No capítulo anterior: Rodolfo oferece
armas para Karina. Cecília e Pedro discutem, e ela sai com raiva de casa. Alex
e Malu conversam, e sentem gratidão um pelo outro. Gabriel percebe que Cida se
arruma com cuidado. Marcos e Cecília se conhecem numa balada e se amam. Ricardo
salva Cida de um bandido, e os dois se beijam. Marcos se lembra do que Cecília
falou sobre a armação, e lembra que ela é a primeira dama do Rio. Jurema aperta
um gatilho contra Karina.
Capítulo 10: Tudo fica muito claro
(Cena 01 - Galpão/Interior/Dia)
Jurema: Droga. Por que esse caralho não tá disparando?
(Karina ri novamente)
Karina: Puta que pariu, Jurema! Como tu és tão burra mulher?!
Jurema: O que você armou, sua jararaca?
(Karina tira uma nova arma da bolsa)
Karina: Pode ir dando adeus a sua vidinha medíocre. Você realmente achou
que seria tudo assim? Bonito e barato? Acorda! Quando eu quero ser mau, eu
simplesmente sou! Eu te ofereci a opção de se contentar com a vida que tava
levando, mas você se revoltou. Eu realmente não queria fazer isso, lindinha.
Foi você que me forçou! Pede um último desejo...quem sabe eu posso realizar?
Jurema: Pelo amor de Deus, Karina. Faz o que quiser comigo, só não me
mata.
Karina: Infelizmente esse eu não posso. Adeus sua bruaca. Queria que sua
morte fosse lenta e dolorosa, mas acho que vou agilizar o processo.
(Karina acerta um tiro na cabeça de Jurema, um no peito e outro na
barriga)
Confira a abertura de "Águas de Março": https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&sqi=2&ved=0ahUKEwj_18f50v_UAhWEWpAKHUVMBeYQuAIIJDAA&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DftHDBJg1e8I&usg=AFQjCNGLi-3hAGZdyXytpIbW5K45GKji3A
(Cena 02 - Casa de Malu/Interior/Dia)
Malu: Olha, Daniel, você nem imagina. Ele é gentil, lindo e super
educado! E o melhor de tudo: Me chamou pra sair!
Daniel: Também, né?! Depois do acidente e tudo mais...
Malu: Nada a ver. Ele acabou tendo que saindo tarde do trabalho, e tava
morto de sono. E você, hein? Quando vai arrumar uma gatinha?
(Daniel joga uma almofada em Malu)
Daniel: Deixa de ser tosca. Você sabe que eu não levo jeito pra essas
coisas.
Malu: Hm, sei. E a Alice?
Daniel: A Alice é só amiga, igual você.
Malu (rindo): Sei.
(Cena 03 – Ômega/Estacionamento/Exterior/Dia)
(Cecília está saindo do carro, quando é puxada por Marcos)
“Ai”
Cecília: Quem é você? O que você quer comigo?
Marcos: Já esqueceu de mim tão rápido assim?
(Cecília solta um som de surpresa)
Cecília: O que você quer aqui?
Marcos: Quero que você me explique direito essa história. Então quer
dizer que a San Martín fica quase o mês todo sem água por causa do seu pai e do
seu marido?
Cecília: O quê? Você tá bêbado, cara? Eu vou trabalhar. É melhor me
deixar em paz, ou eu chamo os seguranças.
Marcos: Chama, chama mesmo. Aí a gente aproveita e vai até a delegacia
pra falar das falcatruas que o seu pai e o seu parido estão aprontando. É isso
que você quer?
Cecília: Ok, olha, me encontra daqui a 10 minutos numa lanchonete que
fica entrando na segunda direita aí na frente. Daqui a pouco eu chego lá, agora
me larga.
(Corta para: Lanchonete/Interior/Dia)
(Cecília entra e senta na mesa em que Marcos está.
Cecília: O que você quer de mim?
Marcos: Eu quero que você me explique isso tudo. Seu marido tá roubando
dinheiro do povo de San Martín?
Cecília: Ué, como eu vou saber? Eu nem trabalho na prefeitura.
