Anteriormente em Nova São Paulo
Hebeta briga com uma das únicas amigas que resistiu a ficar ao
seu lado.
Michael manda uma de suas meninas embora da agência, por
descumprir uma das regras estabelecidas.
Hebeta e Michael falam sobre o futuro milionário de Tony. O
futuro dono da empresarial Marinho.
Tony disputa a guarda da sua filha no tribunal. O juiz decide
que ele ficará com Laura. Luciana se desespera no meio da audiência.
Hebeta coloca em prática o seu plano com o metalúrgico, e o
convida para um almoço. Tudo sai como planejado e eles transam no primeiro
encontro. No dia seguinte, Tony recebe uma ligação importante, que pode mudar a
sua vida.
Tony - Tuca Andrada
Hebeta - Adriana Esteves
Luciana - Glória Pires
Júlia - Renata Sorrah
Michael - Vladimir Brichta
Participação Especial:
André - Mateus Solano
Sílvia - Thaila Ayala
Fique
agora com o capítulo de hoje!
Cena 1/ Apartamento
de Tony/ Quarto/ Dia Interno
Começo imediato do capítulo anterior/
Hebeta se cobre com os lençóis e procura sua bolsa. Retira de lá
o celular, digita o número e aguarda Michael atender.
Michael – Oi... Eae? Resolveu alguma coisa?
Hebeta – Ah, meu bem. Eu não só resolvi, como fiz. Você me
conhece, eu mato o coelho e mostro o pau.
Michael – Péssima analogia! Transou com o velho?
Hebeta – Sim... É velho, mas longe de tá inválido. Precisava ver
ele na cama, parecia um boi, não parava nunca. Tava vendo a hora ele morrer,
ter um ataque cardíaco.
Michael – Isso séria péssimo. Se ele morresse antes de assumir a
empresa, o que seria da gente? Nada!
Hebeta – Mas eu deixei o importante pro final. Quando a gente
acordou, adivinha? O telefone tocou, e do outro lado com certeza tá a nossa
mina dos ovos dourados, amor. Ligaram pro velho, e voz do outro lado era de
homem rico, e disse com todas as letras que era da empresa Marinho. A gente vai
mudar a nossa vida pra melhor. Vai mudar!
Corta para/
Cena 2/ Morro
do Jordão/ Apartamento/ Corredor/ Dia /Interno
Luciana sobe as escadas e apoia as sacolas no piso. Leva a mão a
coluna e descansa um pouco. Quando novamente pega as sacolas e retorna a andar,
nota a presença da dona do apartamento.
Luciana – Bom dia, veio olhar se tá tudo arrumado, né? Olha, eu
deixei tudo nos trinques. Até chamei o cara lá de baixo pra ajeitar a pia,
tinha um vazamento enorme vindo de lá, foi péssimo. Molhou quase a casa
inteira, mas eu arrumei, tá? Chamei minha amiga Marcele e arrumei cada
pedacinho daí. Limpei o chão, enxuguei tudo. Eu ia até perguntar se...
Figurante – Olha, Luciana, você fez bem. Foi bom enquanto durou.
Luciana – Eu cuido muito bem do seu apartamento, né? Dá um
trabalho às vezes. Acho que um mês atrás eu cuidei da criança da vizinha, ela
melou aquela parede branca da cozinha, sabe? Eu demorei quase uma semana pra tirar
tudo dali. Quase uma semana.
Figurante – Fez bem, mas... Você não vai morar mais aqui. Não,
não vai mais.
Luciana – Você tá...
Figurante – É, Luciana, eu tô te despejando do aluguel.
Luciana – Mas eu... Você não pode!
Figurante – Eu já encomendei a casa pra outra pessoa. A mulher
que te dava emprego morreu. Você perdeu a tua filha. Não tem ensino médio
completo, não tem um curso. E eu tenho quase certeza que essa comprinha que tu
fez, é o pouco do que restou do teu salário.
Luciana – Eu... Eu dou um jeito, não faça isso comigo, eu não
tenho pra onde ir. A minha irmã mora num lixão. Eu não tenho casa, por favor...
Figurante – Não adianta. Luciana, a maioria dos móveis que tão
aqui são meus. Pega o pouco das tuas roupas e vai embora.
Luciana – Deus, eu já falei que eu não tenho pra onde ir.
Figurante – Não adianta. Tu vai ter que ir embora hoje mesmo.
Corta para/
Cena 3/ Empresa
Marinho/ Dia /Interno
Tony chega apressado na empresa, e se depara com os executivos
engravatados. Os olhares se curvam diante da sua presença, mas não deixa de
caminhar.
Se aproxima do balcão, onde uma atendente finaliza uma chamada e lhe
encara de forma estranha.
