Paraíso Perdido | Capítulo 05 #ParaísoPerdidoNoWebMundi

uma webnovela de JAIR VARGAS


produção de LABIRINTO RADICAL
2008, Brasil

CENA 1: PARAÍSO AZUL | RUÍNAS | EXTERIOR | MANHà
Movido pela vontade de salvar a mulher que conhece há tão pouco tempo e que o balançou muito, Carlos a pega nos braços e segue por entre as ruínas, acompanhado de Talles que ainda parece não acreditar no que aconteceu. Eles saem das ruínas, deixando Diógenes sozinho.
CARLOS: – Aguenta firme, Manuela, tudo vai terminar bem, acredite. – Ele diz enquanto caminha com ela nos braços, tentando não chorar, logo olha para o rapaz ao seu lado que caminha parecendo distante. – Como isso aconteceu? – Indaga, encarando Talles.
Talles por fim desperta do que estava se lembrando e olha para Carlos enquanto caminha.
TALLES: – O velho Diógenes atirou, pensando ser algum animal ou coisa assim, mas a gente deveria ter aparecido logo e não ficado escondido com medo dele. – Responde ficando cabisbaixo. – Ele não fez isso por querer, nem mesmo sabia que estávamos lá, talvez tudo tivesse sido diferente. – Conclui, apressando o passo, assim como Carlos.
Não demora muito e eles entram na rua que leva até o pequeno hospital que atende toda gente da cidade. Talles vai à frente e Carlos o segue.

CENA 2: PARAÍSO AZUL | POUSADA | QUARTO DE RODRIGO | INTERIOR | MANHÃ
Rodrigo está sentado na cama, analisando os documentos que Diógenes deveria assinar, mas de repente deixa de lado os documentos e se levanta, pensando no que viu quando estava seguindo o irmão.
RODRIGO: – Achei que eu é quem fosse tão ligeiro, mas dessa vez o Carlos me superou. – Comenta enquanto se aproxima da cômoda. Olhando para a carteira de cigarro, ele pega um e se afasta, seguindo para perto da janela. – Quem não vai gostar nada disso é a Bárbara, com certeza ficará furiosa ao saber que o namorado perfeito não é tão perfeito assim. – Afirma ente sorrisos enigmáticos. Ele retira o isqueiro do bolso e acende o cigarro assim que o leva à boca, dando uma pequena tragada, logo solta a fumaça e sorri. – Mas não serei eu que vou dizer alguma coisa, cada um com sua vida, só queria saber quem é essa moça que o deixou tão balançado e tão rápido assim. – Conclui, dando mais uma tragada e uma baforada intensa.

CENA 3: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | SALA | INTERIOR | TARDE
Aura está sentada no sofá rodeada por documentos muito importantes quando João entra pela porta, parecendo bastante feliz, fato esse que deixa sua esposa em alerta. Aura se levanta do sofá após deixar o laptop de lado e vai até o marido.
AURA: – Pelo visto os resultados foram excelentes, não é mesmo?! Está todo sorridente como há tempos não o vejo. – Ela diz enquanto se aproxima.
JOÃO: – E foram sim, mas não é por isso que estou sorrindo, há um outro motivo aí, mas que só interessa à mim. – Afirma, seguindo para a escada e sendo acompanhado por Aura.
AURA: – Agora deu para ter segredos? – Indaga, bastante intrigada.
JOÃO: – Você tem os seus e eu tenho os meus. – Responde encarando a mulher. – Ou você acha que eu não sei que você esconde muitas coisas de mim, mas de maneira alguma estou reclamando, isso não é uma reclamação, é somente uma constatação. – Finaliza dando de ombros para Aura.
Aura fica nitidamente furiosa, se controlando para não quebrar nada à sua volta. Ela se vira e segue para a frente do grandioso espelho.
AURA: – Se ele pensa que pode me enganar desse jeito, está enganado, muito enganado (pausa) mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir tudo que ele está aprontado. – Afirma focando o olhar na escada que aparece refletida no espelho.

