Paraíso Perdido | Capítulo 09 #ParaísoPerdidoNoWebMundi

uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL

2008, BRASIL
CENA 1: RODOVIA CENTRAL | ÔNIBUS | EXTERIOR – INTERIOR | MANHà
O ônibus em que Manuela está se encontra capotado e a chuva continua a cair torrencialmente. De repente algumas saídas de emergência são abertas e os passageiros que estão acordados, mas feridos saem, apressados e assustados com o que aconteceu. Manuela é trazida por um homem que a coloca no chão assim que consegue sair em definitivo do veículo. Manuela tem um corte na testa que sangra muito e continua desmaiada.
HOMEM (Olhando rapidamente para todos): – Ela precisa de um hospital urgentemente ou pode não sobreviver. – Diz enquanto sente o pulso dela.
Algumas outras pessoas ajudam como podem a tirar os feridos de dentro do veículo. A chuva parece que não vai cessar.

CENA 2: TEMEDO | EDIFÍCIO MONTAL | APARTAMENTO DE CARLOS | INTERIOR | MANHà
Carlos parece recuperar as forças, mas continua com um olhar distante enquanto pensa no que pode ter causado seu mal estar. Ele leva a mão a cabeça, verificando se está com febre, mas nada.
CARLOS: – O que será que houve? Eu nunca me senti desse jeito estranho, parece que minhas forças podem ir embora a qualquer instante. – Ele comenta baixando a cabeça.
A campainha do apartamento toca fazendo com que Carlos desperte um pouco dos pensamentos. Ele se levanta, tomando cuidado para não voltar a sentir nenhum outro mal estar qualquer. Carlos segue até a porta e oberva pelo olho mágico para então ter certeza de quem seja. Ele respira profundamente ao constatar quem é. Carlos abre a porta.
BÁRBARA: – Então é aqui que você está morando agora. – Ela diz observando por alto a sala do apartamento.
Carlos aparenta estar um pouco desconfortável com a presença de Bárbara, logo sorri amarelo para ela.

CENA 3: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | QUARTO DE AURA E JOÃO | INTERIOR | MANHà
Aura está pensativa, olhando para o espelho que reflete a porta do banheiro. Pelo espelho ela vê o marido saindo do banheiro.
AURA: – Muito estranho essa mudança do Carlos, uma mudança repentina demais. – Comenta como quem não quer nada enquanto peko reflexo vê João.
João caminha um pouco até a janela enquanto ajeita a gravata.
JOÃO: – Não vejo nada de estranho no fato do Carlos querer ser independente, Aura. E não fique pensando nessa cabecinha que só é mais uma fase, pois não é. O Carlos está realmente decidido. – Afirma olhando para fora enquanto Aura o observa de canto de olho.
Aura se vira para João e o encara.
AURA: – Decidido a me irritar, é isso, não é mesmo? Você sabe muito bem como eu gosto de ter meus filhos perto de mim. – Ela diz se mostrando irritada.
JOÃO: – Quem deve aceitar isso é somente o Rodrigo, pois o Carlos não é como você pensa e nem como você quer que seja. – Ele diz, encarando a esposa.
João olha para relógio no pulso, depois para Aura e sai do quarto rapidamente. Aura volta para o espelho, olhando de forma misteriosa.

CENA 4: TEMEDO | EDIFÍCIO MONTAL | APARTAMENTO DE CARLOS | INTERIOR | MANHà
Carlos observa Bárbara sentada no sofá enquanto na cozinha prepara um suco. Depois de terminado o suco, ele leva dois copos com a bebida até a sala. Carlos entrega um dos copos para Bárbara que pega e antes segura de maneira intencional na mão dele. Ele entrega o copo rapidamente e se afasta de Bárbara que fica nitidamente intrigada.
BÁRBARA: – Há algo que você queira me contar daquela viagem que fez? – Indaga levando o copo com suco até a boca e tomando um gole.
Carlos fica pensativo diante da indagação de Bárbara. Ele se vira para ela com um sorriso de canto.
CARLOS: – Eu não preciso dizer, não é mesmo? Pelo visto alguém já contou o que aconteceu e até o que não aconteceu. – Ele diz, encarando Bárbara com firmeza. – Meu irmão com certeza não conseguiu se segurar e foi rasgar o verbo pra você. – Conclui, levando o copo de suco a boca e sem desviar o olhar de Bárbara.
Bárbara se cala, consentindo as desconfianças de Carlos. Ela levanta o olhar devagar.
BÁRBARA: – Tudo o que aconteceu naquela cidadezinha, modificou algo na nossa relação, então? – Questiona, receosa.
CARLOS: – A gente já havia conversado sobre isso bem antes mesmo de eu viajar, Bárbara. Não tínhamos mais nada. – Responde certo do que diz. – Me desculpa mesmo se eu estou magoando você com essas palavras, mas é a verdade, Bárbara. – Completa dando meia volta e retornando para o balcão que divide a sala da cozinha.
Bárbara parece respirar fundo enquanto pega a bolsa de cima do sofá. Ela caminha até o balcão em que Carlos está, mexe na bolsa e retira de dentro dela um envelope. Ela entrega o envelope para Carlos que o olha bastante intrigado. Bárbara dá meia volta e segue na direção da porta, saindo do apartamento.

