(Capítulo Especial) Porto de Pedras: Quarto Capítulo - Madalena e Fernanda se enfrentam!



No capítulo anterior:

Fernanda e Daniel apresentam a nova casa de Pedro João, que se anima. Entretanto o garoto escuta um barulho na rua, e os três correm para fora.

Dalton, prefeito da cidade, atropela Cléber, marido de Marieta, e pai de Joana, que choram o fato e brigam com o homem de poder. 

Mariela recebe uma ligação do pai, e deixa a busca por Pedro nas mãos de Madalena.

Acontece o enterro de Cléber. 

Madalena chega em Porto de Pedras e vai até a casa dos Oliveiras. Ela encontra o filho, entretanto Fernanda e Daniel chegam:

Daniel e Fernanda entram na sala.

Fernanda – Pedro... eu posso saber o que tá acontecendo aqui? Quem é você, senhora? Não é daqui, é forasteira, é de outra cidade. Quem é você? Quem é essa, Pedro? Ia roubar a criança?

Madalena – Quem roubou criança foi você! Foram vocês! E eu vou levar ele comigo, junto pra minha casa. Pra nossa casa! Lugar de onde ele jamais deveria ter saído. Jamais!

Fernanda – Não! Você não vai fazer nada! O filho é meu, e daqui de dentro você não leva nada! Nada!

Fique agora com o Capítulo de Hoje!


Madalena - Adriana Esteves
Fernanda - Alice Braga
Pedro João - João Bravo
Mariela - Camila Rodrigues 
Marlene - Elizabeth Savalla
Otávio - Lima Duarte
José - José Mayer

Artista Convidado:

Jandira - Denise Delvechio 
Chico - Milton Gonçalves


Cena 1/ Casa dos Oliveiras/ Sala principal/ Interno

Madalena – Fala pra ela, Pedro, que você fugiu de casa, mas era por causa do seu pai. Eu vou tomar uma decisão, eu vou dar adeus ao José. A gente vai ter uma vida melhor, longe dele, mas a gente precisa voltar pra casa.

Fernanda – A criança não vai a lugar algum. O Pedro João chegou aqui hoje, perdido, desmaiou no vagão de trem, com certeza com fome. O padre nos alertou, e quando ele acordou, me disse coisas tão bonitas. Ele quer ficar comigo. O Pedro João quer ficar com a gente!

Madalena desce lentamente as escadas.

Madalena – Ele é o meu filho! Ele é o meu filho... esse menino que você insiste em dizer que é a sua criança, saiu do meu ventre! Foi registrado com o nome de um familiar, de um moço bom, direito. Vivi os onze anos de vida dele, sei dos gostos, sei do que ele mais odeia, e agora... e agora uma qualquer vem querer roubar a minha criança? Não! Não vai!

Fernanda – Uma qualquer não, fala direito, fala com educação, porque eu estou sendo educada! Mas se você tivesse tantos conhecimentos sobre o garoto, saberia que ele não estava bem onde vivia. Saberia que esse tal de José, nunca seria o pai ideal pra ele. Sabia que ele sofria, você sabia!

Madalena – Isso é tão sem fundamento... tão raso, inútil, ridículo. É só eu pegar o meu filho e ir embora desta casa, e você nem na lei consegue tirar ele de mim. Ele vai comigo, eu vou levar o Pedro!

Fernanda – Pensa melhor. E se o pai dele não querer dar o divórcio, e acabar indo embora, te deixando sozinha, sem dinheiro. Ou algo pior. Qual será a vida que o Pedro irá levar? Catador de latinhas?

Madalena – (Estressada) Você tá duvidando muito da minha vida e das minhas escolhas. Por fim eu acho que não existe mais nada a ser feito aqui. Eu vou levar o meu filho pra casa, e é lá que é o lugar dele...

Fernanda - Daqui ele não vai sair! Você não vai levar o menino, não vai!

Madalena - Eu não tenho o que dizer... não tenho o que falar. Ele vai embora comigo, e é agora!

Madalena pega na mão de Pedro e caminha até a porta.

Fernanda – (Emocionada) Pedro...

Madalena – Vai, Pedro, se despede desses dois. O trem passa daqui a pouco.

Pedro vai até o centro da sala, e encara os dois lados.

Pedro – Mãe... a gente precisa conversar! Não pode ser no trem na viagem pra casa, e nem no caminho até a estação. A gente precisa conversar aqui, dentro desta casa, sozinhos. Eu preciso falar com você!

Cena 2/ Hospital/ Interno

Mariela – Fala pai, fala logo. Fala de uma vez. Se é pra dar a notícia que eu acho que deve ser, fala de uma vez!

Otávio – (Emocionado) A sua mãe teve uma complicação na cirurgia, mas ela tá bem agora. Eu tô assim, desse jeito, porque enquanto eu pensava que ela iria morrer, ninguém me confortou. Mas que bom que você chegou, filha... que bom que eu tenho uma filha incrível, e posso contar com você!

A maca com Marlene sai de uma sala.

Os médicos correm desesperados enquanto o visor dos batimentos cardíacos param.

Mariela – (Desesperada) É a mamãe! O que aconteceu? Doutor, o que tá acontecendo com a minha mãe!

Otávio – Calma, Mariela, calma!

Médico – Eu não posso falar agora. É algo urgente...

Otávio e Mariela se abraçam.

Cena 3/ Hospital/ Sala de cirurgia/ Interno

Médico – Tragam compressas, agulhas e linha. Rápido!

Enfermeira – Doutor, o coração dela não vai aguentar por muito tempo!

Médico – Faz o que eu estou mandando. Vai!

Enfermeira – Aqui está, tudo que pediu!

