Uma fraca garoa começa a
cair na cidade de Vinewood, as nuvens cobrem a lua no céu deixando a noite
ainda mais escura. Samantha fica deitada em sua cama, coberta por seu edredom,
perdida em seus pensamentos enquanto seu rosto é molhado sem parar por suas
lágrimas. Ela pega seu celular debaixo de seu travesseiro e disca um número o
colocando no ouvido em seguida. Ouve a voz sonolenta de seu amigo do outro lado
da linha e demora um pouco em meio ao choro ao dizer algo.
Peter – Sam? São três da
manhã... o que aconteceu?
Samantha – Só... fala
comigo.
Peter – Hum?
Samantha – Fala alguma
coisa, diz que vai ficar tudo bem.
Ele se senta em sua cama,
passando a mão em seu cabelo e respirando fundo, encostando suas costas na
cabeceira da cama.
Peter – Você perguntou não
foi?
Ela não responde nada e ele
ouve o som do choro dela.
Peter – Tudo bem. Estou indo
para aí, logo chego.
Samantha – Não Peter, está
tarde.
Peter – Deixe o meu lado da
cama quentinho.
Ele desliga o celular se
levantando e ela deixa o seu em cima da cama, encostando sua cabeça no
travesseiro.
⍟ ⍟ ⍟ ⍟ ⍟
O dia amanhece na
cidade e Clay já estava de pé na cozinha preparando o seu rotineiro café da
manhã. Torradas com requeijão, iogurte de morango e cereais com leite. Thaís
sai do quarto amarrando seu longo cabelo em um rabo de cabelo e o olha sem
jeito, indo até o balcão e colocando um pouco de café em uma caneca. Clay se
senta a mesa começando a comer e a olha por um instante.
Clay - Bom dia.
Thaís – Bom dia, Clay.
Ele morde um pedaço de
torrada, dando um gole no iogurte em seguida e desvia o olhar, lendo o jornal
em cima da mesa. Ela se apoia no balcão bebendo o café e o olha. Clay morde a
torrada novamente e continua olhando para o jornal.
Clay - Se tem algo pra me
dizer, apenas diga.
Thaís – Estava esperando que
você tivesse algo pra me dizer.
Ele abaixa o jornal a
olhando sério e respira fundo ao ver a expressão no rosto dela.
Clay – Eu? Mas foi você quem
estava toda falante ontem, dizendo aquelas coisas na frente da minha família.
Thaís – Eu sei que deveria
ter dito isso apenas pra você, mas saiu e... é como eu me sinto, Clay. Me pede
em casamento, mas não quer ter filhos comigo?
Ele respira fundo passando a
mão na nuca e balança a cabeça.
Clay – Estamos juntos a o
que? Dois anos. Não aproveitamos tudo o que podemos antes de começar a pensar
em filhos. Não me sinto pronto, não acho que estou preparado para isso... sinto
muito se você está, sinto muito se quer muito isso, mas não vai rolar... não
vai acontecer em muito tempo.
Thaís – Acha que isso é
justo, comigo?
Clay – Acha que é justo eu
fazer algo que não quero, só pra agradar você? Não é algo simples, ok? É de um
filho que estamos falando e eu agradeceria muito que dá próxima vez que tiver
algo a me dizer, diga para mim e não para a minha família.
Ela o fica olhando chateada
e ele volta a olhar para o jornal.
Thaís – Eu não sei, não sei
se terá uma próxima vez.
Clay – O que?
Ele volta a olha-la e ela
respira fundo.
Thaís – Não sei se posso
continuar com alguém que não quer as mesmas coisas que eu.
Ele afasta a cadeira se
levantando e joga o jornal em cima da mesa.
Clay – Eu não ouvi isso, de
jeito nenhum, não ouvi.
Ele anda até a sala pegando
sua bolsa a coloca no ombro, ajeitando o relógio em seu pulso e Thaís vai atrás
dele.
Thaís – Então é isso, vai
sair assim, no meio de uma...
