAGNÓLIA — Duende? Mas você tá voltando aqui para me condenar, é? Quê que eu fiz para você? Nós não tínhamos ligação nenhuma! Olha, se você quiser o Pablo, ele já morreu. Vá visitar o túmulo dele.
Duende tira sarro da cara de Mág e ri de toda a situação.
DUENDE — Você pensou mesmo que eu estava morto?
MAGNÓLIA — Mas e o velório, enterro, tudo? Ah não diga que.... Ah você forjou tudo né seu esperto? Em homenagem a mim! Aprendeu comigo, bom trabalho rapaz!
Mág comemora.
DUENDE — Sim, sim Dona Magnólia. Aquilo que você ouviu falar não passou tudo de uma farsa. Eu desapareci no rio e fui resgatado por um pescador. O corpo de outro morto foi colocado naquela caixa, semelhante a minha imagem. Eu sabia que o meu irmão iria pensar que era eu! Mas, na verdade, fiz tudo isso, pois o seu Pablo correria perigo a qualquer momento, então fiquei escondido aqui no porão, observando o comportamento de todos! 
MAGNÓLIA — Mas do que você está falando, rapaz?
DUENDE — Ralf e Cristina... Já notou alguma coisa, Mág? Eles sempre estão atentos a herança do seu Pablo.
MAGNÓLIA — É, bem que eu vi isso sim! Notei hoje. Mas eles não seriam capaz disso, meus filhos são uns anjos do céu! Devem ter uma certo ciúme, igual eu.
DUENDE — Eu tenho certeza de que não é ciúme.
MAGNÓLIA — Sem provas você não pode afirmar nada. Comprove para mim!
DUENDE Pois ouça essa gravação de áudio.
Duende coloca a gravação de áudio para Magnólia ouvir, com Cristina dizendo que matará Aninha (olhar na CENA 02) para pegar toda herança.
Magnólia, indignada, com a gravação de voz que acabara de ouvir.
MAGNÓLIA — Meu deus! É impossível.
DUENDE — A sua enteada corre perigo Mág. Precisamos acabar com isso! 
MAGNÓLIA — Meu rapaz, porque não disse isso logo? A gente precisa desmascará-los e logo!
DUENDE — Espera! Hoje, quando eles saírem, vamos atrás deles! E levamos a polícia. O patrimônio é de Aninha.
MAGNÓLIA — Verdade! Excelente. 
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 04 / FLAT DA MÁFIA / SALA / INTERIOR / DIA
Apolo, chega em casa, agressivo com Mariana, que chora bastante.
APOLO — Onde você está com a cabeça hein? Quer ser castigada novamente? Minha vontade era de te matar, te jogar da escada agora! Onde já se viu deixar um cliente esperando?
MARIANA — Eu faço o que eu quero e você não precisa me notificar isso, eu já sei. 
Apolo agarra Mariana.
APOLO — Mas aqui é calada e sem alterar a voz para mim! Entendido?
MARIANA — Eu tenho nojo de você. Para quê isso tudo hein? Para quê essa máfia? Devia fazer coisa melhor, como cuidar da sua empresa!
APOLO — Não te interessa! O assunto agora é sobre você... O seu comportamento não tem sido bem avaliado. Então, comunico que a qualquer hora, sofrerá as consequências que precisa! Agora vá para o seu quarto trocar a roupa que logo outro cliente chega!... (agressivo) Vai, idiota! Some da minha frente.
Apolo empurra Mariana, que vai até o quarto.
APOLO — Se essa menina não se comportar bem, eu juro que mato ela! E aquela família dela vai junto!
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 05 / EMPRESA DE INÊS / DIREÇÃO / INTERIOR / DIA
Gustavo bate na porta da sala da patroa. Inês, assina calmamente os documentos, sem ler.
GUSTAVO — Dona Inês, tem uma pessoa aqui que necessita falar com você! E é importante!
INÊS — Mande entrar, por favor. 
Em seguida, a vilã Wanda, de salto alto, entra com uma papelada na mão.
WANDA — Olá! Você deve ser a Inês né?
INÊS — Sim, senhora. Quem seria você? Não me lembro, desculpe a minha memória está ruim.
WANDA — Não, de forma alguma. Você não me conhece. Eu sou a prima de um dos seus funcionários aqui, especialmente esse.
Wanda entrega a foto de Lucas para Inês, que se emociona, ao lembrar dele. Inês finge que não o conhece.
INÊS — Não, esse aqui é um desconhecido.
WANDA — Tem certeza? Eu já sei de toda história. Ele foi demitido né?
INÊS 
— Senhora, eu não me lembro de ele ter apresentado um certo parentesco com você! As únicas pessoas que eu conheço da família dele são: a mãe, a irmã e o irmão. 
WANDA — Ah, então resolveu admitir não é mesmo? Pois saiba que eu sou uma prima muito distante. Só queria saber se ele está aqui, posso vê-lo?
INÊS — Querida, ele foi demitido. Apresentou um comportamento que não foi bem avaliado pela direção da empresa! E, é só isso? Quanta curiosidade, hein?
WANDA — A senhora me desculpe tá? É porque quero vê-lo. Estou com saudades.
INÊS — Deseja mais alguma coisa?
WANDA — Ah, e eu soube que ele tem essa menina aqui também.
Wanda entrega a revista para Inês de Serena e Lucas fotografados na capa.
WANDA — Ouvi dizer que essa menina aí é a namorada dele... Eles foram fotografados em um restaurante.. Agora, eu só preciso do endereço dele.
Inês a encarar a vilã.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 06 / FRENTE DA EMPRESA DE INÊS / INTERIOR / DIA
Wanda, de óculos escuros, sai com uma papelada na mão. Silvério para a picape preta em frente à empresa e Wanda se aproxima dela. Ela entra no carro e comemora.
WANDA — Bingo! O nosso plano deu certo. Já consegui o endereço daquela menina, agora só falta de outra gêmea.
Silvério, pensativo e dirige o carro.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 07 / RIO DE JANEIRO / INTERIOR / DIA
Anoitece na Cidade do Rio de Janeiro.
CORTA PARA:

CENA 08 / MANSÃO MEDEIROS / SALA / INTERIOR / NOITE
Luzes apagadas na mansão, não se vê ninguém na sala. Ralf e Cristina, sem fazer barulho, descem as escadas, cuidadosamente. Cristina segura Aninha no colo, que chora muito. Cristina, nervosa, repreende-a.
CRISTINA — Pare de chorar, infeliz! A gente já chega! Cala a boca.  
Cristina e Ralf descem as escadas e abrem a porta da mansão e saem.
Em seguida, Duende e Mág, vão atrás deles, sem que eles percebam.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 09 / MANSÃO MEDEIROS / SALA / EXTERIOR / NOITE
Cristina e Ralf partem no carro. Em outro carro, atrás dos vilões, Duende se prepara para dirigir, com Mág no banco de trás. Duende afirma:
DUENDE — É dona Magnólia, estamos prestes a desmascarar esses vilões. 
MAGNÓLIA — Ai meu deus! Só espero que sejamos bem sucedidos em nossas ações.
DUENDE — Pode ter certeza disso.
Duende e Magnólia vão atrás dos vilões.
CORTA RÁPIDO PARA:
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                      FIM DO CAPÍTULO
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