DESTINO - Capítulo 46: Armadilha


Vera: Ela vai matar o meu filho! Faz alguma coisa, Manoel!

Manoel: Ele está seguro olha, já chamei a polícia enquanto estávamos vendo as imagens.
Lívia: Como você fez isso se não ouvi nada?
Manoel: Mandei mensagem pra um amigo meu advogado que trabalha na polícia. Ela já está a caminho.
Vera: E enquanto isso? Vamos ficar assistindo isso?
Manoel: Não, vamos subir. Tiago, vem comigo. Manda uma mensagem e peça pro Vitor vir comigo também.
Vera: Tem certeza?
Manoel: Tenho. Confie em mim. Vai dar tudo certo.

Mateus: Baixa esta arma, Bárbara!
Bárbara: Você já foi longe demais, Mateus. Não tenho mais nada a ganhar com você e ainda posso me queimar. Hora de dar tchau, garotão.
Mateus parte pra cima de Bárbara e os dois começam a disputar a posse da arma de Bárbara, até que a arma dispara.

*Mateus e Bárbara se olham diretamente um no olho do outro e Mateus cai no chão.*
Bárbara guarda a arma na bolsa e se prepara para sair, fugindo do apartamento, quando ao abrir a porta dá de cara com Manoel, Tiago e Vitor.
Bárbara: Manoel? Você? O que você está fazendo aqui?
Manoel: Acabou, Bárbara! Você vai pagar por tudo o que fez contra mim e contra as pessoas que eu amo.

Ellen: O Mateus caiu? Não era pra ele cair!
Iná: Como assim, Ellen?
Ellen: Eu dei pra ele um colete a prova de balas que meu pai conseguiu. Mas ele caiu como se tivesse levado o tiro. Isso não era pra acontecer. Gente, estou achando que ele foi acertado de verdade pela minha mãe!
Iná: Ai, meu Deus! Não! A Vera vai morrer se isso tiver acontecido. Não comentem nada até a gente ter alguma certeza.

Manoel toma a bolsa de Bárbara e passa para Vitor segurar.
Manoel: Toma, Vitor. Cuide bem disso, pois a polícia vai precisar disso.
Bárbara: Polícia? Do que vocês estão falando?
Tiago: Meu irmão! Ele está caído!
Manoel: Ele deveria estar com colete que eu pedi pra Ellen dar pra ele.
Bárbara: Isso era uma armadilha? Foi pra isso que o Mateus me chamou aqui?
Mateus: Já posso me levantar?
Manoel: Você está bem, Mateus?
Mateus: Estou, Manoel. Eu cai pelo impacto do tiro, mas estou bem. Preferi continuar caído pra ela achar que eu tivesse sido acertado.
Bárbara: Me solta, Manoel! Você não pode me segurar assim!
Manoel: Vai fazer o que? Chamar a polícia? Já chamei, pode ficar tranquila.
Bárbara: Você é mesmo um idiota, Mateus! Não vê que com isso você vai definitivamente pra cadeia e ser descoberto pela Lívia?
Mateus: Você é uma imbecil mesmo. Nós já estamos na cadeia há muito tempo. A Lívia já sabe da gente.

Lívia: Será que tudo correu bem?
Vera: Espero que sim.
Tatiana: Olha, a Ellen está vindo aí.
Ellen: Meninas, podemos subir. Já vi pela câmera e meu pai segurou a minha mãe.
Vera: Está tudo bem com o Mateus?
Ellen: Está sim. Levei um susto ao ver ele cair depois do tiro, mas ele estava usando o colete.
Vera: Tiro? A Bárbara realmente ia matar ele?
Lívia: Que bom que não matou. Quero esses dois pagando por tudo o que fizeram. A morte seria muito boa pra eles.
Tatiana: Pega leve, Lívia. Minha mãe está aqui.
Vera: Deixa, filha. Eu entendo a revolta dela e concordo que os dois devem pagar pelo que fizeram. Espero que ela como mãe também entenda que por pior que o filho seja, a gente sempre vai ter um sentimento de preocupação em relação a ele.
Lívia: Desculpa, Vera. Falei por falar.
Vera: Vamos subir lá.

