Aberturas Inesquecíveis - O Clone

"O Clone" foi aquela novela deliciosa que a Glória Perez escreveu de pé e fez a cabeça de milhões de telespectadores. Fez a cabeça mesmo, pois os véus muçulmanos usados por Jade, a protagonista vivida por Giovanna Antonelli, viraram tendência – sem falar nos famosos anéis-pulseiras, que a gente encontrava em qualquer camelô. Inshalá!

Além da rica cultura mulçumana, a novela, exibida em 2001/2002, abordou a polêmica questão da clonagem humana, através dos personagens de Murilo Benício e Juca de Oliveira. A autora foi muito feliz ao contrapor religião e ciência, um embate mais velho que andar pra frente.

Na vinheta de abertura, Hans Donner e sua equipe sintetizaram a conflituosa discussão da sinopse. Representando a clonagem e a magia da criação humana, um homem nu aparecia espelhado em meio a nuvens, estruturas de DNA e uma intensa iluminação dourada. Fechando, a assinatura surgia numa estilização do código genético. Gosto desse logotipo.

O homem duplicado na vinheta era o bailarino Floriano Peixoto, na época com 28 anos. Ele gravou durante um dia inteiro, com um fundo chroma key, o que possibilitou a inserção das demais imagens e efeitos na finalização da peça.

Já o tema musical foi encomendado especialmente para a abertura. Marcus Viana compôs a belíssima “Sob o Sol” e deixou a interpretação a cargo de Malu Aires, vocalista da banda mineira Sagrado Coração da Terra. A banda, para quem não sabe, é dele.