Paraíso Perdido | Capítulo 03 #ParaísoPerdidoNoWebMundi


uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL
Brasil, 2008
CENA 1: PARAÍSO AZUL | CASA DOS LIMA | QUARTO DE MANUELA | INTERIOR | NOITE
Manuela espera o pior enquanto alterna em olhar para Carlos e o avô que continua parado olhando para ambos. Carlos esboça uma reação, mas Joel sai de cena sem dizer absolutamente nada. Manuela passa por Carlos que não sabe o que fazer, ela olha rapidamente para ele antes de seguir e ir atrás do avô.

CENA 2: CASA DOS LIMA | SALA | INTERIOR | NOITE
Manuela alcança o avô já na sala, ela faz com que ele pare. Joel olha para sua neta parecendo um pouco decepcionado, mas só isso e nada mais.
MANUELA: – Desculpa, vô! – Ela pede segurando na mão dele. – Aquilo que o senhor viu ali dentro foi… – Joel não a deixa continuar.
JOEL: – Foi o que você quis, e eu não estou bravo como você deve pensar, só estou um pouco assustado por me dar conta de verdade que você cresceu, que não é mais aquela menininha e que está começando a conhecer o mundo além daqui. – Ele a interrompe. Joel segura na outra mão da neta e passa a olhar com mais intensidade nos olhos dela. – Ninguém pode lutar contra o destino, minha neta e o seu te chama. – Conclui, esboçando um leve sorriso.
Manuela fica sem palavras. Seu avô Joel se afasta, seguindo para fora da casa.

CENA 3: CASA DOS LIMA | QUARTO DE MANUELA | INTERIOR | NOITE
Manuela entra devagar no quarto, parecendo pensar bem no que seu avô disse. Ela levanta o olhar e percebe Carlos na janela, ele também parece estar bem pensativo. Ela se aproxima dele, ficando ao lado.
CARLOS: – Eu tenho que ir (pausa) entrei na sua vida há pouquíssimo tempo e olha que eu já causei. Seu avô com certeza se zangou por ter visto o que viu. – Ele diz, suspirando. – Eu não devia ter tomado a iniciativa de beijar você, Manuela, fui um idiota. – Afirma se afastando dela e seguindo para próximo da porta.
Manuela fica de costas para a janela e encara Carlos.

MANUELA: – Tudo aconteceu muito rápido. – Diz parecendo arrependida. Ela baixa a cabeça lentamente. Carlos também faz o mesmo e deixa o quarto. Assim que Carlos sai, Manuela se senta na cama, pensando no beijo que deram.

CENA 4: PARAÍSO AZUL | ESTRADA | EXTERIOR | NOITE
Rodrigo vai à toda velocidade, passando por Leopoldo de forma perigosa, tanto que o capataz da fazenda precisa se afastar para perto da cerca, se irritando muito com a atitude do motorista.
LEOPOLDO: – Esses infelizes só param de correr assim quando quebram a cara, maldição! – Comenta enquanto se coloca na estrada novamente, agora fazendo com que o cavalo siga devagar.
Leopoldo segue em direção da fazenda Arco Verde, irritado pelo que acabou de acontecer.

CENA 5: PARAÍSO AZUL | EXTERIOR | NOITE
Carlos caminha pela rua pensando em tudo que viveu no dia, em como acabou se perdendo na mata e também na primeira vez que viu Manuela. Enquanto caminha, ele abre um sorriso grandioso voltando a pensar no beijo que deu nela, então suspira, se sentindo um pouco diferente, o coração mais acelerado. Ele para em frente a pousada em que deixou sua mochila, está sorridente, pensando em Manuela, no jeito único dela e na forma que beija. Ele só desperta quando ouve uma buzina, logo identifica o irmão ao volante.
Rodrigo sai do carro, dá a volta e para de frente ao irmão, não deixando de perceber o olhar diferente que ali se encontra.

RODRIGO: – Que bom que você encontrou o caminho de volta, Carlos. – Diz, parecendo sério.
CARLOS: – Aconteceu tanta coisa comigo hoje, coisas que você não pode imaginar. – Comenta ainda com um certo olhar distante e com um certo sorriso.
RODRIGO: – Pelo menos um de nós parece ter ficado feliz. – Ele diz com um certo tom de ironia. – Eu não consegui absolutamente nada ainda, até pensei que o Diógenes iria assinar aqueles documentos, mas ele pediu um pouco mais de tempo, então, mano, não vamos embora hoje como queríamos. – Revela, passando por Carlos e seguindo para dentro da pousada.
Assim que Rodrigo sai de cena, Carlos abre um sorriso ao saber que ficará mais alguns dias na cidade.

