Paraíso Perdido | Capítulo 20 #ParaísoPerdidoNoWebMundi



Brasil, 2017
CENA 1: CIDADE DE TEMEDO | EXTERIOR | MANHà
As avenidas principais do grande centro estão repletas de veículos. Pessoas também transitam nas calçadas, um grande contraste do dia a dia. Um carro preto luxuoso é guiado pelo motorista da família Terraforte, Valmir. Ele dirige com certa cautela, pois a grande quantidade de semáforos chega a assustar. O veículo para em um desses sinais.





CENA 2: TEMEDO | CARRO DE JOÃO | INTERIOR | MANHÃ
Enquanto espera o sinal do semáforo ficar verde novamente, Valmir passa a observar o patrão que olha para fora. João tem um olhar distante, pensando em algo muito importante, sempre tem o costume de fazer isso quando sai com o motorista.
VALMIR: – Desculpa incomodar, senhor, mas depois eu queria contar algo muito importante que acabei por descobrir. – Ele diz mantendo os olhos no semáforo.
João movimenta a cabeça, focando o olhar em seu motorista.
JOÃO: – Já sei (T) Você irá apenas confirmar o que eu já desconfiava. Aquela mulher com certeza está tentando aprontar pra mim. – Ele diz, olhando para Valmir que por sua vez se vira rapidamente, demonstrando surpresa.
VALMIR: – E o que o senhor vai fazer? – Indaga, preocupado.
O sinal então fica verde. Valmir segue com o carro enquanto espera uma resposta de João, que por sua vez voltou a ficar pensativo.
JOÃO: – Vou simplesmente esperar que aconteça, Valmir, pois sei que mais cedo ou mais tarde isso chegaria a acontecer, então não devo lutar contra o que já parece estar programado. – Ele responde, demostrando uma certa tranquilidade.
Valmir não questiona mais, pois dos anos que já trabalha com João, o conhece muito bem e sabe que toda essa inércia não passa de um modo de defesa e que o patrão não vai se deixar vencer tão facilmente. Os dois seguem o resto do caminho, calados.

CENA 3: TEMEDO | CASA DE MANUELA | SALA | INTERIOR | TARDE
Manuela se encontra sentada em um dos sofás de sua casa nova enquanto no outro está Raul, os dois bebericam um pouco de café, e olhando rapidamente um para o outro, sorriem fartamente.
RAUL: – Desculpe a indiscrição, Manuela, mas você continua a querer que a Aura pague pelo que fez ao seu pai e sua mãe? – Ele indaga, mudando a expressão.
Manuela encara o velho amigo com o qual sempre teve uma grande intimidade mesmo ficando tanto tempo fora.
MANUELA: – Agora mais do que nunca eu quero justiça pelo que fizeram com minha família, Raul. Minha família que poderia ter sido feliz, não foi, sequer chegou a ser por causa daquela maldita, por causa de todas as armações dela. – Ela responde visivelmente decidida. – E ninguém, ninguém vai fazer com que eu pare com tudo que planejei para aquela família. – Ela afirma se levantando.
Raul a observa caminhando até a janela, logo se levanta também.
RAUL: – Cuidado com esse desejo todo por justiça. Isso pode mudar você pra sempre, minha amiga, para sempre! – Ele comenta assim que se aproxima dela
Manuela esboça um pequeno sorriso, o mesmo que Raul cansou de ver no tempo em que conviveu com ela. O pequeno sorriso que deixa claro as suas certezas.
MANUELA: – Já me mudou, me mudou muito. – Ela afirma, encarando Raul.
Raul fica quieto diante da afirmação de Manuela, sabendo que ela está irredutível.
MANUELA: – Você sabe o quanto eu sofri, o quanto eu perdi por causa daquela mulher, e não digo pelos bens materiais, mas pelas pessoas que me eram tão queridas ou que chegariam a ser, como minha mãe que assinou a sentença de morte dela ao cruzar o caminho dela com a dessa Aura Terraforte. – Ela diz deixando as lágrimas caírem.
Raul abraça Manuela, momento em que Talles entra pela porta.

