Romeu e Julieta do Sertão - Capitulo 20

Joaquim ficou um bom tempo longe, mais uma vez voltou para casa pensando em sua amada, com saudades de seu cheiro de flor, sentindo falta dos seus beijos e do gosto do amor. O dia esta frio em meados de agosto. O rapaz chegou no final da tarde na vila de Santa Luzia, foi até o bar tomar uma pinga para rebater a friagem, o bar esta cheio, havia uma conversa animada em volta de uma mesa, Joaquim ignorou todos e se apoiou no balcão.  
-Veja quem esta aqui, Joaquim o melhor boiadeiro da região. - Falou Zé o dono do bar.  
-Me de um pinga Sr. Zé, aquela bem forte -  Disse Joaquim, Zé é homem baixo e roliçotem um bigode grande e bem aparado, sujeito bom muito conhecido no vilarejo. 
-É pra já seu moço. - disse o homem enquanto servia a bebida, Joaquim tomou tudo em um único gole, o rapaz ouviu alguém dizer " O meu cavalo é o mais rápido desta região", o moço  se virou para o homem, e disse : 
-Não é não, o cavalo mais rápido destas bandas se chama ventania e foi domado por mim. - Falou Joaquim propriedade, se virando para olhar o irmão de Isabel, Henrique olhou para Joaquim em desafio.  
-Meu cavalo é um manga larga, um corredor puro sangue, seu pangaré não pega nem beira. - Joaquim riu com desdém, como se Henrique houvesse contado uma piada.  
-Ventania é melhor do que esse seu cavalo metido a besta. - Henrique ficou irritado com a petulância do rapaz. 
-Então devemos resolver esta situação. - Disse Henrique se levantando  
-Concordo vamos correr, o vencedor provara qual cavalo é o mais rápido. - Henrique acenou com a cabeça concordando, as pessoas que estavam no bar ficaram empolgada, enfim teriam algo bom para ver, ainda mais uma disputa entre Joaquim o boiadeiro famoso  e Henrique filho de Jacinto de Andrade, a muito não se via uma disputa tão boa. 
Logo a noticia correu pela cidade, as crianças que estavam na praça saíram correndo para ver a corrida de cavalos como se fosse um grande espetáculo, neste momento Isabel saia da igreja, quando um menino passou correndo por ela, quase trombando com a moça. 
-O que esta havendo? - Perguntou ela quando notou o alvoroço na vila.  
-Uma corrida de cavalos, o boiadeiro  Joaquim vai correr. - Dizendo isso o menino saiu correndo para o final da rua, onde iria acontecer a corrida. O coração de Isabel deu um pulo, estava animada com o retorno de seu amado, ela correu para ver se Joaquim realmente havia voltado, ela tinha quer ver com os próprios olhos. 
Quando Isabel chegou no final da rua, teve que passar por entre as pessoas, para enxergar alguma coisa,  então seus olhos encontraram Joaquim, ele ainda vestia as roupas de viagem, estava montado em seu cavalo, com as feições sérias, do outro lado estava seu irmão Henrique montando seu alazão que praticamente soltava fogo pelas ventas, parecia antecipar a corrida ansioso para usar seus músculos equinos, a moça parou de respirar quando entendeu que a corrida seria entre os dois Seu irmão tinha um sorriso triunfante nos lábios parecia certo da vitória, enquanto Joaquim parecia concentrado, o rapaz inclinou o corpo e disse na orelha do cavalo "Vamos correr como o vento meu amigo". Zé era o Juiz da disputa, o homem se posicionou entre os dois cavalos. 
-O cavaleiro que der a volta na praça e chegar a este ponto primeiro é o vencedor. - Zé explicou as regas para todos. - Vou contar até três o disparo dará inicio a corrida, Preparados ? - Henrique e Joaquim assentiram com a cabeça. - Um, dois, três... - O disparo foi dado, o cavalo de Henrique ficou assustado com o barulho da arma, enquanto Joaquim saiu na frente, Henrique fincou as esporas nos flancos de seu cavalo,  a distância entre os dois encurtou, mas Joaquim ainda permaneceu a frente, ambos fizeram a volta na praça, agora ambos corriam lado a lado. Isabel prendeu o folego, torcendo para Joaquim ganhar a disputa, faltavam poucos metros, Joaquim instigou o seu cavalo, o animal correu ainda mais, e ficou uma cabeça a frente. 
Henrique percebeu que iria perder ele não poderia admitir uma derrota para o boiadeiro ainda mais na frente de todas da vila, Henrique puxou as reder de seu cavalo para o lado, os animais  trombaram violentamente, Ventania tropeçou, cavalo e homem caíram no chão, enquanto Henrique seguia correndo ruma a vitória, o corpo de Joaquim rolou pela rua poeirenta do vilarejo, Isabel soltou o grito de horror.

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