Linha da Vida | Cap. 04: Consuêlo enfrenta Lívia e ambas perdem o controle! #LinhaDaVidaNoWM






Linha da Vida – Capítulo 4:
“CONVITES”

PERSONAGENS DESSE CAPÍTULO:

LENA MARIA............................GABRIELA DUARTE
LÍVIA...................................ALINNE MORAES
DANTE..................................RAFAEL CARDOSO
CONSUÊLO.................................VERA FISCHER
CLARA..................................LORENA QUEIROZ
JAQUE..................................MARIETA SEVERO
MARCELO................................EDSON CELULARI
CLÁUDIA................................HELENA RANALDI
 TINA...................................BARBARA FRANÇA 





NO CAPÍTULO ANTERIOR...

CENA X / RUA / TARDE / EXT.

DANTE – Pelo visto você já se recuperou do baque. Até o sarcasmo tá funcionando em perfeito estado.

LENA MARIA – É. Na verdade pra saber disso você precisa me conhecer muito mais também.

DANTE – Se for um convite eu aceito sem pensar duas vezes, hein? (risos)
CORTA PARA:

CENA X / AEROPORTO / NOITE / INT.

Consuêlo, mulher de meia idade, passa elegante pelo portão de desembarque.

CONSUÊLO - (tirando os óculos escuros) É... estou de volta, Brasil. (sorri)

CORTA PARA:

FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO DE HOJE...

CENA 01 / APART. DE DANTE / SALA DE ESTAR / NOITE / INT.

 Dante está distraído deitado no sofá assistindo alguma coisa na televisão. A campainha toca, ele se levanta e vai atender.

INSERT:
Dante abre a porta, revelando Lívia, que vai entrando na sala do apartamento.

LÍVIA - Eu sei que você pode não estar querendo me ver agora, mas nós precisamos conversar.

DANTE - Eu ia te convidar pra entrar mas você já fez isso muito bem sozinha. (fecha a porta e se aproxima dela)

LÍVIA - Não é hora para brincadeiras.

DANTE - Me desculpe, eu faço brincadeiras quando fico constrangido.

LÍVIA - Olha, eu sei que as coisas não vão muito bem entre nós, mas me escute, ninguém por aí te ama mais do que eu! Dante, (se aproximando dele) quantas vezes você me disse que eu era a mulher da sua vida?

DANTE - Lívia, bater tanto na mesma tecla tem nos desgastado tanto. Por que não damos um tempo nesse tipo de discussão?

LÍVIA - Você não quer dar um tempo nesse tipo de discussão, você quer dar um tempo na nossa relação, isso sim.

DANTE - Por favor, não distorça. Pelo amor de Deus! Já não acha que se cansou e me cansou o suficiente com esse melodrama barato?

LÍVIA - (tom: nervosa) Melodrama barato? Você não viu nada ainda! Como tem tanta cara de pau?

DANTE - (tom: tentando se manter calmo) Lívia, me escute: por um tempo a nossa relação fluiu muito bem, mas com o tempo ela foi se desgastando. Acontece. É comum a muitos casais. Agora, você não admite isso, fica querendo cobrar ou exigir ter o mesmo tipo de relação que tivemos há uns dois anos atrás!

LÍVIA - (chorando/com raiva) Você é um canalha! Seu idiota! E eu aqui, como eu fui idiota! Eu te coloquei num pedestal e te adorei por muito tempo como se fosse o único homem do mundo, e quer saber? No fim das contas nem homem de verdade você é! É um fraco que tem medo dos seus sentimentos!

CORTA PARA:

CENA 02 / RUA / PRÉDIO DO APART. DE DANTE / NOITE / EXT.

Um taxi para em frente ao prédio. A câmera começa focando no sapato de salto alto preto pisando no chão, vai subindo e logo revela Consuêlo, que vai indo na direção do prédio.

CORTA PARA:

CENA 03 / APART. DE DANTE / SALA DE ESTAR / NOITE / INT.
(continuação imediata)


DANTE - (tom: irritado) Como é que é?

LÍVIA - (chorando/com raiva) Há! Isso mesmo. Você tem medo de assumir que me ama tanto assim... porque você é fraco! Como todos esses homens por aí que não gostam de expor que amam por verem isso como uma fraqueza.

