Estreia! Primeiro Capítulo Porto de Pedras - O Sábio e o Nascido









Porto de Pedras é uma trama espiritual, falando sobretudo sobre a vida na terra, no plano fora do nosso planeta, no reencarno. Uma trama para sorrir, emocionar e Sentir. Bem-vindos ao primeiro capítulo dessa novela! Espero contar com vocês até o último capítulo, e assim, dividirmos emoções sensatas, e amar esses personagens que representam o nosso país, e ricos em emoções e Vida! 


Primeira Fase:

Emanuel - Emílio Dantas
Mariela - Camila Rodrigues 
Marlene - Elizabeth Savalla 
Otávio - Lima Duarte 
Madalena - Adriana Esteves
José - José Mayer 

Artista Convidado: 

Delegado Moreira - Alexandre Nero 


Fique agora com o capítulo de Hoje!


Cena 1/ Camarim/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite


Emanuel recebe a maquiagem de uma mulher loira. 

Ela lentamente coloca o pó em seu rosto. Ele faz um sinal para que ela pare.

Emanuel – Chega! eu acho que já está bom, juro! Mas mesmo assim eu prometo fazer o que te disse antes.

Maquiadora – Sério, oh, Seu... Eduardo, eu não sei do que sou capaz de lhe dizer! A minha mãe precisava mesmo de uma boa casa. Muito obrigado por isso. Muito mesmo!


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Cena 2/ Corredor/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Um assessor cruza uma sala e vai até Eduardo.

Assessor – Senhor Emanuel, a associação de caridade e da central de abandono infantil precisa de algum recurso. Os dois enviaram dois alertas ontem a noite.

Emanuel – Oh, claro. Diz para o Márcio que eu quero que ele dê o cheque no preço em que eles pedirem. Desculpe, querido, mas eu não lembro do seu nome...

Assessor – André!

Emanuel – André, faça o que pedi e amanhã me dê um retorno. Mas agora eu sinceramente preciso partir para o que me espera, o depois dessas cortinas. E também alerte a Mariela, eu preciso ter uma conversa séria com a minha esposa

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Cena 3/ Palco/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

As cortinas abrem, Emanuel vai até o centro do palco.
O público aplaude com vigor.

Emanuel – Olá, boa noite a todos vocês! Realmente é um prazer estar aqui, poder dividir minhas ideias, crenças e teorias com pessoas que sabem muito sobre isso, ou também sobre as que não sabem tanto. Por toda a minha vida me deparei com questões tão sinceras sobre o que eu fazia parte, e sobre o motivo da nossa vida nesta terra ser significante. Para o que nós estávamos vivendo?


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Cena 4/ Camarim/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Mariela abre rapidamente a porta do Camarim.

Mariela – (Preocupada) Onde está o meu marido? Onde está a droga do meu marido?

Maquiadora – Ele já foi pra o palco!

Mariela – Meu Deus! O que está acontecendo, meu Deus? Eu preciso falar com ele, eu preciso!

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Cena 5/ Palco/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Emanuel – Novos momentos se aproximam, mas eu não garanto que eles serão fáceis. Precisamos ser fortes! Fortes!



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Cena 6/ Corredor/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Mariela – Emanuel! Emanuel! Eu preciso falar com você, meu amor!

Assessor – Dona Mariela!

Mariela – Você precisa parar tudo que o meu marido está fazendo dentro daquele palco, ele precisa sair do palco. O Emanuel precisa falar comigo!

Assessor – Ele não pode, Dona Mariela. Milhares de pessoas viajaram pra ouvir o que ele tem a dizer. Não pode interromper!

Close em Mariela.



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Cena 7/ Palco/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Emanuel – Peguem seus livros, abram na página vinte e sete. Agora é hora de fazermos uma reflexão sobre o quanto somos vívidos neste planeta. Vamos! Peguem!

Mariela invade o palco. Seguranças a oprimem.

Mariela – (Gritos) Emanuel! Meu amor... sai desse palco! Sai dele agora!

Close em Emanuel.

Mariela – Sai! Sai desse palco, meu amor. Você precisa sair do palco!



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Cena 8/ Plateia/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Um homem encapuzado saca uma arma e aponta na direção de Emanuel.


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Cena 9/ Palco/ Teatro de São Paulo/ Interno/ Noite

Emanuel – Mariela? O que foi? O que está acontecendo?