Tony – Desculpa incomodar, mas é que eu recebi um telefonema de
um tal de... Ele não me disse o nome dele, mas falou que um executivo dessa
empresa. Ele quer falar comigo e eu pisei aqui. Por favor, onde que fica isso?
Atendente – Você? Ligaram pra você vir aqui e falar com um
executivo?
Tony – Sim. Sim, exatamente isso. Um executivo!
Atendente – Olha, senhor, sem o nome fica difícil de dizer
alguma coisa. Pode ser qualquer um, como eu vou saber quem te ligou?
André – Tony?
Tony – Eu mesmo. Foi você que me ligou?
André – Foi, foi eu mesmo. Caramba, a gente tem tanto pra
conversar. Venha. Venha comigo.
Tony – Antes de irmos, eu tenho que saber se vai ser
rápido.
Preciso voltar pro meu trabalho.
André – Você nunca mais vai voltar pro teu trabalho.
Sonoplastia:
Make This Go On Forever – Grey’s Anatomy (Permanece até o final da cena 6)
Tony – Eu posso saber o porquê?
André – (Sussurrando) Porque você é o novo dono dessa empresa!
Os seus parentes, Tony... Aqueles que você deixou pra trás, lá no Uruguai. Eles
depois de tempo enriqueceram, e fundaram isso daqui, uma das maiores empresas
do comércio Brasileiro. Acontece que o teu pai morreu, e apesar de tudo que
aconteceu, o único herdeiro que ele deixou que tivesse todo o império da
Marinho em mãos, é você. Tony, você é o novo dono da empresa Marinho. Você é o
novo milionário disso. Você agora virou o homem de maior poder de São Paulo.
Tony...
Corta para/
Cena 4/ Morro
do Jordão/ Dia /Externo
Luciana caminha pelo morro com uma trouxa em mãos. As pessoas
lhe encaram com tristeza. Uma lágrima escorre de seus olhos, mas permanece
andando.
Corta para/
Cena 5/ Morro
do Jordão/ Dia /Externo
Luciana atravessa a avenida. Para por alguns instantes e encara
com apreensão o lixão, que se projeta diante de seus olhos.
Luciana – (Chorando) Desculpa filha, jamais vou poder te dar a
vida que sempre quis. Mil desculpas. Eu queria ser uma mãe que te desse carinho
e tudo que na vida você merece, mas... Nada mais vai ser como eu escrevi, como
eu sonhei antes de você nascer. Jamais! Eu espero que não pense que te abandonei, jamais pense isso. Eu sempre sereia a sua mãe, mas infelizmente... meu amor, eu sempre serei a sua mãe. Ou não...
Corta para/
Cena 7/ Empresa Marinho/ Escritório Dia /Interno
Tony - Eu ainda não estou entendendo. O que tá acontecendo? Deixei minha família porque meu pai não me considerava filho... como ele deixou essa empresa no meu nome? Isso é impossível!
André - Nessa vida nada é impossível. Mas vamos fazer um acordo! Você não vai se revelar dono da empresa, ela ficará em meu nome, você não pode apenas falar que é dono e... você não sabe quase nada sobre empreendedorismo, vamos esperar alguns anos. Vamos?
Cena 7/ Empresa Marinho/ Escritório Dia /Interno
Tony - Eu ainda não estou entendendo. O que tá acontecendo? Deixei minha família porque meu pai não me considerava filho... como ele deixou essa empresa no meu nome? Isso é impossível!
André - Nessa vida nada é impossível. Mas vamos fazer um acordo! Você não vai se revelar dono da empresa, ela ficará em meu nome, você não pode apenas falar que é dono e... você não sabe quase nada sobre empreendedorismo, vamos esperar alguns anos. Vamos?
Cena 6/ Lixão/
Dia /Externo
Luciana bate na porta do pequeno casebre. Júlia abre a porta e
lhe encara.
Júlia – O que tu tá fazendo aqui?
Luciana – Me despejaram da minha casa.
Júlia – Olha...
Luciana – Para, para com isso. Você vai impedir que eu more com
você? Vai dizer não? Vai deixar que eu more na rua? Debaixo do viaduto? É isso?
Júlia – Não tem espaço pra você.
Luciana – Eu trabalho. Eu não vou ser inútil. Eu trabalho junto
com você, até poder construir um barraco aqui do lado... Por favor, não me
recuse um teto. Não faça isso, eu peço.
Júlia – E a tua filha? Luciana, não é só você, aqui não mora apenas eu. Nessa casa também vive o meu filho, a mesma idade que a tua filha.
Luciana – Eu vou pedir pro Tony fingir que eu nunca existi na
vida dele. Eu vou pedir que ele jamais traga a Laura aqui. Ela não pode saber
que a mãe dele vive em um lixão. Já que ele se gaba tanto que pode dar mais pra
ela, que ele fique com ela, e nunca mais traga pra cá. A partir de hoje, a
partir de agora, Júlia, eu nunca tive um filha, Laura nunca existiu. Eu... eu
não sou mãe, eu nunca engravidei!
