Décimo primeiro capítulo de "Águas de Março" - Prisão e liberdade

No capítulo anterior: Karina mata Jurema. Malu incentiva Daniel a ter uma namorada. Marcos sugere à Cecília que ela concerte a sabotagem em San Martín. Rodolfo sequestra Amir. Cecília concerta o problema em San Martín. Janaína tenta fugir do hospício, mas é parada por um enfermeiro.

Capítulo 11: Prisão e liberdade


(Cena 01 – Hospício/Interior/Dia)
Janaína: Olá, eu sou novata. Você poderia me ajudar? Eu tô procurando o quarto onde vocês colocam remédios...você pode me mostrar onde é?
Enfermeiro: Sério? Sou novato também, estou aqui há apenas 1 semana.. Vem cá, eu te mostro onde ficam os remédios. Estranho (rindo)...tenho a impressão de ter te visto por aqui.
(O enfermeiro leva Janaína pelos corredores até uma sala)
Janaína: Só estive aqui na sexta, procurando por emprego.
Enfermeiro: Ah, ok. É aqui onde ficam os medicamentos.
Janaína solta um grito e diz: Olha, eu sei que tudo aqui é bem limpo, mas eu tive a impressão de ver um rato ali.
Enfermeiro: Onde?
Janaína: Ali naquela prateleira do final.
(Enquanto o enfermeiro vai verificar se há algo de errado, Janaína o tranca e vai embora do hospício. Na saída, tira o crachá da assistente que atacou e colocou no bolso, usando-o para atravessar uma catraca)


(Cena 02 –  ONG/Exterior/Dia)
(Marcos entra desesperado)
Marcos: O que aconteceu, Malu?
Malu: O Amir foi sequestrado, Marcos.
Marcos: Que droga! A gente tem que fazer um BO. Esse menino não pode ficar por aí às soltas.
Malu: Melhor seria se ele estivesse só, Marcos. Quando eu cheguei, eu vi a cara do homem que sequestrou ele, e parecia bem perigoso.
Marcos: O quê? Você ainda lembra? A gente pode conseguir descobrir quem ele é na delegacia. Eu vou pedir pra u
Marcos: Eu vou na delegacia e você fica aqui com as crianças.
Malu: Ok.
(Marcos sai, e Malu vai atender o telefone)
Malu (sorrindo): Oi, Alex...hoje à noite? Pode ser...Ok, beijo, te espero...
(Malu fica sorrindo para si)

(Cena 03 – Hospício/Interior/Dia)
Karina: Oi, sou eu de novo. Você não viu a Jurema por aí não?
Recepcionista: Não, ela se demitiu...viajou pra Paris. Não sabia não?
Karina: Que coisa, ela nem me contou...enfim, vim fazer uma visita àquela paciente que eu e meu marido visitamos de vez em quando, sabe? Pode ser?
Recepcionista: Ok, qual o nome completo dela?
Karina: Janaína Pereira Castanho.
(A recepcionista olha com cara de decepção para Jurema)
Karina: Que cara horrível é essa menina?
Recepcionista: Eu ia ligar agora para comunicar o seu marido...
(A recepcionista mostra um papel à Karina)
Recepcionista: A Janaína fugiu hoje pela manhã. Inclusive ela deixou um enfermeiro trancado no quarto dos medicamentos, e uma enfermeira desmaiada no quarto dela.
Karina: O quê? Ela é doida...não tem juízo pra isso...
Recepcionista: Senhora, mil desculpas...
Karina: Eu vou PROCESSAR esse hospício! Que mal atendimento o de vocês, hien? E para com esse “Senhora, mil desculpas...”. Sabe o que eu mais detesto na minha vida além do fato de não ter 2k de caviá na minha mesa todo santo dia? Voz de recepcionista.
(Karina vai embora do hospício)
Karina (pensando): Maldita Jurema...nisso tem dedo dela aposto...tomara que esteja queimando no inferno nesse momento.

