Paraíso Perdido | Capítulo 12 (ESPECIAL) #ParaísoPerdidoNoWebMundi

uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL

2008, Brasil
CENA 1: TEMEDO | HOSPITAL | QUARTO | INTERIOR | NOITE
Manuela continua a olhar para a enfermeira um tanto incrédula com a notícia que recebeu. Os olhos dela ficam marejados.
MANUELA: – Você tem certeza, doutor? – Ela indaga na tentativa de se livrar das dúvidas que se instalam aos poucos.
RAUL: – Absoluta. Você está esperando um filho sim. – Responde, tocando na mão dela. Ele tenta deixá-la tranquila diante do que ficou a saber.
Manuela encara o médico, demostrando um certo receio por estar grávida.
MANUELA: – Eu tenho medo, doutor. – Ela diz já meio cabisbaixa. – Não sei como vou criar um filho nas condições que eu me encontro, nem mesmo sei de onde vim e muito menos sei para onde vou. – Completa deixando algumas lágrimas caírem.
Lígia então se aproxima de Manuela.
LÍGIA: – Não precisa ter medo, tenha certeza de que eu e o doutor Raul iremos ajudar você no que preciso e o tempo que precisar. – Afirma, segurando na outra mão de Manuela.
Manuela levanta a cabeça e enxuga as lágrimas, sem nem mesmo saber o que dizer diante de tanta generosidade por parte das pessoas ao seu lado. Lígia abraça Manuela, um abraço apertado, assim como faz o jovem médico Raul logo em seguida.

CENA 2: PARAÍSO AZUL | EXTERIOR | NOITE
Carlos chegara há pouco na cidade costeira, depois de se estabelecer na mesma pousada de meses atrás e perguntar por Manuela à todos que a conheciam, agora caminha pela praia, seguindo em direção de omde ficava a casa do avô de Manuela. As lembranças são tantas que ele chega a chorar enquanto pensa em tudo que viveu com ela. Ele caminha descalço pela areia, carregando os sapatos em uma das mãos. Carlos para já com os pés na água, sentindo ela morna, logo leva uma das mãos à cabeça.
CARLOS: – Como eu fui idiota em desconfiar de você, Manuela e agora eu não faço a mínima ideia de onde você esteja, nem como vou encontrar você. – Ele lamenta, caindo de joelhos enquanto deixa a emoção falar mais alto. Enquanto chora, não deixa de pensar no olhar triste de Manuela quando ele deixou cidade, se martirizando um pouco mais.
Carlos se assusta um pouco ao sentir uma mão pousar em seu ombro e assim que vira o rosto, vê Soraia olhando diretamente para ele.
SORAIA: – Eu sabia que você iria voltar, Carlos (pausa) não fique achando que tudo está perdido só por você não ter encontrado ela novamente, não desista, não desista. – Ela diz com um olhar penetrante. – Ainda há muito pra ser vivido, há muito pra ser vencido. – Completa afastando a mão do ombro dele.
Ele observa a velha senhora dar meia volta e seguir na direção das casas. Carlos se levanta, enxugando as lágrimas que insistem em cair.
CARLOS: – Eu não vou desistir, onde quer que você esteja, não vou desistir de encontrar você. – Afirma, decidido a procurar por Manuela.

Carlos pega os sapatos e volta pelo mesmo caminho que fez para chegar até o local em que se encontra. A noite de lua cheia embeleza ainda mais a praia de Paraíso Azul.

