Uma Estrela Caiu do Céu - Capítulo 15 : Decretada, Decisão




obra original de / escrita por / uma novela de
FELIPE ROCHA


agradecimentos
WEB MUNDI


capítulo 15 - 2ªFASE
DECRETADA, DECISÃO

CENA 01 / ESCOLA SÃO BERNARDO DO CAMPO / DIRETORIA / INTERIOR / DIA
Atenção Edição: Continuação da cena 04 do capítulo anterior.
Serena conversa com a diretoria Noemi.
SERENA — Eu não consigo compreender diretora, porque tanto preconceito por meus colegas!! Eu não sou bicho, sou um ser humano.
DIRETORA NOEMI — Serena, se me permite dizer, aqui na cidade grande a vida se difere muito dos aspectos que está acostumada com a sua civilização. Decretada essa afirmação, eu posso dizer, que as pessoas são preconceituosas. 
SERENA — Mas para quê isso diretora? Não tô entendendo.
DIRETORA NOEMI — Os seus colegas, pelo fato de você ser diferente deles, porque é de outras origens, tem um preconceito por isso. Não só os seus colegas, mas várias pessoas do mundo! Ah, seu eu fosse alguém que pudesse mudar a constituição, estabelecer essa lei, talvez o nosso país seria mais justo, mais unido e com igualdade entre os outros.
SERENA — E não dá para você fazer isso não?
DIRETORA NOEMI — Já me candidatei na política inúmeras vezes Serena, mas desisti, não consegui ser aprovada. E foi assim que escolhi a profissão de diretora. Uma amiga analisou meu currículo e me encaixou aqui. É a vida minha querida, fazer o quê né? Mas o meu sonho é esse, Serena. Mudar a constituição! Se tornar a presidenta desse Brasil.
SERENA 
— E o que podemos fazer para resolver esse problema, entre os meus colegas? Eu não quero ser maltratada mais, diretora, não quero. O que ocê tem a dizer pra mim, hein?
DIRETORA NOEMI — Tomarei certas providências, fique tranquila minha querida. E qualquer coisa que precisar, você tem o meu apoio e dos meus professores. Agora você está dispensada para o intervalo. Não conte para ninguém esse segredo, ouviu?
SERENA — Eu ainda hei de lhe retribuir com alguma coisa diretora.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 02 / ESCOLA SÃO BERNARDO DO CAMPO / PÁTIO / INTERIOR / DIA
Serena vai para o pátio, com um fruta nas mãos. Vai comendo, até se sentar. Neste momento, Evelyn chega e se senta perto dela. Trata-se da estreia de uma nova personagem.
EVELYN — Olá tudo bem? Você se chama Serena né?
Serena a ignora.
SERENA — Não posso falar com cê, zombou de mim hoje.
EVELYN — Ah, então é por isso né? Eu levei a culpa também. Mas o seu texto ficou maravilhoso.
SERENA — Para uma moça como a minha cultura, ocê deve tá mentindo hein?
EVELYN — Eu hei de lhe provar que não estou mentindo! E não tenho preconceito com essas atitudes!
SERENA — Ah, então você é diferente igual a diretora é?
Serena coloca a mão na boca por ter acabado de pronunciar o segredo da diretora.
EVELYN — Do que você está falando? Desde quando a diretora é assim?
SERENA — Esquece... Deixa para lá.
EVELYN — Então tá bom... Como você veio para o Rio de Janeiro. Alguém deve ter trazido você aqui. Uma índia não abandona sua terra e vem para cá. Sinto cheiro de romance no ar, hein? Sou detetive! Gosto de explorar e descobrir coisas, digamos que, fuxicar a vida dos outros... 
SERENA — Pelo visto, ocê fala de mais, gosta de expressar os sentimento.
EVELYN — Sim. Sonho em ser uma crítica, escrever poemas, formas de expressar o que eu sinto para os outros. E também quero ser professora de Língua Portuguesa, minha matéria preferida. Mas e aí, você não respondeu minha pergunta.
SERENA — Na verdadi, foi um amor bem forti que me trouxi pra cá. Ele se chama Lucas. Um arquelôgo.
