DESTINO - Capítulo 21: Sobremesa de morango










Ricardo em choque num primeiro momento fica tonto, mas logo volta ao normal.
Ricardo: Deve haver um engano aqui.
Manoel: Veja, meu senhor, não estamos falando que isso é real, mas sim que pode ser verdade. Uma enfermeira confessou que participou da troca de bebês antes de morrer, mas não soube me dizer onde está a nossa filha. Se for verdade, a sua filha nasceu com síndrome de down e logo após morreu e a nossa filha foi criada por você e sua esposa.
Ricardo: Olha, eu entendo a preocupação de vocês, mas isso é impossível.
Manoel: Como assim?
Ricardo: Há alguns anos atrás a Mariana precisou de uma transfusão de sangue por conta de um grave acidente de carro que sofremos. Descobrimos que ela é sangue A positivo. Nunca soube o meu tipo sanguíneo, mas na ocasião eu também precisei e descobri que eu e minha esposa éramos B positivo.
Iná: Mas sendo assim fica evidente que ela não é filha de vocês.
Ricardo: Ela não é minha filha, mas é filha da minha esposa.
Manoel: Como vocês podem ter certeza?
Ricardo: Eu achei estranho demais e pedi um exame de DNA para sabermos se a Mari era ou não nossa filha. E o resultado foi que ela era filha da minha esposa, mas não a minha filha.
Iná: Isso que dizer...
Ricardo: Isso quer dizer que eu fui traído.
Manoel: Desculpa. Não queríamos tocar nesta história. E pelo jeito o senhor assumiu a paternidade dela até hoje.
Ricardo: Claro, a menina já tinha 15 anos e durante toda a minha vida ela sempre foi e sempre será a minha filha. Mas da mãe dela eu quero distância. Ela sabe de toda a verdade, inclusive conheceu o pai biológico, pois tem mais irmãos por parte dele, mas nunca perdemos esse vínculo de pai e filha, muito pelo contrário.
Manoel: Olha, eu não sei nem o que dizer. Peço apenas desculpas pelo inconveniente.
Ricardo: Tudo bem e eu espero que vocês encontrem a filha de vocês.

Manoel e Iná se despedem de Ricardo e saem frustrados da sala dele.
Manoel: E agora, Iná?
Iná: Não sei. Será que aquele Mateus nos passou o nome de todos?
Manoel: Pode ser que sim. Mas, pode ser que a menina nem tenha sido registrada como nascida naquele hospital. Quem, não garante que a minha mãe deu um jeito nisso também? Vou procurar outras maneiras de encontrar a nossa filha, mas não vou desistir.

Manoel deixa Iná em casa e vai ao encontro de Vera, com quem não conversava a algum tempo.
Manoel: Olá, Vera. Tudo bem?
Vera: Olá, Manoel. Na medida do possível. E você?
Manoel: Não muito bem. Eu tinha esperanças de que um desejo aí se realizasse e fui frustrado.
Vera: Puxa, você quer falar sobre isso?
Manoel: Quando eu estiver melhor, sim. E você? Como passou estes últimos dias?
Vera: Me estressei muito. Filho só dá dor de cabeça as vezes.
Manoel: É. Minha filha é tranquila, o problema vem da mãe dela.
Vera: Sua esposa...
Manoel: Na prática, não. Já falamos sobre isso.
Vera: Tudo bem. Bom, eu fiz uma sobremesa de morango. Você quer?
Manoel: Claro.

Vera vai buscar a sobremesa e um rapaz passa por Manoel e adentra a cozinha. Manoel acha familiar o rapaz e estica o pescoço para ver quem é.
Manoel: Não pode ser! Será?



Tiago percebe que se trata de Manoel, sai da área da cozinha e começa a falar.
Tiago: Senhor Manoel? Olha, se o senhor veio tocar naquele assunto da dona Bárbara, tudo bem, eu já entendi que não foi culpa de vocês. Ela é louca mesmo.
Vera: Desculpa, do que vocês estão falando?
Manoel: Você é mãe do Tiago?
Vera: Sim. Você conhece o meu filho?
Tiago: Mãe, como você conhece o pai da Ellen?
Vera: Pai da Ellen?
Manoel: Então, foi você que foi tirar satisfação com a Bárbara aquele dia?
Vera: Você é o pai da Ellen, então você é o marido daquela mulher. Espera... a sua esposa, de quem você fala tão mal é a mesma que tratou meu filho feito cachorro naquele jantar?
Manoel: Eu não acredito.
Tiago: Alguém quer me explicar o que está acontecendo? O que o senhor faz aqui?
Manoel: Bom, eu e sua mãe estamos nos conhecendo e...
Vera: Somos apenas amigos, mas agora que eu fiquei sabendo disso eu prefiro que você se retire, Manoel.
Manoel: Mas, como assim? Eu não tive culpa, eu ainda tentei ajudar.
Tiago: É verdade, mãe. O Manoel é gente boa, não é que nem a Bárbara.
Vera: Tudo bem, filho, mas entenda que eu não quero contato com ninguém ligado aquela mulher. Manoel, por favor, me entenda.
Manoel: Tudo bem. Desculpa por qualquer coisa. Depois nos falamos.

Manoel sai do restaurante com a cabeça baixa e olhos lacrimejando.
Tiago: Mãe, você não pegou muito pesado com o Manoel?
Vera: Tiago, quem decide isso sou eu. Eu não quero nada que me ligue aquela mulher. Se o Manoel quiser continuar falando comigo ele que se separe dela.
Tiago: Vocês estavam namorando?
Vera: Claro que não, se não vocês saberiam.
Tiago: Bom, seja lá o que for, não era uma simples amizade. Cuidado, mãe. A dona Bárbara é especialista em tentar destruir a moral das pessoas. Não deixe que ela acabe com algo legal que esteja surgindo entre você e o Manoel.
Tiago dá um beijo em Vera e vai para o quarto, enquanto ela fica refletindo se o que fez foi coerente ou se foi muito radical.

Tiago conversa com Terezinha sobre Vera.

Tiago: Tia, depois converse um pouco com a imha mãe, acho que ela está sendo muito radical em relação ao Manoel.
Terezinha: Eu também acho, mas entenda que a sua mãe é uma mulher muito sofrida na vida. Eu também a entendo.
Tiago: É, a senhora tem razão, mas ela não pode desistir de ser feliz.
Terezinha: Sim. De qualquer maneira depois eu converso com ela. Bom, me empresta seu tablet?
Tiago: Claro. Aliás, já está aberto na página do Web Mundi.
Terezinha: Esse meu sobrinho já sabe que eu vou colocar em dia os capítulos de Os Anos da Dor, não é?
Tiago: Claro, a senhora só fala desta webnovela agora.
Os dois dão risada.


Enquanto isso, Manoel dirigia em direção à sua casa com ódio de Bárbara por conta do que ela fez ao filho de Vera.
Quando chega em casa ele toma uma decisão drástica.
Manoel: Bárbara, você está em casa?
Bárbara: Estou descendo, Manoel... pronto, o que você quer.
Manoel: Precisamos conversar.
Bárbara: Sobre?
Manoel: Sobre a entrada no processo de divórcio e a minha saída desta casa.
Bárbara: O que?

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