PORTUGAL, 2017
CENA 1: LISBOA | EDIFÍCIO | APARTAMENTO | QUARTO | INTERIOR | MANHÃ
Talles volta a se aproximar de Manuela, abraçando-a fortemente. Manuela por sua vez se sente segura nos braços de Talles.
TALLES: – Eu queria poder fazer você se esquecer disso tudo, meu amor, mas por outro lado também sei que tudo isso é muito importante para você. – Ele diz em meio ao abraço aconchegante. – E em parte, tenho que ajudar, pois meu pai também esteve no meio disso tudo. – Continua, saindo lentamente do abraço.
Manuela encara Talles, que tem o olhar um tanto entristecido. Ela toca o rosto dele, esboçando um leve sorriso.
TALLES: – É seu pai quem tem culpa, e não você, Talles. Eu jamais chegaria a odiar você por qualquer coisa que fosse. – Ela diz parecendo saber o que Talles pensou.
Os dois se beijam demoradamente enquanto os raios de sol iluminam o interior do quarto em que estão. Talles pega Manuela nos braços, continuando a beijá-la apaixonadamente. A porta do quarto se abre lentamente e é possível ver uma criança sorrindo enquanto observa a cena. Talles é quem vê Luís primeiro e sorri, colocando Manuela no chão.
TALLES: – Olha quem já acordou também. – Ele comenta, olhando para a porta.
Luís se aproxima, sorrindo, logo Talles o pega nos braços. Manuela toca os cabelos do filho, logo o beija no rosto. Luís então faz com que Talles e Manuela aproximem seus rostos do dele e sorri, aparentando estar realmente feliz.
LUÍS: – Eu amo vocês. – O pequeno diz entre sorrisos.
TALLES/ MANUELA (Uníssono): – Nós também amamos você, Luís.
Ao mesmo tempo, eles beijam cada uma das bochecha de Luís, que sorri com o ato.
CENA 2: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | INTERIOR | MANHÃ
Aura se encontra um pouco diferente do que há dez anos atrás, ela tem os cabelos curtos, mas o mesmo olhar enigmático. Ela desce pela escada, observando João sentado no sofá lendo em seu tablet. Aura se aproxima e se senta no sofá ao lado dele.
AURA: – Você não me parece tão animado assim. – Ela comenta, esboçando um pequeno sorriso.
João afasta o olhar do tablet e olha para Aura.
João afasta o olhar do tablet e olha para Aura.
JOÃO: – E por qual motivo eu deveria estar animado? Pelas suas traições constantes ou por você continuar a interferir na vida de nossos filhos, interferência essa que aprisionou o Carlos em um relacionamento falso e deixou o Rodrigo cego por tanta ambição. – Ele diz, desviando o olhar para a porta que se abre.
O motorista se aproxima devagar enquanto João se levanta, deixando Aura pensativa. João segue junto do motorista para fora da casa. Aura se levanta do sofá e segue para frente do espelho que agora aparenta estar maior.
AURA: – Tudo que eu faço, tudo é para o bem dessa família, pois do contrário nosso nome não valeria mais de nada, absolutamente nada. – Ela comenta e logo depois sorri fartamente.
Aura sai de frente do espelho e passa por trás do sofá imponente, seguindo para a cozinha.
CENA 3: PARAÍSO AZUL | EXTERIOR | MANHÃ
Uma velha senhora caminha pela areia da praia, descalça e na companhia de uma mulher morena de beleza única, ambas sorriem, aproveitando a brisa que vem do mar. A senhora é Soraia e a outra mulher é Mirela.
Uma velha senhora caminha pela areia da praia, descalça e na companhia de uma mulher morena de beleza única, ambas sorriem, aproveitando a brisa que vem do mar. A senhora é Soraia e a outra mulher é Mirela.
SORAIA: – Demorou, mas tudo há de mudar, Mirela, tudo. – Ela comenta, parando próximo de um coqueiro.