CENA 3: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | INTERIOR | NOITE
Rodrigo aparenta estar bastante apreensivo e nem mesmo tenta disfarçar assim que sua mãe passa pela porta da sala. Aura fecha a porta e assim que olha para o filho mais velho, nota a ansiedade em seu olhar.
RODRIGO: – Conseguiu? – Indaga, preocupado.
Aura caminha até o filho. Ela toca no rosto dele com a mão esquerda.
AURA: – Quando é que eu não consigo alguma coisa, Rodrigo?! – Pergunta retoricamente enquanto sorri levemente. – Não sou incompetente como você que deixou seu irmão a saber de tudo o que se passou naquele fim de mundo quando tudo era para ter sido enterrado há dias. – Completa, voltando a caminhar.
Aura segue na direção da escada enquanto Rodrigo a oberva.
RODRIGO: – Eu não sou incompetente, mãe. – Afirma fazendo Aura parar assim que coloca os pés no primeiro degrau.
Aura volta a olhar para o filho, abrindo um novo sorriso.

AURA: – Trate de mostrar isso de uma vez dando ordens para que nosso empreendimento tenha início de uma vez por todas, isso já está demorando mais do que o aceitável. – Ela diz se virando e seguindo em frente.
Rodrigo olha para o espelho, ficando pensativo. Ele abre um pequeno sorriso diante de seu reflexo, parecendo arquitetar algo.

CENA 4: TEMEDO – PARAÍSO AZUL – EUROPA
Manuela se mantêm no hospital afim de recuperar a saúde completamente. Raul e Lígia sempre estão por perto para ajudá-la no que preciso for. Manuela tenta se lembrar de quem ela é, mas nada que ajude muito vem à mente. Raul a tranquiliza, fazendo com que ela não perca a esperança de saber quem é de verdade.
Rodrigo tenta por conta própria descobrir quem foi a pessoa que contou tudo o que se passou em Paraíso Azul para Carlos. Ele também dá início ao projeto de construção do hotel na mesma cidade costeira, usando as terras que sua mãe comprou de Diógenes Assunção.
Carlos contrata um detetive para ajudá-lo a descobrir o paradeiro de Manuela, está esperançoso de voltar a vê-la. Ajudado pelo pai, Carlos se arrisca também a abrir um estúdio de fotografia.
Aura procura sempre estar de olho no filho mais novo e gosta muito de saber que Bárbara e ele estão se reaproximando, mas animada mesmo ela está é com o fato de saber que as obras de seu mais novo hotel foram iniciadas.
Em Paraíso Azul, muitas pessoas são obrigadas a deixarem suas casas por conta da construção do Hotel que Aura Terraforte planeja. As máquinas derrubam casas que levaram anos e mais anos para serem erguidas. As pessoas sem teto são ajudadas como pode por Soraia que não deixa de estender a mão para ninguém. Leopoldo observa de longe o que as pessoas passam e nada faz para ajudá-las.
Na Europa, Talles ingressa em uma faculdade que seu pai afirma ser presente de Diógenes. Feliz da vida, não desconfia de nada. Talles apesar de meses longe de casa, não se esquece de sua melhor amiga, e pensa sempre, tentando imaginar como ela está.

TRÊS SEMANAS DEPOIS

CENA 5: TEMEDO | CASA DOS ASSUNÇÃO | EXTERIOR | MANHÃ
Uma mulher está andando pelo pequeno jardim que fica bem em frente da casa, parece um tanto impaciente. Ela muda totalmente a expressão ao ver um carro se aproximar da entrada da casa. O portão é aberto eletronicamente e o veículo colocado para dentro da propriedade. O carro para praticamente ao lado dela que mantêm seu sorriso sincero. Raul, o médico, é quem sai do veículo, sorrindo. A mulher o abraça bem forte.
SÍLVIA: – Eu achei que você nunca mais fosse aparecer por aqui, meu filho. Tenho tantas saudades suas. – Ela diz de forma carinhosa.
RAUL: – Não exagere, mãe (pausa) eu estava logo aqui do lado, trabalhando como a senhora sabe bem. – Ele sai do abraço. – O Diógenes está em casa? – Indaga, parecendo preocupado.
SÍLVIA: – Sim, seu pai está em casa, Raul. – Responde parecendo um tanto intrigada.
RAUL: – Ele não é meu pai, mãe… só é meu padrasto e nada mais. – Ele corrigi, voltando o olhar para a casa.
SÍLVIA: – Tudo bem, como quiser, mas qual o motivo da pergunta? – Indaga, desconfiada.
RAUL: – Bom, espero que a senhora entenda e que me ajude, pois preciso muito da sua ajuda e da dele também. – Responde alternando em olhar para a mãe e para a casa logo ao seu lado.

