PAIXÃO
RADICAL
by
EVERTON BRITO
Capítulo 01.
01 EXT. STOCK
SHOTS-DIA.
SONOPLASTIA: Eu Não Faço Questão- D.A.M.A feat. Gabriel o Pensador.
Sequência de cenas. Cenário carioca. Vendedores de coco gelado, picolé, praia, sol, calor. Gente de todo tipo discutindo, debatendo, esperando o ônibus, na fila da lotérica, etc.
A música dissolve.
CORTA PARA.
02 INT.
SHOPPING, LOJA- DIA.
LUÍSA— Tem certeza que não precisam de
ajudante? Faxineira? Qualquer coisa.
VENDEDORA— Infelizmente não estamos contratando.
A vendedora entrega o currículo de volta a LUÍSA
(alta, 17 anos, pele branca), que murcha e caminha em direção à saída. Uma
sirene toca.
SEGURANÇA— Sua bolsa, moça.
LUÍSA—
Mas eu não roubei nada.
SEGURANÇA— É isso que nós vamos ver.
Luísa entrega a bolsa ao segurança, que vasculha e
acaba achando um headfone escondido. Luísa se assombra.
LUÍSA— Espera aí, eu não sei como isso veio
parar aí
SEGURANÇA— Você vai para a delegacia explicar
isso para o delegado.
LUÍSA— Não, eu não vou. Eu não fiz nada!
SEGURANÇA— (Pega o braço de Luísa)
Vai sim.
LUÍSA— Não vou!
Luísa se solta, agarra sua bolsa e sai correndo da
loja. O segurança corre atrás dela.
SEGURANÇA— (Grita)
Volta aqui, menina!
TRAVELLING. Luísa continua correndo. Ela atropela um
funcionário que circulava com algumas caixas nas mãos, que vão pelos ares.
Desce correndo
a escada rolante e sai porta a fora. Para ofegante e olha para os lados,
assustada.
LUÍSA— E agora?
De repente uma moto freia bruscamente em sua frente.
Ela dá para trás.
GUILHERME— (à Luísa)
Sobe!
GUILHERME (18) traja uma jaqueta preta, que define seu
corpo.
Luísa o
observa, atordoada.
LUÍSA—
Tá doido. Eu nem te conheço!
GUILHERME— Também não conhece o delegado com quem
vai conversar se te pegarem. Acho que você não tem muita alternativa
Guilherme aponta com a cabeça em direção aos
seguranças, que vêm correndo e se aproximam da porta de saída do shopping.
LUÍSA— Mas eu não roubei na/ Ah, esquece.
Luísa, rapidamente sobe na moto. Guilherme empina,
queima pneu e sai em disparada.
Luísa grita e se segura com força em Guilherme. Ela
fecha os olhos e começa a rezar.
03 INT. COLÉGIO MELHOR ESCOLHA-DIA.
MÚSIC FADE:
Heart Attack – Demi Lovato.
CAM. Rápida
passagem pelo externo do colégio. Alunos adentrando entusiasmados.
Logo mais, no INT, todos abraçam seus
colegas, risonhos. Os calouros procuram as suas respectivas salas.
Furdunço no
corredor.
Foco em BEN (17), um tanto perdido.
BEN— Merda! E
agora? Meu Deus do Céu. Pra onde que eu vou?
Ben dá uma
olhada no papel, sem esperanças. DESFOCA. CAM mantém o foco em LEON (18), que
aperta com força as alças da mochila e encara Ben sem que ele perceba. Dá
impulso para ir até o mesmo, mas se basta ao ver ANA (18) chegar de supetão e
arrancar o papel da mão de Ben.
ANA— (ri)
Aluno novo?
BEN— (sem
graça) Tá tão na cara assim?
BEN— Sério?
ANA— Claro que
não! Deu sorte, ficou na minha sala. Vem, eu vou te apresentar todo mundo.
BEN— Não sei
se é uma boa ideia.
ANA— Nós não
estamos em Gossip Girl. Ei, relaxa. Os alunos daqui não vão te comer vivo. À
propósito, me chamo Ana.
BEN— Ben. Na
verdade, eu estava esperando o Guilherme. Falei pra ele não atrasar, mas ele
nunca me escuta. Impressionante!
ANA— Seu
irmão?
BEN— Não!
Ben fala um pouco alto. Ana se assusta.
BEN- Quer
dizer, ele... É complicado.
ANA— Então são
namorados? Se for não tem o menor problema...
BEN— Não...
Ben cora e
sorri. Ana saca.
