No capítulo anterior: Carlos tenta convencer Gonçalves a não se vingar, mas ele diz que está irredutível. Aurora afirma que irá ganhar o campanha do jornal A PRAÇA. Gonçalves corta o freio do carro que Zé irá viajar e o carro cai da ponte, Zé Mendigo morre. Enzo vai até o túmulo de Zé e lá encontra Natália. Celeste derruba suco em Aurora que exige que André a demita mas ele não faz isso. Fique agora com o capítulo de hoje: Cena 1: Doceria/INT. DIA Sonoplastia: Tensão Aurora se levanta. Aurora: Eu não ficarei nem mais um segundo, nesta doceria mequetrefe! Carlos: Mas nem comemos nada! Acabei de sair do emprego, vou voltar com fome? Aurora: Qualquer lugar é mais digno de comer que aqui, vamos Carlos. Carlos se levanta. Aurora e Carlos andam um pouco na intenção de deixar a doceria mas, Aurora para, volta até a mesa, da um leve sorriso e esfrega um prato com torta no rosto de André. Aurora: Gostosa não? André: Também desejo a senhorita um ótimo dia, volte quando quiser! Cena 2: Doceria/Banheiro/ INT. DIA Sonoplastia: Ambiente André entra no banheiro. Celeste está lavando seu rosto na pia, em frente ao espelho. Celeste: Também levou uma tortada? Celeste e André riem. André: Ela é louca, mas como um bom gerente, mantive a classe. Celeste: Eu tirarei o uniforme e deixarei ele na sua sala após sair. André: Menina, para de ser boba, não vou te demitir não, vou não estava errada. Celeste: Muito obrigado, não imagina como eu preciso, e ser demitida já no primeiro dia... André: Mas preciso fazer um pedido... Não faça mais isto, é feio, eu sei, eu sei, você estava certa, mas se você ignorar com classe, ela que vai sair por baixo... Celeste: Prometo não repetir. André: Mas pelo que me disse ela não voltará tão cedo, ou talvez nunca mais! Celeste: Seria meu sonho! André e Celeste riem. Cena 3: Praça/EXT. DIA Sonoplastia: Ambiente Natália e Enzo chegam de carro à praça. Natália: Você continuará morando na rua? Enzo: Sim, foi onde vivi minha vida toda. Natália: Eu sei, mas não sei se Zé gostaria de vê-lo morando só nas ruas... Enzo: A rua já é minha casa... Estou tão acostumado com ela quanto ela está comigo. Natália: Enzo, vamos até minha casa... Precisamos conversar. Enzo: Nos conhecemos agora, quer dizer a senhora me conhecia antes mas... Natália: Entre por favor, e me chame de você. Enzo: Certo. Cena 4: Rua/EXT. DIA Sonoplastia: Ambiente Gonçalves anda pela rua com uma garrafa de bebida alcoólica na mão, já bêbado e tonto. Gonçalves: Eu vinguei você Teresa, finalmente lhe vinguei, o mendigo pagou pelo que fez a você, e a mim também. Gonçalves toma um longo gole. Gonçalves: Neste momento ele deve estar embarcando no trem, direto para o inferno. Carlos e Aurora andam na rua e vêem Gonçalves. Aurora: Ali é nosso pai? Carlos: Em carne, osso e álcool. Aurora: Vamos levá-lo para casa, antes que arrume outra briga e volte pra prisão. Aurora e Carlos vão até Gonçalves. Gonçalves: Meus filhos, querem um golinho? Gonçalves oferece a bebida a Carlos e Aurora. Aurora: Deveria ter vergonha de oferecer isso aos seus filhos. Gonçalves: Não sabe o que perde, me relaxa pra caramba. Gonçalves ri, bêbado. Aurora: Da pra sentir o cheiro de álcool há metros. Carlos: Pai, vamos para casa, chega de beber! Carlos tenta pegar no braço de Gonçalves mas ele se esquiva. Gonçalves: Vocês são chatos pra caramba, me deixem aproveitar, tudo deu certo, uhul! Gonçalves pula comemorando e cai no chão. Ele ri da própria queda, as pessoas passando na rua observam Gonçalves. Aurora: Para de me fazer passar vergonha! Gonçalves: Está aqui por que quer não é mesmo? Aurora: Eu nem sei porque me importo com você, não merece um pingo de pena, vive afundado na bebida, nunca vai crescer, sair da pobreza. Carlos: Vamos pai, pode levar