CENA 5: TEMEDO | HOSPITAL SOUZA MARTINS | INTERIOR | TARDE
Algumas ambulâncias param em frente ao hospital, outras saem pelo portão ao lado do hospital. Muitas pessoas chegam enquanto outras circulam ma frente, parecendo bastante preocupados. De repente um carro descaracterizado estaciona à toda velocidade, assustando as pessoas que ali se encontram. Dois homens e uma mulher saem do veículo, abrindo as portas traseiras e retirando Manuela do veículo, ela está de olhos abertos, mas não diz nada. As pessoas que a trouxeram entram com tudo no interior do hospital.
HOMEM: – Por favor, nos ajudem, ela está muito ferida, sofreu um acidente na rodovia central. – Grita no meio da recepção.
Não demora muito e um jovem médico se aproxima e passa conversar com o homem que gritava. A conversa é rápida, logo Manuela é colocada na maca e acaba por desmaiar outra vez. Os enfermeiros a levam rapidamente do meio da recepção onde alguns curiosos observam.

CENA 6: TEMEDO | CASA DOS VILA | SALA | INTERIOR | TARDE
Bárbara se senta no sofá, parecendo aliviada, ela fecha os olhos rapidamente e só os abre assim que sente que alguém a olha. Assim que abre os olhos, Bárbara vê a mãe e parecendo adivinhar o que Catarina irá perguntar, adianta.
BÁRBARA: – Eu fiz o que você me aconselhou a fazer, mãe. Realmente até agora não sei se foi realmente a coisa certa a fazer. – Diz olhando para a mãe. – Mas eu amo ele demais pra deixar que me escape dessa maneira. – Completa, mantendo um olhar firme e decidido.
Catarina não diz nada em um primeiro momento, apenas se senta ao lado de sua filha e segura a mão dela.
CATARINA: – Eu acho melhor você ir comprando o vestido de noiva, filha. – Comenta, abrindo um pequeno sorriso. – Ele vai se casar com você, não tenho dúvidas. – Afirma certa de que sua filha vai conseguir o que sempre quis.
Uma sorri para a outra enquanto entrelaçam os dedos.

CENA 7: TEMEDO | EDIFÍCIO MONTAL | APARTAMENTO DE CARLOS | INTERIOR | TARDE
Carlos aparenta estar bastante irritado. Ele anda de um lado para o outro com um copo de bebida na mão. Já ouviu por diversas vezes o que havia no envelope que Bárbara lhe entregou diversas vezes e ainda segue sem acreditar.
CARLOS: – Ele não podia ter feito isso comigo, não podia! – Diz enraivecido. Carlos joga o copo de vidro na parede que se quebra. – Destruiu minha vida, me fez acreditar em algo que nunca existiu, nunca! – Grita ainda parecendo estar em choque.
Carlos se ajoelha no chão, chorando copiosamente ao se lembrar de tudo que acabou vivendo e o que deixou de viver em Paraíso Azul com Manuela.

CENA 8: TEMEDO| HOSPITAL | QUARTO | INTERIOR | NOITE 
A enfermeira se encontra observando o equipamento ao lado da paciente. Manuela está deitada na cama, parece adormecida, e realmente está. Não demora muito e ela começa a abrir os olhos bem devagar, observando a enfermeira. Manuela olha para ambos os lados parece tentar entender em que local se encontra.
MANUELA: – Onde estou? – Ela pergunta, fazendo a enfermeira olhar para ela.
ENFERMEIRA: – No hospital. – Responde, olhando para o monitor ao lado da cama. – Você sofreu um acidente e algumas pessoas lhe trouxeram para cá, mas o que importa é que você está bem agora. – Completa tocando na mão de Manuela.
Manuela por sua vez tenta se lembrar do que houve, mas não consegue e tudo se agrava quando a mesma enfermeira pergunta o nome dela, e ela não se lembra. Manuela tenta se levantar, mas não consegue, frustrada, passa a chorar de maneira copiosa.
A imagem se congela em Manuela chorando após não conseguir se lembrar do próprio nome.

CONTINUA…

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