Manoel: Tiago, retire as câmeras dos lugares onde a Ellen havia as colocado. Você lembra, não lembra?
Tiago: Lembro sim. Pode deixar.
Bárbara: Câmeras?
Mateus: Qual parte do “você é uma imbecil” você não entendeu, Bárbara?

Ellen bate a porta e pede pra entrar com o restante das pessoas.
Ellen: Podemos entrar.
Vitor: Podem.
Bárbara: Olha só quem está aqui! A filha desnaturada! Já estou sabendo que você fez parte desse circo todo contra mim. Maldita hora em que fui parir você, sua ameba!
Vera: Me surpreenderia muito ver uma mãe falando assim da filha se essa mãe não fosse você.
Bárbara: Olha só quem está aqui, a vendedora de lavagem de pobre. Como está o seu pé sujo que você chama de restaurante? Causando muita intoxicação alimentar nos clientes?
Vera: Não servimos carne de segunda como você pra ter algum tipo de problema como esse.

Num vulto, extremamente rápida, Iná avança a porta e desfere três tapas na cara de Bárbara.
Iná: Sua cachorra! Cadela nojenta! Eu fiquei tanto tempo se saber que tinha uma filha viva e sem a encontrar depois por sua causa, sua imunda!
Bárbara: E por mim continuaria. Odeio você e toda essa corja que insistiu em aparecer na minha vida. E sabe o que mais? A Lívia deve ter me agradecido quando soube que fiz tudo isso. Se hoje ela é dona de um dos maiores hospitais do estado e rica do jeito que é foi porque eu e a dona Odete tratamos de colocá-la na família Veloso. Imagina se ela fosse sua filha? Ela estaria até hoje falando “pobrema”, “estrupo” ou qualquer dialeto ou variação da língua portuguesa.

Vindo de trás de todos, Lívia aparece por último.
Mateus: Lívia? O que você está fazendo aqui?
Lívia desfere um tapa em Mateus.
Lívia: Eu não te autorizei falar comigo. Cale a sua boca.
Bárbara: Olha só, a bastardinha. Agora a família está toda reunida. Que cena linda, comovente. Só não bato palmas porque o Manoel amarrou minhas mãos, mas vocês estão de parabéns, cena digna de teatrinho de escola.
Lívia: Essa é a mulher da qual vocês me falaram? A tal da Bárbara?
Bárbara: A tal da Bárbara? Bárbara Pierini pra você, sua bastardinha.
Lívia: Ela late sempre desse jeito ou é só quando está acuada.
Priscila dá uma risada. Ellen olha feio para a namorada. Priscila pede desculpa.
Manoel: Que horrível saber que você ainda usa meu sobrenome. Mas por pouco tempo.
Bárbara: Mas o sangue sempre fala mais alto mesmo, não é? Foi criada a pão de ló por uma das famílias mais ricas de Curitiba e mesmo assim ainda se parece tanto com a faxineira.
Lívia: Quando que a gente vai tirar essa mulher daqui e mandar ela pra polícia junto com esse traste do Mateus?
Mateus: Lívia, não precisa ofender.
Lívia: A sua existência pra mim já é uma baita ofensa e nem por isso estou reclamando.
Manoel: A polícia já chegou. Estão subindo. Quero ver toda essa ironia quando você for pra cadeia, Bárbara.
A polícia bate a porta e Manoel explica o que aconteceu. Mateus e Bárbara são levados para a delegacia.

Bárbara: Me solta. Estão pensando que estão falando com quem? Olha como vocês me tratam, seus energúmenos.
Bárbara é jogada dentro do camburão e paralelo a isso Ellen chora baixinho e é consolada pelo pai.
Ellen: Não precisava disso tudo. As vezes eu não entendo o que acontece com a minha mãe, pai.
Manoel: Eu também não, minha filha. Eu também não...

Ao lado, Tiago e Tatiana consolavam Vera.
Vera: Bom, agora acabou. O Mateus vai pagar pelo que fez e a Bárbara também.
Lívia: Desculpa, Vera, mas as coisas não acabaram não.
Vera: Como assim? O que mais você quer do Mateus?
Lívia: Eu quero saber o porquê de ele ter matado o meu pai. Isso não está claro.
Vera fica pálida.