ANA— Aaaah...
São amigos.
BEN- Fomos
criados no mesmo orfanato desde os quartoze anos, pois tive que ser
transferido. Os donos desse orfanato meio que tinham adotado o Guilherme
(triste) Mas aí o orfanato fechou, logo depois o seu Antônio e a dona Margarida
se foram. Deixaram o velho casarão no qual moravam justamente para o Guilherme.
Ele só tinha dezesseis anos. Eu resolvi fugir. Não queria outro orfanato.
Então, nós moramos juntos desde então. É o resumo de tudo, sabe? Nós tivemos
que aprender a nos virar.
ANA— Isso é realmente interessante. Morar junto é algo muito íntimo, a gente pode confundir as coisas. Eu, se tivesse uma história de vida igual a de vocês dois, acho que teria, sei lá, me apaixonado por esse Guilherme. Imagina, como se fosse difícil me apaixonar. Passou por mim com um perfume bom, eu já tô apaixonada
BEN— (Nervoso)
Você não disse que ia me apresentar todo mundo?
ANA— Você não
disse que estava esperando alguém?
Ben encara Ana, que aperta os olhos.
BEN— Mudei de
ideia. Vamos logo.
Um dos
alunos passa por frente a Câmera.
04 EXT. PISTA, RUA- DIA
SONOPLASTIA: King of Apology- Jana Kramer.
Movimento
de veículos intenso. Luísa agarra aflita o braço de Guilherme enquanto o mesmo
faz ultrapassagens arriscadas por entre os carros. Ela põe os braços em volta
do corpo dele.
= = CORTE DESCONTÍNUO = =
Guilherme
para a moto frente a uma praia, onde ficam os quiosques. Luísa desce.
LUÍSA— Você é completamente maluco!
GUILHERME—
Ouvi dizer que pessoas malucas têm o juízo mais perfeito que os de maioria das
pessoas. Se tratando desse país, a coisa se torna ainda mais forte.
LUÍSA—
Qual é o seu problema?
GUILHERME—
Olha, eu não tinha nenhum até te ajudar a fugir da polícia! Acho que te salvar
tornou-se meu problema!
LUÍSA— Me
salvar? Eu ia resolver sozinha!
GUILHERME—
Sim, provavelmente passando uma noite na delegacia.
LUISA— Eu
não acredito! Só pode ser castigo. Ai, maldita cidade! Agora, além de eu estar perdida, sou também
uma criminosa procurada pela polícia. Inacreditável minha capacidade de ser
azarenta.
GUILHERME—
Não exagera.
LUÍSA— Cê
sabe onde fica esse endereço aqui?
Luísa
mostra no celular o endereço. Guilherme levanta os olhos.
GUILHERME—
Tem uma coisa chamada Google Mapas, sabia?
LUÍSA—
Ah, vai tomar no seu cú!
GUILHERME—
Nossa...
LUÍSA—
Olha aí, você tá me fazendo dizer nomes feios!
GUILHERME—
Seus pais que te disseram isso?
Luísa olha
desesperada para Guilherme.
GUILHERME—
Tudo bem... Qualquer transporte que você pegar vai saber onde fica isso aí. É
só dizer o endereço. Agora me dá sua bolsa.
LUÍSA— O
quê?
GUILHERME- Me
dá logo.
Luísa
entrega a bolsa a Guilherme. Ele abre e retira o headphone, guardando em sua
mochila.
GUILHERME—
Valeu.
Guilherme
pisca antes de pôr o capacete. Luísa fica boquiaberta.
LUÍSA—
Foi você...
Guilherme
sorri e parte a toda velocidade com a moto.
LUÍSA—
Ei, pera aí!
Luísa se
mostra confusa e perdida.
DOLLY IN.
CORTA PARA.
05 INT. COLÉGIO
MELHOR ESCOLHA, SALA DE AULA-DIA.
Bagunça. Os estudantes conversam entre si, com exceção de Leon, que no momento se encontra quieto em sua carteira. Ele olha rapidamente para Ben, ao lado de sua carteira, conversando com Ana, atrás da sua, antes da professora adentrar na sala.
TATIANA— Muito bem, muito bem! Chega com a bagunça! Mesmo que muitos de vocês já me conhecem, vou me apresentar aos que não tiveram esse prazer. Meu nome é Tatiana, professora de Língua Portuguesa, e quero que vocês formem duplas. Trabalhinho para o primeiro dia de aula.
Os alunos reclamam.
TATIANA—
Vão querer que eu escolha as duplas?
