Um Amor de Chocolate | Capítulo 014.



UM AMOR
DE CHOCOLATE
CAPÍTULO 014.

CENA 01 /SÍTIO DE LAURINDA /INTERIOR /NOITE.

(Ana Francisca chega chorando)

Laurinda: Meu deus aninha! O que ocê tá fazendo de noite debaixo dessa chuvarada toda com essa malinha?

Ana Francisca: Elas me humilharam, me expulsaram de lá. Elas me disseram coisas horríveis!

Laurinda: E ocê ficou queta? Num si adefendeu?

Ana Francisca: Eu saí de lá. não queria discutir com ninguém.

Laurinda: Ocê feiz bem em evitar bate boca, vosmecê é uma moça muito da boa, mais se fosse eu rastava aquelas lá no asfarto. Num si aprercupe, pode ir durmi minha fia, amanhã eu vo i lá caba ca raça daquelas sem vergonhas!

Ana Francisca: Não precisa.

Laurinda: É claru que aprecisa. Ninguém humia neto de eu e fica por isso mesmo!

Amanhece em Ventura.



CENA 02/PREFEITURA/INTERIOR/DIA.

(Pitágoras pensa em Marcia)

Pitágoras: Por favor dona Joana, encomende algumas flores para uma senhorita chamada Marcia.

Joana: Sim senhor, o senhor está namorando?

Pitágoras: Creio que isso não é de sua conta. Agora se apresse.

CENA 03/SÍTIO DE LAURINDA/INTERIOR/DIA.

Laurinda: Tô indo na casa da Jezaber tira satisfação. Ocê vem com eu aninha?

Ana Francisca: Não. Eu nem quero mais pisar lá.

Laurinda: Antão eu me vou.

(Laurinda sai)

Bernardo: Ana Francisca, eu estou pensando em uma coisa.

Ana Francisca: Pois então me conte!

Bernardo: Minha mãe viajou à Buenos Aires, e disse que se eu quiser ela me manda passagem para ir. E eu pensei em pedir à ela duas passagens. Uma para mim e outra para você. O que acha?

Ana Francisca: Melhor não. Eu não quero abusar, e ainda mais que é uma viagem de família.

Bernardo: Não é abuso. Minha mãe permite sim, afinal é uma forma de agradecer por vocês terem me acolhido aqui.

Ana Francisca: Vamos esperar minha avó chegar para pedirmos permissão.

CENA 04/CASA DE JEZEBEL/INTERIOR/DIA.

(Laurinda entra)

Jezebel: Mais o que é isso? O que você está fazendo aqui?

Laurinda: Vim saber por causo do que ocê disse aquilo tudo pra minha neta!

Jezebel: Eu disse mesmo estrupício. E repito quantas vezes for preciso!

Laurinda: Antão ocê arepete na cara de eu. Minha neta não deu o que ocê merece porque ela tem a tar das educação. Mas eu não tenho não. Eu vou dar na tua fusa sua meretriz!

Jezel: A, a, a… Sua caipira selvagem. Saia já daqui!
(Laurinda avista uma torta de chocolate e joga em Jezebel)

Jezebel: Olha o que você fez sua velha caipira!

Laurinda: Num fiz nada perto do que eu posso faze se ocê continuar a mexer com a família de eu!

Jezebel: Vá embora!

Laurinda: Eu e de ir, mais si acuntecer mais arguma coisa eu vorto aqui e quebro ocê nu meio. Eu tô véia, mais num tô morta!

CENA 05/SÍTIO DE LAURINDA/INTERIOR/DIA.

(Laurinda chega em casa)

Bernardo: Dona Laurinda, minha mãe me chamou para viajar para encontrar ela em Buenos Aires. E eu como vi que a Ana Francisca está triste aqui queria pedir a sua permissão para à levar junto comigo nesta viagem.

Laurinda: Se ocê promete que cuida dela eu ei de deixar. É inté bão pra ela isquecer o que havera de ter acontecido aqui.

Bernardo: Então irei enviar uma carta à ela pedindo duas passagens. E dentro de duas semanas já embarcamos!

(Alguém bate na porta)

Laurinda: O que cê quer cum eu?

Florista: Vim entregar essas rosas à senhorita Marcia.

Laurinda: Quem foi o semvergonho que mando isso?

Florista: Tem um cartão com o nome.

(Laurinda vê que foi Pitágoras quem mandou às flores e chama Marcia)

Marcia: Ara benhê. O que é?

Laurinda: Ocê pode me explicar o que esse prefeito havera de querer com ocê?

CONTINUA...


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