Clay – Briga? Não, não tem
nenhuma briga... pelo menos não da minha parte e sim, estou indo, não irei
passar mais nem um minuto discutindo sobre isso com você e também espero até o
fim do dia ter me esquecido do que acabei de ouvir você dizer na cozinha.
Ela cruza os braços com seus
olhos lacrimejando e ele respira fundo.
Clay - Eu te amo.
Thaís – Mas...
Clay – Significa algo pra
você?
Thaís – Claro que sim.
Clay – É tudo o que eu
preciso saber.
Ele anda até ela, segurando
em seu queixo e lhe dando um beijo rápido e a olha sorrindo de leve.
Clay – Ainda não estou
pronto pra dividir a sua atenção com outro alguém... não irei a lugar nenhum,
não deixarei que você vá também... temos todo o tempo do mundo, quando, e se
for a hora, vai acontecer, tudo bem?
Ela o abraça respirando
fundo e ele a aperta.
Clay – Tudo bem?
Thaís – Sim, está.
Ele sorri a olhando e lhe dá
outro beijo, se afastando e indo em direção a porta.
Clay – Nos vemos a noite.
Ele sai do apartamento
fechando a porta e ela cruza os braços novamente, olhando para uma foto deles
juntos em cima de uma mesinha ao lado do enorme aquário de peixes de Clay.
⍟ ⍟ ⍟ ⍟ ⍟
Peter acorda na cama de
Samantha a vendo dormir deitada em seu peito o abraçando com um dos braços em
volta de seu pescoço. Sorri a observando e começa a acariciar o cabelo dela
fechando seus olhos. A porta do quarto se abre. Peter vê o pai de Samantha entrando
e os olhando surpreso e arregala os olhos, enquanto Samantha continua dormindo
agarrada nele.
Anthony – Mas o que é isso?
Peter balança Samantha de
leve e ela acorda se vendo abraçada nele e se afasta rapidamente o olhando
sonolenta. Vê seu pai parado os encarando e coça os olhos.
Anthony – Pode me explicar o
que esse rapaz faz deitado na sua cama, com você, Samantha Roberts?
Peter se levanta sem graça,
ajeitando sua roupa e Samantha volta a olhar para seu pai, tensa.
Samantha – Hum?... Ele é
gay.
Peter – Não eu não sou.
Samantha – Ótimo, agora ele
acha que eu sou uma vagabunda.
Peter – Nós não fizemos
nada, senhor. Eu apenas...
Anthony – Está na hora de
você ir embora, garoto.
Samantha acena para ele e
Peter anda em direção a janela.
Anthony – Onde você vai?
Peter – Eu... ia sair por
onde entrei.
Anthony - Ah você entrou
pela janela? Claro que entrou.
Ele aponta para a porta de
saída do quarto e Peter abaixa a cabeça saindo. Samantha balança a cabeça o
vendo ir e Anthony fecha a porta a olhando sério.
Anthony - O que foi isso,
filha?
Samantha – Não fizemos nada,
já disse. Ele é meu amigo, só pedi para que ele passasse a noite comigo,
deveria ficar feliz por ter alguém cuidando de mim.
Anthony – Sua família está
aqui para cuidar de você. Não admito que traga rapazes aqui assim, muito menos
que os deixe dormir na sua cama agarrados com você.
Samantha – Já te disse o que
queria sobre isso, não irei ficar me justificando o dia todo.
Ele se senta na cama e a
fica olhando.
Anthony – O que houve com
você?
Samantha – Vai mesmo fazer
isso?
Ela passa a mão na cama com
a cabeça abaixada e ele continua a olhando.
Anthony – Estou tentando
saber o que há com você. Acabei de chegar e o primeiro lugar que vim foi aqui,
ver minha menina.
Samantha – Não viu ninguém
ainda?
Anthony – Não. Acho que
ainda estão dormindo.
Ela respira fundo o olhando
e se ajeita na cama.
Samantha – Eu sei.
Anthony – Estou decepcionado
com você.
Samantha – Bom, porque estou
com você também... Eu sei, tá bom? Eu sei que sou adotada.
Anthony se surpreende ao
ouvir o que ela fala e Samantha continua o olhando.
