E VEM AÍ A SEGUNDA TEMPORADA INÉDITA DE 'ANJO BOM'!
ANJO BOM
by
Everton Brito
CAPÍTULO 08 DE 20
"Complicado Demais".
01 INT. HOTEL, BAR-NOITE.
Leandra continua atônita com a presença de Laerte no bar.
LAERTE
O que é que você fez com aquela criança, heim? Escondeu do ricaço?
LEANDRA
Não te interessa. Escuta aqui, você vai sair daqui e nunca mais me procurar, entendeu?
Laerte ri.
LAERTE
Cê tá louca, né? Sabe muito bem que todo segredo tem um preço, o seu também tem, e não é pouco, não.
LEANDRA
Para de me ameaçar, seu cretino.
LAERTE
Vai me dar, e vai me dar o quanto eu pedir. Bom, se quiser que esse seu fetiche materno permaneça intacto...
Leandra bate na cara de Laerte com força.
LEANDRA
Você é um verme! Eu vou te dar esse dinheiro, mas escuta bem, Laerte, escuta muito bem. Acabou. Chega de ficar me ameçando.
LAERTE
Amanhã. Eu quero esse dinheiro na minha conta. Trate de ser bem generosa.
Laerte sai.
LENDRA
Asqueroso.
Larte cruza a porta. Leandra fica perdida em seus pensamentos, quando todos são surpreendidos por um queimar de pneus, seguido de uma batida forte.
Todos saem para ver Leandra também. Sai empurrando as pessoas. Surpreende-se com o corpo de Laerte esparramado no chão, morto.
02 INT. CASA DE JULIANO-DIA.
A campainha toca. Toni se encontra dormindo e Juliano recusa-se a ir atender. Toca mais uma vez. Juliano grunhi de dor. A campainha toca insistentemente.
Juliano, com muita dificuldade, levanta-se e sai mancando em direção à porta. Abre.
MIGUEL
Será possível que eu vou ter q/ O que aconteceu com você?
Juliano dá as costas e senta-se no sofá. Miguel adentra.
MIGUEL
Vai me explicar?
JULIANO
É uma longa história. Senta. Eu vou contar tudo. Ai.
Juliano sente dor
= = CORTE DESCONTÍNUO = =
MIGUEL
Quer dizer que você está devendo pra agiotas? Eu, eu não acredito nisso.
JULIANO
Você só precisa me emprestar a quantia que eles me pediram. Tipo um adiantamento.
Miguel começa a rir.
MIGUEL
A questão não é essa! Você acha mesmo que eles vão te deixar em paz quando der o dinheiro? A essas alturas, os juros devem estar nas alturas! Eles vão querer mais, e mais, e não vão te deixar em paz até você morrer. E eu preciso de você...
Miguel pensa, caminhando de um lado para o outro.
MIGUEL
Vivo. Eu preciso de você vivo... Já sei o que vou fazer...
Miguel pega o celular e digita um número.
MIGUEL
Alô?
03 INT. AP DE RICARDO-DIA.
Ricardo caminha, de cueca branca, até uma pequena pia com um espelho quebrado logo a cima.
RICARDO
Você vai ver como meu plano vai dar certo. A Laís caiu direitinho na minha conversa de bom moço, mas ela não quer nada sério... Vou ter que forçar. Vou pedir a gorda em casamento, daí eu quero ver a Laís não implorar, daí eu quero ver. Então a fortuna daquela família será minha.
Ricardo ri para ele mesmo no espelho.
04 EXT. MORRO DO TALARICO-DIA.
Um taxi acaba de partir.
Revela Jade, aparentemente abalada, relembrando todo o acontecido da noite anterior. Ela observa o morro destruído e lamenta.
MOISÉS
(V.O)
Tão rápido. O baile funk acabou.
Jade olha para trás e vê Moisés, arrasado.
MIGUEL
Tá tudo destruído. Eles acabaram com tudo, mano. Cê é louco...
JADE
Sinto muito. Foi horrível mesmo. Eu... Não imaginava. Eu/
MOISÉS
Achou que era invenção da televisão, dos jornais...? Pensou que só existia o seu mundinho de gente rica e bem estudada. Tamo no corre pra reconstruir tudo... De novo.
JADE
Você já viu o mar?
MOISÉS
Meu morro foi destruído a bala e a mina pergunta se eu já vi o mar?
Jade olha para Moisés. Um minuto de silêncio.
MOISÉS
Não. Nasci e vivi aqui. Meu mundo é esse.
JADE
Vem comigo. Eu quero te mostrar uma coisa.
05 INT. CARRO-DIA.
O carro de Miguel está estacionado frente à um galpão. Ele e Juliano combinam algumas coisas.
MIGUEL
Faz tudo como a gente combinou. Pega essa mala e leva até eles.
JULIANO
Ainda não me disse o que vai fazer.
MIGUEL
Você já vai saber.
Juliano respira fundo. Pega a mala e sai do carro.
ENTRA.
SONOPLASTIA: INSTRUMENTAL AÇÃO TRAFICADAS.
Juliano caminha à passos pesados e lentos. Sua respiração sai com dificuldade. Ele caminha com cautela.
MIGUEL
(V.O)
Com cuidado... Vai devagar.
Juliano para quando escuta a voz de Miguel pelo grampo posto discretamente em seu ouvido.
Continua a andar e adentra no galpão.
JULIANO
Eles estão armados.
Juliano vê toda a extensão, lotada por agiotas armados, apontando para ele.
MIGUEL
(V.O)
Não fica nervoso. Eles vão perceber.
Ele anda até o centro.
AGIOTA
Põe a mala com o dinheiro no chão!
JULIANO
(Sussurra)
E agora?
MIGUEL
(V.O)
Faz o que eles estão pedindo.
AGIOTA
Botq a mala no chão, mano!
Hesitante, Juliano põe a mala no chão com cuidado.
MIGUEL
(V.O)
Sai daí, sai daí!
Juliano vira as costas e sai andando.
AGIOTA
Peraí! Pensa que vai onde?
Juliano para e ouve o trincar da arma.
AGIOTA
Fica até eu conferir o dinheiro.
MIGUEL
(V.O)
Droga.
JULIANO
O que quis dizer com isso?
MIGUEL
(V.O)
Eles não podem abrir essa mala agora.
JULIANO
Por quê?
MIGUEL
(V.O)
Porque aí não tem dinheiro nenhum. É só papel picotado.
Foco no rosto de Juliano, chocado e desesperado. Uma lágrima cai de seu rosto.
JULIANO
O quê?
Juliano vira-se e vê o agiota se agachando para abrir a mala. Juliano abre a boca, angustiado.
MIGUEL
(V.O)
Droga, droga, droga, droga!
Tensão. A cena congela.
FIM DO CAPÍTULO
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