O Beijo da Serpente | Capítulo 02 #OBeijoDaSerpenteNoWM🐍

uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL
CENA 1: VIDEIRA, EXTERIOR, NOITE
Ricardo se aproxima com um certo jeito de Taís que por sua vez fica imóvel pensando em um jeito de fugir de seu ex namorado, não por achar ele perigoso, mas por não se sentir mais confortável estando com ele. Ricardo para muito próximo de Tais, os dois se olham, mas não como se olhavam quando estavam envolvidos.
RICARDO: – Eu sei que você deve estar com raiva de mim, mas eu quero uma única chance pra que eu possa me redimir com você. – Diz, olhando dentro dos olhos dela.
Taís pode ver sinceridade naquelas palavras, porém não está disposta a se envolver de novo com Ricardo.
TAÍS: – O que tínhamos acabou, Ricardo. Eu não posso forçar um sentimento que não existe mais. – Ela também encara Ricardo.
Ricardo abaixa a cabeça lentamente, seu semblante cai.
RICARDO: – Eu estraguei tudo, não foi? – Indaga voltando a olhar para Taís.
TAÍS: – Ninguém estragou nada, foi o destino quem quis assim e nada podemos fazer. – Responde certa do que diz. – Agora eu preciso ir, amanhã tenho que levantar muito cedo. – Ela deixa Ricardo pensando.
Ricardo olha para Taís que se afasta lentamente, ele leva a mão ao rosto, secando algumas lágrimas insistentes.
RICARDO: – Eu vou reconquistar você, Taís… eu juro que vou. – Promete à ele mesmo enquanto retorna pelo lado oposto ao que ela seguiu.


CENA 2: OURO VERMELHO | EXTERIOR | NOITE
O fluxo de veículos pela cidade ainda é moderado. Os ônibus param em suas paradas deixando e pegando pessoas. Algumas pessoas seguem a pé, ligadas em seus aparelhos de celulares. Imagens aéreas da cidade mostram uma grande quantidade de luzes acesas, seja de prédios ou casas. Alguns veículos passam na rua em frente da mansão Real Lima, que por sua vez tem todas as luzes acesas.

CENA 3: OURO VERMELHO | MANSÃO REAL LIMA | SALA | INTERIOR | NOITE
Nilza segura uma xícara com café, ela toma pequenos goles enquanto ouve Heitor, que por sua vez também segura uma xícara.
HEITOR: – O que eu posso pedir para a senhora no momento é um pouco, só mais um pouco de paciência, Dona Nilza e logo encontraremos quem a senhora procura.
NILZA: – Eu não vou me cansar, Heitor… Não vou me cansar enquanto não encontrar essa criança…

CENA 4: MANSÃO REAL LIMA | EXTERIOR | NOITE
Ariana chega devagar, sobe alguns degraus que levam até a porta da casa de sua vó onde também mora. Ela percebe que sua vó está com visita e pelos vidros ao lado da porta consegue ver que é Heitor a visita.
ARIANA: – Esse idiota novamente aqui! – Diz, pensativa. Algo a deixa ainda mais atenta, então quando leva a mão para abrir a porta, ouve um pouco da conversa de sua vó com Heitor. – Como assim? – Se pergunta boquiaberta e realmente surpresa ao saber que sua vó procura por uma pessoa.
Ariana continua a ouvir a conversa.

CENA 5: MANSÃO REAL LIMA | SALA | INTERIOR | NOITE
Nilza olha com certa apreensão para Heitor, que parece saber o que será pedido pela senhora. Nilza olha ao redor, procurando mais uma vez um ponto seguro para sua visão já cansada.
NILZA: – Eu sei que você gosta da minha neta Heitor, mas eu lhe peço mais uma vez que não diga nada à ela até o momento certo.
HEITOR: – Não direi nada, Dona Nilza… esse é um assunto entre você é ela. – Diz colocando a xícara em um canto da mesinha de centro.
Nilza estende a mão, Heitor a segura.
NILZA: – Muito obrigado por sua amizade e lealdade, Heitor. – Agradece, abrindo um sorriso verdadeiramente aliviado.
Do lado de fora da casa, Ariana tenta ouvir tudo com muita atenção, ficando irritada com o pedido de sua vó.

