Paraíso Perdido | Capítulo 02 #ParaísoPerdidoNoWebMundi

uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL
Brasil, 2008
CENA 1: PARAÍSO AZUL | MATA AO REDOR DA CIDADE | EXTERIOR | TARDE
Assim que vê o estranho olhando para ela, Manuela entra na água novamente ficando só com a cabeça para o lado de fora. Ela olha com certa estranheza para o homem, um misto raiva e um novo sentimento que surgiu assim que ela olhou nos olhos dele. Carlos por sua vez desperta, parecendo realmente que se encontrava hipnotizado pelo que acabara de ver, mas logo se dá conta do que está fazendo e fica de costas para a lagoa.
CARLOS: – Me desculpa, não foi minha intenção. – Ele pede enquanto se mantêm sem olhar para trás.
Enquanto isso, Manuela sai da água e se veste o mais depressa que consegue, bastante envergonhada por ter deixado que um homem estranho a visse como veio ao mundo.
MANUELA: – De onde você saiu? – Ela questiona terminando de vestir a blusa. – Eu nunca vi você por Paraíso Azul. – Acrescenta, observando o homem à sua frente.
CARLOS: – Eu estava perdido, bem… – Coça a cabeça rapidamente. -… ainda estou perdido, pois não faço ideia de como sair desse lugar. – Continua enquanto se vira devagar com receio de que a estranha jovem ainda esteja nua. – Me desculpa… – Ele tenta dizer, mas ao se virar, acaba ficando muito próximo de Manuela, então acaba ficando sem assunto.
Um olha para o outro de forma intensa e inexplicável.

CENA 2: PARAÍSO AZUL | POUSADA | INTERIOR | TARDE 
Rodrigo sai do carro que conseguiu alugar, e entra na mesma pousada que indicou ao irmão. Ele estranha ao ver a mochila do irmão próxima de algumas cadeiras, então se aproxima do jovem que recepciona o local para pedir informação. Rodrigo fica a saber que o irmão já saiu há muito tempo, dizendo que conheceria melhor o lugar. Depois de fazer o registro que Carlos não fez, Rodrigo se aproxima da porta.
RODRIGO: – Só espero que ele não se meta em encrenca. Agora vou eu mesmo sozinho à tal Fazenda, tenho de fechar negócios hoje mesmo ou minha mãe logo baixa aqui por ficar tanto tempo sem notícia. – Comenta observando o carro que conseguiu para ir até a fazenda de Diógenes. – Deve servir. – Diz parecendo nem um pouco animado com a ideia de dirigir uma longa distância no veículo que alugou.
Ele olha para o rapaz da recepção que parece distraído enquanto anota alguma coisa, logo desvia o olhar e segue pars o carro.

CENA 3: CIDADE DE TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | SALA | INTERIOR | TARDE 
Aura está parada diante de um imenso espelho que faz parte da belíssima decoração da sala. No reflexo é possível ver João que a encara com um certo descontentamento.
JOÃO: – Eu tenho certeza que você achou que essa pessoa não ia ligar novamente. Você deu dinheiro, mas ela não se contentou e certamente não vai se contentar enquanto você não disser a verdade. – Comenta, fazendo com que a esposa se vire de frente para ele.
AURA: – Eu não vou contar nada, João, não vou. Essa assombração que voltou para me assombrar novamente não perde por esperar. Eu vou descobrir quem é essa pessoa e ela vai me pagar caro, muito caro. – Diz sendo irredutível mais uma vez.
Aura passa pelo esposo e se senta no sofá como se nada tivesse acontecendo. João se aproxima, se abaixando e deixando a boca muito próxima do ouvido dela.
JOÃO: – Por mais que tentamos esconder, não importa o tempo, logo a verdade aparece e é isso que essa pessoa está querendo adiantar, meu amor. Você ou eu não conseguiremos manter tudo isso sob pedras por muito tempo, pense nisso. – Ele adverte a esposa antes de seguir para a escada.
Aura fica pensativa enquanto parece olhar para o nada. Longe do campo de visão dela, João balança a cabeça de forma negativa, logo começa a vencer os degraus da escada, deixando a esposa sozinha.

