Paraíso Perdido | Capítulo 14 #ParaísoPerdidoNoWebMundi

uma webnovela de JAIR VARGAS


produção de LABIRINTO RADICAL

2008, Brasil
CENA 1: TEMEDO | CASA DOS ASSUNÇÃO | INTERIOR | TARDE
Diógenes se mostra bem surpreso ao estar de frente para a moça em que ele acabou disparando um tiro. Ninguém nota, mas os olhos de Diógenes estão cheios de lágrimas, e ele tenta não chorar enquanto tudo que aconteceu em Paraíso Azul vem à sua mente.
Manuela se mostra ainda mais tímida do que o normal, assim que Sílvia, mãe de Raul a cumprimenta, ela fica quase o momento todo, cabisbaixa. Assim que Diógenes se aproxima dela, estendendo a mão para um cumprimento, Manuela desmaia. Raul pega Manuela nos braços de imediato e guiado por Sílvia, ele a leva até o quarto de hóspedes.
DIÓGENES: – Isso é coincidência demais. – Ele diz assim que vê Raul e Sílvia virarem à esquerda no corredor. – Como é que essa moça veio parar nessa cidade e ainda mais na minha casa? – Ele se questiona, intrigado. – Tudo isso não pode ser só coincidência, não pode. – Conclui, caminhando até próximo da janela.
Diógenes fica distraído enquanto pensa no que acabou de acontecer e nem percebe a chegada silenciosa de Sílvia que para ao lado dele.
SÍLVIA: – Algo está preocupando você, não está? – -Indaga fazendo Diógenes despertar do seu breve devaneio.
Ele olha para Sílvia, que por sua vez continua a encarar o esposo como que realmente soubesse que Diógenes esconde algo.
DIÓGENES: – Eu conheço essa moça, Sílvia. Eu conheço ela. – Responde sem ao menos titubear.
Diógenes fica cabisbaixo, fazendo Sílvia se aproximar um pouco mais, sabendo que certamente o marido deseja lhe contar algo. Ela pousa uma das mãos no ombro dele. Diógenes levanta o olhar devagar, parecendo decidido a terminar o que começou.

CENA 2: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | EXTERIOR | TARDE
Alguns peões passam à cavalo perto da sede da fazenda. Leopoldo caminha à pé pela estrada que leva até a porteira, parecendo um bocado distante em seus pensamentos. Ele para ao lado de um frondoso pé de manga, mantendo o mesmo olhar distante.
LEOPOLDO: – Se o Diógenes soubesse o que de fato se passou aqui, que a Gabriela nunca abandonou ele, nunca. Aquela mulher, bela mulher por sinal, desde que a vi pela primeira vez, sabia que aqueles olhos escondiam planos que até o diabo duvidava, mas com o tempo fui conhecendo e me encantando, logo me vi envolvido na teia dela, e minha ambição falou mais alto. – Ele revela enquanto parece se lembrar de cada detalhe.
FLASHBACK
FAZENDA ARCO VERDE | EXTERIOR | NOITE 
Uma mulher com um vestido vermelho caminha pelo gramado da fazenda, ela segue em direção das casas dos empregados, sempre mantendo os olhos bem atentos, observando para ter certeza de que não foi seguida. No meio do caminho, ela é puxada para trás de uma árvore e fica cara a cara com Leopoldo, que por sua vez beija a mulher com muita intensidade. A mulher por fim consegue se afastar, sorrindo.
MULHER: – Logo logo você terá mais, Leopoldo, muito mais, é só fazer o que a gente combinou. – Ela diz, provocante. – Meu primo não pode desconfiar do que estamos fazendo, Leopoldo ou iremos parar na cadeia. – Adverte, esboçando um novo sorriso.
LEOPOLDO: – Prometo que ninguém vai desconfiar de nada, senhorita, absolutamente ninguém. – Afirma com uma certeza invejável.
Leopoldo e a mulher se beijam encostados em uma árvore, parecendo apaixonados.
FIM DO FLASHBACK 
Leopoldo continua sua caminhada em direção a porteira, pensando no que aconteceu no passado e no que foi capaz de fazer em nome de sua ambição e do amor que sentiu pela prima de Diógenes, a mulher misteriosa.

CENA 3: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | INTERIOR | NOITE
João desce pela escada e avista Aura sentada no sofá a assistir televisão, ele fica alguns segundos observando a sua mulher, logo balança a cabeça de forma negativa. João continua a caminhar, agora em direção da porta.
AURA: – Agora você não para mais em casa, me deixa sozinha todos os dias. – Ela comenta,fingindo solidão.
João para e se vira, encarando Aura.
JOÃO: – Como se há tempos você precisasse de mim para alguma coisa, não é mesmo, Aura!? Eu vou sair, jantar com o Carlos, por isso não espere por mim. – Ele diz se aproximando rapidamente do sofá. – E pare de fingir, que isso não combina com você nem um pouco. – Completa, saindo de perto dela.
Aura parece respirar profundamente enquanto oberva João sair de casa. Ela volta o olhar para a televisão, mas parece entediada, então desliga o aparelho e se levanta do sofá, seguindo para a janela. Aura abre a cortina de maneira discreta, vendo João sair de carro. Ela abre um pequeno sorriso diante do que espreita.

