Reveja Web Mundi: Águas de Março - Capítulo 9 (ÚLTIMA SEMANA)



(Cena 01 – Casa de Marcos/Exterior/Noite)
Marcos: Você não vai fazer nada, sua VAGABUNDA! Abaixa essa arma!
Karina: Abaixa arma merda nenhuma. EU QUERO VER VOCÊ MORTO!
(Janaína se joga em cima de Karina, e toma sua arma, que joga pro outro lado da rua. Em seguida, começa a lhe dar vários tapas)
“Vagabunda”, “Piranha”, “Cachorra”, “Eu vou te matar!”
(Marcos apanha a arma)
Marcos: Pode soltá-la, Janaína.
Cecília: Eu vou ligar pra polícia.
(Começa a chover. Todos ficam calados até o carro da polícia chegar)
Policial: O que aconteceu aqui?
(Corta para: Delegacia/Interior/Noite)
Delegado: Muito obrigado pelos depoimentos. Srta. Janaína, ficamos muito felizes com sua atitude. Vamos mandar um carro leva-los de volta para onde estavam.
(Corta para: Casa de Marcos/Interior/Noite)
(Janaína entra logo na casa, e Marcos se vira pra Cecília)
Marcos: É...Cecília, você se lembra daquela história de 12 anos atrás que eu te contei, não lembra?
Cecília: Claro, é impossível esquecer.
Marcos: Pois então...essa mulher que acabou de entrar é a Janaína,
Cecília: Oh, meu Deus!
Marcos (agora parecendo se sentir desconfortável): Pois então...eu queria saber se...se você...
Cecília: Ah, entendi. Claro, claro. Eu vou deixar vocês à sós, eu nem devia ter vindo...
Marcos: Cecília, não é isso.
Cecília: Eu entendo, eu entendo. Depois a gente conversa, ok?
(Cecília vai embora e Marcos entra em sua casa)
Marcos: Oi, Janaína.
Janaína: Eu tava morrendo de saudades de você.
(Janaína corre para abraçar Marcos, e depois o beija)
Janaína: Marcos, eu sei que você deve estar meio confuso, mas eu posso te explicar tudo.

(Cena 02 – Delegacia/Interior/Noite)
(Karina está sendo conduzida por uma policial até sua cela, e todas as presas estão dormindo, mas repentinamente o policial tem um AVC e cai no chão)
Karina: Meu Deus, eu nem acredito! É muita sorte!
(Karina veste o uniforme da policial e vai fugindo do presídio, até ver Augusto e Pedro junto de um delegado)
Pedro: A Cecília tem que ter uma cela muito confortável e ficar sozinha, longe de todos. Também quero que ela tenha uma comida boa, e não essa gororoba que esse bando de ratazanas come!
Policial: Sim, senhor prefeito. Tomaremos todas essas providências! Me desculpe ser intrometida, mas vocês já decidiram como ela vai ser presa?
Pedro: Sim, eu vou sugerir à Cecília que ela leve nosso filho para passear num lugar que ele goste, e aí um capacho nosso vai fazer o furto e colocar algo dentro da bolsa dela.
Policial: Então não vai ser uma estadia muito longa na presidiária?
Pedro: Não...uns 4 meses e ela dá o fora daqui...é só uma lição que ela está merecendo. Vamos embora, Augusto?
Augusto: Sim, vamos.
Policial: Foi um prazer ver vocês, e qualquer problema, só me avisar.
(Corta para: Rua/Exterior/Noite)
(Após Augusto e Pedro saírem, Karina passa com as chaves que estavam nas vestes da policial que teve um infarto, e corre até o carro de Pedro)
Karina: Eu tenho uma notícia sobre a Cecília que vai interessa o sr.
(Pedro e Augusto saem do carro)
Pedro: Do que é que você tá falando?
Karina: A sua mulher tá tendo um caso com o meu marido. Eu fui presa hoje à noite por tentar matar ela e o meu marido, se quiser checar, é só ir lá dentro e perguntar, eles prestaram queixa contra mim, mas não fala que eu tô aqui.
(Karina já está dentro do carro quando Pedro e Augusto entram novamente)
Karina: Confirmaram?
Pedro: É verdade.
Augusto: O que você tá fazendo aqui, garota?
Karina: Eu tenho uma proposta pra vocês.
Pedro: Que proposta?
Karina: Eu faço o serviço sujo e vocês mandam, simples.
Pedro: Não precisamos disso. Já combinamos tudo lá dentro, não ouviu?
Karina: Vocês estão pensando tão raso assim?
Pedro: E o que você sugere?
Karina: Bem, a notícia que o filho de vocês fez uma tentativa de suicídio bombou. Então...imagina só a cena: Meu marido culpado pela cena, e a Cecília totalmente arrependida do que fez nesses últimos tempos, e simplesmente volta pra você, disposta a ser uma ótima esposa.
Pedro: Realmente...seu plano meio que é genial.
Augusto: Então vamos encerrar isso o mais rápido possível...quem é o seu marido.
(Karina solta uma risada alta)
Karina: Você acha que é simples assim? Eu quero grana, meu querido, GRANA!
Pedro: Está bem, você vai ter o quanto quiser...vamos planejar tudo e acabar com a felicidade da maldita Cecília!

