Porto de Pedras: Capítulo Oito - A armação de Maria Fernanda!


No capítulo anterior de Porto de Pedras: 

O Coronel Silveira chega na cidade, junto de seu filho, Adamastor. Junto do prefeito, Samuel, conversam sobre Adamastor pedir Paloma em casamento. 

Júlio alerta Pedro João, afirmando que Paloma gosta dele. 

Maria Fernanda tem uma conversa macabra com Paloma. A irmã mais velha diz que caso Paloma não aceite o pedido de casamento de Adamastor, mandará acabar com a vida de Pedro João. 

Marieta, Joana e Juvenal e a porca Mimosa invadem a igreja enquanto o Padre está fora. Enquanto eles benzem a porca, o padre e o Coronel chegam na igreja, e ficam surpresos com a situação!

Fique agora com o capítulo de hoje!


Paloma - Paola Oliveira
Maria Fernanda - Carol Castro
Pedro João - Thiago Fragoso
Marieta - Marieta Severo
Joana - Tatá Werneck 
Juvenal - Eduardo Sterblitch
Samuel - Dalton Vigh 
Mafalda - Fernanda Souza

Ator convidado: 

Coronel Vieira - Thiago Lacerda
Adamastor - Whindersson Nunes



Cena 1/ Igreja/ interno 

Padre – Isso é uma afronta aos dogmas cristãos! Como vocês são capazes de invadir uma igreja pra fazer uma... uma sandices como essa! Benzer uma porca? Onde já se viu benzer uma porca?

Marieta – Seu Padre, o senhor se recusou a fazer uma boa ação para a minha família! Enfim, eu precisava fazer isso com a Mimosa. Afastar os espíritos ruins de mim e da minha família! Isso é necessário!

Joana – É! A mamãe tem razão. Uma vez eu vi a vovó sentada na cadeira, e quando olhei pro relógio, eram três da manhã!

Padre – Como que você viu sua vó, sendo que nem a tua mãe a conhece. Morreu logo depois que dona Marieta nasceu.

Juvenal – Tu nunca viu tua vó não, amor? 

Joana – Não...

Marieta – Fica calada, Joana, fica calada que aqui eu ganho mais! Padre, me perdoe, sei que o que fiz não diz que é certo na bíblia, mas qual será minha punição? Fala, padre! 

Coronel – Mas essa cidade tem uma cultura muito boa, hein? Arrojada! Benzer porcos...

Padre – Não é cultura, seu Coronel, é falta de vergonha dessa gente, que acha que Porto de Pedras é bagunça. Dona Marieta, leve suas tralhas e essa porca embora daqui, e quando voltar amanhã de manhã, vai ter uma conversa séria comigo. E com ele! 

Marieta – Ele quem? 

Padre – Com ele... com Deus! 

Cena 2/ Mansão / Sala principal/ interno 

Paloma – Como você é baixa! Como você é podre, Maria Fernanda!

Maria Fernanda – Eu, podre? Amada, só estou fazendo o que deveria ter sido feito a muito tempo!

Paloma – Não! Eu tenho o direito de seguir o que quero pra minha vida!

Maria Fernanda – Não! Você não tem. Se nossos pais não tivessem prendido a fortuna da nossa família até você se casar, você seria livre. Livre para voar e pousar em qualquer lugar que quisesse. Mas não! A fortuna está no seu nome, e eu e o Samuel precisamos de dinheiro. E adivinha de onde vem esse dinheiro? 

Paloma – O dinheiro não é tudo! Você tá ameaçando matar o Pedro João! Um homem de bem, por causa desse inferno de fortuna?

Maria Fernanda – Já me cansei dessa conversa. Me cansei de verdade, não aguento mais falar! Então você tem duas opções, certo? Ou aceita se casar com o filho do coronel, ou eu ligo na mesma hora para o Bandido, e ele simplismente acaba com a vida do Profetazinho de merda!

Paloma – Você é um monstro! Que merece apodrecer no inferno?

Maria Fernanda – O jantar está marcado para a noite de hoje! E não se fala mais nisso! 

