DESTINO - Capítulo 32: A doença de Vitor




Lívia saiu no meio da manhã do hospital e, munida do endereço de Maria do Socorro que pegou junto à terceirizada, acabou indo em direção à casa da zeladora.
Lívia: Vamos ver se ela vai ter coragem de me ignorar cara a cara e somente nós duas.
Chegando lá, ela toca a campainha e um rapaz de pouco mais de 20 anos .
Lívia: Boa tarde, eu gostaria de falar com a Maria do Socorro.
Rapaz: Não tem ninguém com este nome aqui, moça.
Lívia: Sério? Bom... você mora aqui faz tempo?
Rapaz: Na verdade nos mudamos faz poucos dias. Deve ser a moradora antiga. Ela tinha uns cinco gatos, não é?
Lívia: Não sei, mas obrigado pela atenção. Tenha um bom dia.
Lívia não desiste de procurar e acaba ligando para o celular de Maria do Socorro, este que não é falso.
Lívia: Número inexistente? Ela já deve ter excluído o número pra eu não encontra-la!

Vera e Terezinha conversavam sobre o que Manoel havia dito a esposa na noite anterior.
Vera: Então, Tere, o Manoel me disse que a Bárbara deu a entender que sabe da filha desaparecida dele.
Terezinha: Eu estou falando que esta mulher é uma cobra! Com certeza deve saber.
Vera: E sabe no que eu pensei?
Terezinha: O que?
Vera: Investigar ela. Tentar ver os passos dela as vezes. Agora que ela está sozinha na casa dela, não tem ninguém pra vigiar ela, mas ela está nos vigiando, inclusive sabe até o nome da minha filha que ela nunca viu.
Terezinha: Não é arriscado, Vera?
Vera: Arriscado é, mas eu me sinto na obrigação de ajudar o Manoel.
Terezinha: Obrigação por que? Tudo bem que ele é seu marido, mas não entendi.
Vera: Ele tem sido tão bom pro Tiago, tem sido um referencial de pai. Acho que eu devia ajudar.
Terezinha: É só isso mesmo? Me parece que tem algo que você sabe e não quer me contar.
Vera: Credo, comadre. Para com isso.
Terezinha: Vera, eu te conheço a mais de 30 anos. Nós nem sabíamos da existência do Marcelo e do Marcos e já nos conhecíamos. Eu sei quando você está com algum mistério.
Vera: É, mas agora sua intuição falhou. E vamos parar com o papo, pois já está na hora de abrir o restaurante e entregar as marmitas embaladas.
Terezinha: Sei... vou fingir que acredito.

Enquanto uns corriam atrás de uma suposta mãe e outros cozinhavam, na casa de Iná tudo era tranquilo e na hora do almoço estavam Ellen, Priscila e Vitor à mesa. Iná estava trabalhando no momento.
Ellen: Como será que é a nossa irmã, heim pessoal?
Priscila: Se for igual a minha mãe deve ser lindíssima.
Ellen: Se for igual ao meu pai também, tá bom?
Vitor: Vocês duas foram engraçadas agora. Até doeu a minha barriga.
Priscila: Claro que o senhor Manoel é bonito, mas minha mãe é “top”.
Ellen: Meu pai lacra mais que a sua mãe! (diz Ellen em tom de brincadeira)
Vitor: Ai... gurias...
Priscila: Alguém quer suco de uva?
Vitor: Eu não to me sentindo bem...
Ellen: O que foi, Vitor.
Priscila: De novo aquelas dores no estomago? Você já experimentou diminuir comidas ácidas?
Vitor: Já, mas não tem adianta...aaaaaai...
Ellen: Quer um remédio pro estomago.
Vitor não tem tempo de falar e acaba expelindo sangue pela boca, o que deixa Ellen e Priscila desesperadas.
Vitor: Pelo amor de Deus! Me ajudem!



Priscila: Eu vou ligar pra ambulância.
Ellen: E nem vamos à faculdade, sem condições hoje. Liga pra sua mãe e avisa ela.
Em 15 minutos a ambulância chegou e Vitor foi levado para um hospital público.

Lívia liga para um outro número de Maria do Socorro que ela conseguiu pela Ângela (atendente) e insiste em falar com a zeladora.
Lívia: Por favor, não desliga.
Vânia: Eu já não te disse que não quero falar com você, Lívia? Você vai querer estender mais ainda esta história?
Lívia: Olha, eu só quero ter uma última conversa. Depois disso eu prometo que nunca mais te incomodo.
Vânia: Não! Com licença.
Vânia desliga o telefone e deixa Lívia no vácuo, anda por alguns metros e retorna a ligação. Lívia vê o telefone celular tocar com uma sensação de esperança.
Vânia: Alô, Lívia? É a Maria do Socorro.
Lívia: Claro, pode falar.
Vânia: Onde podemos nos encontrar? Pode ser agora?
Lívia: Claro. Vou te passar o endereço de uma confeitaria ali no Champagnat.
Vânia: Ok. Vou demorar pra chegar porque estou no Pinheirinho.
Lívia: Venha de Uber. Eu pago a corrida quando você chegar aqui.
Vânia: Combinadas.