Silvia fica olhando para o filho, tentando entender o que se passa na cabeça de seu filho, ela se mostra bastante intrigada enquanto Raul continua a falar.

CENA 6: TEMEDO | HOSPITAL SOUZA MARTINS | QUARTO INTERIOR | MANHÃ
Lígia abre as cortinas do quarto em que Manuela está. Manuela sorri para sua mais nova amiga, que por sua vez se aproxima e se senta aos pés dela.
LÍGIA: – Então, animada para o dia de hoje? – Indaga, sorrindo.
MANUELA: – Não sei dizer… bem, acho tudo isso uma grande loucura, Lígia. Eu penso até em desistir disso logo antes que tudo se complique. – Responde, aparentando estar cheia de dúvidas.
LÍGIA: – Eu entendo (pausa) se eu pudesse, levava você comigo para o apartamento que eu alugo, mas eu divido ele com outras duas amigas, então ficaria um pouco difícil. – Comenta, desviando o olhar rapidamente para a janela. – Mas o Doutor Raul é a melhor opção que você pode ter no momento, e acredite, se eu fosse você, aproveitava. – Completa sorridente.
MANUELA: – Estou com medo da família dele. – Afirma cabisbaixa. – Acho que ninguém quer uma desmemoriada e ainda por cima, grávida em casa. – Continua, voltando a olhar para Lígia.
Lígia toca na mão de Manuela.

LÍGIA: – Não pense assim, tudo vai se acertar, você vai ver. Você deve pensar é em coisas boas, somente em coisas boas a partir desse momento. – Aconselha, apertando a mão de Manuela de leve. – E garanto que você não será um estorvo para ninguém, muito pelo contrário. – Afirma para em seguida abraçar a amiga.

CENA 7: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | QUARTO DE JOÃO E AURA | IMTERIOR | MANHÃ
Aura se mexe na cama, se encontra com os cabelos um pouco desalinhados, não demora e abre os olhos, sorrindo ao olhar para o lado.
AURA: – Essa noite foi realmente incrível. – Afirma com grande satisfação no tom de voz. Ela toca no rosto do homem ao seu lado que se revela não ser João. – Você não achou? – Indaga, tocando nos cabelos castanhos do homem ao seu lado.
O homem que está ao lado de Aura na cama vira o rosto, revelando ser o jovem jardineiro. Ele sorri para Aura, que por sua vez o beija, um beijo cheio de desejo.
AURA: – Temos a manhã inteira só pra nós. – Informa, voltando a beija-lo.
Como na noite anterior, o jardineiro fica por cima de Aura que apenas fecha os olhos enquanto o sente beijar seu pescoço e ir descendo devagar.

CENA 8: TEMEDO | HOTEL | QUARTO | INTERIOR | MANHÃ

João toma um pouco de café enquanto tem a visão de praticamente toda a cidade de Temedo da janela em que se encontra, após tomar mais um gole do café, ele se vira, fixando o olhar na mesma senhora misteriosa das outras vezes.
JOÃO: – Eu só peço um pouco mais de paciência, só um pouco mais. Do que adiantaria contar tudo agora para ele se a Aura ainda se encontra forte, poderosa? Vamos esperar e no momento certo vamos agir para que a verdade seja mais importante do que tudo. – Ele diz, abrindo um pequeno sorriso.
MULHER: – Eu confio em você, mas não tente me enganar como aquela infeliz me enganou um dia que teremos sérios problemas. – Afirma, advertindo João.
João apenas balança a cabeça de forma positiva enquanto esboça um pequeno sorriso.

