CENA 1: CIDADE DE TEMEDO | HOSPITAL SOUZA MENDES | INTERIOR | MANHÃ
A cena se descongela rapidamente.
A cena se descongela rapidamente.
O que Raul disse para Manuela parece ecoar na mente dela. Manuela, tomada de coragem, caminha na direção de Carlos, que por sua fez caminha na direção dela. Ambos se aproximam e é como se a energia de ambos voltassem a se interligar como na primeira vez que se viram de forma súbita. Manuela não perde tempo.
MANUELA: – Foi Deus quem mandou você aqui, eu acredito nisso, e não posso negar algo divino. – Diz assim que está de frente para Carlos. – Eu poderia prolongar tudo isso, dizendo muitas coisas, mas eu não quero e nem poderia (T) Me ajude a salvar meu filho… nosso filho, Carlos. – Ela diz, já se debulhando em lágrimas.
Carlos fica totalmente surpreso com o que Manuela, seu grande amor acabou de dizer e vendo-a realmente abatida e muito nervosa, abraça ela de forma carinhosa como não fazia há bastante tempo. Pela cabeça dele se passa um milhão de coisas, mas o principal é o pedido que ela acabara de fazer, um pedido com uma revelação, que Carlos sentiu ter sido difícil para ela revelar.
CARLOS: – O que eu puder fazer, eu vou fazer, Manuela, acredite. – Ele diz em meio ao abraço apertado.
Manuela chora copiosamente no ombro de Carlos, deixando toda mágoa de anos do lado de fora desse momento e apenas pensando em seu filho amado. Ela poderia sair do abraço, mas no momento ela só deseja se sentir bem, sentir que pode confiar em alguém, mesmo que esse alguém tenha sido o causador de tantos de seus sofrimentos, mas isso tudo não cabe no momento.
A imagem se afasta de forma delicada do casal, escurecendo rapidamente.
CENA 2: TEMEDO | EMPRESA TERRAFORTE | EXTERIOR | TARDE
A imagem reaparece rapidamente, se aproximando lentamente de João que sai da empresa devagar, no último degrau avista Valmir acenando de forma discreta para ele.
A imagem reaparece rapidamente, se aproximando lentamente de João que sai da empresa devagar, no último degrau avista Valmir acenando de forma discreta para ele.
João se vira e olha rapidamente para a fachada da empresa, pensando no tempo em que seu pai e sua mãe levaram para construir um patrimônio gigantesco. Ele volta o olhar para a frente.
JOÃO: – Se ela acha que vai conseguir tirar tudo isso de mim, está muito enganada. Eu não vou deixar que tudo se perca estando nas mãos de quem só sabe querer destruir os outros somente pelo gosto de ver as pessoas amargando na perdição. – Ele diz enquanto passa a caminhar na direção do carro e do motorista Valmir.
De repente, alguns homens surgem entre as pessoas que passam na calçada e rendem João. Valmir fica sem saber o que fazer diante da situação. João deixa entendido só com o olhar que lança para seu fiel funcionário. João se assusta ao sentir algo perfurar seu corpo e atravessar. Ele é deixado no chão, sangrando muito por conta do tiro que levou. Valmir corre até seu patrão.
VALMIR: – Fala comigo, Senhor João. – Ele pede vendo o amigo agonizando.
Valmir retira o celular do bolso e digita o número do socorro, mas João leva a mão até a mão em que seu funcionário segura o aparelho.
JOÃO: – Não dá mais tempo… só prometa que… vai dizer… ao Carlos – Ele tenta dizer em meio a longos suspiros. -… toda verdade. – Pede segurando na mão de Valmir. – Prometa…só posso confiar em você. – Ele conclui tentando manter os olhos abertos.
João luta para se manter vivo, mesmo que por pouco tempo, mas não consegue, acaba morrendo segurando a mão de Valmir, que por sua vez chora.
VALMIR (chorando): – Eu prometo, João, prometo que o Carlos ficará sabendo de tudo, de absolutamente tudo. – Promete em meio aos soluços contidos.
A imagem se afasta da cena triste que se desenrola. A polícia logo chega enquanto a cena escurece devagar.
A imagem se afasta da cena triste que se desenrola. A polícia logo chega enquanto a cena escurece devagar.
CENA 3: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | ESCRITÓRIO | INTERIOR | MANHÃ
A imagem se refaz devagar mostrando Aura que está em pé próxima da janela, observando um carro preto que estaciona bem em frente à sua casa.
A imagem se refaz devagar mostrando Aura que está em pé próxima da janela, observando um carro preto que estaciona bem em frente à sua casa.
Ela sorri de forma enigmática enquanto deixa a cortina se fechar rapidamente. Aura segue até o sofá e se senta, parece esperar por alguém. Não demora e a porta se abre devagar.
EMPREGADA: – Dona Aura, há um homem aí fora e diz que precisa falar com a senhora o mais depressa possível. – Ela informa.
AURA: – Deixe que ele entre, e que venha até mim (T) outra coisa…não deixe que sejamos interrompidos por quem quer que seja. – Ela diz, esboçando um leve sorriso para a empregada que entende o recado rapidamente.
