SÃO PAULO, 2018.
Cena
1. Interior. Mansão dos Meirelles – Quarto de Juliana – Manhã.
Juliana: (Alta, loira, cabelos negros) Canta karaokê no
quarto. Julia (Alta, loira, Cabelos castanhos) Entra no quarto e desliga à
tomada do som.
Juliana: (Irritada) Sem educação, quem mandou você
desligar o som?
Julia faz careta.
Julia: Eu própria,
minha irmãzinha! Esta música já estava dando nos meus ouvidos!
Juliana: Você quer me tirar do sério, não é?
Julia: Não, não,
eu queria apenas desligar o som, mas você tomou as dores dele, eu não tenho
culpa!
Juliana avança na irmã.
Julia: Calma, calma!
Eu não queria mexer com à onça. É brava e valente, ela!
Juliana: Te odeio! Eu não te suporto mais. Quando você
vai viajar para Paris?
Julia: Não
interessa à você. Eu não te devo satisfações da minha vida, e outra, que eu já
tenho algo que você não tem.
Juliana: O quê?
Julia: O Rodrigo.
Ou vai me dizer, que você está com ele?
Juliana: Ainda não, mas em breve estaremos. Eu vou fazer
uma visita à casa dele, e quero conquistá-lo no mesmo dia.
Julia interrompe, e sorri.
Julia: Faça me um
favor! ... Você.... Ele. É uma piada,
né?
Juliana: Eu te
mato, desgraçada! Eu não sou palhaça como você!
Julia: (Debocha) Eu já peguei o Rodrigo, e vou pegar ele
de novo. Você nunca terá ele como namorado, por que é a mim, que ele ama.
Juliana- Cala boca! Eu já perdi a paciência!
Julia: Que bom,
Juliana. Então procure ela, minha irmã.
Juliana: Você sempre tira uma onda comigo. Eu não vou deixar
você fazer sempre isso comigo.
Julia: O que você é capaz de fazer? Nada?
Juliana dá uma bofetada em Julia, que rebate outra nela.
Cena
2. Interior. Mansão dos Meirelles –
Cozinha – Manhã.
Maria da Glória, empregada da família Meirelles, prepara
o almoço. Bete chega com umas sacolas de compras.
Maria da Glória: Oh, minha patroa! Quer ajuda com às sacolas?
Bete: Claro! Estão pesadas, Maria! É muita
coisa.
Bete recebe às sacolas de compras e põe-las sobre à mesa.
Bete: Sim, eu
preciso da sua ajuda, eu vou fazer um jantar para à família. E como eu não sei
cozinhar, quero que me ensine o passo a passo.
Maria da Glória: Ensino.
E qual será o cardápio?
Bete: Ainda verei,
mas será breve. Por isso das compras. Devo ter torrado todo o meu cartão. Leve
para a despensa. Não quero que falte nada para o jantar que eu vou preparar.
Maria da Glória pega às sacolas de compras da mesa.
Maria da Glória: Sim, senhora! Eu já volto!
Bete leva às sacolas para a dispensa.
Cena
3. Interior. Mansão dos Meirelles – Escritório – Manhã.
Vicente, marido de Bete, e pai de Julia e Juliana, fala
ao telefone.
Vicente: (Ao telefone) Maldita, maldita! Eu vou acabar
com a sua vida! Vou te matar!
Bete adentra o escritório. E Vicente respira, nervoso.
Bete: Vicente, por que desligou o telefone, quando eu
entrei no escritório. Eu escutei você falando com alguém. Quem era?
Vicente: Eu já
tinha terminado a conversa (Ele mente) mas por que à pergunta?
Bete interrompe.
Bete: Acho que não
terminou. Você está com uma expressão de nervoso. Quem era na linha?
Vicente: Era um
telefonema bobo, sem nenhum fim. Bete, você precisa ser mais segura. Acreditar
no seu marido. Eu não faço caixa 2 não!
Bete: Vira sua
boca pra lá. Que já basta esses políticos corruptos, que fazem desse país, um
pais de corrupção! Nem de brincadeira, fale isso!
Vicente: Sim. Eu
estava brincando. Eu posso te meus defeitos, mas não chego a esse ponto.
Bete: Sim. Mas não
entendi o que aconteceu aqui. Acho que você está me escondendo algo!
Vicente se levanta. Abraça ela por trás e o beija.
Bete: Me sinto
mais segura ao seu lado. Vamos esquecer essa história de telefone?!
Vicente: Bete, é por isso que eu não te largo. Você sempre
faz tudo que eu mando.
Bete: Eu te amo tanto, que não suportaria saber que você
me esconde um segredo.
Vicente Beija o pescoço de Bete.
Bete: Tá bom, Vicente! Nós estamos no seu escritório, não
no nosso quarto.
Eles se soltam e escutam um barulho, vindo do quarto de
Juliana.
Cena
4. Mansão dos Meirelles – Quarto de Juliana – Manhã.
Às duas continuam à brigar sem parar. (É mostrada a cena:
Elas jogam travesseiro uma na outra, papéis e puxões de cabelos, saem no tapa)
Cena
5. Interior. Mansão dos Meirelles – Sala – Manhã.
Álvaro acaba de chegar na mansão. Maria atende à porta.
