Coração De Pedra | Cap. 01 (Estreia) #CoraçãoDePedraNoWM
















CENA 1, ROSA DO BARÃO,  PRESÍDIO, EXTERIOR, MANHÃ
Eduardo sai do presídio assim que o portão é aberto, ele olha para cima, para o lindo céu azul, estende as mãos para o céu em agradecimento.
EDUARDO: – Liberdade! graças a Deus liberdade! – Diz Eduardo Marino Gouveia saindo da prisão.
Eduardo olha para um homem parado próximo de um carro branco, é seu advogado e amigo.
DEMÉTRIO: – Como você se sente? – Pergunta Demétrio, advogado que o acompanha há quatorze anos.
EDUARDO: – Muito melhor, Demétrio, muito melhor! Tenho sede, sede de verdade. 14 anos neste lugar me mudou, agora eu tenho que tentar descobrir como tocarei minha vida daqui pra frente! – Diz ele  apontando para o coração.
DEMÉTRIO: – Tenho certeza que você vai superar tudo isso meu amigo! Você é forte, decidido, vai reconstruir sua vida!
EDUARDO: – Eu não quero superar, Demétrio! Disse Eduardo olhando fixamente nos olhos de seu amigo.
DEMÉTRIO (Espantado): – Como?!?
EDUARDO: – Isso mesmo que eu disse. Não quero superar o que houve, eu quero justiça, Demétrio.
Os dois entram no carro juntos e seguem para o apartamento de Demétrio.
CENA 2, ROSA DO BARÃO, APARTAMENTO DE DEMÉTRIO, MANHÃ, INTERIOR
No apartamento, Demétrio nota a curiosidade espontânea do amigo, que olha tudo com muita admiração.
DEMÉTRIO: – O que achou?   – Ele pergunta, percebendo a notória admiração na face do amigo.
EDUARDO: – Tudo está diferente. Tudo! – Ele se senta no grande sofá branco que embeleza a sala gigantesca.
Demétrio também se senta ao lado do amigo.
DEMÉTRIO: – Aquilo que você disse é verdade Eduardo? – Demétrio está preocupado.
EDUARDO:  – Sim, a mais pura verdade! – Ele afirma enquanto se levanta e caminha até a janela. – Tiraram tudo de mim naquele maldito dia, Demétrio. Não vou deixar isso tudo barato, assim! Não sei o que meu coração se tornou, mas não terei piedade de ninguém assim que eu me recuperar. – Ele se vira para Demétrio. – E você vai me ajudar.
Demétrio arregala os olhos com tal afirmação feita por Eduardo.

CENA 3, ROSA DO BARÃO, CASA DE HELENA, SALA/COZINHA, INTERIOR, MANHÃ
Helena está em casa nessa manhã ensolarada conversando com Gerusa, sua grande amiga e confidente quando vê Felipe passar para cozinha e imediatamente interrompe a conversa com Gerusa e vai atrás do filho.
HELENA: – O que você está fazendo em casa, meu filho?
FELIPE: – Não tinha nada de importante na escola hoje, mãe! – Responde Felipe enquanto olha para o celular.
HELENA:  – Estudar é uma coisa importante, Felipe. Hoje passa, mas amanhã é um novo dia! – Diz ela pegando o celular da mão de Felipe.
FELIPE:  – Devolva, mãe!  – Ele pede olhando diretamente para a mãe.
HELENA:  – Não, só amanhã! E não deixe eu contar tudo isso ao seu pai!
FELIPE:  – Tudo bem! – Diz o garoto chateado com a decisão da mãe.
Helena retorna a sala.
GERUSA: – Você sabe que dia é hoje, Helena?
HELENA:  – Não faço a mínima ideia, Gerusa. – Ela responde enquanto se senta.
GERUSA: – Meu Deus, Helena! É hoje que o Eduardo deixa a prisão, seu grande amor! – Ela sorri.
HELENA: – Fala baixo, Gerusa! – Pede Helena.
GERUSA:  – Você tem receio do quê? O Ricardo já saiu!
HELENA: – O Eduardo foi a pessoa que eu mais amei, mas agora não é mais. Não depois de tudo o que ele fez. – Diz ao olhar para janela e ver o rosto dele.
GERUSA: – Você acha prudente ter feito o que você fez, Helena? Não que eu esteja te julgando, longe disso. Mas acho que você devia ter contado ao Eduardo.
HELENA:   – Eu penso nisso há quatorze anos, Gerusa. Quatorze anos que eu penso se eu deveria ou não ter contado, mas agora é tarde demais, e o Eduardo não merece saber e quero esquecer que ele existe!
Helena coloca as mãos na cabeça e chora, Gerusa abraça a amiga.

CENA 4, ROSA DO BARÃO, EMPRESA MARINO GOUVEIA, SALA DE RICARDO, INTERIOR, MANHà
Ricardo Marino Gouveia já está  na empresa,  em sua sala, quando pede que seu advogado suba para falar com ele. Venâncio sobe assim que recebe o recado de sua secretária e já imagina o que Ricardo deseja.
Venâncio abre a porta.
VENÂNCIO: – Me chamou?
RICARDO: – Sim, entra! – Ele se levanta da cadeira.   – Acho que você já imagina o motivo de eu tê-lo chamado aqui.
VENÂNCIO:  – Não exatamente, eu faço uma pequena ideia, Ricardo.  
RICARDO:  Pois, bem. Essa pequena ideia já será de grande ajuda. Como você sabe, Venâncio, o Eduardo saiu hoje da prisão, e quero que você faça o máximo pra que ele possa ficar o mais longe possível da minha família.
VENÂNCIO:    – Tem certeza disso, Ricardo? Não quero questioná-lo, não quero ser atrevido, mas acho que ele não oferece mais nenhum perigo!
RICARDO:   – Eu sei disso, mas seja como for, eu quero ele longe de todos nós!
VENÂNCIO:   – Seja como o senhor está pedindo, Ricardo. Hoje mesmo eu estudarei melhor o caso e verei o que posso fazer.
RICARDO:  – Obrigado, Venâncio!
Venâncio deixa a sala de Ricardo, que por sua vez fica pensativo.
RICARDO: – Você não vai conseguir muita coisa com isso, Eduardo! Não vou deixar que você me atrapalhe novamente. – Ele afirma enquanto esmurra a mesa.
CONTINUA

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