Pura Emoção | Capítulo 2: "Uma grande perda!" #PuraEmoçãoNoWebM

 

De: Anthonny

No capítulo anterior: 

Enzo é deixado bebê na praça por sua mãe, Zé Mendigo pega Enzo para criar. Natália traz algumas moedas para Zé Mendigo, Gonçalves vê Natália com jóias e tenta assaltar ela, mas é impedido por Zé e  preso. Gonçalves sai da cadeia e promete vingança contra Zé Mendigo. Gonçalves escondido, escuta que Zé irá viajar e conta para seu filho, Carlos, que irá sabotar o carro, assim causando um acidente.

Fique agora com o capítulo de hoje: 

Cena 1: Loja de tecidos/ EXT. DIA Sonoplastia: Tristeza

Carlos: Eu entendo, que queira se vingar, mas não haverá só o mendigo no carro, várias outras pessoas inocentes vão morrer...

Gonçalves: Eu sei, mas não posso ter compaixão a esta altura, ninguém teve quando sua mãe morreu por culpa dele, culpa só dele!

Gonçalves enxuga as lágrimas.

Carlos: Pai...

Gonçalves: Não tente me convencer, serei irredutível quanto à isto, eu vou sabotar o carro e vou matar esse mendigo, pode ser a última coisa que faça, e se eu for pro inferno... Quero encontra-lo lá.

Aurora vai até eles.

Aurora: Era só o que me faltava, vocês dois igual malucos se escondendo atrás de um carro, o que fazem?

Gonçalves: Observando, por enquanto, só observando.

Aurora: Vamos papai, com o dinheiro que sobrou poderei comprar torta para nós, e Carlos trate de voltar para a loja, não quer ser demitido no primeiro dia não é?

Carlos: Está certa, voltarei, espero que pense melhor no que está disposto a fazer.

Gonçalves: Já disse que não mudarei de idéia.

Aurora: Ai, vocês cheios de segredos, não gosto disso, pra mim a vida tem que ser um livro aberto.

Câmera sai de Carlos, Aurora e Gonçalves e se direciona para as pessoas aplaudindo Enzo após sua pequena apresentação de malabarismo .

Enzo pega o chapéu que está no chão com dinheiro e vai até Zé Mendigo.

Sonoplastia: Abrigo/Roberta Campos

Zé Mendigo: Foi muito bem Enzo, é um orgulho ter você como um filho.

Enzo: Eu nem sei o que seria de mim se não tivesse me criado, para outras crianças crescer sem um pai ou mãe de sangue talvez fosse algo traumático, pra mim não, eu tive tudo que precisei com você, sinto que nunca vou poder retribuir...

Zé: E não precisa, você me passa alegria, amor Enzo, não tem melhor sentimento que se possa passar!

Enzo estende a mão e Zé Mendigo à toca.

Enzo: Foi com você que aprendi tudo isso, a amar, respeitar... Foi e é a pessoa mais importante da minha vida

Zé: Passou muito rápido, ontem mesmo eu vi uma cestinha pequena nessa mesma praça e você tava nela, frágil mas forte, no fundo sabia que era forte, hoje eu tenho certeza que é, uma hora, um dia, eu irei partir...

Enzo: Vai demorar muito, tenho certeza...

Zé: E quando isso acontecer, eu estarei feliz, feliz porque sei que soube te criar bem, e hoje você só me dá orgulho.

Enzo: Não vamos falar de partidas, tenho uma boa notícia.

Zé: Qual?

Enzo: Sua antiga amiga, Natália, ela é dona do jornal A PRAÇA, depois de anos morando fora ela está voltando!

Zé: Que ótima notícia, faz muito tempo que não a vejo, Natália, uma grande amiga...

Cena 2: Doceria/INT. DIA 
Sonoplastia; Ambiente

Aurora e Gonçalves se sentam na mesa.

Gonçalves: Estou faminto.

Aurora: Está mesmo? Deveria então começar a trabalhar, você é o pai e eu que pago a conta? Deveria ser uma desonra para você.

Gonçalves: Está difícil conseguir um emprego.

Aurora: É mais difícil ainda se você nem atrás do emprego vai!

CORTA PARA:

André chega com as fatias de torta nos pratos e os coloca na mesa.

André: Com licença.

André volta para a cozinha.

Aurora pega o garfo e coloca um pedaço de torta na boca.

Aurora pega o jornal e começa a folhear.

Aurora: Interessante...

Gonçalves: O quê?

Aurora: A dona do jornal A PRAÇA, está voltando pra São Paulo, vai lançar uma campanha, para fotografar mulheres.

Gonçalves: Hum... Você tem chances!

Aurora: Chances? (risos) É óbvio que já ganhei a campanha, logo estarei na capa do jornal!

Gonçalves termina de comer e se levanta.

Aurora: Onde vai?

Gonçalves: Resolver algumas coisas.

Aurora: Você anda muito estranho desde que saiu da cadeia.

Gonçalves: Nem me lembre que já passei por aquilo.

Aurora: Então tente não arrumar briga nas ruas, ou perderá sua liberdade novamente.

