A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta
segunda-feira que o número de casos de pessoas afetadas pelo vírus da Zika pode
aumentar "significativamente" nos próximos meses e atingir outras
regiões do mundo. Com o início na Europa da temporada dos mosquitos, "a
possibilidade de uma transmissão local combinada com prováveis transmissões por
via sexual poderia provocar um aumento significativo do número de pessoas
afetadas pelo zika e das complicações que isto representa", afirmou a
vice-diretora geral da OMS, Marie-Paule Kieny, em uma conferência sobre o tema
em Paris. "Na medida em que as temperaturas começam a aumentar na Europa
(com a aproximação do verão no hemisfério norte), duas espécies de mosquitos
Aedes, conhecidas por transmitir o vírus, vão começar a circular", disse
Kieny. "O mosquito não tem fronteiras", completou. Mais de 600
cientistas participam nesta segunda-feira e na terça-feira no Instituto Pasteur
de Paris em um colóquio internacional sobre o vírus da Zika, que se mostrou
mais inquietante do que se imaginava. Os cientistas tentam determinar quando
tempo o vírus pode permanecer no corpo humano, o grau de risco de transmissão
por via sexual e a lista completa de doenças que pode causar. Também devem
falar sobre o vínculo do vírus com a microcefalia, uma patologia que provoca
danos cerebrais graves nos recém-nascidos, e com a síndrome Guillain-Barré, que
pode provocar paralisia e morte. A OMS já declarou esta doença uma
"emergência de saúde pública de alcance internacional". O vírus da
zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, provoca muitos problemas na
América Latina desde 2014, mas também preocupa a Europa, apesar da maioria dos
casos da doença ser considerada leve. Segundo o Instituto Pasteur, 1,5 milhão
de casos foram contabilizados no Brasil, principal foco da epidemia. De três a
quatro milhões de casos estão previstos para o continente americano.
Fonte: AFP
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