EVELYN — (corrige) Arqueólogo.
SERENA — Isso aí. Ele disse que tava fazendo umas expedição, aí foi lá nos se apaixonemo, aí e ele me trouxe pra cá. Mas só que agora eu hei de sofrer muito nos braços da eis namorada dele. 
EVELYN — Como assim?
SERENA — É que quando eu cheguêi na casa dele, ela não gostô de mim. Era uma mulher de dar medo. Fiquei até tristi. Estou pensandu até em um lugarzim para morá, em vez de lá.
EVELYN — Entendo. Mas se você quiser, eu te cedo meu apartamento para morarmos juntas. Dividimos ele. Vamos nos dar muito bem. Sabe o que eu pensei? Podia te dar aulas de etiqueta.
SERENA — Quê que isso?
EVELYN — Dar aulas de etiqueta é ensinar como pronunciar corretamente as palavras, se sentar a mesa, ter bons modos, boas maneiras.
SERENA — Ocê vai fazer isso por mim? Ah já estou agradecida.
EVELYN — Claro!! E aí, combinado?
SERENA — Sim.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 03 / CONFEITARIA / MESA 18 / INTERIOR / DIA
Valentina, Regina e Camila na confeitaria, tomam café juntas.
CAMILA — Bem. Podemos dar início a nossa conversa. Eu chamei vocês aqui para tratar do assunto daquela menininha infernal! Ela precisa levar um pé na bunda e voltar para a terrinha dela. 
VALENTINA — Ela é uma aproveitadora, Camila. Não gosta nada do Lucas, eu vejo nos olhos dela. Dá até raiva.
REGINA — E onde já se viu? Eu não quero meu filho, Lucas Ferrari Marçoni, um homem rico, com um sobrenome poderoso desses, circulando pelas ruas do Rio de Janeiro. Posso dizer que isso é uma catástrofe, sem exageros!
CAMILA — Cada um fará sua parte, então. Aquela tal de Serena tem que sair daquela casa hoje mesmo! Ou eu não me chamo Camila, sem dó, nem piedade. Eu vou fazer de tudo para ficar com o Lucas, até aquela menina arredar o pé. Vocês vão ver! 
VALENTINA — Sabe qual é o problema que não comentou até agora?
CAMILA — O quê que é Valentina?
VALENTINA — Ela é muito parecida com você, os traços, quase tudo!!
Camila, perplexa, pensativa.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 04 / PICAPE PRETA PLACA 896780 / INTERIOR / DIA
Wanda e Silvério na picape, de óculos escuros, com os vidros fechados, irreconhecíveis.
WANDA — A chefinha disse que quer aquelas gêmeas logo! Então temos que achar elas!
SILVÉRIO — Mas para quê ela precisa das gêmeas? Já foram vendidas para o casal.
WANDA — A Alzira, a mãe delas, que foi morta por mim, deixou uma grande dívida com ela. É uma vingança Silvério. Se depender da chefinha, elas vão sofrer muito! Vai ser uma grande descoberta, principalmente para elas. Cada uma tá espalhada em um canto, uma lá na cidade dos índios, e outra na cidade. Se ela não saiu da comunidade indígena né? 
SILVÉRIO — Eu posso afirmar que ela saiu da comunidade indígena. 
WANDA — Então hoje mesmo vamos viajar para lá. Temos que procurar primeiro por ela, depois a outra.
SILVÉRIO — Mas como vamos encontrá-las? Devem estar espalhadas por aí? Podem estar até na Antártida!
WANDA — Você é um animal mesmo né? Antártida, é lugar de pinguins idiota! E pare de pensar nisso agora, o trabalho é sério!
Silvério dá uma risada.
WANDA — Já viu uma história de irmãs rivais? Aposto que é isso que deve estar acontecendo com elas. 
SILVÉRIO — Por acaso você é vidente?
WANDA — Não, não sou. Mas tenho mais experiência que você, estou na quadrilha há anos... Me diga uma coisa: sabe fazer papel de detetive?
SILVÉRIO — Sou muito bom nisso. Melhor como ninguém.
WANDA — Pois o serviço ficará para você, de questionar os pelados dos índios lá. 
SILVÉRIO — Ah não ! Prefiro ficar sem tomar banho, não faço isso não!
