JARDIM DO ÉDEN
Capítulo 15
“Arrependimento”
Uma WebNovela de: Nathan Freitas
Cena 1. Hotel Jardim Do Éden. Quarto De Ricardo. Int/Noite.
Continuação da cena
do capitulo anterior.
Ricardo muito
contente abraça Joana.
Ricardo: Você não
sabe da alegria que tá me dando.
Joana: Saiba que
estou fazendo isto pela sua filha.
Ricardo: sim, eu sei.
Mas mesmo assim, to muito feliz.
Joana: Bom, era só
isso que eu tinha pra te falar.
(Joana vai saindo,
quando Ricardo pega-a pelo braço.).
Ricardo: Espera! Fica
mais um pouquinho.
Joana: Eu não posso.
Tenho umas coisas a fazer.
Ricardo: Somos noivos
agora. Não pode ter um tempinho pra mim?
Joana: Não. Já falei.
(Joana sai. Ricardo
senta sorridente.).
Corta para...
Cena 2. Casa De Daniel/Sala. Int/Noite.
Daniel sentado no
sofá, bebendo alguma coisa. Entra Paulo.
Paulo: Boa noite? (e
percebe que Daniel está chorando). O que foi meu amigo? Que cara é essa?
Daniel: Acabou,
Paulo! Meu casamento com a Sônia acabou.
Paulo; Como é que é?
Como assim, acabou?
(Daniel sai para o
lado, tentando disfarçar. faz uma pausa dramática.).
Daniel: A Sônia
descobriu que eu tenho uma amante.
Paulo: (surpreso) O
quê? Você Daniel, tem uma amante? É uma pegadinha, não é?
Daniel: É sério
Paulo!
Paulo: É
inacreditável!
Daniel: É
inacreditável mesmo. Nem eu sei como isso foi acontecer.
Paulo: Eu tou pasmo!
E quem é ela? Eu conheço?
Daniel: (olha pra
ele, e diz sem jeito) A Ruth.
Paulo: A Ruth? A tua
secretária? Não é possível! Não é que ela caiu direitinho na tua lábia,
safadinho?!
Daniel: Não é hora
pra fazer gracinha, Paulo.
Paulo: Desculpe! Mas,
é difícil de acreditar mesmo. Ah... Por isso que você não queria que a chamasse
pra sair comigo, não é? Entendi.
Daniel: Paulo... Não
houve nada de sério entre nós. Foi só beijinhos. Acredita em mim.
Paulo: Não. Claro.
Acredito. Mas você disperdiçou tempo. Eu com aquela ali, entre quatro paredes,
eu fazia e acontecia.
Daniel: Deixa de
besteira. Você sabe que eu amo minha mulher. Tudo bem, eu confesso, houve algo
há mais. Mas foi só!
Paulo: Tu já pensou,
se tem alguém por trás de tudo isso? Ou quem sabe a Sônia contratou um detetive
pra te seguir?
Daniel: Detetive?
Não!
Paulo: Você não vive
dizendo que a Joana está sempre implicando contigo? Pois então? Vai ver que tem
o dedo dela no meio disso tudo.
Daniel: É. Faz
sentido. Mas não. Num acredito nisso não.
Paulo: Então quem? A
Ruth? É... A Ruth!
Daniel: Tá maluco?Por
que A Ruth faria isso? Se auto-incriminar?
Paulo: Então, faz o
seguinte... Amanhã, na empresa, tu a prensa contra a parede... Até ela
confessar. Logo depois tu dar uma quantia. E despacha pra bem longe. Enfim, tu
inventas mil coisas.
Daniel: Verdade. Tem
razão. Vou fazer isso mesmo.
Corta para...
Cena 3. Apart De Ruth/Quarto Dela. Int/Noite.
Ruth deitada na cama
assistindo TV. batem na porta. Vai abri-la. É Paulo.
Ruth: O que é que
você quer?
Paulo: Vim dar meus
parabéns. Você foi genial! Saiu melhor que a encomenda.
(Paulo entra e senta
num sofá. Ruth um pouco abatida, triste.).
Ruth: Não gostei nada
disso. Senti-me muito mal em ter feito a dona Sônia chorar. E quanto não vai
sofrer coitada!
Paulo: O otário do
Daniel caiu feito um pato. Nosso plano está indo de vento em polpa.
Ruth: Eu não vou mais
puder te ajudar. Me tira fora disso. Já fiz a minha parte. Separei a dona Sônia
do seu Daniel. Não era isso que você queria?
(se levanta e se
aproxima de Ruth.).
Paulo: Você não tem
querer. Vai fazer tudo que eu mandar. Agora que a historia começou a pegar
fogo, você vai dar pra trás? De jeito nenhum.
Ruth: Eu não posso! E
não quero mais! Já me prejudiquei muito. Chega. Não quero.
Paulo: O que é isso?
O que te deu? Você pensa que vai sair ilesa dessa historia?
Ruth: Me deixa em
paz! Vai embora daqui!
