ANTERIORMENTE: Regina, Mabel e Lauriana, planejam matar Xica.
UMA NOVELA DE: AGATHA.
CENA 01 / CASA DO INTENDENTE PITÁGORAS / INTERIOR / QUARTO DE REGINA / DIA.
REGINA - Então assim faremos.
MABEL - Que dia podemos procurar esta bruxa?
LAURIANA - Que tal irmos agora?
REGINA - Ótimo.
MABEL - É melhor irmos logo mesmo, assim acabamos com isso o mais depressa possível.
LAURIANA - Pedirei a um escravo que nos leve até lá. Vamos?
Elas saem...
CENA 02 / MATA / GRUTA LADO EXTERIOR / DIA.
LAURIANA - Chegamos!
MABEL - Quem de nós entrará primeiro?
LAURIANA - Eu vou, já a conheço...
Ela entra e logo depois sai...
LAURIANA - Podem entrar.
Elas entram, e a mulher que se virá diante delas é Zilda, uma velha maltrapilha e de aparência descuidada...
REGINA - A senhora é a bruxa que pode me ajudar?
ZILDA - Sim, sou eu, faço de tudo, feitiços amarração e outras coisas além de sua compreensão...
REGINA - Ótimo.
ZILDA - Sua avó me disse que querem um veneno, certo?
REGINA - Sim, quero o veneno que mata da forma mais dolorida possível.
ZILDA - (Risos) gostei, eu tenho aqui, irei pegar.
Ela vai buscar um frasco com o líquido poderoso.
ZILDA - Agora o pagamento.
Regina dá o pagamento e Zilda o veneno.
ZILDA - Uma gota é o suficiente para matar a escrava, se fizer tudo corretamente, você terá o homem de volta para você.
REGINA - Vó vó, eu não disse para ser discreta?
LAURIANA - Eu não disse nada!
ZILDA - Eu vi, vi toda a sua vida, você já pensou em vender a sua alma ao diabo? Ele tiraria essa mulher do seu caminho e lhe daria tudo ao seu pés.
REGINA - Eu nunca faria isso, vou tirá-la ela do meu caminho por conta própria, sou temente a deus. Porque você não vende a sua alma? Quem sabe assim não sai desse pardieiro e dessa vida estranha.
ZILDA - Eu já vendi, e vendi justamente para viver assim.
REGINA - Vamos embora vó vó, já temos o que queríamos.
CENA 03 / CASA DE MIGUEL / INTERIOR / SALA / DIA.
MIGUEL - Xica meu amor, vamos dar um passeio pela cidade?
XICA - Vamos, eu queria ir até a igreja, eu nunca pude entrar lá, más agora juntos acho que não irão nos atrapalhar.
MIGUEL - Então vamos!
CENA 04 / CASA DO INTENDENTE PITÁGORAS / INTERIOR / QUARTO DE REGINA / DIA.
REGINA - Agora que chegamos, eu queria falar com a senhora dona Mabel.
MABEL - Diga!
REGINA - Nós temos que planejar o envenenamento da escrava.
MABEL - Como assim?
REGINA - Como havíamos combinado, a senhora irá colocar o veneno na bebida dela, pois então; a senhora brigou com ela recentemente, se encontrarem á morta suspeitarão de ti, a senhora deve ser paciente.
MABEL - Sim faz sentido, meu irmão não pode nem sonhar que estarei envolvida nisto.
REGINA - Finja se de amiga dela, finja que mudou de ideia e demonstre seu apoio, depois de passado um mês envenene-a.
MABEL - Vai ser difícil, mais irei fazer, não podemos correr risco.
REGINA - É claro, aqui está o veneno, guarde para o momento ideal, eu posso esperar tempo o suficiente, não se preocupe.
MABEL - Então irei indo, daqui a um mês ela morrerá, acho melhor nos afastarmos por enquanto, para não levantar suspeitas, direi á meu irmão que você brigou comigo, assim que a escrava bater as botas voltaremos a ser amigas (risos).
REGINA - É claro, perfeita ideia, assim todos acreditarão que você há aceitou.
CENA 05 / RUAS / EXTERIOR / DIA.
Xica e Miguel passeiam pelas ruas, as pessoas os olham e riem, uma mulher diz:
MULHER - Onde já se viu isso, vagabundos! Vadios!
XICA - Respeitem nós.
Ao que Xica pede respeito, todos á vaiam.
POPULAÇÃO - Negra imunda!
MIGUEL - Vamos meu amor, vamos sair daqui.
CENA 06 / IGREJA / INTERIOR / DIA.
Eles entram na igreja, o padre Augusto vem os receber
PADRE - Saiam daqui, toda a cidade está escandalizada com o que vocês estão fazendo.
MIGUEL - Vai nos expulsar da casa de Deus padre?
PADRE - Aberrações como vocês não são dignos de porem os pés aqui
MIGUEL - Pensei que Deus pregasse o amor.
PADRE - Já chega, não me importune mais, eu já expulsei vocês daqui, toda a cidade esta com nojo de vocês, toda a cidade sente nojo dessa sua relação com essa negra.
XICA - Eu juro que um dia você pagará por ter me tratado assim.
PADRE - Eu lhe repreendo em nome de Deus demônio.
XICA - Vamos, essas pessoas são fúteis e ignorantes.
CENA 07 / CASA DE MIGUEL / INTERIOR / SALA / DIA.
Miguel e Xica chegam, Mabel vem ao encontro deles.
MIGUEL - Povo hipócrita.
MABEL - O que houve?
MIGUEL - Humilharam Xica na rua e na igreja.
MABEL - Há pobrezinha.
XICA - Hã? A senhora nunca gostou de mim porque me esta á dizer isso.
MABEL - Sabe Xica, já me dei conta de que meu irmão lhe ama, eu sempre quis que ele encontrasse um amor, e agora ele te encontrou, e vejo que ele está feliz, agora eu me dei conta de que devo ficar feliz por ele, e aquela Regina é mesmo uma grossa, eu estava enganada sobre ela.
MIGUEL - O que foi que ela te fez?
MABEL - Eu fui lá falar com ela, e ela me tratou muito mal, me disse coisas desagradáveis.
XICA - Se ocê está mudada eu fico feliz.
MABEL - Há sim minha cara, vamos construir nossa amizade do zero, tenho certeza de nos daremos bem com o tempo, e sobretudo, superaremos nossas diferenças. Agora me deem licença irei para meu quarto.
Ela sai.
MIGUEL - Que bom, espero que com o tempo todos nos aceitem.
UM MÊS DEPOIS...
CENA 08 / CASA DE MIGUEL / INTERIOR / SALA DE JANTAR / NOITE.
MABEL - Há Adamastor, a sala está vazia, temos que aproveitar que não há ninguém aqui e colocarmos o veneno na taça da negrinha, ela sempre senta ao lado esquerdo da cabeceira da mesa, ao lado de meu irmão, e que ótimo que os talheres já estão sobre a messa, agora é só pingar uma gotinha, ela nem irá perceber (risos).
ADAMASTOR - Vá logo então, antes que apareça alguém.
Mabel envenena a taça de Xica.
MABEL - Agora vamos sair daqui, na hora do jantar voltamos.
TEMPO DEPOIS...
Todos estão á messa, Xica bebe água na taça envenenada, Mabel olha. De repente Xica começa a sentir falta de ar, Miguel percebe.
MIGUEL - O que está havendo meu amor?
XICA - Estou com falta de ar, estou passando mal.
MIGUEL - Chamem um médico, rápido chamem um médico.
MABEL - Vai adamastor, corre rápido na casa do doutor Renato.
Xica desmaia.
Continua...
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