CENA 6: VIDEIRA | EXTERIOR | NOITE
A praça principal da pequena cidade interiorana tem pouco movimento. Algumas pessoas estão sentadas nos bancos onde há mais iluminação. Do outro lado da rua, uma pequena igreja recebe alguns de seus fiéis para mais uma missa. Taís dá uma última olhada no céu estrelado antes de entrar na casa onde mora provisoriamente.

CENA 7: VIDEIRA | CASA DE TAÍS | SALA | INTERIOR | NOITE
Taís entra em casa, liga a lâmpada, ela olha para o sofá então caminha devagar até ele se sentando em seguida. Taís fica pensativa, principalmente em Ricardo que sempre foi seu amigo, uma amizade que pareceu ter ido embora após ambos terem se envolvido.
TAÍS: – Ele terá que entender que entre nós só pode haver amizade e nada mais… o que aconteceu, aconteceu, não dá mais para continuar fazendo de conta que vai dar certo. – Diz, olhando para a pequena TV. – Amanhã será um novo dia e espero que seja melhor do que foi o dia de hoje.

CENA 8: OURO VERMELHO | EXTERIOR | MANHÃ
O sol nasce imponente atraindo os olhares daqueles que admiram a natureza, seja da janela de alguma casa ou de algum prédio. O movimento de pessoas e de veículos logo começa a ficar intenso. Os pés de coco em frente da mansão Real Lima balançam com a força do vento da manhã.

CENA 9: OURO VERMELHO | MANSÃO REAL LIMA | SALA DE JANTAR | INTERIOR | MANHÃ
Ariana está sentada à mesa junto de sua vó Nilza, ela não conseguiu dormir direito depois de ficar sabendo que a vó esconde algo. Nilza termina de comer um pedaço de bolo feito por sua cozinheira, uma senhora que a acompanha há muitos anos.
NILZA: – Hoje eu irei à construtora. – Afirma terminando o pedaço de bolo.
Ariana arregala os olhos diante da afirmação de sua avó.
ARIANA: – Hoje, vó? – Pergunta, parecendo bastante surpresa.
NILZA: – Sim, hoje mesmo, minha querida… – Responde antes de levar a xícara com chá até a boca. – Eu estou velha, mas ainda tenho que cuidar dos meus negócios, não posso deixar você sobrecarregada… você também precisa se divertir. – Conclui, abrindo um pequeno sorriso.
Ariana fica com receio por sua avó estar querendo visitar a construtora.

CENA 10: VIDEIRA | EXTERIOR | MANHÃ
Alguns pássaros pousam em uma árvore centenária que fica bem no meio da praça da pequena cidade. Pessoas caminham lado a lado conversando entre eles. Taís anda devagar pela calçada, é admirada por aqueles que passam. Ela para em frente a floricultura na qual trabalha, logo um carro pequeno estaciona, Taís espera que o homem saia do veículo, eles entram juntos na loja.

CENA 11: VIDEIRA | FLORICULTURA BELA FLOR | INTERIOR | MANHÃ
O homem caminha pela loja, parece verificar cada coisa, logo ele retira os óculos escuro e volta o olhar para Taís, que sorri despretensiosamente.
TAÍS: – Bernardo, Bernardo! Finalmente apareceu. – Diz, sorridente. – Achei que tinha esquecido dessa sua loja aqui. – Continua, observando o homem abrir um sorriso.
BERNARDO: – Por mais que eu quisesse esquecer, Taís, seria impossível, pois você me lembra disso aqui a cada sete dias. – Diz se aproximando dela. – E eu também estava com saudades de você, minha amiga. – Ele a envolve em um abraço apertado.
TAÍS: – Eu também estava com saudades tua. – Afirma o abraçando também.
Bernardo sai do abraço voltando a olhar em volta.
BERNARDO: – Eu não tenho talento pra isso, sabe? Meu negócio mesmo é voar por aí, por isso que eu confio em você pra administrar tudo isso aqui. – Diz sorridente. – Eu queria ter talento pra cuidar, mas não tenho. – Continua, seguindo até o balcão.
TAÍS: – Mas tem talento para arrasar corações por aí que eu sei! – Diz, brincalhona.
Bernardo se apoia no balcão, voltando seu olhar para a amiga.
BERNARDO: – Isso é inegável. – Afirma soltando uma gargalhada.