Mariela – Você precisa sair desse palco! Precisa sair agora. Sai do palco!

A bala atinge o corpo de Emanuel.

Mariela se solta das mãos dos seguranças e corre até o marido.

Emauel cai no chão.



Mariela – (Chorando) Eu não quero te perder. Não, eu não quero! Meu amor, você é tudo pra mim, eu não posso te esquecer, você não pode partir desse jeito. Precisa ficar comigo, ficar ao meu lado, meu bem, fica comigo. Não... não vai embora, meu amor! Não!

Emanuel – Meu amor... eu não quero ir embora... eu quero ficar aqui, com você, fazer o que faríamos. Construir uma família, mudar para uma casa grande, encher de amor, de alegria.

Mariela – É o que eu mais quero nesta vida, meu bem. Construir uma família com você...

Emanuel – Eu sinto que eu estou partindo, que o meu tempo neste plano nunca chegou tão perto... mas antes...

Mariela – Diga, diga meu amor. Fala o que você quer me dizer. 

Emanuel – Busque por Pedro João.

Sonoplástia: Auriga/ até final da cena 11



Mariela – (Gritos) Alguém me ajuda! Alguém ajuda o meu marido. Alguém ajuda o meu marido!

A alma de Emanuel sai do corpo e caminha até a frente do palco.

O público se revira nas cadeiras em busca do assassino.

Mentor – Emanuel. Me dê a mão, me estenda a sua mão. Conceba!

Emanuel – Claro, senhor.

Mentor – Vamos...

Emanuel – O que vai acontecer com o João? Com o Pedro João?

Mentor – O que isso importa agora, Eduardo?

Emanuel – Ele vai sofrer... eu sei que ele vai sofrer. Ele precisa de mim. Precisa da minha ajuda! Precisa de alguém como eu ao seu lado. Ele precisa!

Mentor – Sua vida na terra não chegou ao fim!

Emanuel – Não posso deixar ele de lado. Ele nasce hoje, ele nasce agora. Mentor, a vida desta criança longe de alguém que lhe aproxime da vida...

Mentor – Sua vida na terra não chegou ao fim. Não! Não chegou!

Mariela – (Chorando) Meu amor, volta pra mim. Volta pra a as minhas mãos, por favor! Querido, não me deixa sozinha aqui. Volta pra mim, Emanuel!

Emanuel olha para trás, uma lágrima escapa de seus olhos.

Emanuel – Eu te amo, Mariela, eu te amo até o fim de minha eternidade... eu te amo! Eu sempre vou te amar... sempre... sempre... sempre!

A luz consome todo o palco.

Os cabelos de Mariela esvoaçam, ela encara o horizonte.



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Cena 10/ Vila dos Santos/ Casebre Silva/ Interno/ Noite

Uma estrela cadente cruza as janelas do casebre.

Madalena está dando à luz.

Uma parteira retira o bebê.

Parteira – Força, minha querida. Força, meu bem! Ele está saindo. A sua luz está vindo, meu bem!

Madalena – Eu estou fazendo...

Parteira – É um menino. A sua luz é um menino... é um menino... é um menino! Um menino!

Madalena – Deixe- me ver a minha criança! Deixe-me ver.

Parteira – Madalena, é o seu filho, Madalena.

Madalena – Meu menino...

Parteira – E o nome? Sabe do nome que esta criança vai receber?

Madalena – Pedro João. O nome de um grande sábio desse vilarejo. Que ele receba a mesma luz, e a mesma energia!

Close em Pedro João


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Cena 11/ Vila dos Santos/ Externo/ Noite

Madalena sai com o filho. 

Mulheres e homens a recebem do lado de fora.

Figurante – Como ele é lindo!

Mulher – Rogai a Cristo!

Homem – Um milagre de Cristo! Essa criança é um milagre!

José se aproxima de Madalena, esposa e do filho.

José - Ele é o nosso filho, meu amor. A gente tem que comemorar! A gente precisa comemorar!

Close em uma garrafa de cerveja na mão de José.



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Cena 12/ Delegacia/ Escritório/ Interno

Delegado – Como sabia que o seu marido iria levar um tiro? Seja direta, não podemos de jeito nenhum que tente sair pela tangente, precisamos de algo concreto, senhora Mariela.

Mariela – Somos sensitivos. Sabemos de tantas coisas, tantas...