CENA 4: TEMEDO | EDIFÍCIO MONTAL | APARTAMENTO DE CARLOS | SALA | INTERIOR | NOITE 
Carlos está próximo da porta que dá acesso a varanda, ele parece bastante pensativo. As lembranças dos momentos que viveu ao lado de Manuela não saem de sua mente um segundo sequer. Ele só deixa de pensar em tudo isso quando a campainha toca. Carlos ruma à porta, parecendo já saber quem é, por isso sem rodeios ele abre a porta. À frente de Carlos está a enfermeira Lígia. Ele esboça um pequeno sorriso e deixa que a mulher entre, fechando a porta outra vez. Ambos se acomodam no sofá da sala, logo dão início a uma conversa bastante esclarecedora.

CENA 5: TEMEDO | CASA DOS VILA | INTERIOR | NOITE
Bárbara passa pela porta, e assim que fecha, fica cara a cara com Catarina, que olha de soslaio para filha, aparentando estar um pouco emburrada. Bárbara se aproxima de Catarina e se senta ao lado dela no sofá, suspirando firme.
BÁRBARA: – Eu vou fazer o que a senhora me aconselhou, mãe. – Informa, voltando o olhar para Catarina. – Se é só desse jeito que o Carlos ficará comigo, então eu farei. Não quero perder ele e nem posso. – Completa ao esboçar um breve sorriso.
Catarina se levanta, ficando bem em frente a filha, e devagar, sorri.
CATARINA: – Você vai ver que é a melhor coisa que pode fazer no momento. Agora é com você, somente com você, filha. Trate de deixar o Carlos saber de sua condição e tudo estará certo, ainda teremos a ajuda da mãe dele, o que é já uma grandiosa ajuda. – Conclui parecendo maiscontente do que a própria filha.
Catarina segue para a cozinha, deixando Bárbara pensando em tudo que terá de fazer desse momento para frente. Ela pensa em Carlos e tudo que ele sempre significou para ela. Bárbara esboça um sorriso cheio de segundas intenções para com o que planeja.

CENA 6: TEMEDO | CASA DOS ASSUNÇÃO | QUARTO DE HÓSPEDE | INTERIOR | NOITE
Manuela se mexe na cama de maneira intensa, suando muito. Ela parece estar tendo algum tipo de pesadelo e de repente desperta, assustada. Raul reage imediatamente e sai da poltrona, se sentando ao lado de Manuela. Ela olha para Raul e depois para o quarto onde se encontra, aparenta estar ligeiramente atordoada, a respiração acelerada e as mãos trêmulas.
RAUL: – O que você tem? – Indaga, preocupado.
Enquanto olha para Raul, Manuela leva uma das mãos à cabeça.
MANUELA: – Eu me lembrei, me lembrei de quem sou, me lembrei. – Ela responde e logo se põe a chorar.
Raul abraça Manuela na tentativa de deixá-la calma, ela chora no ombro do jovem médico enquanto se lembra de tudo que viveu até chegar onde se encontra.

CENA 7: TEMEDO | EDIFÍCIO MONTAL | APARTAMENTO DE CARLOS | INTERIOR | NOITE 
Carlos está sentado de frente para Lígia, que por sua vez retira da bolsa um pequeno cartão que contêm alguns números. Ela entrega o cartão para ele, que esboça um leve sorriso.
CARLOS: – Eu serei eternamente grato por isso, Lígia. Você nem mesmo me conhece direito e já está me ajudando tanto, eu realmente não sei o que dizer. – Ele diz, estando verdadeiramente agradecido pela ajuda da enfermeira.
LÍGIA: – Não é preciso conhecer muito para saber que você diz a verdade. A Manuela está sofrendo com a falta de memória dela e eu acredito que você conhecendo ela como diz conhecer, fará com que essa amnésia desapareça. – Afirma se mostrando bastante prestativa e também compreensiva. – Não deixe tudo pela metade, Carlos, construa o que tiver de construir para continuar o que pretende. Eu tenho certeza que a Manuela vai se lembrar de quem é você e vocês vão se acertar. – Completa se levantando.
Carlos e Lígia se despedem com um abraço apertado com ele prometendo não deixar de dar notícias. Lígia é acompanhada por Carlos até a porta. Ela deixa o apartamento do fotógrafo, satisfeita por ter ajudado da melhor forma que conseguiu. Carlos fecha a porta assim que Lígia entra no elevador. Ele se põe a pensar em Manuela, não deixando de acreditar que logo poderá esclarecer tudo. Carlos suspira enquanto olha para o cartão que recebeu de Lígia.
CARLOS: – Eu não vou desistir de você, Manuela, não vou. – Afirma para ele mesmo enquanto se mantêm atento ao pequeno cartão.
Carlos se encaminha para perto da janela, pensando no que houve mais cedo, fechando os olhos e deixando as lembranças se tornarem sonhos. Ele sorri ao se lembrar uma vez mais dos beijos que deu em Manuela.

CENA 8: PARAÍSO AZUL | MANHà
Alguns pescadores entram em seus barcos e enquanto o dia amanhece, eles seguem para alto mar em busca do sustento da família. Próximo da casa de Mercedes, algumas pessoas que foram forçadas a deixarem suas casas, constroem cabanas improvisadas. Mirela caminha entre alguns, ajudando quem precisa de sua ajuda.
Ao longe, Rodrigo, que voltou à cidade para vistoriar a construção do empreendimento da família, caminha pela praia e à medida que se aproxima de onde ficava a casa do avô de Manuela, Mirela acaba por reconhecê-lo. Ela corre até onde Rodrigo parou. Rodrigo se assusta um pouco com a presença da moça.
MIRELA: – O que você faz aqui? – Ela indaga, demostrando uma certa raiva.
A imagem se congela em Mirela, nitidamente enraivecida, encarando Rodrigo.

CONTINUA...

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