ANO DE 2009 | CIDADE DE ONDAS DO PARAÍSO
O Sol começa a apontar no horizonte além mar, a manha e fria na cidade de Ondas do Paraiso, uma cidade costeira de beleza e calmaria acolhedora. As pessoas caminham pelas calçadas, os veículos , alguns apenas, pois ainda é início de manhã, seguem para seus destinos. A casa de Estela fica entre duas casas maiores, ela vive há mais ou menos um quilômetro da praia. Algumas pessoas passam em frente a casa, seguem a pé ou de carro, o movimento começa a se intensificar aos poucos.
CENA 1: ONDAS DO PARAÍSO| BAIRRO COSTEIRO | CASA DOS BELMONTE | CORREDOR/QUARTO DE ESTELA| INTERIOR | MANHÃ
Estela está parada debruçada na janela de seu quarto, ela sorri enquanto observa o majestoso nascer do sol, logo ela parece se lembrar de algo muito importante, então vira seu rosto para a direção da porta. Estela segue para perto do guarda-roupa, ela o abre e retira de dentro dele o que precisa, ela continua com seu sorriso espontâneo. A porta do quarto então se abre e a mãe dela entra.
CARMEN: – Você já está acordada, filha? – Pergunta enquanto segue até Estela e a beija na testa. Estela sorri.
ESTELA: – Já, mãe. – Responde mantendo o sorriso. – Hoje já início no meu novo emprego e não quero chegar atrasada.
CARMEN: – Faz bem filha. – Ela faz uma pequena pausa enquanto suspira parecendo preocupada. – Quem dera a Bianca tivesse a mesma vontade que você tem, vocês duas são muito diferentes.
ESTELA: – Dê tempo ao tempo, minha mãe e logo você vai ver que ela arranja um emprego também. – Diz, complacente.
CARMEN: – Você tem que parar de defender sua irmã, Estela. Vocês duas já são adultas e acredito que saibam se defender muito bem sozinhas. – Ela sorri. – Agora vou deixar você se arrumar e a espero para o café.
ESTELA: – Obrigada, mãe. – Diz enquanto dá um pequeno abraço em Carmen. – E não se preocupe com a Bianca, vou falar com ela.
CARMEN: – Está bem, agora vai se arrumar. – Ela abre mais um sorriso. Dá meia volta e segue para a porta. Estela observa a mãe se afastar.
Carmen caminha pelo corredor e se vira de repente ao ouvir a porta do quarto de Bianca, sua filha mais velha, bater. Carmen caminha até a frente da porta do quarto de Bianca e fica pensativa, coloca a mão na maçaneta, mas não abre, ela volta pelo corredor seguindo em direção a cozinha.
CENA 2: CASA DOS BELMONTE | QUARTO DE BIANCA | INTERIOR | MANHÃ
Bianca acaba de sair de perto da porta, ela tem uma expressão de raiva, segue para perto de sua cômoda onde empurra todos os objetos no chão restando apenas o espelho que é fixado. Bianca se senta em uma cadeira e começa a se olhar no espelho.
BIANCA: – Eu não nasci para trabalhar, nasci? Eu não nasci pra isso. Nasci para fazer com que os outros trabalhem por mim. – Diz enquanto encara seu reflexo no espelho. – Eu tenho que arrumar um marido rico, agora mais do que nunca, eu preciso ser feliz de verdade e não vai ser vivendo aqui. – Ela olha ao redor do quarto. – que eu vou conseguir isso.
CENA 3: ONDAS DO PARAÍSO | EXTERIOR | MANHÃ
A movimentação dos veículos e também de pessoas já se faz intensa pela cidade. Alguns estão correndo na orla da praia, outros aproveitando a bela paisagem que a natureza proporciona. No aeroporto da cidade, os táxis estão parados próximo do portão, alguns taxistas conversam entre eles.