Gonçalves: Agora isso pouco importa, está chegando o dia...

Dias se passam

Cena 3: Praça/EXT. DIA
Sonoplastia: Tensão

Zé Mendigo se despede de Enzo, o carro onde viajará está ao lado da praça.

Enzo: Boa sorte na viagem, vai dar tudo certo e sua tia vai melhorar!

Zé: Espero, Enzo... Eu tenho há algum tempo juntado esse dinheiro...

Zé mostra algumas notas para Enzo.

Zé: Aqui tem o necessário pra alguma emergência, sei que vai saber cuidar desse dinheiro, não sei quando volto, então só te peço, se cuida!

Enzo pega o dinheiro e abraça Zé.

Enzo: Até breve Zé.

Zé: Até breve Enzo, até breve.

Gonçalves observa de longe.

*FLASHBACK ON*

Gonçalves corta o freio do carro onde Zé irá viajar.

*FLASHBACK OFF*

Gonçalves: Finalmente vou vingar você, meu amor.

A alma de Teresa aparece ao lado de Gonçalves.

Teresa: Não me culpe por algo seu Gonçalves... Nos vemos em breve! Eu te amo.

Teresa some.

A câmera volta a focar em Zé Mendigo.

Zé entra no carro.

O carro da partida.

Enzo acena, com a mão para Zé.

Cena 4: Ponte/EXT. TARDE
Sonoplastia: Tristeza

O carro onde Zé está passa por uma ponte sem proteção.

O motorista tenta frear, porém os freios estão cortados e o carro cai no rio abaixo da ponte.

Cena 5: Praça/EXT. NOITE
Sonoplastia: Tristeza

Um homem vai até Enzo que está dormindo no banco da praça.

Ele cutuca Enzo.

Enzo: Quem é você?

Homem: Eu preciso que venha comigo até a ponte da cidade.

Enzo: Eu não te conheço...

Homem: Por favor, eu soube que você era o ente mais próximo do mendigo que ficava nesta praça.

Enzo: O que aconteceu com o Zé? Me explica! O que aconteceu com ele?

Homem: Venha comigo, há coisas que não se explicam com palavras.

O homem entra em seu carro.

Homem: Venha, rápido.

Enzo entra no carro preocupado.

Cena 6: Ponte/EXT. NOITE
Sonoplastia: Tristeza

O carro chega na ponte, há muita gente observando algo logo abaixo dela.

O homem desce e Enzo vai atrás.

Enzo reconhece o carro que Zé Mendigo viajou.

*FLASHBACK ON*

Zé Mendigo se despede de Enzo, o carro onde viajará está ao lado da praça.

Enzo: Boa sorte na viagem, vai dar tudo certo e sua tia vai melhorar!

Zé: Espero, Enzo... Eu tenho há algum tempo juntado esse dinheiro...

Zé mostra algumas notas para Enzo.

Zé: Aqui tem o necessário pra alguma emergência, sei que vai saber cuidar desse dinheiro, não sei quando volto, então só te peço, se cuida!

Enzo pega o dinheiro e abraça Zé.

Enzo: Até breve Zé.

Zé: Até breve Enzo, até breve.

*FLASHBACK OFF*

Enzo chora.

Enzo: Era um até breve, era pra ser um até breve.

Homem: Te trouxe aqui também para poder acompanhar todo o desenrolar disso, o enterro... Enfim, agora ele está em boas mãos, está com Deus!

Enzo: Obrigado por me trazer.

Homem: Não há de quer.

Enzo: Você era quem me restava, quem sempre esteve comigo, mas eu sei onde quer que esteja, você quer que eu seja forte e continue minha vida.

Enzo enxuga as lágrimas.

AMANHECE

Cena 7: Cemitério/INT. DIA 
Sonoplastia: Abrigo/Roberta Campos

Enzo olha o túmulo de Zé.

"⭐ 13/03/1890
  ✝ 21/02/1941"

Enzo: Você tinha tantos anos pela frente... Tantas coisas pra viver, eu tinha tanto pra te retribuir! Me ensinou muito, serei eternamente grato, por tudo meu amigo, por tudo.

Enzo enxuga as lágrimas.

Enzo deixa uma flor.

Se levanta pra ir embora mas vê Natália vindo em direção ao túmulo de Zé.

Enzo: Senhora... O que era do Zé?

Natália: Uma amiga! E você?

Enzo: Um filho de coração, ele me criou...

Natália: Espere... Acho que me recordo seu nome, Enzo?

Enzo: Me conhece?

Natália: Nunca esquecerei do dia que acabei conhecendo você.

Enzo: Desculpe, eu não me lembro...

Natália: Até porque era recém nascido, bem pequeno e frágil, achei seu nome bonito desde quando li naquela medalha, meu nome é Natália.

Enzo: A medalha que minha mãe me deixou...

Natália: Sim... É uma lástima, uma pessoa tão boa ir tão cedo...

Enzo: Eu não me conformo, a vida não me deu nem o direito de me despedir...

