Live The Difference - Um Grito de Liberdade| Cap. 04 - MAQUIAVÉLICOS!




Capítulo 04

CENA 01 .
NOITE -
RUA CENTRAL/ LOCAL DO QUASE ACIDENTE.

ÁRIA —Você está louco? Como me empurra dessa forma e ainda fica com esse seu corpo sobre o meu assim? —Indaga ela, já que o corpo de Alexandre está sobre o seu ocasionado pela ação dele ao se jogar contra o corpo dela evitando o acidente.

ALEXANDRE —Foi um impulso,  eu só quis evitar uma tragédia. Para de ser mimada! Era isso ou você morria.

ÁRIA —Eu preferia morrer do que ter a ajuda de uma pessoa como você que é grosso e não tem respeito nem com seus colegas de classe. Ainda mais comigo, uma mulher! —Diz sem ao menos relutar ou empurrá-lo.

ALEXANDRE —Eu não deveria mesmo ter falado com você daquela forma hoje mais cedo, mas entenda, você estava usando termos pesados contra minha familia. Você só precisa mudar um pouco seu jeito e a forma de tratar o outro.

ÁRIA —Lição de moral agora não garoto, me poupe. Olha, até que para alguém da sua classe (se referindo a classe social) você fala bem. —Diz notando a formalidade do mocinho.

ALEXANDRE —Não é porque uma pessoa é pobre que ela não pode ou saiba falar bem. Pessoas pobres também lêem e estudam.

ÁRIA —Aliás, por que é que você ainda não saiu de cima de mim? —Reluta com raiva. —Sai! Seu abusado, isso é crime tá? Abuso sexual!

Alexandre chateado já se levanta.

ALEXANDRE —Eu nem toquei em você menina, só evitei que um acidente te acontecesse e você vem me dizer que eu tentei abusar de você? Realmente você não muda. —Chateado ele se vira para sair.

Ária puxa Alexandre.

ÁRIA —É que, eu… eu…  

ALEXANDRE —Não quero saber, você me feriu muito agora. Eu tenho princípios, sei reconhecer o valor de uma mulher, o quão respeitada ela merecer ser, e não só a mulher, mas qualquer ser humano. Eu jamais seria capaz de cometer tamanha atrocidade. Estou profundamente magoado. Não faço nem mais questão de falar com você, tchau!

Alexandre triste sai deixando-a sozinha e pensativa.

ÁRIA —Por que você é assim Ária? Por quê? —Se cobra arrependida.

Ária vai para casa e ao chegar sobe para o quarto.

MANSÃO DOS VIELAS/ INT./ QUARTO DE ÁRIA

Se sentindo culpada (pela primeira vez), ela fica angustiada e apenas se joga em sua cama, colocando seus pertences em uma poltrona e desligando a iluminação de seu quarto.

A porta abre.

HORÁCIO —Filha, chegou? Você está bem? O que houve? Ouvi sons, como um choro.

Ele liga a luz e fala com a filha.

HORÁCIO —Você tá bem minha menininha? Você sabe que pode contar o que for para mim. Desabafe, não chore sozinha filha!

Ária levanta-se e o encara.

ÁRIA —Você me acha uma pessoa má pai? —Chora.

HORÁCIO —Claro que não minha filha.  De onde você tirou esse absurdo?

ÁRIA —Me abraça pai!

HORÁCIO —Sempre que você precisar filha!

Horácio emocionado abraça Ária.

|Enquanto isso, Alexandre também chega em sua casa|

CASA DE ALEXANDRE/ INT./ SALA DE ESTAR

Alexandre chega muito triste e magoado com lágrimas correndo pelo rosto e encontra sua mãe dormindo desconfortável no sofá.

ALEXANDRE —Ei, mãezinha, acorda! Deixa eu te ajudar a ir pro seu quarto. Olha como você está desconfortável… já te falei tanto pra não me esperar até tão tarde...

LAURA —Isso é amor de mãe fih (filho), não sossega até ver os seus retornar pra casa.

ALEXANDRE —Ai mãe, se eu pudesse fazer mais por você…

LAURA —Você comigo já tá bom demais fih. Por que chegou chorando? O que te fizeram Alexandre? Fala pra mim que eu vou resolver agora!

ALEXANDRE —Já sou um homem crescido, a senhora sabe. O que me faz chorar a senhora já sabe, é a situação atual daqui de casa. Mas tudo vai ficar bem, prometo!

LAURA —Se atordoe não meu fih, tudo vai ficar bem.

ALEXANDRE —Assim será mãe, assim será! —Ele olha fixo e decidido.

CENA 02.
DIA SEGUINTE
MANHÃ -
ESCOLA/ INT.| ENSAIOS E PREPARATIVOS DECISIVOS
PARA O CONCURSO E A COMPETIÇÃO.

BÉLGICA —Olá meninos, Pedro e eu ficamos responsáveis pela organização dos ensaios junto ao grupo especializado que virá a qualquer momento. Enquanto isso, Patrícia que é professora de Educação Física, que também é professora de dança e coreógrafa os ajudará a finalizar os passos já dados para o número inicial.