CENA 4: AEROPORTO, INTERIOR, MANHÃ
Algumas pessoas já desembarcam, elas saem apressadas e também de maneira contida. Entre eles se destaca um jovem rapaz que fala ao celular, em sua mão direita há uma mala de rodinhas, é Maurício. Ele segue pelo saguão e para próximo do vidro que permite visualizar o mar não tão distante assim.
MAURÍCIO (Ao Celular): – É pai, já estou de volta a essa querida cidade.
CLODOALDO (Do Outro Lado da Linha): – E como foi de férias na Argentina?
MAURÍCIO (Ao Celular): – Foi bom, deu para pensar um pouco na vida, mas o resto eu com tudo assim que eu chegar em casa. Manda um beijo e um abraço para a mamãe e logo estarei chegando aí. – Diz antes de encerrar a ligação.
Maurício sorri enquanto segue para fora do aeroporto. Ele aborda um taxista, que rapidamente o atende. Maurício coloca sua mala dentro do porta-malas e entra no veículo, que segue.
CENA 5: ONDAS DO PARAÍSO
As ondas do mar estão fortes, elas batem no paredão de pedra, as pessoas observam. Pescadores jogam suas redes no mar um pouco longe da praia, próximo deles, uma embarcação já surrada pelo tempo.
CENA 6: ONDAS DO PARAÍSO | BAIRRO ROMANO | CASA DOS FERREIRA | CASA| SALA| MANHÃ
Um gato brinca com uma pequena bola amarela, ele se diverte pelo tapete enquanto uma distinta senhora, Rosa, desce pela escada, parece estar bem disposta. Assim que ela termina de descer, a porta do escritório se abre, seu marido sai com o celular nas mãos. Clodoaldo se aproxima dela e a beija. Ela se afasta com um sorriso bobo.
ROSA: – O nos do filho ligou? – Questiona demostrando uma certa preocupação.
CLODOALDO: – Ele acabou de ligar, Rosa e disse que já está chegando.
ROSA: – Estou com tanta saudade dele, Clodoaldo. Já faz um mês que ele está em viagem e meu coração também está apertado nesse mesmo tempo. – Diz enquanto caminha até o sofá. Ela se senta.
CLODOALDO: – Deixe de exageros, Rosa. O Maurício foi aqui do lado e no mais a gente havia combinado isso. Pelo menos eu acho que agora ele vai deixar um pouco de pensar só em trabalho.
ROSA: – Ele estava se tornando você, mas espero mesmo que essa viagem tenha dado certo e que ele aproveite melhor o tempo dele agora.
Clodoaldo se aproxima da mulher e se senta ao lado dela no sofá.
CLODOALDO: – Eu sei o que a senhora está querendo dizer, por isso veja pelo lado bom essa demora em nosso filho se casar, vai que aparece uma interesseira que não o ame de verdade, então é melhor tudo acontecer no tempo dele, não acha? – Pergunta enquanto abre um sorriso.
ROSA: – Você tem toda razão, não quero ver meu filho preso alguém desse modo. – Ela entende enquanto recebe um afago nos cabelos. Clodoaldo beija o rosto dela e se levanta do sofá deixando Rosa pensativa.
CENA 7: ONDAS DO PARAÍSO | MANHÃ
As ondas do mar invadem a areia da praia, trazem algumas estrelas do mar, ela retorna e vota novamente. Pés pisam na areia molhada deixando pegadas. Alguém escreve na areia molhada e logo a onda volta e apaga o que estava escrito.
CENA 8: ONDAS DO PARAÍSO | BAIRRO COSTEIRO | CASA DOS BELMONTE| COZINHA | INTERIOR | MANHÃ
Carmen está sentada a mesa e tem como companhia, Estela, que devora com gosto um pedaço de bolo feito pela mãe. Carmen olha de forma fixa para o corredor, seu semblante está caído e Estela percebe. Estela deixa a xícara de chá em cima da mesa.