A empregada deixa a porta do escritório apenas encostada. Aura aguarda já ansiosa. Um homem passa pela porta. A imagem corre pelo piso, subindo devagar, revelando ser Leopoldo. Aura se levanta e espera que Leopoldo se aproxime.
AURA: – Eu achei que não viria mais. – Ela diz, sorridente.
LEOPOLDO: – Tive de enganar aquela velha muito bem, Aura. Você sabe como Valentina é persistente e desconfiada, então tive de fazer tudo muito mais que bem feito. Agora ela certamente deve estar pensando que estou aqui para destruí-la, certamente, mas está muito enganada. – Ele devolve o sorriso enquanto dá alguns passos na direção da mesa.
Leopoldo coloca uma pasta em cima da mesa e volta o olhar para Aura, que por sua vez se aproxima lentamente.
Leopoldo coloca uma pasta em cima da mesa e volta o olhar para Aura, que por sua vez se aproxima lentamente.
AURA: – Eu espero que dessa vez você tenha feito o serviço direito. – Comenta, tocando com o dedo indicador, o queixo de Leopoldo. – A minha parte com toda certeza, nesse momento, deve estar mais do que cumprida. – Finaliza, pegando a pasta de cima da mesa.
Leopoldo fica nitidamente incrédulo com o fato de Aura ter cumprido o que prometeu. A imagem se afasta dos dois rapidamente enquanto escurece.
CENA 4: PARAÍSO AZUL | HOTEL PARAÍSO | INTERIOR | TARDE
A imagem retorna devagar, ficando clara e se aproximando de Mirela que está ao lado de Valentina na cama. Valentina está dormindo após um grande susto que levou, e deu em todos. Mirela passou a manhã praticamente toda ao lado da senhora que sempre foi tão boa para ela. A porta do quarto se abre, mas a jovem não percebe, Rodrigo fica parado observando Mirela ao lado de Valentina, que por sua vez desperta devagar, ficando tranquila ao ver sua jovem amiga bem ali do lado.
A imagem retorna devagar, ficando clara e se aproximando de Mirela que está ao lado de Valentina na cama. Valentina está dormindo após um grande susto que levou, e deu em todos. Mirela passou a manhã praticamente toda ao lado da senhora que sempre foi tão boa para ela. A porta do quarto se abre, mas a jovem não percebe, Rodrigo fica parado observando Mirela ao lado de Valentina, que por sua vez desperta devagar, ficando tranquila ao ver sua jovem amiga bem ali do lado.
VALENTINA: – Obrigada por estar aqui, Mirela. – Ela agradece puxando Mirela para um abraço sincero e apertado. – Você é a filha que eu gostaria de ter tido, a filha que o destino levou cedo, mas a vida me trouxe um pouco tarde. – Conclui, saindo lentamente do abraço.
Então Valentina olha rapidamente para a porta, arregalando os olhos ao ver Rodrigo. A velha senhora aparenta estar incomodada com a presença de Rodrigo. Mirela olha para a porta e também o vê, logo faz um sinal rápido com os olhos para ele, que entende. Rodrigo deixa o quarto.
MIRELA: – Você não gosta dele, não é mesmo, dona Valentina? – Indaga, curiosa.
VALENTINA: – Não depois de tudo que a mãe dele me fez, não depois de tudo. – Ela responde enquanto aparenta estar meio aérea.
MIRELA (Segurando a mão de Valentina): – Não precisa ter medo, dona Valentina… apesar dele ser filho dela, acredito que ele não é igual à ela… – Ela diz tentando deixar Valentina mais calma.
Valentina sorri de forma iluminada enquanto observa Mirela falar de Rodrigo, mesmo sem conhecer muito ele. A imagem vai se afastando enquanto as vozes ficam distante, logo a cena escurece.
CENA 5: TEMEDO | HOSPITAL SOUZA MARTINS | INTERIOR | TARDE
A imagem volta a ficar nítida rapidamente enquanto o som de pessoas, de ambulância e outros sons se misturaram.
A imagem volta a ficar nítida rapidamente enquanto o som de pessoas, de ambulância e outros sons se misturaram.
Após fazer alguns exames da forma mais rápida, Carlos pode doar seu sangue, assim como Manuela. Os dois estão sentados lado a lado em um dos sofás disponibilizados na sala de espera. Manuela ainda se encontra aflita diante da aproximação do término da cirurgia de seu filho. Carlos tem a atitude de segurar na mão de Manuela, acreditando que assim possa deixá-la mais tranquila. Manuela aceita o apoio de Carlos e aperta a mão dele, demostrando toda aflição que abriga seu corpo.
CARLOS: – Eu estou aqui, e dessa vez não vou sair do seu lado, ainda mais sabendo de tudo… do que sou para esse garoto que está aí, não vou deixar você sozinha outra vez, não vou. – Ele diz, tentando passar confiança para Manuela.
Manuela apenas balança a cabeça de forma positiva e sobrecarregada de preocupação, abraça Carlos, que por sua vez percebe o quanto ela está tensa com tudo que aconteceu. No momento em que ele a abraça, Talles entra na sala acompanhado de Raul. Talles fica paralisado diante do abraço que Manuela e Carlos compartilham.
A imagem congela na expressão de claro descontentamento que Talles tem.
CONTINUA
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