Close lento em Paloma/

Cena 3/ Casa dos Silvas / Externo 

Mafalda para em frente a Marieta, Juvenal e Joana. 

Mafalda – Joana, eu preciso falar com você! E é um assunto sério! 

Cena 4/ Casa dos Silvas / Quarto de Joana/ nterno 

Joana – A irmã da Paloma foi falar com você? A Maria Fernanda?

Mafalda – A própria! Ela mesma. E disse que a irmã não estava bem. Engraçado, eu tinha falado ainda hoje mais cedo com a Paloma, na faculdade, e ela estava ótima, mas enfim.

Joana – Talvez possa ser alguma mentira.

Mafalda – Independente que seja, eu já fiz a besteira de fazer. A Maria Fernanda havia dito pra eu avisar ao Pedro João, aquele menino da biblioteca, que Paloma estava doente. E além disso, afirmou que eu também tinha que dizer ao Pedro, que ele deveria ser gentil, porque eu e ele deveríamos a visitar ainda nessa noite!

Joana – Mas onde que pode ser alguma mentira? 

Mafalda – A Maria Fernanda não é flor que se cheire. Alguma coisa ela anda aprontando! 

Cena 5/ Floricultura / interno 

Pedro João e Júlio param no caixa.

Pedro João – Essas flores estão boas? 

Júlio – Tá aprendendo, hein garoto? Comprando flores. Ela te chamou pra jantar?

Pedro João – Ainda não chegamos nessa parte! Mas ela adoeceu.

Júlio – Isso é encosto! 

Pedro João – Claro que não, quer dizer, não sei. Mas seria bom dar essas flores pra uma pessoa doente? 

Júlio – Se ela estiver gripada, amanhã nem mais olha na sua cara. Mas são flores bonitas! Acho que ela vai gostar! 

Pedro João – Espero que sim! Vai ser a primeira vez que eu entro naquele Casarão, e também a primeira que a vou visitar. Hoje o dia está ótimo! E eu espero que permaneça assim.

Coronel Silveira e Adamastor chegam pela porta principal. 

Coronel – Filho, escolha alguma flor para dar a sua amada! 

Adamastor – Eu quero essa na mão desse rapaz! 

Coronel – Essa já é dele, Adamastor, escolha outra!

Adamastor – Eu quero aquela! Aquela é bonita, ela vai gostar!

Afonso vai até Pedro João, e pega as flores. 

Pedro João – Essas flores são minhas! 

Adamastor – Eu sou filho do Coronel, então ela é minha. Caso se recuse a me dar, vou convocar todas as tropas dessa cidade para fuzilar a tua cara!




Cena 6/ Mansão/ Quarto de Paloma/ interno 

Paloma está em frente a penteadeira. Chorando e alisando os cabelos. 

Paloma – Talvez eu precise falar com a Mafalda, ela deve arranjar uma forma de me livrar de tudo isso!

Se levanta e vai até a bolsa. A procura do telefone, não o encontra. 

Enfurecida, sai do quarto.

Cena 7/ Mansão/ Sala/ interno 

Paloma desce as escadas, e encontra Maria Fernanda no sofá. 

Maria Fernanda – Já está pronta? Fez escova, limpou o rosto, e colocou o melhor vestido?

Paloma – Onde tá o meu celular? Eu quero saber! 

Maria Fernanda – Não interessa! Você não vai o encontrar, nem tente ir atrás! Nem tente! 

Paloma – Você é uma vagabunda! Eu vou embora daqui!

Paloma vai até a porta, a abrindo, encontra seguranças do lado de fora. 

Maria Fernanda – Querida, você não vai a lugar nenhum! Vai ficar nessa casa até o seu pretendente chegar, e assim vai ser até o final dessa noite. Então trate de voltar ao seu quarto e fazer tudo que precisa, porque eu posso contar no relógio o quanto falta para o grande jantar! 

Cena 8/ Floricultura / interno 

Adamastor – Eu já falei, me da essas flores! Agora!

Pedro João – Não vou, não! Pode mandar seu pai fazer o que ele quiser, mas essas flores eu não devolvo! 

