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Por Lugares Incríveis

Por Patrick Lima Prade

Em 2015, a escritora Jennifer Niven embarcou na onda dos romances adolescentes problemáticos, iniciados com As Vantagens De Ser Invisível, A Culpa é Das Estrelas e similares, e lançou o maravilhoso Por Lugares Incríveis. Cinco anos depois, a Netflix faz uma adaptação para a sua plataforma, e o que temos é um filme igualmente maravilhoso, embora não tão fiel ao livro, pelas mãos do diretor Brett Haley (que já havia adaptado Quem é Você, Alasca?, 2019). A história de uma adolescente com tendências suicidas e um jovem rebelde funciona bem tanto na tela quanto nas páginas. E deixa uma mensagem de esperança para todos aqueles que sofrem de algum tipo de distúrbio, seja mental, emocional ou físico.

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O Filme

Já no começo, Violet (Elle Fanning, de Demônio De Neon, 2016 e Malévola, 2014) está numa ponte prestes á pular quando o jovem Theodore Finch (Justice Smith, de Cidades de Papel, 2015 e Jurassic World: Reino Ameaçado, 2018), que está fazendo uma corrida, conversa com ela e a ajuda. Ela, a gata do colégio, ele a aberração. Um encontro improvável, que deveria ficar só naquela situação e pronto, se não fosse por insistência de Finch para que ela seja sua parceira em um projeto da escola: visitar os lugares mais incríveis de Indiana, cidade onde o filme se passa. Desse projeto, surgem outros sentimentos além do coleguismo e logo temos uma história de amor adolescente que cativa pela diferença e mistérios dos personagens.Elle Fanning e Justice Smith em Todos os Lugares Brilhantes (2020)

Dor e Luto

Enquanto Violet sofre com o luto da perda da irmã em um acidente de carro em que ela estava junta e sobreviveu, Finch tem seus próprios demônios, causados por traumas de infância. Eis o motivo de tanta rebeldia, e atitudes assustadoras, que o levam á ter o apelido de “aberração” na escola. Temas como bullyng, automutilação, suicídio, bulimia e transtornos mentais são abordados á partir dos momentos em que os segredos e problemas dos personagens vão sendo revelados. Tudo sem cair na pieguice dos dramalhões, mas com cenas que dão um nó na garganta por conta de todo mundo ter passado por algo parecido na adolescência. Impossível não se identificar com algo na história.

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Medo de Buscar Ajuda

Como dizia Renato Russo em uma de suas músicas: “A juventude está perdida e não há ninguém para explicar porque é que o mundo é esse desastre que aí está!”. Isso fica claro no filme. Os personagens não sabem pra onde ir, mesmo o trabalho de escola os mandando visitar tantos lugares lindos, eles não sabem onde estão. Finch parece querer libertar Violet de seu luto, mas ao mesmo tempo nega sua própria prisão imposta por um pai abusivo e violento no seu passado. Juntos eles tem um mundo á sua frente cheio de maravilhas, que os fazem esquecerem quem são, o que tem e o que perderam. Mas separados, tudo volta, e eles não aceitam ajuda, seja de pais, professores, amigos. Fugir dos problemas não acaba com eles, só adia e os tornam ainda maior. O filme mostra que é preciso encerrar ciclos, seguir em frente sem algema nenhuma te prendendo á qualquer erro ou tristeza passada. É o que acontece depois de tantos desacertos e desencontros. Os personagens percebem que os lugares incríveis não são externos, mas internos. Podemos estar no fundo do poço e ainda assim observar o luar refletido na água. Novamente me lembra outra frase que desconheço o autor: “Se a felicidade está onde á colocamos, vamos colocá-la onde nós estamos!”. Assista ao filme e descubra por si mesmo qual esse ‘lugar incrível’ dentro de você, e aproveite ele, mostre ele. Viva nele!

Ajude-se!

Enfim, com o aumento de suicídios entre adolescentes, o filme faz uma dedicatória no final á todos que têm transtornos psicológicos, depressão e suicidas, e deixa endereços de sites e telefones que ajudam pessoas nessas situações. É por dever que incluo aqui o telefone do CVV: 188, com atendimento 24 horas por dia. Às vezes a ajuda vem num simples alô. Qualquer tentativa de buscar ajuda é melhor do que a outra opção. E quanto aos outros, lembremos que o setembro é amarelo, mas o sinal vermelho contra o suicídio é o ano todo!

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Direção: Brett Haley.

Elenco: Elle Fanning, Justice Smith, Luke Wilson, Alexandra Shipp.

Trailers: 

https://www.youtube.com/watch?v=tdwLRHGQVG8

https://www.youtube.com/watch?v=tdwLRHGQVG8&t=12s

Texto originalmente publicado no Jornal Do Povo no link: 

https://www.jornaldopovo.com.br/site/blogs/573/303404/Por_Lugares_Incriveis.html

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