CENA 12: OURO VERMELHO | EXTERIOR | MANHÃ
O fluxo de veículos é intenso na cidade, motos e carros parecem disputar espaço pelas avenidas. Em um certo bairro um pouco afastado do centro da cidade, conjuntos de prédios imponentes servem de moradia para diferente tipos de pessoas, algumas dessas pessoas deixam o condomínio de carro, moto e também bicicletas. Um táxi vermelho para em frente ao condomínio, um homem sai, segue até o porta malas, retirando uma mala preta, o veículo vai embora.

CENA 13: OURO VERMELHO | CONDOMÍNIO CELESTE |APARTAMENTO DE HEITOR | INTERIOR | MANHÃ
Após se identificar, o homem vai até o elevador, que rapidamente chega ao andar solicitado. Ele para diante de uma grande porta, e assim que toca a campainha, tal porta se abre.
HEITOR: – Rodrigo, meu irmão! – Diz, avançando para um abraço cheio de saudade. – Dessa vez você demorou muito mais do que a última vez. – Diz, sorrindo.
RODRIGO: – Problemas no voo, Heitor… mas a viagem foi tranquila. – Diz, sentindo o abraço de seu irmão mais velho.
Os dois se afastam sorrindo. Eles caminham até próximo do sofá, Rodrigo deixa a mala próximo do móvel.
HEITOR: – Você veio com aquele seu amigo? – Pergunta, curioso.
Rodrigo que olha para a escada, volta o olhar de imediato para o irmão.
RODRIGO: – Não, eu vim de táxi. O Bernardo teve de ir para Videira, cuidar de alguns negócios ou algo do tipo. – Responde, abaixando o olhar e parando diante de uma fotografia peculiar. Rodrigo pega o porta retrato nas mãos. – Você ainda é apaixonado por ela, Heitor? – Pergunta, intrigado.
Heitor rapidamente toma o objeto das mãos do irmão.
HEITOR: – Eu não mando no meu coração, Rodrigo… assim como você também não manda no seu. – Responde encarando o irmão mais novo.
Rodrigo sabe do que Heitor está falando, logo abaixa a cabeça. Cabisbaixo, ele recebe um abraço de Heitor.
A imagem escurece devagar.

CENA 14: OURO VERMELHO
A imagem volta a ficar visível e mostra um pouco de cada lugar da cidade de Ouro Vermelho. Imagens aceleradas das avenidas principais e do rio imenso que corta a cidade. Veículos passam com uma velocidade moderada na rua em frente a mansão Real Lima.

CENA 15: OURO VERMELHO | MANSÃO REAL LIMA | QUARTO DE ARIANA | INTERIOR | MANHÃ
Ariana se encontra de frente para um espelho que é grande o suficiente para refletir todo o corpo dela. Ela se mostra bastante pensativa enquanto escova os cabelos.
ARIANA: – Só há um jeito de eu descobrir o que minha vó esconde e terei de fazer esse sacrifício pra ficar mais tranquila. – Afirma parando de escovar os cabelos. – Se bem que me divertir com aquele bobinho do Heitor não será nenhum sacrifício. – Conclui, mordendo levemente o lábio inferior.
A imagem congela na cara sedutora que Ariana faz diante do espelho, tal imagem é despedaçada com o surgimento de uma serpente vermelha.
CONTINUA

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