ESTELA: – Eu vou falar com ela, mãe. Poxa, somos uma família e nem para tomar café junto da gente, ela sai daquele quarto. – Ela se levanta um pouco da cadeira depois de afastá-la. Carmen toca seu braço com a mão.
CARMEN: – Deixe que eu cuido disso depois, filha, prometo. Ela deve estar com algum problema, depois falo com ela.
Estela volta a se sentar e termina seu chá, mas agora olha para a mãe com certa preocupação. Alguns minutos depois, as duas saem da mesa. Estela segue para a sala onde pega sua bolsa de cima do sofá, antes de seguir para perto porta ela olha para o corredor, em especial para a porta do quarto de sua irmã. Carmen vem da cozinha.
CARMEN: – Tenha um excelente dia de trabalho, filha.
ESTELA: – Obrigada, mãe. No final do dia estarei de volta. – Agradece ao se aproximar de Carmen, que recebe um abraço. – Fica com Deus, mãe.
CARMEN: – Vai com ele, filha. – Deseja antes de beijar a testa de Estela.
Estela sai de casa sob o olhar carinhoso da mãe.
CENA 9: ONDAS DO PARAÍSO | BAIRRO COSTEIRO | RUA/CARRO | EXTERIOR/INTERIOR | MANHÃ
O movimento dos veículos na rua já é grande. Estela segue pela calçada em direção ao ponto de ônibus mais próximo, assim que ela chega, para próximo da cobertura junto dos outros passageiros esperando o ônibus chegar.
Maurício olha pela janela do carro que está aberta, parece ver a Cidade com outros olhos. O taxista entra no bairro costeiro. Maurício olha ônibus mesmo ponto de ônibus em que Estela está e sem planejamento algum, seus olhares se cruzam rapidamente fazendo com que mesmo com o veículo se distanciando, ele passe a insistir na olhada.
No ponto de ônibus, Estela sorri de maneira tímida, mas sequer pensa que o rapaz do carro tenha olhado para ela. O ônibus chega e junto dos demais passageiros, ela embarca.
CENA 10: ONDAS DO PARAÍSO | BAIRRO ROMANO | CASA DOS FERREIRA | SALA | INTERIOR, MANHÃ
Maurício sai do táxi depois de acertar a corrida, ele pega a mala de viagem no porta-malas e segue para dentro de casa. Rosa está na sala dando algumas instruções para a cozinheira, e quando a porta se abre, ela olha.
MAURÍCIO: – Cheguei! – Diz com um grandioso sorriso.
Rosa caminha até o filho e o abraça de forma demorada.
ROSA: – Eu estava achando que você gostou tanto de lá que já não queria mais voltar para cá.
MAURÍCIO: – O que é isso mãe! Não pense uma coisa dessas. Eu nunca trocaria esse lugar aqui por outro.
ROSA: – Já parei. – Afirma sorrindo. – O que importa é que você está aqui agora, filho. – Diz antes de sair do abraço.
MAURÍCIO: – Cadê o pai, mãe? – Questiona correndo os olhos por toda a sala.
ROSA: – Foi à agência, filho, mas fique tranquilo, pois ele não voltou a trabalhar.
MAURÍCIO: – Então? – Pergunta, intrigado.
ROSA: – Foi ver como está tudo para o seu retorno, filho. Falando nisso, que dia você pensa em voltar?
MAURÍCIO: – Hoje na hora do almoço vou dar uma passada por lá pra ver como andam as coisas. – Diz enquanto caminha pela sala sob o olhar da mãe.
ROSA: – Eu quase ia me esquecendo. O seu pai pediu para dizer que já contraram sua nova secretária.
Maurício deixa de olhar para a janela e volta seu olhar de surpresa para a mãe.
MAURÍCIO: – Já posso ver que vou começar os trabalhos com uma baita dor de cabeça. – Diz abrindo um sorriso. – A última secretária que vocês me arrumaram foi um verdadeiro Deus nos acuda.
