DESTINO - Capítulo 48: Vale a pena mentir por amor?


Mateus fica mudo por alguns segundos.
Lívia: Fala, Mateus! O que você quer dizer com isso.
Mateus: Se fosse só a questão do meu pai eu poderia até nunca ter cogitado vingança contra o Eugenio. Mas ele feriu a minha mãe! Minha mãe não tinha nada a ver com isso! Ele fez aquilo pra atacar o meu pai!
Lívia: Mateus, eu estou ficando angustiada. Fala logo. (diz Lívia chorando)
Mateus: O seu pai estuprou a minha mãe, Lívia. (diz Mateus desabando em choro)
Lívia: Não, Mateus. Não me fala isso, por favor. (Lívia mais emocionada)
Mateus: Ele não aceitou que as coisas ficaram bem entre o meu pai e a minha mãe e pra atingir o meu pai ele estuprou a minha mãe. (Mateus pega na mão da Lívia e ambos choram juntos).

FLASHBACK

Vera está andando sozinha, voltando do mercado, por uma rua silenciosa quando é abordada por um homem.
Eugenio: Fica quietinha que vai ser melhor pra você.
Eugenio a coloca pra dentro do carro.
Vera: O que você quer comigo? Não tenho mais nada pra falar com o senhor.
Eugenio: Está na hora da gente dar o troco no Marcos e na minha esposa.
Vera: Me solta, seu nojento. (Vera dá uma cuspida na cara de Eugenio).
Eugenio limpa a cuspida e dá um tapa na cara de Vera.
Vera: Socorrooooooo!
Eugenio força relação sexual com Vera que grita dentro do carro, mas não é ouvida por ninguém, pois está numa área vazia do bairro.

Eugênio descarta Vera em um canto qualquer no bairro Fazendinha.

Vera volta pra casa chorando e assim fica durante a noite inteira, sendo que somente na manhã seguinte Marcos volta do trabalho.
Marcos: Amor, o que aconteceu?
Vera: O doutor Eugenio, Marcos...
Marcos: O que é que tem?
Vera: Ele me estuprou ontem a noite. Aqui perto de casa. Eu fui humilhada por sua causa! (diz chorando, enquanto Mateus dormia na sala).
Marcos: O que esse demônio fez? Eu vou acabar com a vida dele!

*FIM DO FLASHBACK*

Lívia: Era por isso que seu pai deu uma surra no meu?
Mateus: Sim. Era por isso. Minha mãe descobriu a gravidez de gêmeos depois que meu pai morreu, mas ela já não ia pra cama com ele a muito tempo, justamente porque estava magoada pela traição e por isso ela tinha certeza que os gêmeos só poderiam ser filhos do Eugênio.
Lívia: Que horror. Que nojo. Que asco de tudo isso. Eu estou com vontade de vomitar. Eu preciso ir embora.
Mateus: Lívia, se você realmente é tão boa quanto diz ser, seja justa com os meus irmãos. Eu não mereço nada de você, mas os meus irmãos são vitimas nesta história, assim como a minha mãe.
Lívia: Eu vou resolver isso. Eu vou!
Mateus: Lívia... eu amo o Bernardo.
Lívia: Disso eu não tenho dúvida. Não mesmo!

Enquanto isso, Vera ficava apreensiva fora da delegacia.
Vera: A conversa deles está demorando demais!
Manoel: Eles tem muita coisa pra conversar. E por falar nisso, você sabe o motivo do Eugênio ser tão odiado pelo Mateus?
Vera: Não quero falar sobre isso.
Tiago: Mãe, quem é Eugênio?
Vera: Alguém que nunca deveria ter aparecido nas nossas vidas.
Tatiana: Nossa, mãe. Nunca vi a senhora falando nesse tom. Pelo que entendi é o pai adotivo da Lívia, Tiago.
Iná: Sabe, eu lembro desse nome no dia em que dei a luz aqui no Ângela Veríssimo. Não me lembro do rosto, mas lembro desse nome.
Vera: Ele era o dono desse hospital, então é mais do que normal você lembrar dele.
Iná: Eu lembro da Odete agradecendo a ele por tudo. Com certeza estavam falando da troca de bebês e não da atenção que eu recebi no hospital. Como as pessoas podem ser tão falsas assim?
Manoel: Eu tinha uma reverência tão grande à minha mãe, sabe? De ela ter administrado a imobiliária e tudo mais após a morte do meu pai. Quando descobri tudo isso é como se nada fizesse sentido. É como se a minha vida tivesse sido uma mentira. Eu já tinha me decepcionado com a Bárbara, mas com a minha mãe foi um choque muito grande.
Vera: Eu já me decepcionei com tanta gente nessa vida que nem dos meus filhos eu espero algo muito diferente.
Tiago: Mãe, que papo é esse? Para de falar essas coisas. Até parece que fizeram algo de ruim contra você.
Priscila: Gente, olha a Lívia voltando aí.
Manoel: E aí, Lívia? Como foi a conversa com o Mateus?
Iná: Você está acabada. Sua cara está péssima! Ele te fez alguma coisa?
Lívia ignora a fala de Manoel e Iná e olha fixamente nos olhos de Vera.