WANDA — Então quer ser demitido? A porta do carro vai estar aberta!
SILVÉRIO — Tá bom, fazer o quê né? Corre com esse carro logo.
Wanda acelera o carro.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 05 / EMPRESA DE INÊS / DIREÇÃO / INTERIOR / DIA
Inês, alterada, grita com Lucas, sentado de frente à ela.
INÊS — (agressiva) Eu só não consigo entender essa palhaçada de ficar mostrando foto de índio pelado, para os demais funcionários da empresa! A missão não foi cumprida, você não investigou os fósseis. Um mês, não vale nada. Se fosse eu, aproveitaria a viagem e exploraria mais o local. Mais não. Você ficou lá, mais preocupados com os índios. Mas para quê servem eles? Seria péssimo para a reputação da nossa empresa e você sabe que não admito incompetências.
LUCAS — Índio também é gente. Não é bicho não. Temos que parar com isso. Era melhor nossa empresa abrir uma campanha contra o preconceito com os índios.
INÊS — Você enlouqueceu né? Agora quer mandar na minha empresa? Da minha empresa cuido eu! E funcionário não tem que dar palpite não!.... (suspira) Eu nunca fui tão rude assim, mas você passou dos limites. Sinto muito Lucas, mas eu comunico, que você está demitido, pode pegar o seu material na sua sala!
Lucas, nervoso, triste.
Lucas sai da direção e vai arrumar a suas coisas.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 06 / CASA DE MARIANA / SALA / INTERIOR / DIA
Mariana chega em casa e Elisinha, aliviada, diz:
ELISINHA — Ah filha que bom que você chegou! Eu estava desesperada.
MARIANA — O quê que foi hein? Bosta! Parece que eu fui até no espaço e não voltei. Como é que é? 
MOACIR — (agressivo) Mariana, mais respeito com a sua mãe! Ela tem um segredo para te contar. Né Elisinha? Acho que você nos deve explicação.
MARIANA — Quê que você tá inventando agora hein mãe?
ELISINHA — Não estou inventado nada minha filha. Me respeite. 
MARIANA — É sobre o Apolo, é? O que você tem contra ele?
ELISINHA — Minha filha, eu te peço que somente me ouça, por favor: O Apolo não é homem para você... No passado, eu tive um pequeno conflito com ele. Ele é filho de uma tal de Wanda, que sequestrou seu irmão, seu bebê. E nesse sequestro, ele participou. É uma quadrilha que rouba bebês da maternidade e os vende como mercadoria, ou seja, trafica crianças menores para arrecadar dinheiro. Então, tudo desenrolou quando, eles me deram o seu irmão, mas infelizmente ele já estava morto de overdose. Foi culpa do Apolo. Ele estava bebendo descontroladamente, e o Ryan já tinha tomado um medicamento. Quando ele pediu leite, misturou a bebida, e deu para o menino, estava bêbado. Aí foi assim que seu irmão morreu. Em troca, ele pediu a sua mão para namorar. E eu deixei e ele ameaçou a minha vida e a da nossa família se eu contasse para alguém.
NATÁLIA — Eu sabia! Esse cara é um marginal! Temos que protestar contra ele! Ele matou nosso irmão, não tá vendo Mariana? Agora você aprende
Mariana, derrama lágrimas, comovida com a história.
MARIANA — É verdade isso mãe? O Apolo seria capaz de fazer isso?
ELISINHA — Infelizmente, sim minha filha. Eu tentei te alertar mas como você estava cega por amor, não deu. Mas agora devemos manter esse segredo e eu conto com vocês. Ouviu Moacir?
MOACIR — Minha boca é um túmulo.
Todos choram e se abraçam.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 07 / ESCOLA SÃO BERNARDO DO CAMPO / SAÍDA / INTERIOR / DIA
Serena a irradiar de felicidade, a dar risadas com sua amiga, Evelyn, é alvo de comentários dos outros integrantes. Lucas pára o carro, abre a porta para ela, e a beija. 
CORTA RÁPIDO PARA:


CENA 08 / RIO DE JANEIRO / INTERIOR / DIA - NOITE
Transição do dia para noite nessa maravilhosa capital!! Com belezas naturais, monumentos, que marcam a perspectiva do homem em relação ao espaço. Cidade iluminada, destacando a marcante área da segregação espacial.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 09 / MANSÃO FERRARI MARÇONI / QUARTO DE SERENA / INTERIOR / NOITE
Serena arruma as roupas e as coloca dentro da mala. Lucas, triste, chega no quarto dela e questiona:
LUCAS 
— Meu amor, porquê arrumaste as malas a essa hora?
SERENA — Hoje eu vou pra um lugar diferente. Fiz uma amiguinha.
LUCAS — Ah que legal. Mas e aí, gostou do primeiro dia de aula?
SERENA — Gostei. Apesar de eu ter sofrido um precoceito.
LUCAS — (corrige) Preconceito!
SERENA — É isso aí!
LUCAS — Isso sempre acontece, meu amor. Pode ficar tranquila. Conte comigo.
SERENA — Agradecida. Mas hoje eu tô sentindo um ar de tristeza nessas palavrinhas aí.
LUCAS — Fui demitido. A minha chefe é muito rígida, aí, não deu. Foi isso que aconteceu.
SERENA — Ah que pena. Amanhã eu vou procurar isso aí, para trabaiá.
LUCAS — Não meu amor. Eu mesmo procuro. Obrigado. Pode ficar tranquila... Quer que eu te levo na casa da sua amiga?
SERENA — Agradecida, mas quero ir sozinha.
LUCAS — Ok. Vou dormir que estou muito cansada, boa noite para você!
Lucas e Serena se beijam.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 10 / MANSÃO MEDEIROS / SALA / INTERIOR / NOITE
Magnólia, de óculos escuros, chega a mansão e não vê ninguém. Ela estranha:
MAGNÓLIA — Ué? (olha no relógio) Oito horas e ninguém na sala? O traste do Pablo costumava ficar aqui! Estranho. Vou conferir lá em cima.
Magnólia sobe as escadas.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 11 / MANSÃO MEDEIROS / CORREDOR QUARTOS / INTERIOR / NOITE
Magnólia, chega no corredor dos quartos e escuta o choro de Aninha. Reação de Magnólia. Ela, desconfiada, vai até o quarto e vê Cristina e Ralf tentando tirar Aninha do berço, para sequestrá-la.
MAGNÓLIA — O que está acontecendo aqui, hein? Eu exijo uma explicação concreta!
Cristina e Ralf, em pânico.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 12 / RUA SÃO JOÃO DEL REI / RIO DE JANEIRO / INTERIOR / DIA
Rafael, anda pela rua, sem estar disfarçado. Ele distraído, olha para a cidade, e logo esbarra em Camila, que está com um café na mão, e derrama nela.
CAMILA — Olha o que você fez, miserável!
RAFAEL — Peraí.... Vamos ali na confeitaria. Fica calma, fica calma. Eu te pago outro.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 13 / RUA PINHEIROS - UODSON / RIO DE JANEIRO / INTERIOR / DIA
Serena, tranquilamente, caminha pela rua Pinheiros. Não há ninguém, nenhum sinal de carro. Nesse momento, a rua está parada. Serena olha para trás e estranha:
SERENA — Nossa, estou sozinha, não tem ninguém!
Nesse momento, um ladrão, com uma venda no rosto, observa-a e aponta para o seu comparsa. Ele vai até ela, com uma arma na mão e diz:
LADRÃO — Parada aí moça! Levante as mãos! E deixe a mala. É um assalto.
Serena, desesperada:
SERENA — Ai meu deus do céu.
Os ladrões a apontar a arma para Serena. O Ladrão 1 aperta o gatilho.
E aí? Serena morre ou não?
CORTA RÁPIDO PARA:
________________________________________

                         1°INTERVALO COMERCIAL


________________________________________

Postar um comentário

0 Comentários