Samantha – Eu estar dormindo
com meu amigo não é o problema, pai. Vocês escondendo isso de mim durante tanto
tempo é que é.
Anthony continua calado e
ela coloca algumas mexas de cabelo atrás da orelha.
Samantha – Não tenho raiva
ou coisa do tipo. Estou bem agradecida na verdade. Deus sabe onde é que eu
estaria agora se não fosse por vocês. Eu só gostaria que tivesse me dito. Eu
desconfiava disso a muito tempo, olhe para meus irmãos, todos loiros e eu com o
cabelo escuro... não me pareço com nenhum de vocês. Demorei tempo demais para
cair na real, tempo demais para ter coragem de perguntar.
Ele segura na mão dela ainda
calado e ela aperta a mão dele, sorrindo de leve para tentar esconder a tensão.
Samantha – Estou com medo.
Anthony – Nada mudou, não há
o que temer... desde de a primeira vez que entramos com você nessa casa,
sabíamos que era parte da família. Seus irmãos foram descobrindo um atrás do
outro e nada mudou também... você é e sempre será amada da mesma maneira,
entende isso?
Ela assente sentindo seus
olhos lacrimejarem e o abraça seguida os fechando. Anthony abraça sua filha se
sentindo mais aliviado e acaricia seu cabelo, respirando fundo.
Anthony – Eu te amo, sabe
disso, não sabe?
Samantha – Uhum. Eu sei.
Anthony – Em algum momento
iriamos conta-la, mas isso não significa nada, você é e sempre será parte dessa
família... estamos aqui pra ajuda-la a lidar com isso.
Ela sorri de leve e eles
continuam abraçados enquanto ouvem o som dos passarinhos cantando do lado de
fora da casa.
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Julian estaciona seu
Pontiac Firebird 1970 azul em uma das vagas da clinica veterinária onde Ashley
trabalha. Desce do carro entrando e andando até o consultório de Ashley.
Ashley estava em seu
consultório checando alguns raios-x de um cachorro que havia chegado dois dias
antes com fraturas nas patas e ouve o barulho de passos, vê Julian entrar em
sua sala e o olha irritada.
Ashley – É muita cara de pau
sua vir aqui.
Ela volta a olhar para os
raios-x e ele cruza os braços.
Ashley – Não quero
conversar.
Julian – Já disse que você
fica ainda mais linda quando está bravinha?
Ashley – Não vai funcionar
dessa vez.
Julian – Toda vez que
brigamos sempre voltamos a nos falar no mesmo dia, isso não aconteceu ontem
então vim até aqui para nos abraçarmos, dizer o quanto nos amamos e sair para
almoçar juntos.
Ashley – Ainda estou
tentando processar tudo o que aconteceu ontem, então não estou no clima para
seu charminho ou gracinhas.
Julian – Ashley por favor.
Ashley – Julian. Sério, não
estou nem um pouco feliz com o que fez ontem.
Ela larga os raio-x em cima
de sua mesa e se aproxima dele o olhando, séria.
Julian – Eu não fiz nada,
ok? Tudo o que eu fiz foi seguir o seu raciocínio lógico em relação ao nosso
pai estar traindo a nossa mãe, por estar trabalhando num domingo... o que chega
a ser ridículo se pensar bem, se todo mundo que trabalha no domingo estiver
traindo... Deus.
Ela o fica olhando ainda
irritada e ele respira fundo.
Julian – Ok, me desculpe por
qualquer coisa... não devia ter me metido. É assunto seu e... ah, não. Eu devia
ter me metido sim. Você é minha irmã e mesmo sendo mais velha que eu, me sinto
na obrigação de tomar conta de você... se o cara estiver sacaneando você, vamos
descobrir, beleza?
Ashley – Por que cismou com
ele, Julian?
Julian – Porque mesmo antes
de você tocar no assunto eu já havia notado algo estranho nele... não gosto,
não confio e sei que ele não a merece. Quer ficar com raiva de mim e do lado
dele, ótimo. Quer parar de ser boba e descobrir o que está havendo, melhor
ainda... podemos começar no horário de almoço.
Ashley – E agora somos o
que, as panteras?