DANTE - (suspira fundo) Sabe, eu gostaria muito de discutir com você. Aliás, faria isso muito bem, mas com tanta incoerência eu não sei o que fazer. Isso tudo não faz o menor sentido. Lívia, eu já te amei, AMEI! No verbo passado.

LÍVIA - (chorando/com raiva) Ninguém deixa de amar assim de uma hora para outra!

DANTE - E não foi. Com o tempo a gente cresce e às vezes não cabe mais no mundinho de uma outra pessoa.

LÍVIA - (chorando/com raiva) Você é nojento! Você pensa que é muito mais maduro do que eu por manter mais a calma, por reter as lágrimas, por controlar o tom... mas você não passa de um imbecil! Eu não sei como fui me apaixonar tanto por alguém como você! E quer saber? Eu ainda continuo te amando e se você pensa que vai me abandonar antes que a última gota desse amor seque você está muito enganado!

INSERT:
Toca a campainha.

DANTE - Taí a deixa perfeita pra acabar com esse drama de circo.

LÍVIA - (secando as lágrimas) Só acaba quando eu quiser!  Agora vamos ter plateia pra esse ‘drama de circo’ como você gosta de chamar só pra tentar me espezinhar mais um pouco.

 Lívia vai na direção da porta e a abre.

INSERT:
A porta é aberta revelando Consuêlo.

LÍVIA - (em choque) Consuêlo?

CONSUÊLO - (tom: irônica) Surpresa, minha querida? (vai entrando) Meu Deus! Não precisa me olhar assim como se eu fosse atriz de novela das nove também! (risos)

INSERT:
Lívia fecha a porta e fica escorada nela enquanto vê Consuêlo se aproximar de Dante.

CONSUÊLO - (abraçando Dante e o beijando) Ah! Meu filho... foram só algumas semanas, mas cada minuto longe de você era uma eternidade.

DANTE - É. Eu senti bastante sua falta também.
CONSUÊLO - Mas cada vez que ela batia eu corria para uma Louis Vuitton, uma Prada, uma Chanel, uma Cartier, uma Gucci... e tcharam! O consolo vinha. (risos)

DANTE - (risos) Já tinha quase me esquecido do quanto do quanto o seu senso de humor era afiado.

CONSUÊLO - (muda de tom e fica mais séria) É. Por falar em afiado, quando eu estava chegando aqui, lá do corredor eu ouvi alguns gritos vindos daqui... o que está acontecendo aqui? Será que enquanto eu estava na Europa o Brasil regrediu tanto que tudo virou uma grande selva onde só se entende as coisas se for berrando?

LÍVIA - (nervosa) O que aconteceu é que o seu filho é um imbecil!

CONSUÊLO - (nervosa) Como é que você tem a coragem de falar assim do meu filho na minha cara?

LÍVIA - (gritando) Coragem de dizer a verdade eu nunca tive mesmo! E seu precioso filho não passa de um falso, mentiroso, judas! Traidor!

DANTE - Ninguém é culpado pelas suas obsessões! Você não sabe amar, você é uma lunática que fixa um objetivo e tenta forçar ele ao extremo até conseguir atingir o esperado!

LÍVIA - (gritando) Cala a boca! (Parte para cima de Dante e lhe dá um tapa na cara)

INSERT:
Dante se afasta de Lívia enquanto Consuêlo a pega pelo braço, a puxa com força, imobilizando-a.

CONSUÊLO - (gritando) Com filho meu ninguém mexe, entendeu? (dá um tapa na cara enquanto Lívia tenta revidar mas sem conseguir)

LÍVIA - (gritando) Me larga! Sua velha maluca!

INSERT:
 Dante aparta a briga se colocando no meio das duas. Lívia e Consuêlo ficam distantes uma da outra e Dante fica ao lado da mãe.

LÍVIA - (ofegante) Isso não vai ficar assim, não vai mesmo!

CONSUÊLO - Não seja ridícula. Vai botar banca em outra freguesia que aqui não tem mais espaço pra uma cretina como você!

LÍVIA - (se afastando indo em direção a porta) Vocês vão se arrepender disso. Você por ter feito acreditar que me amava, Dante, e você, velha, sempre me odiou, nunca me achou boa o suficiente pro seu filhinho...

CONSUÊLO - (interrompe) E hoje vejo que sempre tive motivos pra achar isso.