PEDRO —Eu e a professora Bélgica, participaremos junto a vocês do ensaio para incentivá-los ainda mais e ajudar a destravar vocês. Ok?

Todos respondem SIM.

Pedro porém vê que Pulga não se junta ao grupo e se aproxima.

PEDRO —Algum problema? Por que não se junta com os outros colegas?

PULGA —Talvez porque eu não queira. Porque não me deixam em paz?

PEDRO —Pulga eu só estou pedindo.

PULGA —Se é um pedido, posso dizer “não” mano. Sai fora!

PEDRO —É um ordem! —Impõe. —Essa é uma atividade de todos. Se é de todos, é sua também.

PULGA —Você é surdo fio? Sou obrigado a nada não tiozão. Galera chata fica tirando a brisa dos outros, vai procurar o que fazer…

Pulga sai.

Pedro fica chateado porém pensativo.

|O ensaio continua|
SALA DO GRUPO DE ARTES PLÁSTICAS.

Bernardo encontra Mew na parte da organização das artes plásticas.

BERNARDO —Sério que você escolheu artes plásticas? —Diz sorrindo.

MEW —Sim. —Dá um sorriso bobo. —Você também amigo? —Bernardo acena que sim. —Aaaaaa que bom, eu já estava me sentindo um pouco sozinho.

BERNARDO —Quer ajuda? —Sorridente.

MEW —Se você puder segurar por dois minutinhos esses pincéis aqui eu vou ficar muito grato —Sorri.

BERNARDO —Claro! —Diz pegando os pincéis.

Priscila chega toda escandalosa.

PRISCILA —Eu tô é morta que meus dois melhores amigos se conhecem. E o melhor: são amigos, é isso mesmo minha gente?

BERNARDO —Vocês melhores amigos? Desde quando?

PRISCILA —Mew é irmão do Charles, a dupla de irmãos populares super desejados pelas garotas e porque não por garotos também não é mesmo? BERRO! —Fala alto.

MEW —Pra quê tanto escândalo Priscila? —Diz envergonhado pelas palavras e o tom da amiga.

PRISCILA —Eu sou assim meu bem, desculpa. Mas continuando… daí eu e Mew sempre passávamos um tempão juntos, eu pensava até que a gente ia acabar “ficando”, mas ele sabe respeitar uma mulher e não forçou nada e nem houve nada da minha parte, então ficou no zero a zero. Enfim, era pra sermos só amigos e é isso que somos. Apesar de já ter namorando um monte de menininhas. —Ri alto.

MEW —Não é pra tantos Priscila,no mínimo duas. Quem vê pensa que eu sou um galinha que sai trocando de namorada como troco de roupa. —Rir.

Bernardo se mantém calado e sério.

BERNARDO —Legal! —Fala sério sem sorrir.

PRISCILA —Pi… pi… pi, alerta de ciúme nível master detectado.

BERNARDO —Ciúme de quem? Nada a ver Pri.

MEW —E vocês? Melhores amigos desde quando? —Corta o papo antes que Priscila fale demais.

BERNARDO —Pri sempre estudou com a Ária e consequentemente comigo em alguns anos, já que estamos na mesma série. Nos aproximamos muito e acabou que somos assim até hoje.

Ela abraça eles, forçando um abraço triplo.

Julián chega.

JULIÁN —El ensayo del teatro ya empezó… (Tradução: O ensaio do teatro já começou…) —Fala em alto tom e sendo levado por Priscila que grita:

—Até mais tarde meninos e comportem-se. —Grita aos risos para Bernardo e Mew.

|Ensaio de dança|

Maurício tenta chegar em Maria Fernanda.

MAURÍCIO —Oi, tá cansada?

MARIA FERNANDA —Todo mundo está, imagino. —Sorri.

MAURÍCIO —É. Tá procurando alguém? —Ele nota que ela olha como se buscasse alguém.

MARIA FERNANDA —Alexandre não veio não né?

MAURÍCIO —Parece que não. —Diz bravo com ciúme e saindo desapontado.

Charles também tenta chegar em Ária.

ÁRIA —Ah, oi! Ainda bem que você tá aqui.

CHARLES —Ah é? —Abrindo um mega sorriso ele já se anima. —E por quê?

ÁRIA —Queria saber se você viu o Alexandre.

CHARLES —Por que? —O sorriso se desfaz e a raiva aparece.

ÁRIA —Não viu né? Desculpa tenho que ir procurar ele, até depois. —Sai dando um mega fora preconce antes de qualquer tentativa dele, revoltando-o.

CHARLES —No meio do ensaio? —Questiona sem ser ouvido.

Ária o deixa falando sozinho.

CENA 03.
MANHÃ -
CAMPO DE FUTEBOL DA ESCOLA VIZINHA| MANHÃ| PARTIDA FINAL DE UM JOGO

Atena na arquibancada, nem presta atenção no jogo tirando fotos. Até que observa o alvo vindo depois do fim do jogo.

ATENA —Tenho que correr agora, essa é a hora.

Atena desce correndo e finge uma torção no tornozelo.