CENA 4: PARAÍSO AZUL | HOTEL PARAÍSO | INTERIOR | TARDE 
Mirela caminha pelo corredor que leva até o quarto em que Valentina está instalada, mas ao passar próximo de uma porta, é puxada para dentro e se assusta, arregalando os olhos ao ficar perto de Rodrigo.
MIRELA: – O que você quer? – Ela questiona, se recuperando do susto.
RODRIGO: – Você parece que está fugindo de mim. – Ele constata olhando nos olhos dela. – Já nos conhecemos? – Agora é ele quem indaga, observando a fisionomia da mulher à sua frente.
Mirela sorri e logo se solta de Rodrigo.
MIRELA: – Se eu conhecesse você, com certeza iria evitar passar perto. Eu não conheço você e nem você me conhece (T) nem tente me conhecer. – Ela responde se afastando.
Mirela volta para o corredor. Rodrigo esboça um sorriso gentil enquanto observa ela se afastar.

CENA 5: TEMEDO | CASA DE LARISSA | SALA | INTERIOR | TARDE
Larissa está sentada no sofá com o celular em mãos, sorrindo enquanto olha as fotos de Mateus junto com ela. De repente ela para de olhar as fotos quando ouve passos, então levanta o olhar devagar e vê a mãe encarando ela. Alzira balança a cabeça de forma negativa.
ALZIRA: – Você não vai conseguir esconder tudo o que esconde dele por muito tempo, filha. – Ela comenta enquanto segue para o outro sofá.
LARISSA (Se ajeitando no sofá): – Às vezes eu penso que a senhora acha que eu faço isso por gostar, mãe (T) Mas a senhora sabe muito bem o motivo que eu tenho para dançar na noite, para ir contra tudo que eu penso, contra tudo que eu sou. – Ela diz, olhando diretamente nos olhos da mãe.
ALZIRA: – Eu sei muito bem, e isso me deixa mais triste ainda, pois depois de tudo que aquele homem me fez, você tenta ajudá-lo ainda. – Ela afirma, cabisbaixo.
LARISSA: – Eu faço por ele ser meu pai, independente de tudo que já fez ou deixou de fazer, então não pense em fazer eu mudar de ideia, pois não vou, mãe. E se o Mateus descobrir, eu darei meu jeito. – Ela finaliza se levantando.
Alzira fica olhando a filha seguir para o quarto enquanto pensa em tudo que já viveu até ali e em como a filha se parece com ela quando era mais jovem.

CENA 6: TEMEDO | AGÊNCIA MAIS TOP | SALA DE CARLOS | INTERIOR | TARDE
Carlos analisa algumas fotografias enquanto está sentado na cadeia atrás de sua mesa, ficando um tanto pensativo. Ele desvia o olhar e fica pensando no reencontro rápido que teve com Manuela.
CARLOS: – Como eu pude deixar ela ir embora? Como eu pude?! – Ele indaga deixando as fotos sobre a mesa e se levantando.
Carlos segue até a janela, mas os pensamentos são interrompidos quando a porta se abre. Ele fica surpreso ao ver o pai ali. Carlos segue até o pai, intrigado.
JOÃO: – Eu sei que parece bem estranho a minha vinda aqui, mas é por motivos sérios. – Ele diz, percebendo o olhar de surpresa do filho mais novo.
CARLOS: – Você estar aqui é realmente uma surpresa, pai, mas diz aí o que tem para contar, realmente fiquei curioso. – Ele encosta na mesa, esperando o pai dizer o que há para ser dito.
João aparenta estar realmente decidido a dizer coisas que o filho nem mesmo imagina, ele fica cabisbaixo, pensando em uma maneira de começar a contar o que se esconde. João levanta o olhar e encara o filho, que espera por uma resposta.
JOÃO: – Eu deveria ter contado isso há muito tempo, mas antes tarde do que nunca, não é mesmo? – Ele diz, desviando o olhar rapidamente para a janela. – A Vitória não é sua filha, Carlos. – Revela, fazendo Carlos sair da posição em que se encontra.
Carlos olha para o pai, achando que não ouviu direito, mas constata que ouviu sim. A imagem congela na expressão de surpresa que Carlos tem em todo rosto.
CONTINUA…


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