Júlio – É verdade, e se caso o senhor não controlar o seu filho que é um pouco surtado da cabeça. Quem vai dar um jeito nele sou eu!

Coronel – Escolha outra flor... eu já falei! Vai, Adamastor, para com isso. Escolhe outra flor e ponto final! 

Cena 9/ Externo 

Anoitece em Porto de Pedras

Cena 10/ Algum lugar de São Paulo

Cristina e Mariela entram em um Diário de Jornal 

Cristina – Tem noção do que a gente precisa?

Mariela – Na época que trabalhava como jornalista, o que fazíamos era consultar as recém notícias no portal do Diário. E é isso que a gente vai fazer.

Se aproximam do balcão, onde a funcionária atende as duas. 

Cristina – Com licença, mas queríamos saber sobre algumas notícias publicadas pelo diário...

Funcionária – Me informe a data, senhora! 

Cristina – Por volta de 2009! 

Funcionária – Venham comigo! 

As duas seguem a funcionária. 

Cena 11/ Mansão/ Sala de jantar/ interno 

Samuel e Maria Fernanda estão sozinhos na sala de jantar. 

Samuel – Tá tudo pronto? Pelo amor de Deus, eu não quero encontrar problemas! 

Maria Fernanda – A farinha de mel já deve estar pronta! Daqui a pouco desce. 

A campainha toca. A empregada corre até a porta e abre.

O Coronel e Adamastor entram na sala de jantar. Maria Fernanda e Samuel os cumprimentam.

Maria Fernanda – Uma honra receber vocês nessa mansão! Uma honra! 

Samuel – Exatamente! É uma honra! 

Coronel – Meu filho trouxe flores! 

Samuel – A que maravilha! Tenho certeza que ela vai adorar!

Adamastor – Então onde tá ela? Quero ver com os meus próprios olhos! 

Maria Fernanda – Vai Paloma! Desce! Eles já chegaram!

Paloma desce as escadas, parando na mesa de jantar. Cumprimenta o Coronel e Adamastor. 

Adamastor – Minha nossa senhora! Como é linda!

Maria Fernanda – Eu disse que poderiam confiar. 

Samuel – Então sem maia delongas, vamos afirmar essa relação!

Cena 12/ Mansão/ Externo 

Mafalda e Pedro João param em frente a mansão, e encaram um ao outro. 

Mafalda – Então é agora que a gente entra? 

Pedro João – Acho que sim! 

Mafalda – Ela vai amar as flores. Tenho certeza! Conheço a Paloma, e de uma coisa que ela gosta, são de flores! 

Pedro João – Espero que sim! Então vamos entrar.

Mafalda – Vamos! 

Cena 13/ Mansão/ Sala de jantar/ interno 

Samuel – E é nesse jantar, que oficializamos a ponte entre essas duas cidades. A gente precisava dessa ponte, porque a nossa cidade é uma cidade pequena, porém desenvolvida, e logo agora com os meus projetos, que visa melhorar ainda mais Porto de Pedras. 

Maria Fernanda – Vamos pular essa parte, querido? 

A campainha toca.

Paloma – Quem deve ser? 

Maria Fernanda – Vamos! Vamos logo com isso. Peça ela em casamento... logo!

Samuel – Para que tanta pressa?

Adamastor se levanta bruscamente, derramando um copo de vinho na mesa.

Adamastor – Bela dama dos montes claros de Porto de Pedras, essa cidade dotada de grandes...

Maria Fernanda – Para de ser tapado e anda logo com isso! 

Paloma se levanta.

Adamastor – Paloma, a senhora aceita se casar comigo? 

Pedro João e Mafalda entram na sala de jantar. 

Pedro João – Casar? 

Maria Fernanda - Chegou o profetazinho...

Paloma - Pedro... não é nada disso que você... 

Maria Fernanda - Fala a verdade de uma vez por todas... Paloma!

Pedro João - Eu pensava que você gostava de mim... que queria algo sério! Mas pelo visto, o que fez foi apenas mentir, e mentir! Mas não havia nada mesmo... você nunca mais vai ter a minha confiança! Nunca!






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