CENA 6: PARAÍSO AZUL | PRAIA | EXTERIOR | MANHÃ
O movimento na pequena cidade é tímido. As ondas quebram nas pedras e também na areia da praia formando um belíssimo espetáculo junto do nascer do sol. Na praia, já de manhãzinha, Manuela se encontra sentada olhando o mar, tudo que aconteceu no dia anterior mexeu muito com ela, agora precisa de um momento para pensar já que a noite de sono não foi tão boa assim. Ela olha para o lado esquerdo e avista Talles vindo em sua direção. Talles se aproxima, coloca os sapatos de lado e se senta ao lado de Manuela.
TALLES: – Parece que tivemos a mesma ideia hoje. – Comenta, olhando para Manuela que esboça um pequeno sorriso.
Talles percebe que sua amiga se encontra um pouco distante, provavelmente por algo que aconteceu, mas decide não perguntar nada, pois conhece Manuela muito bem.

MANUELA: – Não consigo esconder nada de você e com certeza já percebeu que estou um pouco diferente. – Ela diz um pouco cabisbaixa. – Não sei se a vida da gente pode mudar em um dia, mas eu sinto que no dia de ontem isso aconteceu em minha vida.
TALLES: – O que houve ontem? – Indaga curioso.MANUELA: – Eu conheci uma pessoa (pausa), mas não uma pessoa qualquer. – Responde levando a mão ao coração
Esse gesto faz com que Talles fique pensativo e entenda do que sua amiga está falando, ele não deixa transparecer um certo incômodo ao saber que Manuela conheceu uma pessoa especial. Ambos continuam a conversar na manhã que apenas se inicia. Ao longe, Mirela observa os dois conversando e decide por não se aproximar.

CENA 7: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | SEDE | SALA DE JANTAR | INTERIOR | MANHà
Diógenes é servido pela única empregada da casa. Ele toma um pouco de café e sorri para ela, que o serve com um pedaço de bolo de milho. Assim que leva um pedaço de bolo à boca, Leopoldo aparece, parando na outra extremidade da mesa. A empregada os deixa sozinhos.
LEOPOLDO: – Vim assim que o senhor mandou me chamar, patrão. O que deseja? – Indaga, observando Diógenes terminar de degustar o bolo.
Diógenes limpa a boca com o guardanapo, coloca as mãos sobre a mesa e encara seu capataz.
DIÓGENES: – Prepare o meu cavalo, Leopoldo. Vou à cidade hoje mesmo. – Responde sem desviar o olhar. – E sem perguntas, por favor. – Pede pegando a xícara com café. Ele baixa o olhar enquanto Leopoldo deixa a sala de jantar. – Faz tempo que eu não vou àquele local, e antes de eu fazer o que tem de ser feito, tenho que visitar aquele lugar pela última vez. – Afirma para ele mesmo antes de tomar mais um gole de café.

CENA 8: FAZENDA ARCO VERDE | EXTERIOR | MANHÃ
Leopoldo arruma o cavalo de Diógenes, está bastante intrigado com o pedido do patrão. Ele se afasta do cavalo e encosta em uma pilastra de madeira, ficando ainda mais pensativo.
LEOPOLDO: – Será que ele desconfia de alguma coisa? – Se pergunta pensando em algo que só ele parece saber. – Não, não haveria como. – Afirma, tentando afastar alguns pensamentos da cabeça.
Ele volta para o local em que o cavalo está e termina de ajeitar tudo para a saída do patrão, tentando não pensar no motivo que o levou a fazer tal pedido.

CENA 9: PARAÍSO AZUL | POUSADA | VARANDA – QUARTO | EXTERIOR – INTERIOR | MANHÃ
Carlos já está de pé, observando o mar da varanda de seu quarto, ele abre um grandioso e sincero sorriso enquanto pensa no dia anterior. Caminhando pela varanda, Carlos pensa mais uma vez no beijo que deu em Manuela, se dando conta que a moça realmente mexeu com os sentimentos dele.
CARLOS: – Nunca senti algo tão intenso como o que estou sentindo desde que a olhei pela primeira vez daquele jeito. – Comenta entre sorrisos bobos.
A porta do quarto dele se abre, e Rodrigo entra, seguindo para a varanda ao ver o irmão ali e acaba escutando o que Carlos dissera.
RODRIGO: – Parece que alguém aqui está encrencado, não!? – Ele diz abrindo um sorriso nada confiante, sorriso esse que Carlos já conhece muito bem.
Carlos encara o irmão com uma expressão realmente séria. Rodrigo mantêm o mesmo olhar e um sorriso um tanto misterioso. A imagem então se congela nos irmãos frente a frente se encarando.

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