As Estrelas Brilham Lá No Céu | Episódio 04: "Surpresa!" #AsEstrelasBrilhamNoWebMundi




          EPISÓDIO 04: SURPRESA!

CENA 01: AEROPORTO DE SÃO PAULO/EXT./NOITE 

Todos entram na Kombi que logo fica cheia. 
TELMA – Ponham o cinto de segurança, por favor! 
VILMA – Claro! Telma...
TELMA – Sim?
VILMA – Você está com a certidão de óbito? 
TELMA – Sim. Está aqui. 
Telma retira a certidão de óbito da bolsa e entrega a Vilma.
Eva e Joana observam a certidão. 
EVA – Como mamãe morreu, Telma?
TELMA – (GAGUEJANDO) – Ela...
EVA – Suponho que você esteve com ela nos últimos momentos de vida. 
TELMA – Sim. Eu estava com ela. Ela morreu de enfarte. Foi muito rápido.
Eva, Vilma e Joana se entreolham assustadas.
EVA – Mas não é isso que diz a certidão de óbito.
TELMA – Não? (NERVOSA)
EVA – Não. Segundo consta, mamãe teve uma forte infecção intestinal. Tem certeza que você está certa?
Telma fica perplexa, sem reação.
TELMA – Florentino desgraçado! 
EVA – O que você disse?
TELMA – Nada. Nada. Bem, no dia que dona Eurides morreu...
VILMA – Ou seja, hoje! 
TELMA – Isso.
JOANA – Deixe ela contar, Vilma.
TELMA – Bem, como eu vinha dizendo, fiquei muito abalada, a papelada da certidão ficou completa nas mãos da dona Vânia, nem eu mesma sabia da causa exatamente. Fiquei muito abalada para ler tudo isso. 
JOANA – Você tem plena razão, Telma.
VILMA – Uma curiosidade: As certidões de óbito não saem assim tão rápido aqui no Brasil, é uma burocracia enorme. Não entendo como pôde ficar pronta em tão pouco tempo. 
TELMA – Eu não entendo nada de leis e documentos, eu sinceramente não sei.
EVA – Essa história está muito mal contada! 
JOANA – Minhas irmãs, vamos parar com isso. Telma precisa dirigir em paz e assim chegaremos mais rápido no velório da mamãe.
VILMA – Você também hein, parece tão conformada!
JOANA – Não estou. Mas precisamos ser fortes! Mamãe não gostaria que tivéssemos brigando ou discutindo à toa. Depois tudo se acertará!
Telma liga o motor da Kombi e parte. Eva e Vilma desconfiadas olham através do retrovisor Telma que parece nervosa. 










CENA 02: APARTAMENTO DE EURIDES/ INT./NOITE 

Eurides olha para os ponteiros do relógio, já são 21:00 da noite, a apreensão toma conta do semblante de Eurides, estava ela tão animada para que tudo desse certo, mesmo sabendo que tudo que fez era absolutamente errado. De repente a campainha toca.
EURIDES – Mas será que já chegaram? Tão rápido assim. 
Eurides vai até a porta de entrada e a abre. É Florentino.
FLORENTINO – Boa noite dona Eurides!
EURIDES – Florentino, o que você está fazendo aqui?
FLORENTINO – Ah, dona Eurides, eu me sinto tão sozinho nesse período do ano, não tenho família, sabe? É tão triste passar a noite de natal assim, sozinho. Pensei que...
EURIDES – Sei bem como é.
FLORENTINO – Então a senhora não se importaria se eu ficar, não é mesmo?
EURIDES – Já está aqui, não é!
FLORENTINO – Que alivio, pensei que a senhora estivesse morta uma hora dessas. 
EURIDES – Não se faça de tonto. Você mais do que ninguém sabe que tudo foi uma armação.
FLORENTINO – Sei é? (IRÔNICO) E Telminha onde está?
EURIDES – Foi buscar minhas filhas no aeroporto. 
FLORENTINO – Queimado!
EURIDES – Queimado?
FLORENTINO – A senhora não está sentindo o cheiro de queimado? Pelo visto vem lá da cozinha. 
EURIDES – Meu Deus, o peru!
Eurides corre até a cozinha, coloca luvas umedecidas e abre o forno.
FLORENTINO – Xii. Está queimadinho! 
EURIDES – Meu Deus, o que é que eu vou fazer?
Eurides olha para Florentino fixamente. 