(Cena 03 – Casa de Marcos/Interior/Noite)
Marcos: Que desgraçada a Karina...como ela teve coragem de fazer isso com você?! Pelo menos ela e o Rodolfo agora estão presos!
Janaína: E olha que eu pretendia me vingar deles...pelo menos agora eu voltei sem precisar pensar em mais mágoas, mas sim só no meu amor por você!
(Janaína abraça Marcos e o beija)
Marcos: Janaína, ainda falta eu te dizer uma coisa. Eu tô num novo relacionamento.
Janaína: Amor, eu já disse que não precisa mais tocar nesse assunto do seu casamento com a Karina...eu entendo que você tenha ficado muito solitário sem mim.
Marcos: Mas não é com a Karina...é com aquela mulher que tava do meu lado quando você aparece e foi até à delegacia conosco.
Janaína solta Marcos: Ah...
Marcos: Olha, me desculpa...
Janaína: Eu pensei que nada iria me ferir mais em relação a você do que a Karina me humilhando no hospício falando sobre o casamento de vocês e tudo mais, mas pelo visto eu tava enganada...
(Janaína vai embora)
Marcos: Espera, Janaína...
Janaína: Não, Marcos...acho que essa foi nossa última conversa, já dissemos tudo que tínhamos a dizer. Tchau.
Marcos: Me diz onde você tá, pelo menos...

(Cena 04 – Cenas do amanhecer no Rio de Janeiro)
(Corta para: Casa de Daniel/Interior/Dia)
(Daniel vê Janaína chorando no sofá e senta ao seu lado)
Daniel: O que aconteceu, Janaína?
Janaína: O Marcos...ele tá com outra...
Daniel: Nossa, que pena...eu imagino como deve ter sido horrível pra você.
Janaína: Tá sendo, Daniel, tá sendo...mas eu não vou deixar o Marcos ficar longe de mim mais nenhuma vez...NENHUMA!...eu fui estuprada! Você tem ideia de como ainda 12 anos depois eu me sinto quando olho no espelho? Parece que você tá SUJA...que tem alguma coisa podre intrínseca em você...eu não entendo isso...

(Cena 05 – ONG/Interior/Dia)
(Marcos entra e se depara com Amir brincando com as outras crianças, e se aproxima de Malu)
Marcos: Ele tá se dando bem com as outras crianças, né Malu?
Malu: É...eu nunca pensei que viria isso. Mais uma vitória nossa.
(Amir se aproxima de Marcos e Malu)
Amir: Olha o que eu desenhei: Toda a nossa família.
(No papel, estão todas as pessoas da ONG)
Malu: Que lindo, Amir.
Marcos: Opa, olha Amir, tá sujo aqui no seu braço.
(Marcos passa a mão no lugar, mas a sujeira não sai)
Amir: Ah, isso? É um sinal de nascença.
Marcos: Ah, é? Que estranho...eu conheço uma pessoa com esse mesmo sinal que fica nesse braço...Amir, quantos anos você têm?
Amir: Doze.
(Corta para: Casa de Marcos/Interior/Dia/Flashback)
(Cecília e Marcos estão conversando)
Marcos: Eu tive um grande amor no passado, só que uma grande tragédia aconteceu. Ela foi estuprada.
(Corta para: Casa de Marcos/Interior/Noite/Flashback)
Marcos: Oi, Janaína.
Janaína: Eu tava morrendo de saudades de você.
(Janaína corre para abraçar Marcos, e depois o beija)
Janaína: Marcos, eu sei que você deve estar meio confuso, mas eu posso te explicar tudo.
(Corta para: ONG/Interior/Dia)
Amir: Eu vou brincar mais.
Malu: Pode ir, Amir.
(Amir se afasta)
Malu: O quê que te deu, Marcos? Que cara de quem comeu e não gostou é essa?
Marcos: O Amir pode ser filho da minha ex namorada. Os sinais deles são iguais, no mesmo lugar do corpo, e super difíceis de serem encontrados em outras pessoas.
Malu: O QUÊ? Pera, então...você pode ser pai do Amir! Que legal, vocês se adoram!
Marcos: Minha namorada foi estuprada há 12 anos atrás, exatamente a idade do Amir. Então o Amir também pode ser filho do homem que estuprou minha ex namorada.
Malu: E agora Marcos? O que você vai fazer?
Marcos: Eu não sei...eu...não sei. Eu não sei nem onde ela tá morando agora.
Malu: Meu Deus, que loucura!
Marcos: Pois é...e agora? Ela não vai nem saber que talvez tenha um filho desconhecido?