Nesse
momento, a professora é interrompida por Guilherme, que adentra na sala às
pressas.
GUILHERME— Dá
licença, dá licença, professora. Desculpe o atraso.
TATIANA— Tolerância
apenas hoje. Sente-se.
ANA— (à Ben)
Não vai me dizer que esse que é o Guilherme.
BEN— (sem
graça) Escola, Guilherme. Guilherme, escola.
Suspira.
ANA— Meu Deus.
Passada estou. Mas ele é um gato!
Ben revira os olhos. Leon cutuca Ben
LEON— Quer
fazer o trabalho comigo?
Leon abre
um meio sorriso. Ben é interrompido.
GUILHERME— (à
Leon) Desculpa, mas ele vai fazer comigo.
Guilherme
senta-se na cadeira ao lado de Ben e junta as bancas. Em Leon, decepcionado.
Carrega agora um semblante raivoso. Põe o capuz do casaco e abaixa a cabeça.
BEN— Por que
você tem que chamar tanta atenção?
GUILHERME—
Bom dia pra você também.
BEN— Onde é
que você tava?
GUILHERME—
Por aí.
Ana
interrompe os dois.
ANA— (à
Guilherme) Você pode me emprestar uma caneta?
GUILHERME—
Aham.
Guilherme
ia abrir o estojo, mas Ben põe a mão por cima.
BEN— Não. Ela
tem caneta.
GUILHERME— (à
Ana) Tem?
ANA— Tenho?
BEN— Se quiser
se apresentar, porque não faz isso logo?
Ben sorri,
irônico.
BEN— Acredite,
ele não percebeu que você está dando em cima dele. O máximo que ia conseguir
era a caneta mesmo.
ANA— Ben!
GUILHERME—
Ela tava dando em cima de mim?
BEN— Não
disse? Se quiser algo com ele, vá direto ao ponto. Ele não costuma perceber.
Ben encara
Guilherme.
BEN— Na
verdade, continua não percebendo nada.
GUILHERME— Do
que você está falando?
Ben faz
sinal negativo com a cabeça.
Disfarça.
BEN— Da
vizinha que pediu pra você concertar a pia dela e você, acidentalmente, foi bem
na hora que ela estava, coincidentemente, apenas de toalha, assistindo filme na
sala. Da professora do primeiro ano que disse que você precisava de aulas de
reforço. Deve ter adorado o reforço que ela deu. Literalmente. Ah, teve aquela
vez que você torceu o pé e a enfermeira ficou colocando o gesso na sua perna...
Por
duas horas. Ou então quando apareceu
aquele casal no orfanato. A mulher insistia para o marido visitar as
dependências e ficou elogiando seus olhos castanhos, e todo mundo sabe que ninguém
elogia olhos castanhos, dizendo o quanto você era forte pra um pré-adolescente
de dezesseis anos. Ela sabia que você era o único que não estava em adoção.
Sabe o que elas têm em comum? Sim, a tal da "coincidência". Então
esquece essa desculpa patética de caneta. Profissionais tentaram e falharam,
você não ia conseguir.
GUILHERME— Chega! Você está insuportável hoje!
BEN— (Ri) Não
é a verdade?!
GUILHERME—
Não, não é. Ao contrário do que você pensa, espertão. Eu vi da janela do meu
quarto a vizinha de toalha. Eu ter ido lá não foi coincidência nenhuma. Minha
perna não precisava de gesso, na verdade, meu pé só doeu na hora que torci. Eu
pedi as aulas de reforço. E eu me ofereci pra mostrar onde eu me exercitava.
Então pare de achar que sabe de tudo.
Silêncio momentâneo.
BEN— Transou
com todas elas? Você deu corda, fingindo ser distraído?
GUILHERME— Não te dei motivo pra achar que eu não percebia o que se passava ao meu redor.
Clima.
Tensão. Ana tenta disfarçar, sem graça.
ANA— Quer
saber? Acho que... eu tenho uma caneta na bolsa.
06 INT. IGREJA, CASAMENTO-DIA.
As portas
da igreja se abrem. DOLLY IN.
CAM caminha
em direção aos noivos. PLANO GERAL da igreja, grande, elegante e espaçosa.
JONAS (19)
segura a aliança, pronto para colocá-la no dedo de MARISSA (19), que se
encontra inquieta e, aparentemente, indecisa.
JONAS—
(sorri) Aceito.
PADRE—
Senhorita Marissa Constance, aceita receber Jonas como seu legítimo esposo?