LÍVIA - (gritando/chorando de raiva) Seus idiotas! Nojo de vocês! Nojo de todos vocês! (abre a porta, sai e a bate com força logo em sequência)

FADE OUT.
FADE IN:

CENA 04 / TAKES ALTERNADOS DO RIO DE JANEIRO / NOITE - MANHÃ / EXT.
SONOPLASTIA: ‘LOSING MY RELIGION’ - R.E.M (até o final da cena 04)

 Planos aéreos do trânsito noturno de Copacabana, o nascer do Sol na praia do Leblon, os banhistas chegando na praia, entrando no mar, um homem atlético fazendo cooper no calçadão, duas amigas de conversando e tomando água de coco enquanto andam pelo calçadão, imagens do Pão de Açúcar. Letreiro na tela: UMA SEMANA DEPOIS...

FADE OUT.
FADE IN:

CENA 05 / REVISTA GLOSS LIFE / SALA DO MARCELO / MANHÃ / INT.

 Luciana está na sala de Marcelo lhe passando alguns documentos.

MARCELO – Luciana, a Consuêlo disse se vai voltar aqui pra revista hoje?

LUCIANA – Não. Ela não falou nada ainda sobre voltar, Doutor Marcelo.

MARCELO – Hum... ela deveria tirar essa semana de folga... a próxima também e o mesmo pra seguinte. (risos)

INSERT:
Consuêlo abre a porta, entra e vai se sentando na cadeira em frente à mesa de Marcelo.

CONSUÊLO – Marcelo, querido! Sentiu saudades?

MARCELO (surpreso) – Você por aqui?

CONSUÊLO – Eu mesma! Está surpreso?

MARCELO – Sim. Claro! Depois do tempo que você passou longe do Brasil eu cheguei a pensar até que você ia ficar lá vagando pelo estrangeiro mesmo.

LUCIANA - Com licença, eu vou voltar lá pra redação. Bem-vinda de volta, Doutura Cosuêlo!

CONSUÊLO – Obrigada, Luciana.

INSERT:
Luciana sai da sala.

CONSUÊLO - E voltando, não, Marcelo. Eram só umas férias de alguns meses mesmo. Ah! nada melhor que estar no Brasil pra nos fazer dar valor a momentos na Europa. (risos) A gente chega no Galeão e já sente esse clima infernal, uma gentinha falando aos berros, uma pobreza, viu?

MARCELO – (risos)

CONSUÊLO - Estou a pouco a uma semana e já não aguento mais todos os dias passando na sombra dos 40º graus! Vontade de pegar minha mala e correr para Paris. (risos)


INSERT:
Jaque entra na sala de Marcelo falando e sem bater na porta.

JAQUE – Marcelo, querido... (para constrangida com a presença de Consuêlo) É... me desculpem! Eu não imaginei que estivessem ocupados, nem que você estivesse aqui Consuêlo.

CONSUÊLO – (se levanta e cumprimenta Jaque com dois beijos no rosto) Jaque, querida, quanto tempo! Eu já terminei o que tinha para conversar com o Marcelo. Ele é todo seu. Pode pegar, levar pra casa, fazer o que bem entender! (risos)

JAQUE – (tom: constrangida) Ah! Claro.

 Consuêlo se afasta e deixa a sala.


JAQUE – Eu juro que não sabia que ela estava aqui.
MARCELO – É. Ela sempre foi assim. Nunca avisou uma data de retorno, dizia que isso limitava a sua liberdade.

JAQUE – Enfim, voltando a realidade... sobre a festa: os convites já foram enviados! (se aproxima de Marcelo)

MARCELO – Perfeito. Você como sempre está se saindo maravilhosamente eficiente! Tanto com os convites quanto em me salvar de ficar sozinho com aquela louca, minha czarina!

JAQUE - (risos) Ah! Você não existe!

(Marcelo beija a mão de Jaque)

CENA 06 / APART. DE LENA MARIA / SALA DE ESTAR / FIM DE MANHÃ / INT.

 Lena Maria está indo para a sala vindo na direção do seu quarto segurando um pacote.

LENA MARIA – Olha, acabaram de entregar.

 Lena Maria abre o pacote e tira de dentro dela uma camisa e um cartão.

CIDINHA – Mas pra que essa camisa, Dona Lena? Parece que ganhou em um sorteio! (risos)

LENA MARIA – Pior que parece mesmo! (risos) É pra festa da sexta do fim do mês.

