CINEMUNDI | O Silêncio da Cidade Branca: como a Netflix adapta uma obra literária



O Silêncio Da Cidade Branca

Por Patrick Lima Prade.

A Netflix lançou em sua plataforma mais uma adaptação literária, o que está virando rotina e é ótimo para nós, telespectadores. Dessa vez foi o ótimo suspense O Silêncio Da Cidade Branca, da escritora espanhola Eva García Sáenz, que faz parte de uma trilogia. Ainda não se sabe se os outros livros ganharão sua versão na tela ou não, mas o que importa é que a história em si tem início, meio e fim, não dependendo de continuações para ser compreendida. O filme, sobre um serial killer que ataca na Espanha, é dirigido por Daniel Calparsoro, diretor de outros dois ótimos suspenses: Invasor (2012) e Cem Anos De Perdão (2016). O Silêncio Da Cidade Branca fez seu nome ficar mais conhecido mundialmente, e ele já tem dois novos projetos para 2020. O elenco conta com a belíssima atriz Belén Rueda, especialista em papéis nos filmes de suspense como: O Corpo (2012), Os Olhos De Júlia (2010), Durante a Tormenta (2018) e o cultuado O Orfanato (2007). O papel de detetive fica com o pouco conhecido Javier Rey, mais acostumado á novelas e curtas-metragens na Espanha.

O silêncio da cidade branca (2019)


O Filme

Há vinte anos um homem cumpre pena por uma série de homicídios duplos que o deixou conhecido como o Assassino Do Sono. Agora ele está prestes á sair da cadeia, mas um novo crime abala a cidade: o Assassino Do Sono voltou! Mas ele não está preso? Enquanto investigam um possível imitador, a polícia se depara com novos corpos e rituais que envolvem religiosidade, história e uma série de detalhes que só a mente dos detetives consegue ligar, ou um telespectador bem atento. O suspense do filme está em saber se o verdadeiro Assassino do Sono está atacando e o preso cumpriu vinte anos de uma sentença errada, ou se realmente é um imitador. É aí que o filme comete seu maior erro: revelar cedo demais a identidade do assassino! Em pouco mais de meia hora de filme ficamos sabendo quem está cometendo os crimes, algo que poderia ser estendido um pouco mais, pra aumentar o suspense. Mas não pense que com isso o filme perde o interesse! O mistério sobre a inocência do presidiário continua, entre outras coisas, como as próximas vítimas, algo que fica bastante evidente, já que a idade é um fator importante para o padrão do assassino, e vemos durante o filme as idades dos personagens serem citadas constantemente, o que dá um spoiler gigante de como será no final.https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BNTc3ZjE1MmUtNDJjNC00NDg5LWIwMTMtNTBmNjUzZmY0YjQyXkEyXkFqcGdeQXVyMzY0MTE3NzU@._V1_SY1000_SX1500_AL_.jpg

Quem é Quem?

O grande trunfo do filme é brincar com o telespectador sobre as falsas aparências. Em vários momentos, mesmo sabendo quem é o assassino, a gente se pergunta se tem mais alguém envolvido. Se as pessoas são realmente quem aparentam ser, já que todos no filme têm segredos ocultos nada bonitos, como uso de drogas, violência doméstica, aborto. Assim como na vida real, os personagens usam máscaras e tentam esconder o que se passa dentro deles, mas como telespectadores conseguimos captar, diferente do que acontece no dia a dia em nossas vidas. Claro que a vida real não é um filme de suspense onde seu amigo pode ser um possível assassino, mas o filme expõe isso de um jeito tão forte que é difícil não comparar a realidade e ficção. Quantas mãos apertamos sem saber o que se passa na cabeça da pessoa? O que aquelas mãos já fizeram? Que história há por trás de sorrisos de “bom dia” na rua? São questões que nos fazem pensar na história individual de cada ser humano, e talvez termos um pouco mais de empatia e respeito pela dor do próximo, pois não sabemos sua história.Rubén Ochandiano in El silencio de la ciudad blanca (2019)

Preste Bastante Atenção!

Para entender o filme não precisa muita coisa, mas é necessário prestar atenção aos mínimos detalhes. Muita coisa sobre teologia, rituais antigos, apicultura, anatomia e história são contados ao longo do filme, e essas peças é o telespectador que tem que juntar pra entender tudo no final. Não se trata simplesmente de outro filme de psicopata, embora em vários momentos lembre bastante O Silêncio Dos Inocentes (1991), o filme é uma aula sobre natureza humana e fanatismo. Você aprende junto com os personagens sobre diversas coisas, que fazem sentido para entender o real motivo dos assassinatos. E nos damos conta do quanto um ato impensado no passado pode influenciar na vida de uma pessoa no presente. E se tudo que dissemos e fizemos para alguém deixou marcas, boas ou ruins, em sua vida? E se algo sem importância pra nós alterou todo o rumo da vida da outra pessoa, deixando traumas que nós nem imaginamos? Novamente vêm as questões que nos fazem pensar nas nossas atitudes. Se pensarmos um pouco antes de agir ou falar, podemos talvez, tornar a vida de outra pessoa melhor pelo simples ato de fazer o tal silêncio do título do filme.

Direção: Daniel Calparsoro.

Elenco: Belén Rueda, Javier Rey, Aura Garrido.

Trailers: 

https://www.youtube.com/watch?v=g1e4xeSSTA4

https://www.youtube.com/watch?v=kg_hccHe8bU

Texto originalmente publicado no Jornal Do Povo no link: 

https://www.jornaldopovo.com.br/site/blogs/573/303714/O_Silencio_Da_Cidade_Branca.html 

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