Bárbara e Mateus chegam à delegacia.
Delegado: O que aconteceu?
Policial: Esses dois estavam em uma discussão e num momento a senhora que aqui está deu um tiro no rapaz, mas ele estava de colete a prova de balas e sobreviveu sem ferimentos. Tem essa arma encontrada com a senhora também.
Delegado: Colete a prova de balas? Como assim?
Mateus: Eu vou explicar tudo no depoimento.
Delegado: Pois bem, quero sim uma ótima explicação. Vou começar pela senhora e depois para o rapaz.
Bárbara: Eu não vou falar nada sem o meu advogado!
Delegado: Tudo bem. É um direito da senhora, mas enquanto isso ficará reclusa.
Bárbara: Reclusa? Eu? Olha pra mim. Eu sou de família boa e não uma qualquer dessas que o senhor vive recebendo aqui.
Delegado: Minha senhora, isso é padrão. Não estou lhe dando voz de prisão, apenas fazendo um procedimento básico.
Bárbara: Mas eu não sou uma pessoa básica pra você fazer isso comigo. Vá à merda com esse procedimento. Eu nem deveria estar aqui.
Delegado: Bom, agora a senhora me deu motivo para prendê-la. Está reclusa por desacato à autoridade. Vamos, leve esta senhora daqui.
Bárbara: O que? Seu delegadinho de quinta! Vai se arrepender disso tudo!
Delegado: Vai ter que responder por esta ameaça também.
Bárbara é levada para uma cela enquanto gritava pedindo para a largarem.

Delegado: Bem, rapaz. Posso começar com você ou vai aguardar advogado também?
Mateus: Eu falo sem advogado mesmo.
Manoel: Eu sou o advogado dele.
Mateus: Manoel? Por que você vai me defender?
Manoel: Eu não necessariamente vou te defender, porque você me prejudicou muito, rapaz. Mas farei isso pela Vera e também porque quero que você fale o máximo de coisas que possam levar a Bárbara a ser presa também.
Mateus: Bom, se for assim então eu aceito sua ajuda.
Delegado: Podemos começar?
Mateus: Podemos.
Delegado: Nome?
Mateus: Mateus Filipe Soares de Souza...
Mateus presta seu depoimento ao lado de Manoel e termina-o só uma hora depois.

Mateus termina o depoimento e na sala de espera estavam Lívia, Vera e Iná.
Vera: E aí, como foi?
Manoel: O Mateus confessou tudo e também deu detalhes de como a Bárbara agiu junto com ele. Ele cumpriu aquilo que você tinha falado, Vera.
Vera: E onde ele está agora?
Manoel: Vera, ele confessou três assassinatos. Ele já foi detido.
Lívia: E o julgamento? A condenação?
Manoel: Isso só mais adiante.
Lívia: Eu posso falar com ele agora?
Manoel: Falar com ele? Pode... mas o que mais você quer falar com ele?
Lívia: Me deixe falar com ele. Eu tenho esse direito.
Vera: Deixa, Manoel. Eles tem muito que acertar ainda.
Manoel concorda e leva Lívia pra outra parte da delegacia. Fala com o delegado que autoriza a visita de Lívia a Mateus.

Guarda: Rapaz, tem uma mulher aí querendo falar com você.
Mateus: Mas acabei de ser trazido pra cá. Quem pode ser?
Lívia: Sou eu, Mateus.
Guarda: Vou deixar vocês na sala de visitas.
Lívia e Mateus ficam frente a frente.
Mateus: O que você ainda quer que eu fale? Já não sabe o suficiente de mim?
Lívia: Que você não presta e foi a pior coisa que aconteceu na minha vida eu já sei.
Mateus: Então o que quer mais?
Lívia: Eu quero saber por que você me escolheu. E o porquê de ter assassinado meu pai que sempre foi um homem tão bom pra você.
Mateus: O Eugênio? Bom? Você é uma pateta mesmo! Uma anta burra! Nunca percebeu se quer a merda de caráter que teu pai tinha.
Lívia: Burra fui quando resolvi te botar na minha vida. Mas se você acha que tem motivos de sobra pra ter feito algum mal para o meu pai, conte para mim.
Mateus: Quer saber mesmo? Então eu vou te contar. Você vai ver que tem gente bem mais lixo nesse mundo do que eu.


------------------------------------------ GANCHO: MEMÓRIAS (Pitty) -----------------------------------------------------

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