Vera fica nervosa e começa a desviar o olhar.
Lívia pega na mão de Vera e chorando fala para a sogra.
Lívia: Vamos pra sua casa? Vamos chamar todo mundo lá?
Vera: Lívia... pelo amor de Deus, esquece esta história. Isso já me machucou demais.
Todos se olham sem saber do que elas estão falando.
Ellen: Pai, você entende algo do que elas estão falando?
Manoel: Confesso que não mesmo.
Tiago: Eu não estou tendo um bom pressentimento sobre isso.
Tatiana: Nem eu.

Lívia pede para que todos se reúnam na casa de Vera que ela gostaria de conversar com eles e todos acabam concordando, menos Vera.
Vera: Ninguém vai se reunir coisa nenhuma! Se é algo sobre mim não acha que eu deveria ser consultada antes?
Lívia: Vera, chega de esconder as coisas! Se não for na sua casa vai ser na minha ou em qualquer outro lugar, mas eu preciso falar com todo mundo!
Enquanto isso ocorria, Mateus passava ao lado de todos, algemado.
Manoel: O que está acontecendo?
Policial: Ele confessou todos os crimes. Está sendo levado para o presídio, a delegacia está lotada.
Manoel: Mas ele só pode ir ao presídio depois do julgamento! Isso não pode ocorrer.
Policial: Doutor, aqui é Brasil. Na delegacia deixamos só os suspeitos mesmo. Quem já é confesso a gente encaminha pro presídio.
Manoel: Mateus, fique tranquilo, mesmo com a sua condenação sendo certa, eu vou conseguir redução pelo tempo que você já vai estar na cadeia até a data do julgamento.
Mateus: Lívia, faça justiça! Seja justa! Pela minha mãe e pelo Bernardo!
Vera chora ao ver o filho naquela situação.
Tiago: Meus pressentimentos só pioram.
Ellen: Agora é que eu não entendi nada mesmo.
Manoel: Pra onde vamos? Pra casa de quem?
Tiago: Pra minha casa.
Vera: O que é isso, Tiago? Me desautorizando na frente dos outros? Você não é de fazer isso, o que aconteceu agora?
Tiago: Mãe, todos temos direito de ouvir o que a Lívia precisa nos falar! Desculpa, mas desta vez eu não vou obedecer a senhora. Vamos todos entrar no carro.
Tatiana: Eu concordo com o Ti.
Vera: Vocês querem terminar de me matar? Meus três filhos tiraram o dia para me matar é isso?
Iná: Vera, se acalme.
Vera: Me acalmar? Vocês não sabem o que eu passei! O que aconteceu comigo. Vocês deveriam me respeitar. Respeitar a minha dor.
Iná: Mas é para isso mesmo que vamos nos reunir na sua casa. Queremos ajudar.
Lívia: Chega, Vera. Então vamos para a minha casa e ponto final. Eu estou indo, quem quiser, pegue o meu endereço com a Tatiana ou o Tiago. Até depois.
Todos entram em seus respectivos carros, exceto Lívia que pediu um taxi para voltar para casa. Por telefone Tiago passou o endereço de Lívia para Ellen e Iná.

Manoel estava levando Vera embora, quando próximo de deixá-la em frente a sua casa ela muda de ideia.
Vera: Manoel, pode tocar pra casa da Lívia. Eu vou junto.
Manoel: Por que essa mudança repentina agora?
Vera: Se ela for falar algo de mim, que seja na minha frente.
Tiago: Você vai deixá-la falar ou não? Olha, mãe, eu te respeito muito, mas você com certeza está escondendo algo de nós e algo que nos afeta pelo jeito. Nós temos o direito de saber.
Vera: Eu vou deixá-la falar. Vamos ver se você não vai ter preferido ficar sem escutar depois dela dizer o que quer.
Tatiana faz uma cara assustada com as palavras da mãe.

Bárbara é chamada a depor.
Delegado: Está mais calma agora, minha senhora?
Bárbara: Agora que o meu advogado chegou, sim.
Delegado: Pois bem, vamos começar.
Bárbara: Pode me perguntar tudo, eu não tenho nada o que temer. Sou a maior vítima desta história toda...

Mateus chega ao presídio.
Carcereiro: Aqui estão suas coisas. Você vai ficar nessa cela, já que tem ensino superior, mas não vai se acostumando não, se não entrar na linha aqui vai sofrer muito.
Mateus: Pode deixar, meu camarada, eu sei o que é me adaptar a lugares assim desde sempre. Pode deixar...