a garrafa com você se quiser. Gonçalves: Não se finja Aurora, você não tem pena nem de mim, nem de ninguém, se importa apenas com o que vão falar de você! Cena 5: Doceria/ INT. DIA Sonoplastia: Ambiente André sai de sua sala e vê que a doceria está vazia. André: Acho que hoje mais nenhum cliente virá, vamos fechar e libero vocês mais cedo. Márcia: Estou exausta, veio a calhar isto. Celeste: André, eu não tinha lhe falado antes, por esquecimento meu... André: Fale. Celeste: Não teria como adiantar um pouco do meu salário pra pagar um lugar para mim passar a noite? Márcia: Não se preocupe com isso! Celeste: Não entendi... Márcia: Pode ficar tranquila, tenho um lugar onde pode dormir. André: Ainda bem porque não posso fazer adiantamento... André, Márcia e Celeste fecham a doceria. Cena 6: Apartamento de Márcia/Sala de estar/ INT. DIA, Sonoplastia: Ambiente Márcia e Celeste entram no apartamento. Márcia: Bem-vinda! Este é meu apartamento, moro sozinha, tem um quarto vago, onde você pode ficar, o aluguel ficará dividido entre nós... Celeste: Não sei como te agradecer... Me ajudou a conseguir emprego e agora me deu um teto... Márcia: Eu não sou tão boazinha assim não, é que gostei de você! Celeste: Posso te dar um abraço? Márcia: Hum... Deixa eu pensar... É lógico vem cá! As duas se abraçam sorrindo. Márcia: Eu só estranhei uma coisa quando você veio para cá. Celeste: O quê? Márcia: Cadê sua mala? Celeste: É uma longa história... Márcia: Sou só ouvidos! Conta tudo! Cena 7: Casa de Natália/Sala de estar/INT. DIA, Sonoplastia: Ambiente Enzo e Natália estão sentados no sofá. Maria traz água para Enzo, que toma e devolve o copo. Enzo: Obrigado! Maria vai embora. Enzo: Bem grande sua casa! Natália: Sim, era do meu pai e quando este morreu veio para mim. Enzo: Desculpa, não entendi ainda porque me trouxe aqui. Natália: Não precisa se desculpar... Eu tenho uma proposta para você! Enzo: Proposta? Natália: Sim, você não pode voltar pra rua, sozinho, mesmo sendo já adulto, é perigoso, a violência cresce a cada dia... Enzo: Eu sei, mas vivi minha vida toda na rua, não tenho medo! Natália: Sim, você já me contou isso, a proposta é, você aceita vir morar aqui? Enzo: Morar aqui? Natália: Sim, você mesmo disse, esta casa é gigante, existem vários quartos... A decisão é sua! Enzo fica pensativo. Cena 8: Rua/ EXT. DIA, Sonoplastia: Tristeza As pessoas continuam olhando para Gonçalves, que está bêbado. Carlos: Vamos, por favor, chega de fazer isto, mamãe não iria gostar! Gonçalves: Não sabe nada sobre sua mãe. Carlos: Claro que sei, vivi pouco com ela, mas foi o suficiente pra saber que obviamente onde estiver ela não está gostando do que vê! Gonçalves: Você sabe que ela podia tá aqui? Se não fosse ele, maldito, maldito, mas eu mandei ele pro inferno, eu mandei, eu vinguei sua mãe. Aurora: Eu cansei, não vou gastar nem mais um segundo com você, aparti de agora esqueço que é meu pai, chega de passar vergonha por você, ficar sem dinheiro por você, eu já odeio a vida que tenho, você faz ela ficar pior, vamos Carlos, não adianta, ele não vem. Aurora puxa Carlos que resiste um pouco. Aurora: Vem Carlos. Carlos e Aurora andam deixando Gonçalves para trás. Gonçalves: Ninguém entende, não é Teresa? Ninguém entende que essa é a forma... Gonçalves anda e fica na trilha do bonde. Gonçalves: Eu perdi tudo, tudo, minha vida acabou, e você, você é a única que continuou comigo. Gonçalves beija a garrafa de bebida. Gonçalves: Você é quem ainda me faz rir, esqueço de tudo, graças a você! Gonçalves ri, enquanto as suas costas o bonde se aproxima. Pessoas no bondinho: Tem um homem no trilho! Gonçalves: Graças a você... O bonde atropela Gonçalves. Congela em Gonçalves.
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