CENA 03: KOMBI /INT./ NOITE/ RUA

Telma dirige a Kombi, ela olha no retrovisor e observa Vilma, Joana e Eva completamente aflitas. O telefone de Telma toca. É Eurides. O telefone continua tocando.
VILMA – Não vai atender, Telma? (DESCONFIADA)
TELMA – Não (NERVOSA) pode ser perigoso!
JOANA – Tem razão, nunca é bom atender o telefone ao dirigir.
TELMA – Eu vou parar aqui no acostamento, só um instante! 
Telma para a Kombi e desce para atender a ligação. 
VILMA – Precisava sair da Kombi para atender a ligação?
JOANA – Deixa ela, Vilma. Talvez seja o namorado, sei lá.
Vilma olha fixamente para Joana, estranhando sua reação confortável.

CENA 04: KOMBI/ EXT. /NOITE/RUA 

Telma se certifica que todos estão na Kombi e por fim atende o telefone. 
POR TELEFONE
TELMA – Dona Eurides, o que aconteceu?
EURIDES – O pior, Telma.
TELMA – A polícia descobriu tudo?
EURIDES – Não. O peru da ceia queimou. 
TELMA – Menos mal! (ALIVIADA)
EURIDES – Como assim menos mal, você ouviu o que eu falei?
TELMA – Sim. Ouvi muito bem. Não dá mais tempo de preparar outro. Estamos quase chegando. 
EUIRIDES – Eu sei disso. Na verdade, eu não quero que isso aconteça. Demorei tantos anos para rever minhas filhas e agora o peru da ceia de natal queima, eu queria que tudo, pelo menos hoje saísse perfeito. Uma única vez, pelo menos. 
TELMA – E vai sair tudo perfeito. Façamos o seguinte: Ligue para dona Vânia, ela deve ter preparado um peru para a família, a convide para a ceia. Aqui eu me viro, enquanto isso a Kombi pode não ligar, não é mesmo? (IRÔNICA)
EURIDES – Minha amiga, que sorte eu tenho de ter você ao meu lado.
FLORENTINO – Eu também queria ter essa sorte (GRITANDO AO TELEFONE)
TELMA – Florentino está aí?
EURIDES –Sim. 
TELMA – Temos coisas a acertar em breve, Florentino. Me aguarde! 
EURIDES –Eu irei ligar para minha irmã.
TELMA – Isso. Pode deixar que por aqui eu me viro. 

CENA 05: KOMBI /INT./NOITE/ RUA

Telma entra na Kombi. 
TELMA – Vamos agora?
Telma percebe que Rafael está dormindo.
TELMA – Sim. Pelo jeito o gringo está muito cansado, né?
EVA – Todos nós estamos, porém o que mais queremos nesse momento é chegar no velório da mamãe. 
TELMA – Vamos então.
Telma tenta ligar a Kombi, ela finge que não consegue. 
VILMA – O que aconteceu?
TELMA – Eu não sei, a Kombi não está ligando. Deve ser algum problema no motor. 
JOANA – Tem certeza? 
TELMA – Sim. 
Vilma tenta acordar Rafael.
VILMA – Rafael, acorda! 
Rafael acorda assustado.
RAFAEL – O que aconteceu?
VILMA – A Kombi quebrou, você tem que ajudar. 
TELMA – Não precisa, eu mesmo me encarrego disso. 
EVA – Rafael pode ajudar, sim! 
Telma e Rafael descem da Kombi.