Julian – Detonando.
Ele sorri por alguns
instantes e volta a ficar sério ao ver a expressão nada feliz de Ashley.
Julian – Sério. Olha sou
homem, sei como homens pensam e até arrisco dizer que somos meio burros quando
o assunto é mulher, não pensamos muito com a cabeça de cima... se ele estiver
traindo, vamos pega-lo.
Ashley – Eu acho que deveria
falar com ele antes... mas ele chegou quase de manhã, não quis acorda-lo quando
saí.
Julian passa a mão no rosto
se segurando para não falar demais e volta a olhar para ela.
Julian – Tadinho dele, não
é? Quando foi que ficou tão ingênua, Ashley? Você é a melhor em qualquer
assunto, agora quando é sobre ele, fica impotente, incapaz... sei lá, precisa
parar com isso.
Ela abaixa a cabeça
respirando fundo e pensa um pouco.
Ashley – Na verdade acho que
eu sempre soube. Você convive com a pessoa todos os dias e a qualquer mudança,
você nota. Ele mudou e já tem muito tempo, isso já deve estar acontecendo a
muito tempo. Mas eu me recuso a acreditar, não pode ser... O homem que eu amo
não pode estar se deitando com outra mulher.
Julian – Não. Ele não
pode... quem perde é ele, se estiver. Vamos descobrir isso, tá bem? Agora
podemos ir? Estou morrendo de fome!
Ela assente saindo da sala e
Julian vai atrás dela.
⍟ ⍟ ⍟ ⍟ ⍟
Clay anda por uma
avenida da cidade em meio a várias pessoas que estavam na calçada. As
lanchonetes e restaurantes lotados por ser o horário de almoço e o transito
parado como sempre. Ele atravessa uma rua rapidamente antes que o farol se
feche e vê Luke sentado em uma das mesas externas de um restaurante, vai até
onde Luke estava e desabotoa um dos botões de seu blazer se sentado de frente
para ele. Luke o olha surpreso e Clay apoia os braços na mesa o olhando
fixamente.
Clay – Hora do lanche?
Luke – O que, você...
Clay – Esperando alguém?
Luke – Eu...
Clay – Como pode estar
fazendo isso com ela?
Luke fica calado o olhando
sem graça e Clay respira fundo.
Clay – Saí do trabalho para
almoçar e olha só quem encontro aqui, por acaso, sem saber... poderia ser ela a
passar aqui e ver você.
Luke – Estou fazendo algo?
Não estou com ninguém aqui.
Clay – Por que está fazendo
isso?
Luke – Cara.
Clay – Ela é a minha irmã e
se só por um momento achar que eu vou deixar você continuar com isso, está
muito enganado. E eu espero também que
nunca tenha dado em cima da minha irmã caçula, eu mato você cara.
Luke – Samantha? Eu não...
Clay – Para o seu bem eu
espero que seja verdade.
Luke – Olha, eu... eu não
sei o que dizer.
Clay – Quando começou?
Luke respira fundo abaixando
a cabeça e Clay continua o olhando fixamente.
Luke – Foi depois de uma
briga com a Ashley. Conheci essa mulher no trabalho. Ela já vinha me dando
mole, mas até então eu não havia correspondido, até que perdi a cabeça, fiquei
com ela e... me envolvi demais.
Clay – Quanto tempo?
Luke – Vai fazer dez meses.
Clay balança a cabeça
decepcionado e Luke o olha.
Luke – Vai contar a ela?
Clay – Ainda a ama?
Luke – Eu amo.
Clay – Vai por um fim nisso,
vai deixar isso pra traz e honrar seu casamento?
Luke – Eu...
Clay – Vai, Luke?
Luke – Por que não me
entrega?
Clay - Eu...
Clay passa a mão no rosto
com os olhos fechados e os abre novamente olhando para Luke.
Clay – Eu sei o que está
passando, também fui infiel com a minha noiva e... escolhi ficar com ela e só
com ela... cometi um erro, mas decidi que não o faria novamente.
Luke fica surpreso e Clay
respira fundo.