Corta para/
Cena 8/ Agência/
Dia /Interno
Michael e Hebeta estão se beijando em cima da bancada.
Michael – Tá dando certo!
Hebeta – Eu sempre soube que meu sucesso vinha. Eu não sabia que
ia ser tão rápido. Ah, você sabe muito bem que meu sonho era sair daquela
merda, e agora.... Ah.
Michael – Essa hora ele já deve tá sabendo de tudo. Sabendo da
família rica, sabendo que é dono da Marinho. Essa hora ela tá sabendo de
tudo...
Hebeta – Dinheiro, o dinheiro vem. Tá chegando as notas de cem
na minha mão
Michael – (Sussurra) Gostosa...
Hebeta – “Vamo” aproveitar que você tá na ativa, e bora
oficializar tudo? Colocar em prática? A gente precisa fazer isso o mais rápido
possível, a gente precisa...
Michael – Ah, é? E o que tem em mente?
Hebeta – Ter um filho. O golpe do Baú, a chave de cadeia pra
prender qualquer homem rico.
Michael – E quem vai ser o pai? Quem vai ter o DNA falso do
rico?
Hebeta – Você!
Eles param de se beijar. Michael sai de perto de Hebeta.
Michael – Eu?
Hebeta – Você! O que tem de errado nisso? Acorda, Michael, ou
você acha que eu ele vai querer ter uma outra filha comigo? A única chance de
prender esse homem na gente, é com um filho. Uma barriga!
Michael – Eu não sei disso não...
Hebeta – Não tem o que saber, querido. Pega a camisinha que eu
sei que você colocou no bolso pra usar agora, e joga ela no lixo.
Michael – Hebeta, eu não sei... Eu não...
Hebeta – Eu já falei, pega a camisinha que tu ia usar e joga no
lixo. Se der tudo certo em três meses os sintomas começam, a barriga cresce, e
eu falo que tô grávida. Vamos...
Michael – Isso é arriscado...
Hebeta – Tira a roupa.
Michael – Hebeta, eu...
Hebeta se aproxima de Michael e o beija.
Hebeta – Aceita, nada vai dar errado, fica calmo. A gente vai
ter um filho, o dinheiro vai pintar solto, eu vou te dar dinheiro, você ajeita
essa espelunca, lucra mais, alcança mais clientes. Eu vou ter a vida dos
sonhos. Três meses, apenas isso é necessário... Três meses!
Corta para/
Cena 9/ Casarão
Sales/ Quarto de Laura/ Dia /Interno
A babá Silvia está brincando com a bebê Laura. Tony observa de
longe a sua filha, e em alguns segundos se aproxima das duas.
Silvia – Tava aí, seu Tony? Olha como tá a sua filha, tá linda
né?
Tony – Como sempre...
Silvia – Ela puxou a mãe, não foi?
Tony – Eu prefiro não falar dela.
Silvia – Uma pena. Toda mãe precisava ver como tá a filha, a sua
tá linda. A coisa mais linda do mundo... Uma maravilha de criança.
Tony – Se depender de mim, quando eu morrer e ela que vai
assumir tudo, minha filha, e pelo visto a única.
Silvia – Mas será que a dona Hebeta não vai trazer mais um pro
senhor?
Tony – Eu não sei... a gente sempre usa... é melhor eu não falar
disso com você, expor minhas relações sexuais com ela... melhor não. (Risos)
Silvia – Ah é, é melhor.
A voz de Hebeta ecoa do corredor.
Hebeta – (Ofegante e gritando) Tony, cadê você. Onde tu tá?
Tony, tu tá aonde? Onde é que tu tá? Hein?
Hebeta entra no quarto.
Tony – O que foi, meu amor?
Hebeta – (Ofegante) Ah, ainda bem que tu tá aí. Eu... Eu vim
correndo do hospital. Eu peguei o primeiro táxi que eu vi, eu precisava vir o
mais rápido possível.
Tony – Meu Deus, não me diga que aconteceu o pior?
Hebeta – Não, claro que não. É uma notícia ótima, uma das melhores notícias que eu poderia dar, meu bem.
Tony – Então fala, o que... o que aconteceu?
Hebeta – Sabe aqueles enjoos, o meu sono, tudo, tudo aquilo?
Sabe? Se lembra disso? Tudo aquilo que aconteceu nesses últimos meses.
Tony – Lembro, claro que eu lembro, lembro.
Hebeta – Eu não sei nem como eu poderia dizer isso, mas,
querido. Eu... eu estou grávida! Estou gravida de um filho seu. Eu... Tony... Eu... eu tô
grávida!
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