(Cena 06)
(Casa de Augusto/Interior/Dia)
Augusto: Ande logo, queremos saber desse seu plano o mais rápido possível.
Karina: Eu já pensei em tudo, agora vou explicar o que vocês devem fazer. Pedro, você tem que chamar a Cecília pra passear. Eu vi numa revista recentemente que o filho de vocês tentou se matar, então ela vai ceder achando que isso vai fazer bem pro filho. Eu vou te dar um sinal, e em um determinado momento você vai ao banheiro com ele, mas sem querer querendo vai largar ele em meio a multidão.
Pedro: E eu vou perder meu filho? É esse o plano?
Karina: Calma, deixa eu terminar. Eu vou estar lá por perto, e vou levar ele até uma ONG, que é onde meu marido trabalha uma boa parte do tempo, e depois você vai ter que levar a Cecília lá com desculpa de que talvez ele esteja lá. E agora, Augusto, é a parte que você entra.
Augusto: O que você quer que eu faça?
Karina: Eu já percebi que você tem contatos na polícia, e você vai precisar convencê-los a fazer duas coisas: Primeiro, vai ter que liberar uma parceiro meu que tá lá, ele também vai ter uma participação nisso. E também vai ter que fazer eles darem um susto.
Augusto: O quê? Que tipo de susto?
Karina: Quando o menino entrar lá, o meu parceiro vai fazer uma tentativa de assalto. Mas não precisa se preocupar, Pedro, que o seu filho não vai sofrer nada. O idiota do meu marido com certeza vai defender o Antônio, e mesmo assim, meu parceiro vai ficar avisado de que não deve fazer nada contra ele.
Pedro: Até agora eu não vi nada que separasse nossos pares.
Karina: É justamente por isso que a polícia vai ter que fingir uma prisão. Fingir que o Marcos foi o culpado de tudo, e que o Rodolfo só estava defendendo o Antônio. Isso precisa ser feito em frente à Cecília, assim ela vai achar que meu marido estava tentando matar o Antônio por ser seu filho com o Pedro, simples assim. Depois o Marcos leva um corretivo da polícia, e não vai mais querer ver a Cecília porque ela não acreditou nele, pronto. Fim da linda história de amor.

(Cena 07 – Casa de Malu/Interior/Entardecer)
(Daniel entra na casa de Malu e vai até o seu quarto)
Daniel: Malu?
Malu: Ai Davi, que susto!
Daniel: Tava tudo aberto, então eu resolvi entrar.
Malu: Não, tudo bem...foi só que eu não tava esperando ninguém.
Daniel: Você quer ir até a praia?
Malu: É, pode ser...só me espera uns minutinhos lá na sala que eu vou trocar de roupa.
(Daniel vai pra sala já parecendo nervoso)
(Imagens do pôr do sol nas praias do Rio de Janeiro, pessoas surfando e crianças brincando na praia)
Malu: Dia lindo, né?
Daniel: É...
Malu: Que foi, Davi? Que cara desanimada é essa?
Daniel: Malu, eu tenho uma coisa muito séria pra te falar.
Malu: Então fala, ué. Você sabe que eu sou sua amiga e você pode contar comigo.
Daniel: Eu tenho medo que o que eu vou te falar possa destruir a nossa amizade, Malu.
Malu: Por quê? É tão grave assim?
Daniel: Você terminou seu namoro mais recente por causa que ele era agnóstico, não foi?
(Malu concorda com a cabeça)
Daniel: Então talvez você tenha que encerrar a nossa amizade também, Malu, porque eu sou gay.
(Malu abre a boca, e vai embora. Daniel se senta na praia e começa a chorar)
(Corta para: Casa de Malu/Interior/Noite)
(Malu se olha em frente ao espelho no banheiro e começa a chorar)
“Você também?”