CENA 4: TEMEDO | CASA DOS VILA | INTERIOR | TARDE
Uma jovem mulher desce pela escada de madeira, parando no último degrau e olhando na direção de um corredor, ela então sorri. Uma mulher mais velha vem por esse corredor e para diante da escada, abrindo um sorriso.
CATARINA: – Você está belíssima como sempre, filha. – Ela afirma voltando a andar até o sofá.
BÁRBARA: – Obrigada, mãe. – Ela agradece seguindo devagar até a mãe. – Eu não vejo a hora do Carlos voltar e a gente poder oficializar nosso compromisso. – Comenta, ficando de frente para a mãe.
CATARINA: – Você trate de agarrar esse rapaz e não deixar que nada atrapalhe seu relacionamento, pois ele é a saída para o desespero que estamos vivendo, filha. – Aconselha enquanto se senta no sofá. – Eu e seu pai não somos mais abastados tanto assim, e por isso você é mais do que necessário no que queremos, no que precisamos, não nos falte agora. – Conclui ao olhar diretamente para a filha.
BÁRBARA: – Eu sei o que a senhora e o pai passam, e não esquecerei disso, mãe. Mas primeiramente vem o meu amor pelo Carlos, e depois vem todas essas coisas fúteis. Desculpa, mãe, mas o amor vem em primeiro lugar. – Afirma entre sorrisos.
Bárbara deixa a mãe sozinha na sala e segue para a cozinha. Catarina olha para a filha e balança a cabeça de forma negativa, logo pega uma revista e passa a folhear.

CENA 5: PARAÍSO AZUL | HOSPITAL | INTERIOR | TARDE 
Carlos caminha de um lado para o outro demostrando estar um pouco nervoso e também ansioso. Talles o observa do canto em que está, fica pensando em que sua amiga contou sobre o homem que conheceu. Assim que o médico aparece, Carlos para de andar pra lá e pra cá e vai em direção ao profissional.
CARLOS: – Então… como a Manuela está? – Indaga já não se contendo mais de tanta preocupação.
O médico olha para Carlos e depois para Talles que se aproxima.
MÉDICO: – Bom, mesmo com toda falta de equipamentos que temos aqui, consegui operar a Manuela, tive que operar, pois poderia ser tarde demais. Agora ela precisa muito é de uma pequena transfusão de sangue, mas o problema é que não temos o tipo de sangue dela em estoque, e isso é imprescindível para a recuperação total dela. – Responde, alternando em olhar para Talles e Carlos. – Isso que ela precisa não pode demorar muito. – Afirma, balançando a cabeça de forma positiva.
Carlos e Talles se entreolham, preocupados com o estado de saúde de Manuela.

CENA 6: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | SEDE | SALA | EXTERIOR | TARDE 
Diógenes se encontra bastante perturbado, ainda pensando que foi capaz de atirar em uma pessoa indefesa, mas o fato é que ele teve medo do que pudesse estar escondido nas ruínas. Ele se lembra do momento em que atirou no impulso e coloca a mão na cabeça.
DIÓGENES: – Aquela pobre moça… eu não queria. – Afirma, olhando para Leopoldo que está parado há poucos metros dele. – Eu tenho de fazer alguma coisa por ela, pela família dela, não posso ficar aqui bem enquanto ela pode estar morrendo. – Diz já com a voz embargada.
LEOPOLDO: – O senhor não sabe o nome dela, patrão? – Pergunta, tentando ajudar de alguma forma.
Diógenes levanta o olhar, encarando seu capataz.
DIÓGENES: – Não sei, eu realmente não me lembro do nome dela. – Responde voltando a abaixar a cabeça. – Mas descubra o nome dela, Leopoldo (pausa) descubra e faça tudo para que ela fique bem. Isso não é uma ordem, é um pedido de quem está desesperado. – Ele diz voltando a colocar a mão na cabeça.
Leopoldo sai da presença de Diógenes, que por sua vez está arrasado, chegando até mesmo a chorar, assim que seu capataz o deixa sozinho.

CENA 7: PARAÍSO AZUL | EXTERIOR | TARDE
Rodrigo está preocupado com o desaparecimento do irmão, ele volta ao local onde Carlos esteve mais cedo e caminha pela praia em busca dele. Rodrigo não encontra nada na praia e decide por retornar, ficando cada vez mais preocupado com o que pode ter acontecido ao irmão.
RODRIGO: – Onde você se meteu, Carlos? – Ele se pergunta enquanto coloca as mãos na cabeça, olhando para todos os lados. – Se a mãe ou o pai sabem que você sumiu, eles me comem vivo. – Afirma, voltando a caminhar na direção da pousada.
Assim que Rodrigo se aproxima da pousada, ele vê o irmão entrando, logo apressa os passos e chega rapidamente.