ROSA: – Mas desta vez seu pai garante que será diferente, filho. – Afirma sorridente enquanto se lembra da última secretária do filho.
MAURÍCIO: – Bom, veremos. Agora vou subir e descansar um pouco da viagem, mãe.
ROSA: – Faça isso filho. – Diz ao se aproximar e beijar a testa de Mauricio.
Maurício começa a subir pela escada sob o olhar protetor da mãe.
CENA 11: ONDAS DO PARAÍSO | BAIRRO COSTEIRO | CASA DOS BELMONTE | QUARTO DE BIANCA | INTERIOR | MANHÃ
Bianca está se arrumando em frente ao espelho do seu quarto, ela sorri enquanto escova seus longos cabelos. Bianca se assusta ao ouvir a porta sendo destrancada pelo lado de fora e quando ela deixa escova, ao virar o rosto dá de cara com sua mãe. Carmen olha para a filha mais velha, tenta entender o motivo dela ser tão distante.
CARMEN: – Vai me dizer o que está acontecendo?
Bianca se levanta da cadeira e encara a mãe, nos seus olhos é nítida a vontade de gritar.
BIANCA: – Não está acontecendo nada, mãe. Pode me deixar sozinha? Eu preciso terminar de me arrumar.
CARMEN: – Se você não disser o que está te incomodando, então não poderei ajudar. – Ela insiste vendo que sua filha lhe esconde algo.
BIANCA: – Eu não quero sua ajuda, não quero ajuda de ninguém. – Grita enquanto sai da frente da mãe. – Sai do meu quarto já, mãe.
CARMEN: – Cuidado como você fala comigo, Bianca. Eu sou sua mãe e você me deve respeito. Estou aqui apenas para tentar entender o que se passa. – Ela se aproxima um pouco mais de Bianca.
BIANCA: – A senhora não liga pra mim, mãe, nunca ligou. Vai cuidar de sua preferida e me deixe em paz.
CARMEN: – Eu não tenho filha preferida. Se você acha isso e é o que está incomodando faça o favor de parar, pois você e a Estela são iguais para mim, as amo com a mesma intensidade. – Ela tenta abraçar Bianca, mas é em vão.
Bianca se afasta para perto da janela e deixa a mãe pensativa, que logo sai do quarto da filha. Bianca olha para fora, seus olhos miram o horizonte com muita fixação.
BIANCA: – Eu vou sair dessa vida, vou sair dessa casa. – Promete enquanto controla a vontade de chorar.
CENA 12: ONDAS DO PARAÍSO | EXTERIOR | MANHÃ
No centro da cidade muitas pessoas caminham para lá e para cá. Os veículos também circulam de um lado para o outro. O ônibus em que Estela está pára duas quadras depois da agência onde ela trabalha. Estela sai do ônibus e olha para todos os lados.
CENA 13: ONDAS DO PARAÍSO | CENTRO | AGÊNCIA CRIATIVIDADE | INTERIOR | MANHÃ
Estela segue pela calçada, logo ela se vê de frente para a agência. Ela entra no moderno prédio, passa pela recepcionista e é autorizada a subir. Estela entra no elevador e aperta para subir, a porta se fecha. Logo Estela está no andar onde trabalha, ela sai do elevador e segue direto para a sua mesa, próxima da entrada da sala de seu chefe. Estela se acomoda. Uma mulher usando um grau de óculos moderno se aproxima da mesa de Estela.
LAÍS: – Parece que vai ser hoje que você vai conhecê-lo. – Diz, sorridente.
ESTELA: – Quem, Laís? – Pergunta, intrigada enquanto ajeita algumas pastas.
LAÍS: – O dono, melhor, o filho do dono disso tudo aqui, meu bem. Ele chegou de viagem e acredito que vai passar aqui. Semana passada quando você foi contratada não disseram nada dele?