(Cena 08 – Dias depois)
(Corta para: Casa de Marcos/Interior/Dia)
(Marcos ouve batidos na porta, para de tomar café e vai abrir)
“Já vai”
Marcos: Janaína?
Janaína: Eu preciso falar com você.
Marcos: Eu também quero falar com você, é urgente.
Janaína: O que é?
Marcos: Estende o seu braço pra mim, Janaína.
Janaína estende o braço e indaga: Por que você quer ver meu braço?
Marcos: Eu tenho uma notícia pra você, e é muito importante.
Janaína: Então fala.
Marcos: Talvez você tenha um filho que não conheça, Janaína.
Janaína: O quê?

(Cena 09 – ONG/Quarto/Interior/Dia)
(As crianças entram no quarto de Malu na ONG)
Malu: Gente! O que foi? Pra quê essa pressa toda em me ver?
Criança 1: O Amir tá doente, Malu! Ele tá ardendo em febre! Corre!
(Corta para: ONG/Dormitório/Interior/Dia)
(Malu encosta a mão em Amir e vê manchas vermelhas na pele dele)
Malu: Meu Deus, Amir! O que você tá sentindo?
Amir: Não é nada, Malu! É só uma...
(Amir dá um grito, e desmaia)
Malu: AMIR!


(Cena 10 – Hospital/Interior/Dia)
Médico: Os exames do Amir mostraram uma grande alteração no número das células do sangue, e eu vou precisar de uma aspiração e uma biópsia da medula óssea.
Malu: Doutor, mas o sr. já tem uma ideia do que pode ser?
Médico: Enfermeira, cuide aqui desse rapazinho enquanto eu falo com a moça.
Médico: O que a sra. é dele?
Malu: Ele é da ONG na qual eu trabalho. É uma ONG de crianças perdidas na rua.
Médico: O que eu tenho pra falar não é muito animador. Eu suspeito que o Amir tenha leucemia. Estes outros exames vão confirmar ou não minha suspeita. E além da alteração no hemograma, ele já mostra algumas manchas vermelhas no corpo, o que também acontece quando o paciente é vítima da leucemia.
Malu: E o que pode ser feito, doutor?
Médico: Eu suspeito que, no caso do Amir, será necessária uma doação de medula óssea. Geralmente, os pais são os melhores candidatos para serem doadores, mas pelo visto você não tem ideia de quem sejam os pais dele, já que é de uma ONG...
Malu: Na verdade, eu acho que posso descobrir uma informação.
Médico: Ótimo. Volte amanhã, vou dar o parecer final sobre o quadro do Amir.

(Cena 11 – Casa de Marcos/Interior/Dia)
Janaína: Que história é essa, Marcos?
Marcos: Um garoto lá na ONG...ele tem esse mesmo sinal que você, e...ele tem doze anos.
Janaína: Deve ser engano.
Marcos: Me escuta, Janaína...
Janaína: Não, chega! Eu não quero saber de nada disso! Eu vim aqui tentar de conquistar de volta pra mim, e você vem com essa bobagem de eu ter filho? Se eu soubesse, eu saberia, ora! Adeus, Marcos! Eu não devia ter vindo.
Marcos: Janaína, não!
(Janaína bate a porta e vai embora)