CENA 8: PARAÍSO AZUL | CASA DE SORAIA | INTERIOR | TARDE
Soraia tenta acalmar seu velho amigo Joel que está bastante abalado com o que aconteceu à neta. Ele toma um pouco de chá preparado por Soraia e respira fundo.
SORAIA: – Você tem que se acalmar, Joel. O que podemos fazer é rezar para que a sua neta fique bem, que tudo termine bem. – Ela diz, tocando na mão dele.
JOEL: – Eu me sinto um verdadeiro covarde por não conseguir ir até lá no hospital para ver minha neta, eu queria, mas não consigo. Quando coloco o pé em um hospital, parece que estou revivendo a perda da minha filha amada. – Comenta, cabisbaixo.
SORAIA: – É compreensível, Joel. – Afirma, tentando acalmá-lo. – Vamos manter a esperança de que a Manuela ficará boa, que logo estará com você novamente. – Pede fazendo Joel olhar para ela.
Joel recebe um abraço apertado de Soraia. O avô de Manuela chora em meio a esse abraço caloroso.

CENA 9: PARAÍSO AZUL | POUSADA | QUARTO DE RODRIGO | INTERIOR | TARDE
Carlos está arrumando algumas coisas em sua mochila quando o irmão entra no quarto e para próximo da porta o observando com bastante atenção, coisa essa que causa um certo incômodo em Carlos que deixa de arrumar a mochila, ficando parado enquanto levanta o olhar e olha para fora.
CARLOS: – O que foi? – Indaga, intrigado com o fato de Rodrigo estar parado sem dizer nada.
RODRIGO: – Você a mal conhece e agora já vai fazer sabe lá o que para estar com ela, acredito eu. Ela é realmente importante. – Comenta passando a mão levemente na barba.
CARLOS: – Ponto pra você… ela é realmente muito importante para mim mesmo que eu a conheça há tão pouco tempo. – Confirma se virando de modo que fica de frente para o irmão mais velho. – Mas eu não estou fazendo isso por puro capricho ou por um desejo muito grande meu, estou fazendo pelo simples fato dela estar em um hospital e com certeza precisando de mim. – Complementa, olhando diretamente ao irmão.
Rodrigo sorri, abaixando rapidamente a cabeça, logo a levanta.
RODRIGO: – Você sabe que nossa mãe não vai aceitar, sabe? – Indaga dando mais alguns passos e parando próximo da janela.
CARLOS: – Aceitar o quê? Não há nada para ser aceito aqui, Rodrigo. Eu não vou levar a Manuela comigo para Temedo. – Afirma tentando acabar logo com o assunto.
Carlos se vira e olha para o irmão como se soubesse que ele tenta esconder algo.
RODRIGO: – Aqui o mais velho sou eu, Carlos. Eu conheço você muito bem e sei… tá escrito na sua cara que você está apaixonado por essa (pausa) Manuela. Eu espero sinceramente que seja uma daquelas paixões passageiras que não chegam a durar alguns dias, e digo isso por gostar de você e não querer ver a mãe realmente determinada a alguma coisa não muito boa. – Ele diz ao se aproximar um pouco mais de Carlos.
CARLOS: – Eu garanto que sei cuidar muito bem da minha vida, e afirmo que nesse coração aqui. – Coloca a mão no lado esquerdo do peito. – Sou eu quem mando, então se meta com sua vida, Rodrigo. – Diz, desviando o olhar e voltando a arrumar a mochila.
Carlos arruma a mochila rapidamente e sai do quarto, deixando o irmão ali a pensar. Rodrigo retira o celular do bolso, procura o número de sua casa na agenda telefônica e inicia uma chamada, mas recua e cancela, olhando para a porta do quarto.

CENA 10: PARAÍSO AZUL | EXTERIOR 
Alguns pescadores chegam do mar, o movimento é grande na praia, alguns retiram suas redes e equipamentos, outros levam os barcos à terra firme. Algumas aves sobrevoam o local, logo toda a região toma uma tonalidade alaranjada por conta do por do sol que acontece de maneira majestosa. As ondas quebram em algumas pedras, assim como em paredões. As luzes da pequena cidade são acionadas, um vento frio sopra, deixando a noite gelada. Algumas pessoas saem do hospital e outras entram.