CENA 9: TEMEDO | CASA DOS VILA | INTERIOR | MANHÃ
Bárbara passa pela mesa em que sua mãe toma o café da manhã, pega uma maçã e quando vai sair, Catarina a faz parar no mesmo lugar.
CATARINA: – Onde pensa que vai tão cedo assim e com tanta pressa? – Indaga, encarando a filha.
BÁRBARA: – Vou cuidar da minha vida, mãe. Não vou ficar aqui sentada esperando que o Carlos caia na real e veja que eu amo ele de verdade. Às vezes até penso que me arrisquei atoa entregando aquele gravador para ele e nem muito obrigada recebi. – Responde, demonstrando estar segura do que quer fazer.

CATARINA: – Seja prática, filha. Se você realmente quer esse homem pra você, faz o que eu disse, não perca mais tempo, pois tudo pode acontecer. – Diz, voltando o olhar para seu café da manhã.
Bárbara sorri de canto saindo da presença da mãe. Catarina a observa sair e bater a porta da sala.

CENA 10: TEMEDO | CASA DOS ASSUNÇÃO | INTERIOR | MANHà
Raul caminha de um lado para o outro, demonstrando estar apreensivo quanto à decisão de seu padrasto, pensando que ele não pode ser tão compreensivo. Raul pensa em desistir de tudo, mas assim que caminha até a porta, pensa em Manuela. Ele então para diante da escada e vê sua mãe descendo mais Diógenes. Sílvia e Diógenes ficam lado a lado enquanto olham para Raul.
DIÓGENES: – Sua mãe me explicou tudo, Raul e de maneira alguma posso negar que você traga essa moça pra cá, afinal aqui é sua casa também. – Diz, sorrindo levemente.
Raul parece ter tirado um peso das costas, logo devolve o sorriso para o padrasto. O médico respira um pouco mais aliviado.
RAUL: – Muito obrigado, muito obrigado mesmo! – Agradece demostrando estar realmente feliz. – Hoje à tarde eu trago ela, tenho certeza de que ela não vai dar trabalho algum, prometo. – Informa, sorrindo.
Raul segue para a porta da sala, saindo em seguida. Diógenes e Sílvia se olham, sorrindo um para o outro de maneira espontânea.

CENA 11: TEMEDO | HOSPITAL SOUZA MARTINS | EXTERIOR | TARDE 
Um carro branco para em frente ao hospital, não demora muito e logo Carlos sai do veículo, carregando seu equipamento de fotografia, ostentando um sorriso de grande satisfação por mais um trabalho. Ele para diante da porta, sentindo um leve calafrio, mas não liga muito, logo entra no hospital. Assim que Carlos entra, outro carro estaciona atrás de seu veículo e logo Raul sai de dentro desse. Raul ativa o alarme e segue para dentro do hospital.

CENA 12: HOSPITAL SOUZA MARTINS | INTERIOR | TARDE
Raul segue direto para o corredor que leva à escada que dá para o segundo andar, local em que fica os quartos dos pacientes enquanto Carlos está parado na recepção a pedir informação. Raul chega ao quarto em que Manuela está e já a encontra de pé, ele se aproxima, sorrindo.
RAUL: – Podemos ir. – Ele diz já estando de bem próxima a ela.
MANUELA: – Tem certeza que não haverá nenhum problema, doutor? – Questiona, preocupada.
RAUL: – Certeza absoluta, Manuela, não se preocupe com nada. – Responde certo do que diz.
Manuela esboça um leve sorriso e segue acompanhando Raul. Os dois seguem caminhando lado a lado pelo corredor, descem pela escada que dá acesso ao primeiro andar. Eles se aproximam da recepção. Carlos depois de obter a informação que precisa, se vira devagar, ficando paralisado diante do que vê.
A imagem se congela em Manuela passando por Carlos que fica sem reação alguma ao vê-la bem à sua frente.
CONTINUA

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