Malu (pensando): O Amir pode morrer a qualquer momento...e o Daniel? E se ele morrer brigado comigo? Não, isso não pode ficar assim.
(Corta para: Casa de Daniel/Interior/Noite)
(A campainha toca)
Daniel: Já vai!...Já vai caramba, eu já tô indo!
(Daniel abre a porta e encara Malu)
Daniel: O que você veio fazer aqui?
Malu: Eu vim pedir desculpa! Você vai me deixar entrar, pelo menos?
(Daniel se afasta e Malu entra)
Malu: Você sabe como eu sempre fui apegada com Deus e com a igreja, Daniel. É um choque pra mim que o meu melhor amigo de uma hora para a outra se admita...essa coisa...
Daniel: Essa coisa não! Se tá na minha casa, eu exijo respeito! Eu sou homossexual, e você tem que falar direito comigo. Eu não sou um bicho, nem um monstro não. Eu sou gente. Inclusive, muito melhor que muito santinho por aí.
Malu: Isso é passageiro, Daniel! É coisa da sua cabeça!
Daniel: Não tem nada de errado comigo, e não tem nada de errado com a minha cabeça! Faz tempo que eu sei disso, Malu, faz muito tempo. E fico simplesmente me escondendo e me escondendo de você, de todo mundo.
(Malu agarra Daniel pelos braços)
Malu: Você não é isso, Daniel, você não é isso! Você é meu Daniel, se lembra? Meu Daniel!
(Daniel larga dos braços de Malu)
Daniel: Chega! Eu sou assim e pronto. Se você não aceita o meu jeito, talvez seja melhor você não ficar aqui.
(Daniel abre a porta pra Malu, que vai embora)

(Cena 12 – Imagens do amanhecer no Rio de Janeiro)
(Corta para: Casa de Marcos/Interior/Dia)
(Marcos ouve batidos na porta, e vai abrir)
Janaína: Eu preciso que você me fale mais sobre esse menino.
(Corta para: Casa de Marcos/Cozinha/Interior/Dia)
(Marcos serve café para Janaína)
Janaína: Até nessa história, o Rodolfo fez coisa ruim.
Marcos: Pra você ver do que aquele monstro é capaz.
Janaína: Marcos, eu tenho uma coisa pra te falar, é muito sério.
Marcos: Deixa eu falar outra primeiro. Eu descobri que esse menino, Amir, tem leucemia. Ele passou mal ontem e foi parar no hospital. Hoje de manhã saiu o resultado final dos exames. Infelizmente, é isso o que ele tem. E isso implica que agora ele tem várias manchas no corpo, como sintoma...já havia começado há um tempo, mas só está aumentando agora. Então eu acho que, talvez, eu simplesmente tenha me confundido com esse seu sinal na pele...
Janaína: Deixa eu te dizer o que eu tenho pra falar agora. Eu não lembro muito de tudo que eu passei lá no hospício, afinal, eu vivia sempre dopada, e talvez seja até bom, porque foi o pior período da minha vida. Mas eu me lembro vagamente, de que durante um tempo, nos primeiros meses, minha barriga cresceu bastante, e um dia, de repente, eu acordei com a barriga normal novamente.
Marcos: Então você teve um filho naquela época.
Janaína: E nunca mais o vi.
Marcos: E 12 anos depois, o Rodolfo está usando um garoto de 12 anos que tem um sinal na pele igual ao seu pra vender drogas.
Janaína: Coincidência, não?
Marcos: Janaína, você topa fazer o exame de DNA?
Janaína: Eu sinceramente não sei, Marcos. Se esse garoto for filho meu, e não for seu também...eu não sei como eu vou reagir.
Marcos: Você pode vir aqui amanhã?
Janaína: Pra quê?
Marcos: Apenas venha.

(Cena 13 – Imagens do Rio de Janeiro)
(Augusto sai da prisão com Rodolfo e entra no carro que Pedro e Karina estão)
Rodolfo: Karina! Eu senti sua falta!
(Rodolfo tenta beijar Karina, mas ela se distancia dele)
Karina: Eca, Rodolfo, você tá fedorento.
Augusto: Inclusive, vou querer umas seis lavadas nesse carro depois, ouviu Pedro? Só uma não basta.
Rodolfo: O que é que tá acontecendo aqui?
Karina: Eu te explico em casa. Agora fecha a matraca porque você também tá com bafo.
(Corta para: Casa de Rodolfo/Quarto/Interior/Noite)
(Karina e Rodolfo estão nus, com os corpos grudados)
Rodolfo: Então a gente vai ferrar com a vida do Marcos!
Karina: Na verdade, Rodolfo, isso é o que eles pensam.
Rodolfo: E o que é que a gente pensa?
Karina: A gente vai sequestrar o Antônio. Assim a gente consegue uma grana e se manda do Brasil.

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