CENA 11: PARAÍSO AZUL | HOSPITAL | INTERIOR | NOITE
Carlos está sentado em uma cadeira, esperando qualquer notícia de Manuela, se encontra cabisbaixo quando uma pessoa se aproxima dele. Carlos levanta o olhar e fica bastante surpreso ao ver quem está à sua frente.
RODRIGO: – Por mais que eu ache isso uma tremenda loucura, sou seu irmão e estou aqui para ajudar você no que preciso for, não sou nenhuma pedra de gelo como pensam. – Diz, abrindo um pequeno sorriso.
Carlos se levanta da cadeira e abraça o irmão, um abraço apertado. Ambos sorriem um para outro.

CENA 12: PARAÍSO AZUL – TEMEDO 
A noite não demora a passar, logo a manhã chega e mais um dia se inicia. No hospital, Carlos recebe a notícia de que a transfusão de sangue fora um sucesso, ainda mais com ele sendo o doador principal. Rodrigo se mostra feliz ao ver o irmão sorrindo e juntos de Talles vão ver como Manuela está. Rodrigo fica realmente impressionado com a beleza da jovem que está deitada na maca, mas não demonstra isso para ninguém é junto de Talles observa o irmão quase pular de alegria ao vê-la realmente bem.
Na fazenda Arco Verde, Diógenes se lastima cada vez mais pelo tiro que deu. Leopoldo mais uma vez mente ao patrão dizendo não saber nada da jovem que foi baleada e abalado ainda, Diógenes acredita.
Na casa de Joel, ele recebe a notícia no mesmo dia por meio de Talles de que sua neta já não corre mais risco de vida, notícia essa que o faz se ajoelhar no chão e agradecer à Deus por ter salvado Manuela. Talles também faz o mesmo que Joel e juntos agradecem de coração.
Mais uma noite chega e também se vai rapidamente, logo o dia é outro. Em Temedo, Aura está uma pilha de nervos por não ter notícias dos filhos e dos negócios que correm. João se mostra cada vez mais misterioso, aproveitando-se do fato da mulher estar com a cabeça nos negócios, mantêm um encontro toda manhã com a sua pessoa misteriosa.
Bárbara se mostra preocupada com a demora de seu namorado ligar, então é incentivada por sua mãe, Catarina a ligar para ele. Barbara faz o que a mãe aconselha, porém não obtêm nenhuma resposta sequer.

DIAS DEPOIS
CENA 13: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | EXTERIOR | MANHà
O dia amanhece, muitos trabalhadores já estão à todo vapor na fazenda. O gado corre pelo imenso campo, assim como alguns peões seguem à cavalo. Pássaros voam por toda extensão, um verdadeiro balé da natureza no belíssimo céu azul que se faz presente. Na varanda da sede da fazenda pode ser visto Diógenes mais Leopoldo a conversarem enquanto bebem um pouco de café.

CENA 14: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | SEDE | VARANDA | EXTERIOR | MANHà
Diógenes bebe um pouco do café enquanto olha para Leopoldo que também faz o mesmo. Diógenes desvia o olhar e passa a observar a entrada da fazenda.
DIÓGENES: – Você acha realmente que isso pode acontecer, Leopoldo? – Indaga parecendo preocupado.
LEOPOLDO: – Tenho certeza, patrão. Se aquela moça em quem o senhor atirou, aparecer e resolver fazer queixa na polícia, as coisas podem acabar mal para o senhor, com todo respeito. – Responde, levando a xícara até a boca e tomando mais um gole de café.
DIÓGENES: – Então eu tenho de sair desse lugar imediatamente. – Diz se pondo de pé e encarando seu capataz. – Vá até a cidade e chame aquele tal de Rodrigo, eu tenho mesmo de assinar aqueles papéis. – Pede colocando o chapéu na cabeça.
LEOPOLDO: – É pra já, Patrão.
Leopoldo deixa a xícara em uma mesinha que estava entre os dois e segue para fora da varanda. Diógenes o oberva subir no cavalo e seguir.