Radiante,
Jonas espera pelo sim.
Nada
acontece. Marissa apenas olha fixa para a aliança. O padre tosse, com intuito
de chamar sua atenção.
O clima
fica constrangedor. Jonas espera, firme, porém, impaciente.
JONAS—
Marissa...
Ela sai do transe.
MARISSA—
Jonas... Eu não posso.
JONAS—
Marissa, não.
Marissa lhe
entrega o buquê. Burburinho entre os convidados.
MARISSA— Eu
não sou noiva. Não posso me casar com você. É da minha natureza. Você merece algo
melhor e eu não sou esse melhor. Eu sou apenas uma vadia má.
SONOPLASTIA:
BadGirlfriend- Anne Marie.
MARISSA—
Desculpa, Jonas.
JONAS – Eu
te amo, Marissa.
MARISSA – Boa sorte, Jonas.
Marissa
vira-se para os convidados e desamarra os cabelos, deixando-os soltos. Em
seguida, sai com pressa em direção a porta. Seu salto faz barulho meio ao
silêncio que se fez na igreja. Para na porta. Olha Jonas por cima do ombro,
lamenta e sai.
A música
para.
Pátio
amplo. Vários alunos circulam. Guilherme fala ao celular, encostado no food
truck-cantina, num canto isolado. CAM foca em Leon, sentando um pouco mais
atrás, fazendo o pedido de um lanche. Ele observa Guilherme e discretamente se
aproxima para ouvir a conversa.
GUILHERME—
Adivinha o que eu consegui? Aquele Headphone que você queria... Roubei da loja.
GUILHERME— Eu
tinha que fazer justiça de alguma forma. Óbvio, aquela loja te vendeu um
produto com defeito e depois não quis te reembolsar. E daí se você tinha
perdido a nota? Nada mais justo. Fui lá e peguei mesmo. Mano do céu, eu não tô
bancando o Hobin Hood! Como você é difícil! Ok! Mais tarde eu passo aí então.
BEN— Um suco
de laranja, por favor
O vendedor
confirma e sai. Leon olha fixamente para Ben.
Leon dá um
meio sorriso. Ben sorri e responde. O vendedor chega com seu pedido.
LEON— É...
Você/
Leon é
interrompido por Ana.
ANA— Ben, vem
cá um instantinho.
Ana leva
Ben embora. Leon engole a raiva e olha para onde os dois vão.
ANA— Deixa eu
te falar uma coisa.
Os dois se
sentam numa mesa.
ANA— Não deixa
esse garoto se aproximar de você, não.
BEN— Por que?
ANA— Ele é um
psicopata.
BEN— (ri) Não
me pareceu um psicopata.
ANA— Não
parecia até explodir uma bomba no cinema e matar vinte duas pessoas.
BEN— (baque) O
quê?
ANA— (triste)
Foi há três anos (chora) Eram... pessoas que só estavam lá pra assistir a merda
de um filme sem ter a menor ideia de que aquele seria o último de suas vidas. O
último filme, o último dia... Eu tava lá! (seca as lágrimas) Minha mãe era uma
das vinte e duas vítimas. Ele se entregou, mas é rico, né? Nesse país rico paga
e sai imune. Foi assim que o pai dele fez... pagou uma certa soma aos
familiares dos mortos e tudo se resolveu... pra eles.
BEN— (abalado)
Eu...eu não sabia.
Ana olha
com ódio para Leon na cantina.
ANA— Ele é um
monstro!
Leon
percebe e olha para Ben. Depois sai, magoado e as pressas.
BEN— (sentido)
Acho que ele escutou...
ANA— Nada que
já não saiba. Mas... Mudando de assunto (suspira) Eu sei.
BEN— Sabe o quê?
ANA— Que você
é apaixonado pelo seu melhor amigo.
Ben engasga
com o suco.
BEN— Não sei
de onde tirou essa ideia maluca.
ANA— Sente
ciúmes dele!
BEN— Você me
conheceu hoje!
ANA— Para de
fugir!
BEN— Não tô
fugindo!
Os dois se
encaram. Ben cede.
BEN— Ele não
sabe. Porra... a gente mora junto e ele não sabe! Ele nem sequer notou.
ANA— Tem medo
de contar que você é gay?
BEN— Não!
Tenho medo de contar que amo ele incondicionalmente e ele se afastar de mim!
Tenho medo que a nossa amizade acabe, que tudo suma... O Guilherme é tudo que tenho na vida.
ANA— Ele é hétero. Um grande problema.