ATENA —Aaaaai meu pezinho! Meu pezinho! —Fala super alto aos gritos.

Felipe que está vindo com seu time corre para ajudar.

FELIPE —Você está bem moça? Machucou? —Se aproxima.

ATENA —Sim, meu osso tá doendo muito.

FELIPE —Se refere ao tornozelo? —Rir ele. —Vem cá, vou te ajudar. Posso? —Ela confirma. —Pode ir na frente meninos vou levar ela para enfermaria.

Um dos amigos:
—Tem certeza? Olha cara, não vai cantar a garota não heim!

Atena dá um sorriso de comemoração do plano.

CENA 04.
TARDE -
MANSÃO ANGELIS/ INT./ COZINHA

ARMANDO —Que bom que os dois estão aqui.

CHARLES —O que tá havendo? Vocês dificilmente fazem questão de um jantar em familia.

STELLA —Charles! —Briga ela.

MEW —Mas é verdade mãe, ele não falou mentira alguma.

ARMANDO —Não é questão de preferir trabalho ou não querer estar em casa com vocês. Alguém tem que sustentar isso aqui pra que vocês disponham do luxo que têm. Escolinha cara, roupas de marca…

CHARLES —Não precisa jogar nada na nossa cara pai, nós não pedimos nada. Nada!

ARMANDO —Cala essa boca! —Bate forte com a mão fechada na mesa.

Charles levanta e tenta sair mas Mew o segura para evitar uma confusão maior.

ARMANDO —E quanto a você? O que está indo fazer naquela droga de escola? Só se divertir? Ou anda desviando o caminho? —Fala alto sem explicar deixando Mew e Charles confusos.

STELLA —Explique-nos essa nota vermelha novamente esse bimestre Mew, agora! —Mostra o boletim.

MEW —Falar o quê? É fácil brigar sempre que algo sai diferente do que vocês queriam né? Mas um elogio quando algo vai bem, nunca tem. Nenhum de nós somos simples enfeites que vocês encontraram numa loja para decorar um lar ou servir como símbolo perfeição. Somos seres humanos, temos sentimentos. Vocês não são presentes em nada, não podem reclamar de nada!

ARMANDO —Repete! —Grita.

MEW —Vocês não podem reclamar de nada! De nada!

ARMANDO dá um tapa em Mew.

MEW —Eu te odeio!

Mew corre as escadas e sobe para seu quarto.

CHARLES —Por que fez isso com ele? Desconta sua raiva em mim! Ele não tem culpa de não sair exatamente como você quer. Ele não é o símbolo da perfeição, assim como eu também não. Ele foi mal como qualquer pessoa pode ir, isso é normal. Mas para vocês é motivo para a terceira guerra mundial né?

STELLA —Já chega Charles! Você sabe muito bem que tudo que fazemos é para o bem de vocês, portanto, nosso desapontamento faz parte.

CHARLES —E por que não tentam conversar? Saber o que está acontecendo com ele?

ARMANDO —Cala essa boca Charles, chega! Você também é outro que está na berlinda.

CHARLES —Do que está falando?

ARMANDO —Eu vou te falar uma coisa e você toma como um aviso filhinho. Não se atreva de maneira alguma a perder esse maldito concurso! Não se atreva! —Bate na mesa. —Você vai atingir um público alvo meu, e é melhor que não me desaponte. Ouviu? —Grita.

CENA 05.
DIA SEGUINTE|
MANHÃ -
ESCOLA/ INT./ SALA DE ENSAIO|
ENSAIOS FINAIS

MARCELO —Amigo, acho que tá faltando fita. Vai atrasar nossa parte…

ALEXANDRE —Eu vou procurar, calma.

MARCELO —Onde?

ALEXANDRE —Na sala do final do corredor.

MARCELO —Ok!

Charles chama Maurício.

CHARLES —O sonso tá indo atrás de fita. E olha, acabei de ter uma ideia…

(Charles conta seu plano para Maurício)

Maurício corre atrás de Alexandre.

MAURÍCIO —Ei, já tá terminando a aula. Onde você vai?

ALEXANDRE —Indo atrás de fita. Eu tava a indo justamente procurar nas salas vizinhas.

MAURÍCIO —Por que não falou antes? Acabei de deixar uma naquela sala que fica no andar de baixo da sala do fim do corredor.

ALEXANDRE —Naquela parte escura? Achei que ninguém usava aquela área.

MAURÍCIO —É que lá, só se usa pra guarda esses materiais. Mas vá, antes que tudo aqui termine e você não acabe sua parte. Não se esqueça que o material que você procura fica no fundo da sala.

ALEXANDRE —Obrigado!

Alexandre desce correndo as escadas, sendo seguido por Charles.

O mocinho entra na sala de baixa iluminação, adentra bem e escuta um barulho de batida de porta, ele se aproxima e se desespera ao ver que a porta não abre.

ALEXANDRE —Não abre, não abre! Socorro! Alguém me ajuda!

Do outro lado Charles observa tudo sem ser visto.

CHARLES —Isso é por ter se aproximado da minha Ária e pelo bem estar da minha familia na vitória desse maldito concurso.





...Continuaaaa…

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