CENA 15: PARAÍSO AZUL | EXTERIOR | MANHà
Os dias que se passaram, Carlos e Manuela só se aproximaram cada vez mais, desejando à todo momento estar um com o outro. Eles caminham pela faixa de areia da praia, ora colocando os pés na água, ora não. Um sorri para o outro, é visível para quem quiser ver que os dois já nutrem um sentimento intenso um pelo outro. Carlos segura Manuela pela cintura e a levanta e assim que a desce devagar, beija ela com muito amor, beijo que é retribuído com igual ou maior intensidade. Eles entram na água e mergulham e voltam a superfície por diversas vezes sempre intercalando com muitos beijos.
De longe, na areia da praia, Talles observa o casal se divertindo, ele abre um pequeno sorriso se dando conta de que sua amiga Manuela gosta mesmo de Carlos. Talles se assusta ao sentir uma mão gelada em seu ombro, assim que se vira, ele vê Mirela.
MIRELA: – Tudo bem? – Ela pergunta olhando nos olhos dele.
TALLES: – Sim, por qual motivo não estaria? – Indaga, observador.
MIRELA: – Bom, depois de tudo que você viu, achei que estaria um bocado chateado. – Responde desviando o olhar para onde Manuela e Carlos estão.
TALLES: – Quem ama não prende, e quer sempre o bem da pessoa amada, Mirela. – Afirma, passando por Mirela e seguindo em frente.
Mirela se vira e olha para Talles que segue sem olhar para trás. Ela chuta a areia, parecendo um bocado chateada.

CENA 16: PARAÍSO AZUL | POUSADA | INTERIOR | MANHà
Rodrigo está saindo da pousada quando dá de cara com o capataz de Diógenes que está em cima do cavalo. Os dois homens se encaram por alguns segundos.
LEOPOLDO: – O patrão mandou chamar, disse já ter uma resposta certa sobre a venda das terras que possui. – Informa de cima do cavalo.
Rodrigo que já se encontrava sem esperança do negócio ser fechado, abre um sorriso grande diante de tais palavras.
RODRIGO: – Já já eu chego na fazenda. – Ele afirma enquanto dá meia volta.
LEOPOLDO: – Não demore, pois meu patrão tem pressa. – Adverte antes de sair.
Rodrigo retorna à pousada e pega tudo que realmente precisa.

CENA 17: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | JARDIM | EXTERIOR | MANHà
Aura caminha pelo jardim enquanto o jardineiro cuida das flores e plantas belíssimas que ali se encontram. Ela sorri sozinha enquanto olha para uma rosa.
AURA: – Estou com um bom, bom não, excelente pressentimento. Sinto que o dia de hoje será bem proveitoso. – Diz à ela mesma enquanto observa o jardineiro trabalhar.
O jardineiro, jovem e bonito sorri para a patroa, mas um sorriso desprovido de qualquer pudor. Aura parece corresponder a tal sorriso enquanto disfarça olhando para uma rosa.

CENA 18: PARAÍSO AZUL | PRAIA | EXTERIOR | MANHà
Carlos e Manuela estão sentados lado a lado na areia da praia e em diversos momentos trocam beijos sinceros. Ela apoia a cabeça no ombro dele e o olha nos olhos, ficam assim por alguns minutos.
MANUELA: – Você foi a melhor coisa que já me aconteceu, Carlos. Eu queria muito que esse momento durasse por muito mais tempo. Eu sei que agradeci, que meu avô já agradeceu por aquilo que você fez por mim, mas eu torno a agradecer, pois o que você fez foi realmente incrível. – Ela diz, fazendo com que Carlos a olhe diretamente nos olhos. – Eu realmente não sei como agradecer.
Carlos sorri e a beija mais uma vez, logo se afasta e continua a olhar nos olhos dela.
CARLOS: – Eu só fiz o que meu coração pediu e o que destino já parecia ter traçado. E eu sei uma forma de você me agradecer (pausa) com muitos beijos, beijos que não acabam mais. – Ele diz entre sorrisos.
Manuela faz com que Carlos se deite na areia. Carlos a puxa para cima dele, beijando ela em seguida. Eles passam a rolar na areia enquanto se beijam com muito amor. Carlos sai se cima de Manuela enquanto sorri, logo fica de pé, então estende a mão para que ela se levante. Eles voltam a caminhar pela areia, um ao lado do outro.
CARLOS: – Desculpa a pergunta, e por estragar esse momento, mas eu gostaria de saber se você não vai denunciar aquele homem que atirou em você?! – Indaga, curioso.
Manuela pensa no dia em que levou o tiro, ela então fica cabisbaixa. Carlos para, fazendo Manuela parar também.
MANUELA: – Eu sei que deveria fazer isso, Carlos, mas algo aqui dentro parece dizer para eu não fazer isso, para não cometer tamanha loucura. Na verdade aquilo tudo foi culpa minha que agi como uma idiota ao me esconder, se eu não tivesse feito aquilo, acredite que nada daquilo teria acontecido. – Responde levantando o olhar.
Carlos tem a atitude de abraçá-la, pois percebe que Manuela está confusa. Ele beija os cabelos de Manuela enquanto tenta fazer com que ela se sinta segura nos seus braços.