(Cena 04 – Imagens do entardecer no Rio de Janeiro)
(Corta para: San Martín/Beco/Exterior/Ocaso)
Rodolfo: Amir, escuta bem o que é pra você fazer. Se tu fizer algo errado, moleque, quando voltar vai se ferrar comigo. Tu vai deixar esse urso de pelúcia pra um vendedor de uma loja logo ali, presta bem atenção! Se aparecer polícia na hora, tu corre! Corre muito! Isso vai ser hoje amanhã, e tu não pode falhar nessa besteira, entendeu moleque?
Amir: Sim, tudo bem.
Rodolfo: É isso aí, agora não atrai muito movimento pras bandas de cá pra não chamar atenção.

(Cena 05 – Restaurante/Interior/Noite)
Ricardo: Cida, fica pra jantar comigo hoje.
Cida: Acho melhor não, Ricardo, dá ultima vez...
Ricardo: Esquece a última vez e fica hoje. Por favor, só hoje. Ultimamente eu tô tão sozinho...
Cida: Tá bem, eu fico.
Ricardo: Ótimo, vou separar uma mesa pra gente sentar.
(Algum tempo depois, Ricardo e Cida estão sentados com os pratos já servidos)
Ricardo: Me conta um pouco mais sobre você.
Cida: Sobre mim?
Ricardo: Ué, claro.
Cida: Minha vida não é interessante.
Ricardo: Talvez não seja pra você...
Cida: Eu cresci numa favela aqui no Rio, San Martín, eu sempre brincava por aí igual uma locona com meus amigos, sempre fui de arrumar barraco (rindo)...mas minha vida acabou ficando um pouco sem sal depois de um tempo (cara de angústia). Eu engravidei muito cedo, aos 17 anos...e o pior de tudo foi que meu noivo ficou paraplégico...e agora tá tudo tão complicado na nossa vida. O Gustavo, meu filho, simplesmente gosta muito mais do pai do que de mim, o resto...você já sabe...perdi o emprego e conheci você. Pronto. Essa é a superinteressante história da vida de Cida.
(Os dois riem)
Cida: E você? Me conte sobre sua vida...
Ricardo: Eu cresci na rua, junto com um grupo de flanelinhas...aí cresci e comecei a vender quentinha. Depois de perceber que já tava consolidado, fiz um restaurante e mudei de prédio umas três vezes até chegar aqui...pronto. Essa é a superinteressante história da vida do Ricardo.
(Riem novamente)
Cida: Tá ficando tarde...acho que é melhor a gente ir embora.
Ricardo: Ok, vamos.


(Cena 06 – Lanchonete/Interior/Noite)

(Malu e Alex estão conversando alegremente, enquanto comem e riem muito)

Malu: Você é ridículo, Alex! Socorro!

Alex (com voz do Mickey Mouse): Pois é, eu sei que sou sensacional!
Malu: Credooooo! Eu vou chorar de rir!
Alex (com voz do Faustão): Pois é, esse tal de Alex é caba bom! Você deveria dar uma chance pro garoto!
Malu (parando de rir repentinamente): Esse suco é delicioso, né?
Alex (com voz de Tiririca): O Alex também.
(Malu derrama suco e começa a rir mais intensamente)
Malu: Realmente, Tiririca, você deve estar certo!
Alex (encostando o rosto em Malu): Então deixa eu ter certeza.
(Malu e Alex se beijam)

(Cena 07 – Carro de Ricardo/Interior/Noite)
Cida: Tchau, muito obrigada pela noite.
Ricardo: Eu que agradeço.
(Cida e Ricardo dão beijos na bochecha, e coram)
(Corta para: Casa de Cida/Interior/Noite)
(Cida entra e as luzes ainda estão acesas)
Cida: Gabriel? Você ainda tá acordado, amor?
Gustavo: MÃE! SOCORRO!
(Cida corre até a cozinha e vê o corpo de Gabriel jogado no chão com sangue e solta um grito)
(Congelamento em Cida)

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