ESTELA: – Só me disseram que eu iria trabalhar para um tal de Maurício.
LAÍS: – É desse mesmo que estou falando. Mas fique tranquila, ele não é tão ranzinza como o pai dele. – Diz enquanto sorri. – E mais uma vez seja bem vinda, e do que precisar, conte comigo. – Laís sai da presença de Estela a deixando com seus pensamentos.
CENA 14: ONDAS DO PARAÍSO
As ondas quebram no mar, alguns surfistas estão na água se preparando para mais algumas surfadas. Algumas pessoas começam a chegar na areia da praia, se ajeitam e passam a curtir o sol. As horas passam.
CENA 15: ONDAS DO PARAÍSO | BAIRRO ROMANO | CASA DOS FERREIRA | QUARTO DE MAURÍCIO/ SALA | INTERIOR | FIM DA MANHÃ
Maurício está deitado em sua cama, ele olha algumas fotos em sua rede social pelo celular, de repente sem explicação alguma, em sua mente vem a imagem da mulher que ele viu no ponto de ônibus quando passava de táxi, ele se levanta no rompante e olha para o relógio digital. Ele meio que sorri enquanto continua a se lembrar de tal cena.
MAURÍCIO: – Se alguém me visse assim acharia que sou um doido varrido. – Diz enquanto sai da cama. Ele pega a carteira em cima da cômoda. – Em vez de eu ficar enchendo minha cabeça de baboseira, vou fazer algo útil. – Diz ao sair do quarto.
Maurício desce pela escada, não vê sua mãe na sala, mas também nem se preocupa em procurá-la, ele sai da casa.
CENA 16: ONDAS DO PARAÍSO / EXTERIOR / FIM DA MANHÃ
Maurício pega o seu carro na garagem e sai. Ele segue pelas ruas. Passa pela orla, admira a beleza do lugar. Passa pelo bairro costeiro e segue direto em direção ao centro enquanto ouve uma música no som do carro.
CENA 17: ONDAS DO PARAÍSO | CENTRO | AGÊNCIA CRIATIVIDADE | EXTERIOR/INTERIOR | FIM DA MANHÃ
Maurício chega na agência, seus olhos miram a fachada assim que sai do carro, ele sorri, parece contente. Maurício segue pela recepção, cumprimenta a todos que estão por ali, então entra no elevador sob o olhar de alguns novatos.
MAURÍCIO: – Espero que o meu pai não tenha feito nada tão drástico na minha ausência. – Diz enquanto aperta o botão para subir.
CENA 18: ONDAS DO PARAÍSO | CENTRO | AGÊNCIA CRIATIVIDADE | INTERIOR | FIM DA MANHÃ
Laís chega novamente perto da mesa de Estela, que termina de verificar um monte de papéis que parecem ser bem importantes.
LAÍS: – Não vai almoçar, menina?
ESTELA: – Tenho que terminar aqui, não quero deixar pela metade. – Responde enquanto tira os olhos dos papéis.
LAÍS: – Desse jeito o Maurício vai se apaixonar por você. – Brinca. – Mas se quiser almoçar, pode ir lá no restaurante a hora que quiser, viu?
ESTELA: – Obrigada, Laís. – Agradece com um sorriso sincero.
Laís segue para o elevador sob o olhar amistoso de Estela, que volta seu olhar para os documentos e vê que há muito mais do que ela imaginava.
ESTELA: – Acho que não vai fazer mal a ninguém se eu fizer uma pausa. – Diz enquanto se levanta. – Volto já. – Ela olha para a mesa e depois volta a andar em direção ao bebedouro onde se serve com um copo d’água.
Estela segue para o elevador com o copo ainda com um pouco de água, assim que toca o botão, a porta se abre e Maurício sai distraído fazendo com que Laura despeje em sua camisa o restante de água do copo. Ela levanta o olhar assim como ele, os olhares de ambos se cruzam.
CONTINUA
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