CENA 19: PARAÍSO AZUL | CASA DE LEOPOLDO | INTERIOR | MANHà
Talles sofre mesmo sem querer, ele entra em casa, pensando no que viu e também no te disse à Mirela. Talles segue até o pequeno armário onde ficam suas fotos guardadas em uma das gavetas. Ele está tão mexido que acaba não percebendo que está abrindo a gaveta errada. Talles abre a gaveta dos documentos de seu pai, então se depara com uma certidão de nascimento que leva o nome de Manuela.
TALLES: – O que é isso? – Se questiona enquanto pega o documento em mãos.
De repente a porta da sala se abre, fazendo com que ele feche a gaveta rapidamente, mas fique com o documentos em mãos. Leopoldo aparece, ficando de frente para o filho. Talles mais que depressa esconde as mãos enquanto é encarado por seu pai. Leopoldo não diz nada e segue para o quarto, momento em que Talles aproveita para sair de casa.

CENA 20: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | SEDE | SALA | INTERIOR | MANHà
Diógenes larga a caneta abaixo de onde assinou no contrato, a caneta rola e cai no chão, momento em que lembranças do passado parecem retornar com toda força. Ele olha para a mão estendida de Rodrigo e a segura, se levantando em seguida.
RODRIGO: – Negócio fechado. – Diz sem disfarçar o contentamento.
DIÓGENES: – Negócio fechado. – Confirma, abrindo um sorriso amarelo.
Rodrigo recolhe o contrato e guarda na mochila. Diógenes caminha até a janela.
FLASHBACK
Diógenes, mais jovem está diante de um avião e ao lado dele se encontra uma bela mulher, é Gabriela, os dois se beijam apaixonadamente. Gabriela coloca a cabeça no peito de seu amado.
GABRIELA: – Vou sentir sua falta. – Ela afirma levantando o olhar.
DIÓGENES: – Eu não vou demorar, prometo. E lembre-se que eu amo muito você e também amo muito esse ser que está vindo. – Ele diz, voltando a beija-la, e passando a mão na barriga dela de forma bastante carinhos.
Aos poucos as mãos vão se afastando até se soltarem por completo. Diógenes entra no avião. Gabriela observa o avião partir, deixando lágrimas caírem.
FIM DO FLASHBACK
Diógenes chora enquanto olha pela janela. Ele enxuga as lágrimas e olha para Rodrigo, que por sua vez se despede, saindo da casa. Diógenes olha para as malas já prontas, está certo do que quer fazer.

CENA 21: PARAÍSO AZUL | PRAIA | EXTERIOR | MANHà
Talles corre pela praia assim que avista Manuela com Carlos, corre o mais rápido que pode gritado pelo nome dela. Manuela para e fuca esperando o amigo se aproximar. Talles para, se encontra ofegante, ele olha para Manuela e depois para Carlos.
MANUELA: – O que houve, Talles? – Questiona realmente curiosa para saber o que seu amigo tem pra dizer.
TALLES: – Eu… Eu tenho algo para mostrar à você. – Diz, estendendo a mão com o documento que pegou da gaveta do pai.
Manuela fica sem entender, mas pega tal documento e olha para o nome nele ficando sem reação alguma.
A imagem se congela em Manuela olhando para o documento que tem o nome dela e o sobrenome da mãe e do fazendeiro Diógenes.

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