CENA 4: PARAÍSO AZUL | MATA AO REDOR DA CIDADE | EXTERIOR | TARDE
Nenhum dos dois se afasta, eles se mantêm olhos nos olhos, sentindo algo muito forte tornar-se mais intenso ainda. Os minutos são longos enquanto eles se olham e parecem tentar desvendar o que não sabem um sobre o outro somente pelo olhar. Manuela se afasta, temendo olhar mais para os olhos do estranho, passando por Carlos, que logo se vira e a oberva.
CARLOS: – Me ajuda a sair daqui, moça. – Ele pede se aproximando dela novamente. – Não vim aqui para ficar preso nesse lugar, é lindo (pausa) mas não quero virar prisioneiro, muito menos correr o risco de fazer a mesma idiotice que acabei de fazer. – Conclui já bem próximo à ela.
Manuela esboça um pequeno sorriso enquanto leva as mãos aos cabelos molhados. Ela fica cabisbaixa, mas logo volta à olhar nos olhos de Carlos.
MANUELA: – Se nota que você não é mesmo desse lugar e só quem não é daqui é que se perde com tanta facilidade. – Ela diz se voltando pra frente. – Vem comigo que eu sei muito bem como sair daqui. – Afirma dando início a caminhada.
Carlos procura estar ao lado da até então desconhecida para evitar ficar perdido novamente. Os dois caminham lado a lado sem dizer uma palavra sequer. No momento em que se aproximam do caminho que leva à praia, Carlos escorrega em um pequeno barranco onde acaba batendo a cabeça muito forte, ficando desacordado. Manuela fica paralisada diante do que aconteceu, ela então sai correndo em direção à praia.


CENA 5: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | EXTERIOR | TARDE
Um carro levanta poeira na estrada que leva até a grande fazenda de Diógenes. Rodrigo é quem está no volante, pisando fundo e usando todo o potencial do veículo alugado. Ele passa por homens à cavalo e algumas pessoas que parecem estar voltando da fazenda, cenas essas que desaparecem em meio à poeira. Não demora muito e Rodrigo avista a fazenda, o seu destino, logo maneira o pé no acelerador, diminuindo a velocidade. Aproveitando que a porteira está aberta, ele entra e segue pelo caminho em meio aos coqueirais, não deixando de ficar impressionado com a beleza do lugar. Ele para bem em frente a sede, saindo do carro em seguida, observando um homem já de idade em pé na varanda.
RODRIGO: – O senhor é o Diógenes? – Pergunta, subindo a escada que leva até a varanda.
DIÓGENES: – Ele mesmo. – Responde cordialmente, estendendo a mão para Rodrigo.
RODRIGO: – Eu sou Rodrigo Terraforte, filho de Aura Terraforte e estou aqui para que acertarmos os últimos detalhes antes de fecharmos o contrato. – Ele se apresenta segurando na mão estendida de Diógenes.
DIÓGENES: – Eu já esperava por você. – Afirma, abrindo um pequeno sorriso.
Rodrigo também abre um pequeno sorriso enquanto solta da mão de Diógenes, que por sua vez segue para dentro da casa, logo Rodrigo o segue, crente de que terminará com tudo isso rapidamente.

CENA 6: PARAÍSO AZUL | CASA DE LEOPOLDO | SALA | INTERIOR | TARDE
Talles está sentado à mesa que fica ao lado do sofá, ele folheia alguns livros distraidamente. Ele tira os olhos do livro quando percebe que seu pai o observa. Talles se move um pouco para o lado e encara o pai.
TALLES: – Agora serei seu prisioneiro, é isso mesmo? – Indaga sem deixar de encarar o pai.
Leopoldo desencosta do batente da porta e se aproxima de onde o filho está.
LEOPOLDO: – Se preciso for, vai ser isso mesmo. – Responde sendo bem ríspido. – Escuta, não quero ver você metido com aquela atrevida daquele velho desaforado. Por causa dessa sua amizade com ela, quase que arranjo um grande problema com meu patrão, um problema praticamente incontornável, então trate de andar na linha. – Diz, batendo na mesa e saindo de perto do filho.
Talles acompanha o pai com os olhos e se levanta, pegando os materiais e seguindo em direção ao quarto. Ele para já chegando na porta que leva ao corredor.
TALLES: – Essas pessoas que você não gosta, me conhecem muito mais que o senhor e eu confio mais nelas do que no senhor. – Afirma sem dar tempo para qualquer reação do pai.
Leopoldo bate o pé enquanto vê o filho se afastar em direção ao quarto.
LEOPOLDO: – Está ficando atrevido igual à todas essas pessoas dessa cidade, mas eu te coloco na linha, ah! se coloco. – Diz voltando seu olhar para a janela.
Ele observa o relógio de pulso e dá uma última olhadela para o corredor. Leopoldo segue para a porta, saindo em seguida da casa. Assim que ele sai, Talles vem do quarto como um foguete e oberva o pai montar à cavalo e seguir. Talles sorri.