BEN— Ele não
tem preconceito algum, mas se eu o conheço bem... ele vai querer me poupar,
então ele vai sumir... Era assim que ele fazia quando me magoava. Nos meus
primeiros dias no orfanato ele me deu um soco. Eu fiquei muito mal. Não era
nada grave, mas meu olho pegou uma infecção na ferida e tava muito feio. O
Guilherme fugiu do orfanato. Foram três dias até a polícia encontrá-lo. Ele
disse que fugiu por que pensava que eu ia ficar cego. Ele se afasta para
proteger as pessoas. Isso é dele.
ANA— É fofo.
BEN— Eu sei.
Não quero que ele se afaste.
Ben nota
que Ana olha perplexa para algo atrás de si, então vira-se e depara com
Guilherme aos beijos com uma aluna.
ANA— Então
parece que estamos diante de um dilema, não é mesmo?
FADE TO BLACK.
SONOPLASTIA: Come Out And Play- Billie Eilish.
Alguns gritos de dor contidos. CAM percorre todo o banheiro vazio. Por baixo da porta da cabine é possível ver os pés de um indivíduo.
CORTA PARA.
CAM revela Leon. Ele faz pequenos cortes
em seu braço com a ponta de um estilete. Faz umas duas linhas horizontais e
larga o estilete no chão. Respira ofegante, porém aliviado.
09 INT. CASARÃO, QUARTO- NOITE.
Em Ben,
deitado na cama, olhando para cima, pensativo. Chega Guilherme. Deita-se. Passa
a olhar para cima.
GUILHERME— A gente pode conversar?
BEN— Não sei o
que é conversar pra você.
GUILHERME— Eu
não te entendo, sabia? Você é um quebra-cabeça que acho que nunca vou conseguir
montar.
BEN— Você só
precisa se esforçar um pouquinho... Eu te odeio, sabia?
SONOPLASTIA: Meu Abrigo- Melim.
Ben suspira, indignado.
GUILHERME— Eu
sempre vou escolher você.
Ben evita olhá-lo.
GUILHERME—
Para, vai... Heim.
Guilherme
começa a fazer cócegas em Ben.
GUILHERME—
Hum...
Ben começa
a rir descontroladamente.
BEN— Não! Para!
Guilherme... Para!
Guilherme
fica por cima de Ben, fazendo mais cócegas. Os dois se divertem. Guilherme sai
de cima de Ben e cai na cama, cansado. Os dois se entreolham, mas de jeitos
diferentes. Ben, olha apaixonado, Gui apenas com carinho. A campainha toca.
GUILHERME—
Ué, quem será?
Ben dá de
ombros.
CORTE
IMEDIATO PARA
SALA.
Guilherme abre a porta e depara-se com policiais
POLICIAL—
Guilherme Alvarez?
GUILHERME—
Sim.
POLICIAL— O
senhor está preso por furto.
Ben o olha,
surpreso. Guilherme apenas suspira, chateado e aflito.
10 EXT. MANSÃO LOBERT- NOITE.
CAM pelo
externo da mansão, grande e luxuosa, situada num condomínio nobre.
Foco em
Luísa, escondida, à espreita.
LUÍSA—
Preciso de um lugar pra ficar, ou vou morrer de frio e fome. Acho que os donos
vão embora. É agora.
Um casal
sai e adentra num carro. Em seguida o carro parte e o portão automático vai se
fechando.
Luísa aproveita e corre, passando rapidamente pelo portão, que se fecha logo em seguida.
LUÍSA—
Consegui!
Luísa comemora.
11 INT. MANSÃO
LOBERT, QUARTO- NOITE
Trovão
ilumina o quarto escuro. Jonas dorme, mas mexe-se constantemente, resmungando
algo, inquieto.
JONAS—
Marissa!
Jonas
salta, ofegante. Alivia-se ao perceber que era um pesadelo. Retira o lençol e
desce da cama. CAM. Foca-o de baixo a cima.
Imagem de Jonas nu. Sua bunda completamente
despida, assim como todo o resto do corpo. Ele coça a cabeça. Sai pela porta.
Ele desce
as escadas e se dirige até a
COZINHA.
Se assusta ao perceber que a geladeira está aberta. Rapidamente ele agarra um abajur e segue andando, cauteloso. A porta da geladeira se fecha e Luísa toma um susto, bem como Jonas.
LUÍSA/JONAS— Aaaaaaaaaaaaaaaaah!
Os dois
param de gritar. Entreolham-se, assustados.
FIM DO
CAPÍTULO.
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