Maria da Glória: Demorou! O que estava a fazer? Tirando o
pai da forca?
Álvaro: O transito é grande em São Paulo. Estava em um
engarrafamento! Quase causei um acidente. Por sorte, cheguei! São e salvo!
Maria da Glória: Que bom, que chegou! Comprou as ervas?
Álvaro tira do bolso um saquinho com as ervas.
Álvaro: Estão ai.
Quase no mundo, que eu não conseguia achar elas. Elas são difíceis de se
encontrar. Era as últimas do estoque.
Não me mande mais, que eu não vou andar tanto. Estou com os meus pés, só na
carne viva. Deixei o carro no ponto e tive que andar mais de 10 quilômetros à
pé.
Maria recebe às ervas.
Maria da Glória: Ótimo. Bom trabalho. Funcionário
excelente. Se eu fosse à patroa, eu te dava um merecido aumento.
Álvaro: Mas não é, Maria! Você é uma simples empregada, e
que a cota os mandatos dos nossos patrões.
Maria da Glória: Bom, agora volte para o serviço, que os
patrões devem precisar de você. Anda, vai logo! Sai da minha frente!
Álvaro: Com sua
licença! O trabalho me chama. Até! Maria!
Ele sai às pressas.
Maria da Glória: Ele trouxe tudo. Hoje eu preparo meu
banho para seduzir ele.
Maria sai para à cozinha.
Cena
6. Interior. Casa de Rodrigo – Quarto de Rodrigo- Tarde.
Rodrigo: (Alto, Moreno, corpo em forma, cabelos negros)
Toca sua guitarra, no quarto.
Rodrigo: O som da guitarra é que contagia. Rodrigo
Presley, o sucesso te aguarda.
Sônia entra no quarto, e o filho para de tocar.
Sônia: Por que
parou, meu filho! Eu estou atrapalhando?
Rodrigo: Não, não é isso mãe. Eu já ia parar mesmo. Já toquei demais hoje. Eu preciso sair um
pouco da guitarra. Pensar um pouco na vida, e esquecer os problemas.
Sônia: Tá certo.
Você deve tocar sua guitarra, mas tem que se preocupar um pouco com você.
Rodrigo se levanta da cama e troca de camisa. Ele guarda
à guitarra.
Rodrigo e Sônia olham à guitarra.
Rodrigo: Eu amo
tocar guitarra! Sonho com o dia, em que eu estiver tocando profissional. Ser um
roqueiro!
Sônia: E vai
acontecer. Eu dou toda a força, para que você realize esse seu sonho.
Rodrigo: Mas tá
difícil. Falta espaço para os grandes guitarristas. E nós somos pobres, não
tenho condições para bancar. Esse é o meu maior sonho!
Sônia: Você
encontrará o seu espaço. Eu tenho fé, que um dia esse dia chegará lá. E
enquanto ele não chega, você pode ir treinando, meu filho!
Rodrigo sorri, animado.
Cena
7. Mansão dos Meirelles – Quarto de Juliana – Tarde.
Bete e Vicente entram no quarto e as duas param de
brigar.
Bete: (Grita) O que estavam fazendo? Brigando novamente?
Julia: A Juliana,
foi ela quem começou. Eu estava na minha e ela veio me provocar. Ela sempre,
sempre ela!
Juliana: Mentira
dela. Eu estava no meu karaokê, ela que chegou causando confusão. Tem que
acreditar em mim?!
Vicente: (Firme) Não quero saber quem começou. Não quero brigas entre vocês. Estão me
ouvindo?
Julia: Sim!
Vicente: E você
Juliana, não vai responder?
Juliana: Sim. Eu não brigo mais com ela. Ela tem que
parar de encher meu saco!
Julia: Eu paro!
Nunca mais te perturbo!
Ela fala de dedos cruzados.
Bete: Bom, agora
que briga acabou. Vão limpar o quarto. Olha o estrago que vocês fizeram! Vão
arrumar a bagunça! Vocês não são mais duas crianças, para estarem brigando
sempre.
Juliana: Pode
deixar, mãe! Nós duas vamos limpar toda a bagunça e sem estranhamentos.
Bete: Ok. Vou acreditar na palavra de vocês. Caso
contrário, eu nem sei o que eu serei capaz de fazer. Já passei por uma situação
lá em baixo, e agora é com vocês.
Vicente: Bete, você precisa de tomar um copo de água.
Você está muito nervosa.
Bete: Não era para
eu estar? Minhas filhas, vivem como cão e gato. Ainda vão me matar.
Vicente: Olha o
que vocês fizeram com a mãe de vocês. Deviam se envergonhar de uma coisa dessa.
Vicente pega na mão de Bete.
Vicente: Vamos até
à cozinha. Lá você pode ficar mais tranquila. Eu te levo.
Os dois saem do quarto
Julia e Juliana se encaram- se. Com raiva, uma da outra.
CONTINUA.....