Delegado – (Risos) Se soubesse o tanto de gente que fala isso dentro dessa sala...

Mariela – Se é isso que acha, que eu estou inventando alguma coisa, infelizmente de nada sou capaz para mudar o que pensa.

Delegado – Então diga... vejamos... quando será a data da minha morte?

Mariela – (Silêncio por alguns segundos. Uma lágrima escorre) Se não permite que sua alma seja pura o suficiente para acreditar em outra resposta a esta sua pergunta, é porque não sabe o que existe por trás de tudo isso... Caso a única opção seja me colocar atrás de uma sela suja, e que eu precise pagar durante anos, horas e meses por este crime, que o senhor me coloque! Que me prenda, e que nunca se arrependa por isso. Nunca!



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Cena 13/ Delegacia/ Selas/ Interno

Mariela é jogada para dentro da sela.

Delegado – Se recusou a contribuir, e inventou uma historinha qualquer. Vai passar umas longas horas atrás dessa sela imunda, dona Mariela, até que busque por um advogado. Mas como quem manda nisso tudo, sou eu... vai ter que passar muito mais que algumas horas. Vai passar dias! E se não se comportar, semanas! 

Close em Mariela.

O delegado bate na grade e se retira.

Mariela – Pedro João... quem é esse, meu amor? Quem é esse? Êmanuel, fala pra mim... quem é Pedro João?

INSERT:Um barulho ecoa em um canto escuro/



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Cena 14/ Delegacia/ Selas/ Interno

Um homem encapuzado se aproxima da sela. Ele engatilha a arma.

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Cena 14/ Delegacia/ Interno

Marlene e Otávio adentram a delegacia e afrontam o delegado.

Marlene – Quem pensa que é, seu insolente? A minha filha acabou de perder o marido, e você a joga em uma sela podre e suja? Eu tenho contato aqui dentro, eu sei de mais coisas do que você imagina!

Otávio – É isso mesmo. Eu sou advogado, e sou eu que vou tirar a minha filha daqui de dentro.

Delegado – Infelizmente...

Marlene – Infelizmente nada. Eu sei, faz anos que eu sei que você sempre se acha o maior de todos, aquele que prefere dá ordens mais claras, diretas, e que não costuma receber dedo errado de ninguém. Mas, delegado, você acabou se envolvendo em situações erradas comigo e com a minha família. Eu defendo a minha cria com unha, como se eu estivesse trancafiada há anos em uma ilha deserta. Ou você me leva até onde está a minha filha, ou eu não dou dois tempos para caçar esse seu mandato policial de merda e mandar você para o limbo! Entendeu?


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Cena 13/ Delegacia/ Selas/ Interno

O encapuzado se aproxima.

Mariela – Quem é você? Socorro! Veio terminar o serviço, não é? Veio acabar com a minha vida?

Encapuzado – Faz silêncio!

Mariela – Quem é você?

O encapuzado troca o pente de balas, elas caem no piso. 

Ele mira na direção de Mariela, que se encolhe.

Marlene, o delegado e Otávio entram.

Marlene – Meu Deus!

Otávio – É esse o assassino. Delegado, faça alguma coisa! Ele é o assassino!

Marlene – Veio terminar o serviço? Han? Queria matar? Acabar com a vida da minha filha?

Delegado – Mãos para o alto! Agora!

O encapuzado atira no Delegado, que erra o tiro, e acaba atingindo a parede.

O delegado cai em cima de caixotes.

Marlene – Assassino! Vai matar três pessoas em uma noite?

Otávio – Assassino...

Mariela – Não mate os meus pais... não faça nada com eles!

Marlene dá alguns passos para frente, se aproximando do encapuzado.

Marlene – Mate a mim, mas não a minha filha. Acabe com a minha vida, com o que resta do meu corpo, mas não mate a minha filha. Atira em mim! Vai, atira!

Mariela – Não faça isso, mãe! Não faça isso!

Otávio – O que está fazendo, Marlene? Para!

Encapuzado – É isso que quer?

Marlene – Eu já disse, ora, mate a mim, mas não a minha filha!

Encapuzado – Eu vou acabar com vocês três! Com todos vocês! Acha mesmo que vou deixar cada um aqui pra contar história? Nunca! Pode rezar, porque esse é o teu último momento aqui dentro!

Close em Marlene.








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