Clay - Se eu tive uma
segunda chance, se eu consegui voltar ao caminho certo, acho que você pode e
merece também.
Luke – Contou isso a Thaís?
Clay balança a cabeça
negativamente e Luke assente.
Luke – Queria voltar atrás e
jamais ter feito isso... queria poder mudar as coisas, queria não precisar ter
que sair e deixa-la sozinha num almoço de domingo. Queria poder não agir feito
um cafajeste, um homem sem valor, sem princípios, que trai a esposa, que tem
uma vida com outra mulher.
Clay – O caso de vocês é tão
sério assim?
Luke – Ela... ela está
gravida, Clay.
Clay arregala os olhos o
olhando chocado e Luke abaixa a cabeça a balançando negativamente.
Luke – Agora entende o que é
que está acontecendo? Amo minha mulher, mas serei pai do filho de outra... não
posso largar sua irmã, eu a amo. Mas também não posso abandonar a mulher do meu
filho.
Clay – Meu Deus.
Luke – Não sei o que fazer.
Os olhos de Luke lacrimejam
e Clay apoia as costas na cadeira ainda o olhando, chocado.
⍟ ⍟ ⍟ ⍟ ⍟
Já havia anoitecido.
Giselle entra na casa de seus pais, deixando sua mala no chão e respirando
fundo ao ouvir a voz e as risadas de Julian. Samantha desce as escadas a vendo
e a olha surpresa enquanto Giselle fica imóvel.
Samantha – Você chegou.
Giselle – Olá.
Samantha – Por que essa cara
de espanto? A adotada aqui sou eu.
Giselle – Então, já sabe?
Samantha – Sim, mas esse é
apenas um dos segredos dessa família, não é mesmo?
Elas ficam se olhando
fixamente por algum tempo até que Giselle sorri sem vontade.
Giselle – Não tenho segredo
nenhum.
Samantha – Ah você tem sim,
e não só você, mas Julian também.
Giselle – Sempre a mesma
Samantha, você nunca muda... não sei do que está falando.
Samantha sorri de leve
cruzando os braços e Giselle tenta permanecer firme, com muita dificuldade.
Samantha – Eu sei, ok? Sei
do segredo que você e Julian escondem, não precisa continuar mentindo na minha
cara.
Giselle a olha espantada por
alguns instantes, mas logo balança a cabeça e sorri sem vontade.
Giselle – Você não sabe de
nada, só está tentando fazer com que eu confesse... não vai rolar, não sei do
que está falando. Mesmo depois de um ano, vejo que ainda continua a mesma,
implicando comigo e tentando chamar mais atenção, poupe-se ok? Agora que sabe
que é adotada, o foco está em você.
Ela passa por Samantha
respirando fundo e Samantha se vira a vendo andar.
Samantha – Posso não saber o
que realmente aconteceu, mas sei que não estava estudando, sei que Julian não
foi para o casamento do amigo... ouvi seu recado na secretária eletrônica,
devia tomar mais cuidado... qualquer um poderia ter ouvido e ido correndo contar
aos nossos pais.
Giselle arregala os olhos
sem se virar e Samantha descruza os braços, séria.
Samantha – Só acho que
segredos não fazem bem a ninguém, seja o que for, sabe que pode contar com a
sua família... não apenas com Julian.
Giselle se vira com as
lagrimas caindo sob seu rosto alguns instantes depois e olha para Samantha.
Giselle – Desculpe ter sido
rude, não devia ter dito aquilo sobre você ser adotada... isso não significa
nada, é tão parte dessa família quanto eu.
Samantha – Eu sei, é a sua
vez de perceber o quanto é importante pra eles... enxuga essas lágrimas, se te
verem assim vão saber que tem algo errado. Conte quando estiver mais calma, vai
ser melhor.
Ela sorri de leve indo até a
porta e a abre enquanto Giselle a fica olhando.
Giselle – Sam?
Samantha – Hum?
Giselle – Estou feliz em te
ver.
Samantha assente saindo e
fechando a porta e Giselle enxuga as lagrimas respirando fundo e indo em
direção a cozinha da casa, onde ouve as vozes de Julian e seus pais.
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