CIDINHA – Ah! Sim. Aquela que você me contou... da revista Gloss Life, isso?

LENA MARIA – Isso! Mas eu não sei bem direito porque eu fui convidada... eu só dei uma entrevista, nada demais.

CIDINHA – Vai entender! Gente rica sempre chama gente rica pras festas, o motivo é só um detalhe. (risos)

LENA MARIA – Cidinha! (risos) E eu sou rica por acaso?

CIDINHA – Ah... pra mim quem ganha mais de quatro salários mínimos é rico! (risos)

LENA MARIA – (risos) Bom, hoje você não precisa fazer nada pra gente de jantar, ok? Eu e a Clara vamos sair.

CIDINHA – Muito pelo contrário! Quando vocês saem é que eu posso fazer comida de verdade! Arroz, feijão, bife... não aquelas coisas todas sem graça, certinhas.

LENA MARIA – Quem te escuta falar assim pensa que a gente só vive na base da salada (risos)

CIDINHA – É por aí mesmo! (risos)

LENA MARIA – Meu Deus, Cidinha! Eu criei um monstro dentro da minha própria casa! (risos)

CORTA PARA:

CENA 07 / APART. DE CLÁUDIA / CORREDOR / FIM DE TARDE / INT.

Tina está de pé em frente à porta fechada do banheiro enquanto Cláudia está tomando banho.

TINA – Juro! Eu juro que se você me arrumar um convite ou algum jeito de entrar nessa festa eu me esforço mais na escola e deixo de sair sem você permitir!

CLÁUDIA (O.S.) – Filha, não é bem assim.

TINA – Como é que é, então? 5 anos já trabalhando como repórter nessa revista e nada da gente subir na vida! Continuamos na mesma de sempre!

CLÁUDIA (O.S.) – Tina, você não sabe de nada da vida, que dirá de estratificação social.

TINA – Ah! E você não sabe nada sobre estar viva!

CLÁUIDA (O.S.) – Você quer que eu faça o que? Que eu roube um convite? Esse ano nem isso é direito... é uma camisa, não dá pra passar a perna tão fácil como você tá pensando! Aliás, não se deve passar a perna em situação nenhuma.

TINA – Escuta, mãe, se você não for me ajudar, não precisa. Não tô aqui pra ficar ouvindo o seu discurso sobre ética e moral! Esse papinho pra cima de mim? Ah! Agora, eu vou dar o um jeito de ir à essa festa! Nem que seja entrando pelos canos do esgoto, mas eu estarei lá! Pode ter certeza.

CORTA PARA:

CENA 08 / APART. DE LENA MARIA / SALA DE ESTAR –  NOITE / INT.

Lena Maria vem vindo na direção do corredor trazendo Clara em seus braços. Ela chega na sala e coloca a filha no chão.

LENA MARIA – Cidinha, nós não vamos demorar muito... só jantar e já voltamos. Além do mais a Clara tem prova de matemática amanhã e precisa dormir cedo, né, filha?

CLARA – Ai, mamãe... por mim eu virava a noite e ficaria dormindo a manhã toda amanhã que não teria problema.

LENA MARIA – (risos) Tá ouvindo, Cidinha? Olha... isso aqui não é uma casa não, viu? É uma ostra já de tanta pérola que tem sido produzida aqui dentro entre você e a Clarinha! (risos)

CIDINHA - (p/ Clara) (risos) E você se diverte, né sua danadinha?

CLARA – (dá ombros) Ué, vocês tem as coisas que vocês dizem ser de adulto, que não pode contar porque é de adulto e tudo mais... eu tenho essas minhas coisas de criança. (risos)

CIDINHA - Menina, você ainda deixa todos os cabelos da sua mãe brancos! (risos)

LENA MARIA – (risos) Nem me fale! Bom, agora vamos... até mais tarde, Cidinha!

CIDINHA - Até, Dona Lena!

FADE OUT.

FADE IN:

CENA 09 / PIZZARIA / NOITE / INT.

Na pizzaria movimentada, alguns músicos se apresentam num pequeno palco, pessoas conversam, garçons passam carregando pizzas. Em uma dessas mesas está Dante sozinho. Pela porta de entrada entram Lena Maria e Clara de mãos dadas. Ele a fita diretamente nos olhos e fica fascinado a cada passo que a faz ficar mais próxima dele.

A câmera congela em Dante.








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