Natália: Passei muito tempo longe daqui, ele era uma das primeiras pessoas com quem queria me encontrar...

Enzo: Você era muito importante para ele... Gostava de me contar o quanto era boa, sempre dava uns trocados para ele...

Natália: Eu não consigo chorar... Não consigo o ver triste, não consigo o ver não sendo alegre, não consigo o ver me querendo chorar, eu só me lembro de coisas boas!

Enzo: Eu estava indo... Foi muito bom vê-la de novo!

Natália: Eu também estou indo, me faça companhia, minha casa é em frente a praça, suponho que ainda viva lá...

Enzo: Casa? Costumo chamar ali de o casarão mais bonito de São Paulo!

Natália e Enzo dão um leve sorriso.

Cena 8: Doceria/INT. DIA
Sonoplastia: Ambiente

Celeste vai até o balcão.

Márcia: No que posso ajudar?

Celeste: Eu cheguei hoje em São Paulo... Estou procurando um trabalho, já passei por alguns lugares mas todos estavam sem vaga...

Márcia: Menina você caiu do céu! Hoje mesmo nós abrimos uma vaga para garçonete!

Celeste: Jura? Não sei como agradecer!

Márcia: Venha comigo levarei você até o gerente daqui, André, ele vai acertar tudo com você.

Márcia entra na sala de André com Celeste.

Márcia: Nossas preces foram ouvidas!

André: Já pode começar hoje!

Celeste: Claro!

Márcia: Espero que saiba equilibrar coisas na bandeja.

Celeste: Vou tentar...

Márcia: Com o tempo aprende!

CORTA PARA:

Celeste sai do banheiro vestida como garçonete.

Márcia: Te caiu bem! Você é muito bonita.

Celeste: Obrigada.

Aurora e Carlos entram na doceira.

Márcia: Você pode ir atender aqueles dois? Mas cuidado que ela é pirada...

Celeste vai até a mesa onde estão Aurora e Carlos.

Celeste: Bom dia, o que vão pedir?

Aurora: Trocaram de garçonete, finalmente uma boa notícia!

Carlos: Sério? Já estava acostumado a ser atendido por ela, não é de se jogar fora!

Aurora chuta Carlos.

Carlos: Ai!

Aurora: Se controle! Enfim, duas fatias de torta de laranja e dois refrescos.

Celeste: Anotado, e acho que a outra garçonete de quem estavam falando ainda continua aqui... Só não sei se vão ficar felizes com isso ou não, com licença.

Celeste sai.

Carlos: Bem feliz!

Aurora: Parece um animal no cio, por favor!

Carlos: Olha como fala comigo, não se esqueça que eu quem pago as contas agora!

CORTA PARA:

Celeste coloca os dois pratos com torta e os dois copos com refresco na bandeja.

Ela anda devagar, meio desequilibrada.

André sai da sua sala e vê Celeste se desequilibrando.

André: Cuidado!

Celeste: Com o que?

Celeste olha para trás e sem querer derruba o refresco no vestido de Aurora.

Márcia vê de longe e se segura para não rir.

Aurora fica possessa.

Aurora: Cada garçonete pior que a outra, você está cega? Meu vestido, eu gostava tanto, está manchado agora! Nunca mais poderei usá-lo...

Celeste: Me desculpa, eu me desequilibrei... Com certeza as tortas estão ótimas.

Aurora pega o prato com torta na bandeja.

Aurora: Ah isso quem vai me dizer é você!

Aurora esfrega o prato com torta na cara de Celeste.

Todos que estão na doceria olham.

Celeste: Eu não tinha feito por querer... Foi apenas um acidente...

Aurora: Isso não muda o fato que você destruiu meu vestido, o meu melhor vestido!

Celeste pega o outro prato de torta da bandeja.

Celeste: Está enganada se pensa que deixarei por isto mesmo!

Celeste esfrega o prato no rosto de Aurora.

Márcia e Carlos riem.

Aurora: Desgraçada...

Celeste: Eu juro que apenas tinha me desequilibrado, mas você que começou!

Aurora: Pois fique sabendo que perdeu seu emprego, falarei com o gerente e vou exigir que ele te demita!

Celeste: Pois faça isto, não mudará nada, pois você que começou tudo, eu posso até perder o emprego.

Aurora: Ainda há de me pagar...

Celeste: Não tenho medo de ameaças! 

Celeste vai embora em direção ao banheiro da doceria.

Aurora: Ei, você, a outra garçonetezinha, chame o gerente!

André anda em direção a Aurora.

André: Não será necessário. Já estou aqui.

Aurora: Ótimo, deve ter visto o que aquelazinha fez comigo, apenas demita ela.

André: Felizmente não será necessário.

Aurora se indigna.

Aurora: Não será necessário?

André: Obviamente que não, já que quem começou a atacar a garçonete foi a senhorita.

Aurora: Você está defendendo ela? É isto? Os clientes não tem mais prioridade?

André: Claro, os clientes são sempre bem tratados aqui, porém, quando estes, passam a destratar nossos funcionários... Perdem totalmente sua razão.

Congela em Aurora.