BRASIL, DIAS ATUAIS
CENA 1: ROSA DO BARÃO, CASA DE VENÂNCIO/RUA, EXTERIOR, TARDE
Eduardo encara o irmão, que por sua vez se aproxima devagar dele. Os dois ficam frente a frente depois de anos.
RICARDO: – O que fazia na casa do Venâncio? O que você trama dessa vez?
EDUARDO: – Não é da sua conta, Ricardo! Minha vida nunca foi de sua conta.
RICARDO: – A partir do momento que você cruzou meu caminho novamente, Eduardo, sua vida me interessa.
EDUARDO (Irritado): – Desde quando isso? Desde que você me roubou a Helena, e boa parte da minha vida?
RICARDO: – Eu não roubei coisa nenhuma, Eduardo. A Helena me quis, e depois do que você fez, ela ficou com vergonha de você, com vergonha de ser apontada!
EDUARDO: – Tudo culpa sua, irmão! – Eu sei que foi você, foi você quem matou ele, o único quem tinha um real motivo para me querer bem longe.
RICARDO: – Do que você está falando, Eduardo?
EDUARDO: – Você sabe muito bem do que estou falando, Ricardo!
RICARDO: – Não vou mais perder meu tempo com você! Mas deixo avisado que se você se aproximar da Helena ou do meu filho, eu acabo com você.
Ricardo dá as costas e segue de volta para o carro, desiste até mesmo de falar com Venâncio.
EDUARDO: – Vai embora, mesmo! E fique despreocupado, pois não pretendo chegar perto de sua família, uma família construída sobre o sangue de uma pessoa não é família.
Eduardo segue pra casa pensando no que Ricardo disse para ele.
CENA 2: ROSA DO BARÃO, CASA DE HELENA, QUARTO DE FELIPE, INTERIOR, TARDE
Helena está cansada de mentir para o filho, e mesmo prometendo a Ricardo que não ia contar nada para Felipe, ela decide por quebrar essa e contar toda a verdade, antes que fosse tarde demais. Assim que Felipe chega de sua aula no período da tarde, Helena entra no quarto dele para conversar e Felipe não gosta nada da cara que a mãe faz enquanto está parada na porta do quarto do filho.
FELIPE: – O que você quer, mãe? – Ele pergunta enquanto olga para Helena. – Você está com algum problema, mãe?
HELENA: – Eu quero lhe fazer uma pergunta!
Helena se aproxima e se senta na cama do filho.
FELIPE: – Faça, mãe!
HELENA: – Você perdoaria uma mentira minha, filho?
FELIPE: – Não sei, mãe! Não sei responder a essa pergunta.
HELENA: – É só dizer sim ou não, meu filho.
Felipe continua a olhar para a cara de preocupação da mãe.
FELIPE: – Perdoaria sim, mãe. Mas qual o motivo dessa pergunta?
HELENA: – Eu mentí, meu filho, deveria ter contado para você há muito tempo!
FELIPE: – Do que a senhora está falando, mãe?
HELENA: – Sobre o seu pai, Felipe!
Helena espera que Felipe fique enraivecido.
FELIPE: – Aquele homem da foto, mãe?
HELENA: – Qual foto, meu filho?
FELIPE: – Aquele retrato que a senhora guarda naquela caixa, juro que não mexí lá por querer, mãe!
Helena segue até o quarto dela rapidamente e traz com a caixa que Felipe mencionou. Helena retira a foto de Eduardo da caixa e a olha.
HELENA: – Sim, meu filho! Esse homem é o seu pai!
FELIPE: – Não é uma surpresa pra mim, mãe. – Ele afirma enquanto pega a foto da mão de Helena.
HELENA: – Percebí, meu filho! – Diz ela enquanto olha para o filho com os olhos cheios de lágrimas.
Depois de contar toda a história para Felipe, Helena se sente mais aliviada por não estar mais mentindo, por não estar escondendo nada de seu filho.
FELIPE: – Eu quero conhecer ele, mãe!
HELENA: – Tem certeza, filho?
FELIPE: – Sim, toda certeza do mundo. – Ele afirma enquanto segura firmemente a foto nas mãos.
Helena abraça Feilpe.
CENA 3: ROSA DO BARÃO, CASA DE ISAQUE, SALA, EXTERIOR, NOITE
Isaque vive atormentado pelas lembranças do dia da morte de Paulo. Ele está deitado no sofá descansando quando ele lembra do que Paulo havia dito à ele na noite em que foi morto e se assusta. Isaque se senta no sofá.
ISAQUE: – Será que isso é verdade? Não pode ser! O Paulo estava bêbado, não estava pensando bem, foi uma bobagem. Não acredito que ele tenha sido capaz de fazer isso, e por tão pouco o Paulo foi assassinado! Será que o Eduardo estava no lugar errado e na hora errada?
Isaque fica com um olhar perdido.
CONTINUA
0 Comentários