Paulo: O quê que tá
acontecendo, hein? Por que você ta desse jeito? É dinheiro que você quer?
Ruth: Vá pro inferno
com esse teu dinheiro! Essa desgraça só me trouxe dor de cabeça.
Paulo: Tá negando
dinheiro? O que deu em você?
Ruth: (olha pra ele e
solta a bomba quase de supetão) Eu tou grávida!
Paulo: (faz cara de
surpreso, depois solta uma risada.) Você grávida?! Essa é boa!
Ruth: (indo até o
armário, pega uns papeis, e passa pra Paulo) Tire suas próprias conclusões.
Paulo: (passa o visto
no exame. incrédulo) Não pode ser! Eu não acredito em você. Isso tudo é
armação.
Ruth: Eu não tenho
motivos para está mentindo. Não vou mais precisar das tuas esmolas. Eu carrego
agora o herdeiro daquele império todo.
Paulo; Você fez tudo
que caso pensado, não foi?
Ruth: Você acha que
só você é esperto?
Paulo: E quem me
garante que esse filho é mesmo do Daniel?
Ruth: Sendo ou não,
eu vou fazer acreditar que o filho é dele. E nesse caso, ele vai ter que
assumir a paternidade. Simples assim.
Paulo: Você tá por
fora! Ele vai querer fazer o exame de DNA.
Ruth: Que faça! Só
assim fica mais comprovado que o filho é dele.
Paulo: (irado) Você
não presta! Não vale nada.
Ruth: (maliciosa)
Olha que eu dou um belo caldo. Você nem imagina.
Paulo: Desgraçada! Eu
vou acabar com a tua raça.
(Paulo sai com ódio,
batendo a porta.).
Ruth: (dá uma
risada...) Ai, ai! Esses homens pensa que pode tudo! Mas, são as mulheres que
ditam as regras da vida.
Corta para...
Cena 4. Hotel/Quarto De Ricardo. Int/Dia.
Ricardo e Giovanna
sentados à mesa tomando café.
Ricardo: Filha! Eu
preciso te contar uma coisa.
Giovanna: Fala papai!
Ricardo: Bom, você
sabe que depois que sua mãe faleceu, eu não tenho tido sorte em meus
relacionamentos. Aconteceu aquilo com a Alice, enfim... O que eu quero te
dizer, é que eu encontrei uma pessoa, e pretendo me casar com ela.
Giovanna: Jura papai?
Que bom! Fico feliz pelo senhor. E quem é essa mulher? Eu conheço?
Ricardo: Conhece. E a
Joana!
Giovanna: (feliz e
surpresa ao mesmo tempo) A Joana, papai? Mas que notícia boa! Então o senhor já
o conhecia antes?
Ricardo: Há conheci
alguns dias atrás. Lembra quando fui limpar minha blusa que havia derramado
café? Pois é. Foi nesse dia que a conheci.
Giovanna: Poxa,
papai! Eu tou muito feliz!
Ricardo: Você já se
dar bem com ela, não é?
Giovanna: Sim, claro.
A Joana é uma excelente pessoa. Ai, tou muito feliz!
Ricardo; Que bom que
você gostou minha filha. Pensei que fosse ser do contra?
Giovanna: Claro que
não, papai. Eu torço muito pela sua felicidade.
Ricardo: Que bom. Tou
mais tranquilo.
Corta para...
Cena 5. Empresa Paraíso. Escritório De Daniel. Int./Dia.
Daniel entra meio
abatido. Ruth vem logo atrás, como se nada tivesse acontecido.
Ruth: Dr. Daniel...
Aqui estão os documentos da nova safra, que o senhor precisa assinar.
Daniel: (senta na sua
cadeira) Fecha aporta!
Ruth: Como?!
Daniel: Eu mandei
você fechar a porta!
(Ruth fecha a
porta.).
Ruth: O quê que tá
acontecendo?
Daniel: O quê que tá
acontecendo... É que minha mulher descobriu que nós somos amantes.
Ruth: (fingindo) O
quê? Quem contou pra ela?
Daniel: Não sei. É
isso que eu quero saber. Eu falei pra não dar bandeira, não falei?
Ruth: E agora? O que
vamos fazer?
Daniel: Você vai me
ajudar.
Ruth: Como?
Daniel: Você vai lá
em casa agora, e desminta tudo que a Sônia sabe sobre nós.
Ruth: O quê? Não. Eu
não posso fazer isso.
Daniel: Te dou 500
mil reais.
Ruth: 500 mil reais?
Tá louco?
Daniel: Até mais se
for preciso. O que me diz?
Corta para...
Cena 6. Restaurante Do Hotel Jardim Do Éden. Int./Dia.
Evaldo sentado numa
mesa, bem descontraído, tomando café. Joyce está cantando um jazz no palco do
restaurante. Evaldo se levanta, quando vai saindo esbarra em Giovanna, que
vinha em sua direção.
Evaldo: Desculpa
moça.