Marcos: É melhor você abrir o jogo logo, ou eu vou perder a paciência.
Eu me lembro muito bem que foi isso que você me disse ontem.
Cecília (respira fundo): Você não pode contar o que eu vou falar aqui
pra ninguém. Ou você vai estragar a vida do meu filho. O meu Pai é dono da
Ômega, e se tornou prefeito da cidade em 2004, tornando a Ômega a empresa que
fornece água para a cidade e o meu marido, que é o Pedro, prefeito da cidade, o
novo presidente da Ômega. San Martín é um lugar muito grande, uma das maiores
favelas da cidade, e tinha um grande consumo de água.
Marcos: E não tem mais.
Cecília: Exato. Vocês estão recebendo pouquíssima água por mês, mas
continuam pagando impostos, o que gera um bom proveito pro meu pai, já que a
Ômega recebe pelo trabalho, mas não trabalha. Na verdade...eu desconfio que o
meu pai e meu marido fizeram uma sabotagem no encanamento em San Martín pra o
fluxo de água diminuir muito, entendeu?
Marcos: Meu Deus do céu? Você é filha de um monstro e casada com o
demônio. Você não se sente mal com isso não?
Cecília: Me sinto péssima, mas eu tenho que pensar no meu filho. E aí, o
que você vai fazer? Denunciar meu marido e meu pai e acabar com minha família?
Marcos fica pensativo um tempo e depois fala: Não. Quem vai consertar o
erro do seu pai é você.
Cecília: E o que você quer que eu faça? Dar lição de mora nele?
Marcos: Você é engenheira, não é?
Cecília: Sou.
Marcos: Então por que você mesma não conserta essa sabotagem?
Cecília (alegre): Meu Deus! Por que eu nunca pensei nisso? A gente vai
consertar isso agora mesmo.
(Cena 04 – ONG/Exterior/Dia)
(Rodolfo entra na ONG subindo o muro e entrando pela janela. Amir está
brincando com as outras crianças)
Rodolfo: Você aqui, Amir?
Amir: Rodolfo!
Rodolfo: Anda, você vem comigo agora.
Amir: Eu não quero ir!
(Todos escutam o barulho do portão se fechando, e Rodolfo vê Malu)
Rodolfo: Anda, logo. Pula pela janela ou todos os seus amiguinhos vão
sofrer.
(Amir larga o brinquedo, e pula pela janela, caindo em um lugar com
várias folhas. No momento em que Malu entra na sala, ela vê Rodolfo pulando a
janela)
Malu: O que aconteceu aqui?
(Cena 05 – Ômega/San Martín/Interior/Dia)
(Cecília termina de fazer o conserto)
Cecília: Pronto. Acabei com tudo.
Marcos: Mas já? Era só isso e ninguém percebeu?
Cecília: Da minha parte, eu posso dizer que meu pai nunca me permitiu
dar uma olhada aqui em San Martín. Recentemente foi que consegui entrar sem a
permissão dele e descobri tudo isso.
Marcos: Muito obrigado por tudo.
Cecília: Foi mais que minha obrigação.
(Se cumprimentam com beijos na bochecha e acabam ficando corados. O
celular de Marcos toca)
Marcos: Alô...tá Malu, já tô indo aí.
Cecília: O que aconteceu? Você parece preocupado.
Marcos: Um garoto da minha ONG foi raptado.
Cecília: Nossa, que triste! Você quer que eu vá com você?
Marcos: Não, obrigado. Fica aqui perto.
Cecília: Então tá. Obrigada por confiar em mim, viu?
Marcos: Que nada! Eu não quero nem imaginar como eu ficaria no seu
lugar.
(Se despedem novamente com beijos na bochecha, e coram)
(Cena 06 – Hospício/Interior/Dia)
(Uma mulher vai servir o café da manhã pra Janaína, mas ela pega a
bandeja e usa como arma, dando uma pancada pra ela desmaiar. Janaína sai do
quarto com a roupa da enfermeira, e sai andando)
Enfermeiro: Ei garota, o que você tá
fazendo com esse uniforme? Você trabalha aqui?
(Congelamento em Janaína)