CENA 7: PARAÍSO AZUL | CASA DOS LIMA| QUARTO DE MANUELA | TARDE 
Joel olha para a neta que passa uma toalha com água morna na testa do desconhecido que se trata de Carlos, que abre os olhos bem devagarzinho.
CARLOS: – Onde estou? – Pergunta já com os olhos totalmente abertos.
Manuela coloca a toalha em uma pequena bacia e olha rapidamente para o avô.
MANUELA: – Está na minha casa, moço. Você caiu em um barranco e bateu a cabeça, ficou desacordado, então chamei meu avô para ajudar a carregar você para um lugar seguro. – Responde olhando nos olhos dele.
Carlos desvia o olhar para a janela se lembrando do que aconteceu.
CARLOS: – Eu me lembro. – Ele afirma, voltando a olhar para a jovem. Também olha muito rápido para o velho senhor em pé próximo do armário.
Joel dá pequenos passos à frente, observando com mais atenção o rapaz na cama de sua neta.
JOEL: – O rapaz não é daqui, não é mesmo? – Indaga, observador.
CARLOS: – Realmente não. – Responde à indagação do velho. – Sou da capital. – Continua, abaixando a cabeça ao se lembrar do que viera fazer em Paraíso Azul.
Manuela observa o rapaz, que de soslaio também a observa. Joel após a resposta do rapaz, dá meia volta e sai do quarto, deixando até mesmo a neta intrigada. Ela volta o olhar para ele.
MANUELA: – Você tem… – Ela titubeia. – Tem um nome, não tem? – Questiona meio com receio e envergonhada ao mesmo tempo, baixando a cabeça.
Carlos sorri de forma espontânea ao notar certa cautela na moça à sua frente. Ele se ajeita na cama, fazendo com que ela olhe para ele.
CARLOS: – Meu nome é Carlos… – Responde, mas exita um pouco. – E você, posso saber seu nome? – Indaga voltando a olhar nos olhos dela.
Meio envergonhada ainda por ter se atrevido a perguntar o nome do rapaz, ela mexe um pouco nos cabelos.
MANUELA: – Eu me chamo Manuela. – Diz levantando o olhar e abrindo um pequeno sorriso.
Carlos baixa a visão e vê a mão de Manuela próxima da sua, então devagar coloca a sua sobre a dela. Manuela não esboça nenhuma reação diante de tal atitude. Os olhares se cruzam e se encontram mais uma vez, agora de uma forma muito mais intensa e avassaladora.

CENA 8: PARAÍSO AZUL | CASA DOS LIMA | VARANDA | EXTERIOR | TARDE
Joel parece bastante emburrado enquanto observa as ondas quebrarem no mar, também aparenta estar um pouco distante, e se lembra da resposta que o desconhecido rapaz lhe deu.
JOEL: – Da capital, da capital… – Ele repete algumas vezes como se fosse algo muito importante. – A última vez que isso aconteceu, tudo ficou de ponta cabeça, tudo aqui tomou um rumo muito diferente, isso nunca foi coisa boa. – resmunga continuando a olhar para o mar.
De repente lembranças do passado se fazem presentes.

FLASHBACK
Joel, mais jovem, está sentado no mesmo local em que está hoje, uma chuva fina cai lá fora, ele oberva o mar quando uma mulher vem de dentro da casa segurando uma mala. Ela para ao lado dele, é a filha dele, Gabriela.
GABRIELA: – Pai, estou indo, mas não é pra sempre, eu prometo que volto, nunca vou esquecer de você. – Ela diz beijando o rosto de Joel logo em seguida.
Joel olha para a filha já com o coração cheio de saudades.
JOEL: – Aquele homem vai levar você para uma terradesconhecida, minha filha, só estou assim por estar com medo por você, medo de que ele não corresponda ao seu amor. – Diz com a voz embargada.
GABRIELA: – Ele me ama, já provou isso de várias maneiras, pai. Eu vou ficar bem, juro. – Afirma segurado na mão dele.
Joel sabe que a filha está decidida e que não pode mudar a decisão dela. Gabriela solta da mão dele, seguindo para fora da varanda. Joel se levanta e observa Gabriela entrar em um carro preto que parte com ela olhando para o pai que não deixa de derrubar algumas lágrimas.
FIM DO FLASHBACK

Joel caminha devagarzinho na praia, observando as ondas recuarem e voltarem.
JOEL: – Ela foi atrás da felicidade dela, mas no que isso resultou? Aquele homem a enganou como todos da capital fazem quando encontram uma mulher ingênua do interior. – Comenta enquanto continua a caminhada, uma caminhada que acaba levando ele até a casa de Soraia.
Joel para diante da casa da velha senhora e fica pensando por alguns minutos até decidir entrar outra vez depois de tanto tempo evitando o lugar.