Com Bernardo nos braços, Lívia recepciona Iná, Ellen, Priscila e Vitor em sua casa.
Lívia: Por favor, gente. Vamos entrando.
Priscila: Nossa, que casa linda.
Vitor: Olha o Bernardo, gente. Tudo bem garotão? (Diz Vitor brincando com Bernardo)
Iná: A Lívia não nos trouxe aqui pra falar de decoração. Vê se não mexe em nada.
Priscila: Ai, mãe, só falei.
Vitor: Dá pra ver o Parque Barigui daqui.
Lívia: Dá sim, Vitor. Fica um frio do caramba aqui no inverno.
Ellen: Meu pai já está chegando. A Iná está com ele, ela mudou de ideia.
Lívia: Que bom. Iria me sentir muito mal em falar sobre ela sem ela junto.
Iná: Lívia, seja sincera, a Vera fez algo de errado? É muito grave o que você vai nos falar, não é?
Lívia: É grave sim, mas a Vera é só vitima nessa história toda. Esperem mais um pouco. Eu preciso dela junto e também quero fazer justiça. Vamos resolver todos os nossos problemas de uma vez por todas.

A campainha toca. Tiago interfona para Lívia que autoriza a subida.
Lívia abre a porta e pede para que os demais entrem.
Vera: Já falou o que você tinha para falar, Lívia?
Lívia: Não, Vera. Eu fiquei sabendo que você ia vir e não quis falar nada sem você. Não achei justo. Sentem-se.
Lívia olha seria para todos. Vera ao seu lado começa novamente a chorar, mas desta vez sem escândalos e com a face séria.

Neste instante, Bárbara sai da delegacia acompanhada do seu advogado.
Bárbara: Muito obrigada pela ajuda, doutor Müeller. Depois eu entro em contato com o senhor para ver as instituições de caridade para a qual doaremos as cestas básicas mais a diante.
Advogado: Não tem de que, dona Bárbara. Precisando estou às ordens. Com licença.
Bárbara: Toda.
O advogado se afasta e Bárbara dá uma risada estridente.
Bárbara: Bando de idiotas! Eu ainda vou acabar com cada um de vocês!

Lívia: Na conversa que tive com o Mateus, ele foi extremamente sincero comigo. Ele confirmou tudo  que você já tinha me dito, Vera. Disse que se aproximou de mim por interesse, que obstruiu a tentativa da Iná e do Manoel em chegarem até mim e que assassinou o meu pai.
Vera: Eu não sabia que ele tinha feito isso! Eu sempre achei que realmente ele tivesse sido vítima de um latrocínio.
Lívia: Bom, então ficamos sabendo. Desde que eu fiquei sabendo de tudo isso que o Mateus fez, eu sempre me perguntei “Por que eu?”. E hoje todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. Posso dizer que hoje eu nasci de novo, sabendo quem eu era, quem eram meus pais e qual minha verdadeira história na família Veloso.
Manoel: Por que o Mateus tinha tanto ódio do doutor Eugênio?
Lívia: Eu falo ou você fala, Vera?
Vera: O Eugênio mandou matar o Marcos na prisão.
Tiago: Como é que é? O pai da Lívia mandou matar o meu pai?
Tatiana: Por que isso? O que ele tinha contra o nosso pai?
Lívia: O Marcos teve um caso com a minha mãe, a Helena. Ela chegou a engravidar dele, mas não teve o filho. O Eugênio descobriu, tentou acabar com o casamento do Marcos e da Vera, mas ela a perdoou e Marcos foi tirar satisfação com ele e deu uma surra no meu pai. Na época ele trabalhava no hospital como zelador. Ele foi preso e na cadeia ele foi assassinado.
Tiago: Eu lembro da minha mãe ter dito que o nosso pai foi para a prisão por ter se metido em briga de rua e que ele morreu numa rebelião como um refém em Piraquara.
Vera: Você achava que eu ia ficar dando detalhes de tudo isso sendo que vocês nem eram nascidos na época? Eu quis preservar vocês!
Tatiana: Eu não sei como digerir toda esta história. Meu pai foi assassinado por encomenda?
Tiago: E ele bateu neste tal de Eugênio a toa? Depois que vocês já tinham voltado? Que desnecessário! Que história sem sentido.
Vera: Não foi só isso...
Tiago: Foi o que então?
Vera faz uma longa pausa dramática e acaba não se sentindo bem e senta no sofá.
Manoel: Olha, Vera, se você não quiser falar mais nada a gente vai entender. Foi um dia muito cheio de emoções e...
Vera: Eu vou falar.
Tiago: Eu quero que ela fale, Manoel. Eu preciso saber da verdade.
Tatiana: O que a senhora nos escondeu estes anos todos?
Vera: Vocês não são filhos do Marcos.
Tatiana e Tiago: Como assim?
Vera: Vocês são filhos do Eugênio.

----------------------------------- GANCHO: RESPOSTA (Skank) ----------------------------------------------------------

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