Mirela, já acostumada com os mistérios das frases de dona Soraia, não deixa de prestar atenção em mais esse que se esconde.
MIRELA: – Paraíso Azul mudou, dona Soraia e com certeza as coisas também mudaram. – Ela diz, olhando para Soraia.
Soraia balança a cabeça de forma negativa, desviando o olhar de Mirela.
SORAIA: – Não estou dizendo sobre as mudanças estruturais que a cidade sofreu, Mirela. É sobre o destino de muitas pessoas que realmente se iniciou aqui e também acabará por terminar no mesmo lugar. Há muitas verdades para serem reveladas nesse paraíso, verdades que mudarão muitas histórias, seja para o bem ou para o mal. – Ela afirma, mantendo o olhar nas ondas que vem e que vão. – Todos nós estamos sujeitos à mudanças, Mirela e o que vai acontecer (pausa) mudará até mesmo nós, tão longe, mas com grandes efeitos. – Conclui, tocando na mão de Mirela.
As duas passam a observar o imponente hotel que foi construído à beira mar e a cidade que cresceu. Elas dão meia volta e seguem, percorrendo o mesmo caminho que leva até a casa de Soraia.
CENA 4: TEMEDO | EDIFÍCIO MONTAL | APARTAMENTO DE CARLOS | INTERIOR | MANHÃ
Carlos mudou bastante em sua aparência, agora usa barba e o cabelo um pouco mais comprido. Ele está terminando de tomar o café quando Bárbara vem do quarto, sorrindo. Ela se aproxima de Carlos e o beija, um beijo que não é tão correspondido por ele, que se afasta rapidamente, deixando ela verdadeiramente intrigada.
Carlos mudou bastante em sua aparência, agora usa barba e o cabelo um pouco mais comprido. Ele está terminando de tomar o café quando Bárbara vem do quarto, sorrindo. Ela se aproxima de Carlos e o beija, um beijo que não é tão correspondido por ele, que se afasta rapidamente, deixando ela verdadeiramente intrigada.
BÁRBARA: – O que houve? – Ela indaga percebendo que Carlos aparenta estar estranho.
Carlos olha rapidamente para ela enquanto pega sua mochila com os equipamentos de fotografia.
CARLOS: – Não houve nada, só tenho que ir pra agência mais cedo hoje… trabalho importante. – Ele responde pegando as chaves do carro e do apartamento. – Não fique paranoica, Ok!? – Ele completa se dirigindo até a porta.
Enquanto Carlos sai, Bárbara o observa com certa raiva.
BÁRBARA: – Como se eu não conhecesse você. – Ela diz assim que fecha a porta.
Bárbara baixa a cabeça parecendo respirar fundo. Ela olha para o corredor e vê a filha observando um tanto sonolenta. A menina se aproxima e Bárbara a abraça, afagando os cabelos dela.
CENA 5: PORTUGAL | LISBOA | AEROPORTO INTERNACIONAL | INTERIOR | TARDE
Manuela tem Luís, o filho, perto dela e o abraça, pensando em como será retornar ao Brasil depois de tanto tempo. Ela só desperta dos pensamentos quando Talles se aproxima.
Manuela tem Luís, o filho, perto dela e o abraça, pensando em como será retornar ao Brasil depois de tanto tempo. Ela só desperta dos pensamentos quando Talles se aproxima.
TALLES: – Está tudo resolvido, quase não consigo, mas o que importa é que está resolvido. – Ele informa antes de beijar Manuela.
LUÍS: – Não vejo a hora de conhecer o Brasil, mãe. – Ele diz,sorrindo. – A senhora e o pai sempre falam que lá é giro e tudo mais, estou ansioso. – Completa em meio a sorrisos.
MANUELA: – Você vai conhecer, filho. – Ela diz sorrindo antes de ouvir a chamada do voo.
Talles sorri, seguindo com Luís e Manuela para o portão de embarque. Não demora muito e o avião parte.
A imagem se congela no decolar da aeronave que tem como destino, Brasil.
CONTINUA…
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