Giovanna: Não. Eu que
peço...
(Os dois ficam se
olhando por um tempo, olhar fixo um pro outro. musica marcando.).
Giovanna: (sem jeito)
Me desculpe.
Evaldo: Imagina! Eu
sou um pouco destrambelhado. (olha pra ela) vem cá. Você não é filha daquele
advogado que está hospedado aqui, neste hotel? Ricardo Almeida, não é?
Giovanna: Exatamente.
Como sabe?
Evaldo: As notícias
correm rápidas por aqui. (os dois sentam á mesa)
Giovanna: E você?
Também mora aqui?
Evaldo: É. (aponta
pra Joyce cantando) tá vendo aquela ali? É minha mãe.
Giovanna: Canta muito
bem.
Evaldo: É a vida
dela. Não sabe viver sem as músicas dela. Já foi uma grande cantora tempos
atrás.
Giovanna: E porque
Deixou?
Evaldo: É uma longa
historia. Prometo que depois te conto.
Giovanna: Bom, eu
tenho que ir, tá?
Evaldo: Mas já?
Depois a gente se ver de novo?
Giovanna: Não sei.
Quem sabe?
(Giovanna sai. ele
fica olhando ela se afastar.).
Evaldo; Este hotel é
muito bem frequentado. Agora que eu não saio daqui por nada.
Corta para... Uma
mesa aonde Saulo vem chegando e senta. Meio cabisbaixo. Joyce que tá cantando
termina, e vai sentar junto dele.
Joyce: (como adivinhando) – Não vou nem
perguntar por que está com essa cara. Brigou de novo?
Saulo: - cabeça dura do Ricardo, que
não entende que eu só quero o seu melhor.
Joyce: - é o que sempre lhe digo, o
Ricardo é bem grandinho, já sabe o que faz. Se eu fosse você o deixava decidir.
Saulo: - você fala isso com a maior
naturalidade do mundo. Como se fosse fácil.
Joyce: - E não é? Ele já é um homem
feito. É independente. Você vai passar o resto da vida se metendo na vida dele?
Saulo: - eu dei um soco nele. Pra ver
se ele se acorda da burrada que tá pensando em fazer.
Joyce: - você bateu nele? Ficou louco?
Não é dessa maneira que se resolvem as coisas. Ele te obedeceu por ter dado
esse soco?
Saulo: - Me expulsou do quarto dele.
Joyce: - Tá vendo? Vão viver brigados
agora, por uma infantilidade sua.
Saulo: - Eu sei o que
estou fazendo, Joyce. O Ricardo é meu irmão. E penso no melhor pra ele. Será
que é tão difícil assim?
Joyce: Ou você tá
preocupado com o dinheiro que seu pai deixou pra você, e que Ricardo toma
conta?
Saulo: Claro que não.
Que ideia!
Joyce: Se fosse por
isso, até que eu lhe dava razão. Mas não é.
(Saulo olha pra Joyce
com uma expressão severa e sai.).
Joyce: Ver se toma
jeito hein? Me engana que eu gosto.
Corta para...
Cena 7. Casa De Daniel/Sala. Int./Dia.
Joana vai abrir a
porta. É Ruth.
Joana: O que faz
aqui? Quem deu ordens pra você entrar? Ponha-se já pra fora!
Ruth: Eu preciso
falar com dona Sônia. Ela está?
Joana: Você é muito
cara de pau. Depois do que fez, ainda tem a coragem de vir até aqui.
Ruth: Eu vim
consertar um mal entendido.
Joana: Deixa de ser
cínica garota. Dona Sônia não vá atender você. Saia já daqui!
Ruth: Eu só saio
depois que falar com a dona da casa.
(Sonia vem descendo
as escadas.).
Sônia: Quem é Joana?
Joana: É aquela
biscate, dona Sônia.
Sônia: Ruth? O que
faz aqui?
Ruth: Eu tenho um
assunto muito importante pra falar pra senhora.
Sônia: Mais? Eu não
tenho nada pra conversar com você.
Joana: Não ouviu
garota? Vai embora!
Ruth: Por favor, dona
Sônia. É sobre àquele mal entendido.
Sônia: Mal entendido?
Pois pra mim, foi mais que entendido.
Joana: Dona Sônia,
quer que eu chame os seguranças?
Ruth: Eu juro... Que
se a senhora ouvir o que tenho pra dizer, vai pensar diferente do seu marido.
Sônia: Tudo bem.
Conte o que você tem pra me falar.
Ruth: Se fosse
possível... Só eu e a senhora.
Sônia: Não. Eu já fiz
muito em ter aceitado ouvir o que tem pra dizer. Pode falar. Eu não tenho
segredos com Joana.
Ruth: Tudo bem.
Sônia: Fala logo. Eu
não tenho o dia todo.
Ruth: (se aproxima de
Sônia e se ajoelha.) Eu vim lhe pedi perdão.
(Na reação de Sônia e
Joana, corta para...).
FIM DO CAPÍTULO 15.
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