CENA 9: PARAÍSO AZUL | FAZENDA ARCO VERDE | SEDE | SALA | INTERIOR | NOITE
Rodrigo termina de tomar o café que Diógenes mandou servir. Ele olha para o senhor à sua frente que ainda lê os documentos que o rapaz trouxe na mochila. Diógenes levanta o olhar, encarando Rodrigo que deixa a xícara rapidamente.
RODRIGO: – Algo de errado com a documentação, senhor Diógenes? – Indaga, percebendo um olhar meio arisco do homem.
DIÓGENES: – Não, não há nada de errado e isso que me deixou encabulado, se é que me entende. – Responde, olhando diretamente para as documentações. – Sua mãe realmente quer fechar negócio, pois tudo está na mais perfeita conformidade, nada de errado. – Conclui, tirando os olhos dos papéis.
RODRIGO: – Eu também achei que o senhor quisesse assim. – Comenta, encarando Diógenes. – Bom, tudo está bem com a documentação, então não vejo problemas para que fechemos negócio. – Diz, demostrando uma certa ansiedade.
Diógenes se levanta sem dizer nada, deixando os documentos no sofá. Rodrigo apenas o acompanha com o olhar. Diógenes para diante da janela, as memórias do que viveu no lugar ressurgem uma a uma, ele pensa nas coisas tristes que lhe aconteceram no passado.
DIÓGENES: – Você já teve um objetivo predefinido? Bom, não sei, mas eu tenho e agora com você aqui e com esses documentos que podem selar o fim o início de tudo, me mostram que estou muito perto de conseguir atingir meu objetivo, mas não sei… algo aqui não está certo, não está fazendo com o que eu pense como pensava quando você chegou. – Ele diz enquanto olha pela janela, observando a noite se aproximar. – Sei que você veio de bem longe, mas eu arrisco pedir um pouco mais de tempo, não sei, apenas poucos dias para minha decisão final, claro, se isso não for incomodar. – Conclui, se virando e olhando para Rodrigo.
Rodrigo pensa rapidamente no assunto, olha para os documentos no sofá e depois para Diógenes.
RODRIGO: – Tudo bem, não há mal algum nisso. – Diz se mostrando compreensivo quando na verdade está com o sangue fervendo por essa volta que Diógenes deu. Ele se levanta e segue para perto do fazendeiro. – Todo o tempo que o senhor precisar. – Afirma, estendendo a mão para um cumprimento.
DIÓGENES: – Obrigado por sua compreensão, rapaz. – Agradece, segurando na mão dele.
Rodrigo se despede, não demora muito e deixa a casa grande da fazenda. Diógenes fica pensando em tudo que aquilo significa para ele.

CENA 10: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | SALA | INTERIOR | NOITE
Aura passou o dia ansiosa por um telefonema do filho, e continua assim quando a noite chega. Ela para diante do telefone que toca e dessa vez ela verifica o número antes de atender, ficando entusiasmada ao ver que é o filho mais velho. Mas não fica nada feliz ao saber que o negócio ainda não foi fechado. A ligação se faz rápida, ela coloca o telefone no lugar e se senta no sofá.
AURA: – O que esse homem está esperando para assinar esses documentos? – Se pergunta nitidamente enraivecida. – Mas nem tudo está perdido, pois ele só pediu um tempo, tudo vai sair bem. – Afirma tentando manter a calma.
A porta da sala se abre e João entra. Aura olha para o marido que se aproxima dela.
JOÃO: – O Rodrigo ligou? – Pergunta, curioso.
AURA: – Ligou, mas não me deu boas notícias. – Responde suspirando e se levantando. – Depois desse dia infernal eu vou descansar e esperar que amanhã seja melhor do que foi hoje.
Aura se aproxima do marido e o beija rapidamente. Ela se afasta e segue para as escadas. João fica pensando, afrouxa o nó da gravata e se senta no sofá.

CENA 11: PARAÍSO AZUL | CASA DOS LIMA | QUARTO DE MANUELA | INTERIOR | NOITE 
Manuela entra no quarto com algumas coisas para que Carlos se alimente e o encontra de pé, o desapontamento é notório, pois imagina que ele vá embora.
MANUELA: – Você já vai? – Indaga deixando as coisas que trouxe em cima da mesinha ao lado da cama.
Carlos olha para as coisas que Manuela trouxe e abre um sorriso afetuoso. Ele se senta novamente na cama, pegando uma fruta. Ela sorri e se senta ao lado dele.
CARLOS: – Só irei depois que vencer essa batalha aqui. – Diz se mostrando brincalhão enquanto olha para a bandeja. Ele morde um pedaço da maçã.
Manuela o oberva de canto de olho e sorri de forma espontânea. Os dois se olham no mesmo instante e a energia do sentimento que os rodeia explode, fazendo com que Carlos tome a iniciativa do beijo, um beijo repleto de amor que Manuela corresponde com igual ou maior intensidade. A porta do quarto dela se abre e Joel vê os dois se beijando.Manuela vê o avô e se afasta rapidamente.
A imagem se congela em Manuela e Carlos um tanto assustados ao verem Joel na porta do quarto.

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