Médico – (Para Marlene) Fica comigo! Fica aqui comigo! Fica!

(Alguns segundos depois)

Enfermeira – Doutor, não a mais nada a ser feito... a mulher morreu. Ela tá morta!

O espírito de Marlene sai do corpo e caminha lentamente até o corredor.

Cena 4/ Hospital/ Corredor/ Interno

Marlene vê Otávio e Mariela abraçados, e vai até eles.

Marlene – Querido! Filha! Eu estou bem, eu estou muito bem. Olha aqui, olha pra mim. Gente... Otávio! Mariela! Olha como eu estou, não precisa chorar... por que vocês estão chorando? Otávio... o que aconteceu? Eu estou bem, olha pra mim! (Emocionada) O que tá acontecendo? Por que vocês não falam comigo? O que tá acontecendo? Fala pra mim! Fala!

Chico e Jandira surgem atrás de Marlene.

Chico – Filha...

Marlene – Pai? Mãe? Isso é um sonho?

Chico – Não...

Jandira – Eles não vão te escutar, meu bem. Você saiu de dentro da sala de cirurgia, mas deixou o seu...

Marlene – Espera. Eu...

O médico sai da sala e vai até Mariela e Otávio. 

Marlene aguarda apreensiva.

Mariela – Doutor? Como tá a minha mãe?

Médico – A Dona Marlene não aguentou, o coração não aguentou. Infelizmente ela faleceu... A Marlene morreu!

Marlene começa a chorar.

Jandira – Vem filha! Dai-me a tua mão, vem conhecer onde que passamos a morar. Dai-me a tua mão!

Marlene – Eu não posso ir... eu tenho família!

Chico – A tua hora chegou, meu amor! Minha filha!

Close lento em Marlene/



Cena 5/ Casa dos Silvas/ Sala principal/ Interno/ Dia

Marieta se despede da última visita.

Marieta – Ai, filha, se alguém chegasse em mim e me dissesse que tudo isso iria acontecer, eu te juro, minha filha, que jamais eu poderia acreditar. E ainda aquele desgraçado do prefeito... sinceramente, essa cidade me deixa louca a cada dia.

Joana – A gente vai ficar bem, mãe. A gente vai ficar...

Elas se abraçam

Cena 6/ Casa dos Oliveiras/ Quarto/ Interno/ Dia

Madalena – Então é isso, Pedro João? Você quer me dizer que precisa ficar aqui porque...

Pedro João – Vocês podem vir aqui quando quiserem, eu ainda sou o seu filho.

Madalena – Você é especial, meu amor. Você é especial!

Pedro João – Mas e o papai?

Madalena – Eu vou conversar com o seu pai. Eu prometo que vou!

Cena 7/ Casa dos Oliveiras/ Sala principal/ Interno/ Dia

Madalena e Pedro João descem as escadas.

Daniel – E então?

Madalena – Ele vai ficar! Ele vai ficar com vocês!

Fernanda – Eu pensei durante esse tempo, Madalena. 
Isso não é justo. Você merece ficar com o seu filho.

Madalena – Eu já conversei com ele... e estou indo embora. Tudo que precisava falar, já disse para o Pedro. Adeus, filho!

Madalena e Pedro João se abraçam.

Cena 8/ Porto de Pedra/ Externo/ Dia

Madalena caminha até o portão de saída da cidade, e encara com apreensão a casa dos Oliveiras.

Madalena – Ele me falou de mudanças... é isso que eu vou fazer. Mudança!

Ela pega o telefone e disca o número de José.

José – O que foi, Madalena?

Madalena – Eu estou aqui em Porto de Pedra, sei que o seu trabalho é perto daqui. Eu preciso falar com você. Falar urgentemente. Essa conversa, José, vai mudar a nossa vida!

Cena 9/ Casa dos Silvas/ Sala principal/ Interno/ Dia

Marieta se surpreende com a chegada de Neuza.

Marieta – O que é que tu veio fazer aqui? Piorar o que o doido do teu marido fez? A senhora vai me desculpar mas eu não vou lhe atender, ponha esse seu sapato de ouro pro lado da rua...

Neuza – Eu estou morrendo!

Marieta – O que?

Neuza – Você é a primeira pessoa que digo o que estou passando. Tenho poucos meses de vida, não vou durar muito nessa terra.

Marieta – Meu Deus! Mas o que veio fazer aqui?

Neuza – Vim oferecer uma dívida. Quero sair desse plano bem com as pessoas com que meu marido fez mal... durante os próximos trinta anos, a sua família vai receber um salário extra, como indenização pelos danos morais e pela morte do seu marido!

Marieta e Joana se encaram.

Cena 10/

Marlene, Chico e Jandira caminham por um “espaço branco”.

Jandira – Esse é o nosso caminho, minha filha!

Cena 11/ Bar de beira de estrada/ Tarde/ Interno

Madalena procura por José nas mesas de bar. Ela vai até ele e se senta.

José – Achou o moleque?

Madalena – O que eu tenho pra falar é mais importante!

José – Mais importante que o moleque? Ah, Madalena, você sempre com essas palavras estranhas, pow, cê tem que ser mais direta, caramba. Sinceramente, eu trabalhei demais nesses dias, eu tô cansado, eu quero voltar pro caminhão e capotar. Tu tem que ir direto ao ponto. O quê que foi?

Madalena – Eu quero me separar de você! Quero ir embora daquela casa, fazer uma nova vida. José, eu quero o divórcio!

José - Na minha família nada se resolve assim. A gente vai se sentar naquela mesa, e com a companhia dela. (Levanta a camisa e mostra a arma na cintura) Aí a gente se resolve... e tu toma tua decisão! 









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