CENA 06: APARTAMENTO DE EURIDES/ INT./NOITE 

Eurides organiza a mesa da ceia, Florentino assiste TV.
EURIDES – Você é muito folgado, hein! 
Florentino se levanta. 
FLORENTINO – Ah, dona Eurides, a senhora não me pede pra fazer nada. Não tem como adivinhar, não é mesmo?
EURIDES – Me ajude a organizar essa mesa! 
FLORENTINO – Agora mesmo! 
Florentino se encaminha até a mesa. A campainha toca. 
EURIDES – Eu atendo. 
Eurides abre a porta. Vânia, Atenor, Isabela e Guilherme entram.
EURIDES – Que bom que você veio minha irmã.
VÂNIA – E trouxe o peru. 
Vânia entrega o peru assado para Eurides. 
EURIDES – Como você cresceu meu sobrinho. 
ATENOR – Ah, tia. A senhora continua a mesma. Até parece que o tempo não passou para a senhora.
VÂNIA – E eu?
ATENOR – Para a senhora também não minha mãe!
Todos riem. 
ATENOR – Essa é minha esposa, Isabela. E meu filho Guillherme. 
EURIDES – Prazer Isabela, Guilherme. 
ISABELA – O prazer é todo nosso! 
Vânia olha com estranheza para Florentino. 
VÂNIA – E quem é esse?
EURIDES – Um amigo! 
FLORENTINO – Me chamo Florentino, prazer. 
Ele se aproxima e beija a mão de Vânia. 
VÂNIA – Gostei dele. 
Todos riem novamente. 
ATENOR – E quando minhas primas chegam?
EURIDES – Estão quase chegando. Falando nisso, preciso dá o sinal à Telma.
Eurides olha para o telefone sob o criado-mudo.

CENA 07: KOMBI/EXT./NOITE/ RUA

Rafael abre o capô da Kombi, Telma segura uma lanterna, iluminando o ambiente.
RAFAEL – Parece tudo normal. 
TELMA – Não entendo então. 
De repente o telefone de Telma toca.
TELMA – É o aviso.
RAFAEL – O quê? (INTRIGADO)
TELMA – Nada. Vamos tentar ligar a Kombi agora?
Telma e Rafael entram na Kombi.

CENA 08: KOMBI/ INT./NOITE/ RUA

Telma gira a chave da Kombi, ela liga. 
TELMA – Vejam! Ela pegou. Lata velha, sabe como é?
Rafael fica intrigado, mesmo assim entra e senta. 
VILMA – O que tinha o motor?
RAFAEL – Aparentemente nada. 
EVA – Estranho! 
TELMA – Vamos agora?
A Kombi parte em direção ao apartamento de Eurides. 

CENA 09: APARTAMENTO DE EURIDES /INT./NOITE

Eurides admira as estrelas no céu da sacada do apartamento. Vânia se aproxima.
VÂNIA – Desde pequena uma admiradora das estrelas, né minha irmã?
EURIDES – Um dia serei uma também, todos nós um dia seremos.
VÂNIA – Você acredita mesmo nisso?
EURIDES – Sim. 
Vânia olha para Eurides com admiração. 
De repente, um movimento estranho se faz nos corredores do prédio.
EURIDES – São elas! Apaguem as luzes, rápido! 
Florentino apaga as luzes. 
Todos ficam quietos, esperando.

CENA 10: APARTAMENTO DE EURIDES/EXT./NOITE

Eva, Vilma e Joana dão-se as mãos. Mary abraça Rafael.
JOANA – Vamos encarar tudo isso. 
EVA – Vamos sim e juntas!
TELMA- Vamos lá! 
Telma abre a porta do apartamento. 

CENA 11: APARTAMENTO DE EURIDES /INT/NOITE

Telma abre a porta do apartamento, tudo completamente escuro. Todos estranham. De repente as luzes se acendem. 
TODOS – Surpresa!!!
EURIDES – Feliz natal minhas amadas filhas! 
Eva, Vilma e Joana se assustam ao ver Eurides. 
Eurides abre os braços, esperando um abraço das filhas.

A cena congela e torna-se uma estrela no céu. 

                                                                   CONTINUA...


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