No hospital, Vitor passava muito mal e não era atendido. Iná chegava desesperada.
Iná: Filho?! O que aconteceu? De novo o estomago?
Vitor: Sim, mãe, mas desta vez eu senti gosto de sangue vindo do estomago.
Iná: E o que é?
Priscila: Só tiraram a temperatura dele e mandaram aguardar.
Iná: Aguardar? Ele está sangrando pela boca e só mediram a temperatura dele? Que absurdo é esse?
Ellen: Eu estava pensando em uma coisa.
Iná: O que, minha filha?
Ellen: Pedir pro meu pai ajudar a colocar o Vitor no Ângela Veríssimo.
Iná: Mas ele não tem obrigação nenhuma, Ellen. Entendo a preocupação, mas..
Ellen interrompe Iná:
- Não se trata de obrigação, se trata de consideração. Meu pai e a dona Vera são amigos da senhora. Nós somos amigos do Vitor também. Nós somos uma única família agora.
Priscila: Concordo plenamente. O que você acha, Vitor?
Vitor: Eu quero que tudo isso passe logo. Parece que estão arranhando meu estomago.
Iná: Vocês estão certas, meninas. Ellen, você liga para o Manoel? Quero ficar o máximo com o Vitor.
Ellen: Tudo bem. Já vou ligar.

Manoel está em casa vendo futebol com Tiago, quando seu celular toca.
Manoel: Filha?
Ellen: Pai. Tudo bem? Precisamos de uma ajuda sua.
Manoel: Nossa, que voz estranha. Pode falar.
Ellen: O Vitor está passando mal. Estamos em um hospital público, mas ele ainda não foi atendido e estamos com muita pressa, pois a dor dele não passa. Será que não tinha como bancarmos ele no Ângela Veríssimo, nem que depois a gente devolvesse esse dinheiro?
Manoel: Claro, minha filha! E não se preocupem com o dinheiro, o foco agora é a saúde do Vitor.
Tiago: O que aconteceu com o Vitor?
Manoel: Só um momento, Tiago... Ellen, me encontre no Ângela Veríssimo com o Vitor. A Iná e a Priscila estão aí?
Ellen: Sim. Vamos para lá então. Obrigada, pai.
Manoel: De nada. Beijos.
Manoel desliga o celular.
Tiago: O que aconteceu com o Vitor?
Manoel: Está passando mal. Deve ser o problema do estomago. Vou levar ele pro Ângela Veríssimo. Você vem comigo?
Tiago: Claro. Vou mandar mensagem pra minha mãe avisando que estaremos lá.

Enquanto Manoel e Tiago iam ao hospital, Vera, que recebeu a mensagem do filho aproveita para dar uma saída.
Vera: É agora. Vamos ver se eu descubro algo sobre a cascavel hoje!

Correndo às pressas para encontrar Maria do Socorro, Lívia estava saindo correndo do hospital, quando acabou esbarrando em uma senhora.
Lívia: Me perdoe, eu realmente estava correndo. Foi culpa minha.
Iná: Não foi nada, eu também estou com muita pressa e acabei não te vendo.
Lívia: Tudo bem com a senhora
Iná: Sim. E com você. Não machucou nada?
Lívia: Não... preciso ir. Até mais.
Iná: Até.
Iná e Lívia se olham profundamente, mas a pressa de Lívia fez com que ela ignorasse o fato e fosse ao encontro de Maria do Socorro.
Já Iná teve a sensação de ter visto aquela moça em alguma outra ocasião e deduziu que deveria ter sido na última vez em que esteve com Manoel no Ângela Veríssimo.
Iná: Aquela moça...
Priscila: O que foi, mãe?
Iná: Senti algo tão forte ao trombar com aquela moça.
Priscila: Deve ter machucado algo. Vamos ver depois.
Iná: Não é isso. Enfim ...

Vera vai de Uber até a casa de Bárbara, fica por lá um tempo e nada de anormal acontece.
Vera: pode voltar, motorista.
Vera fica frustrada com a falta de acontecimentos.

Manoel e Tiago chegam ao hospital e procuram por Iná e os demais.
Manoel: Boa tarde, você saberia me informar se um rapaz com dores no estomago deu entrada aqui no hospital?
Ângela: Sim, ele estava com a mãe e as irmãs?
Manoel: É...irmã e cunhada, mas sim, deve ser ele. Vitor Vieira.
Ângela: Ele já está sendo atendido.
Iná avista Manoel e chama por ele.
Iná: Manoel?
Manoel: Como o Vitor está, Iná?
Iná: Dores fortes no estomago, mas já está sendo submetido a exames. Eu nem tenho como te agradecer. Ah, oi, Tiago. Desculpa não ter te visto.
Tiago: Tudo bem. Onde estão as meninas?
Iná: Esperando no outro andar, pode ir lá, eu tenho que terminar de passar os dados pro pagamento dos exames.
Manoel: Você sabe que eu vou arcar com tudo, não sabe?
Iná: Mais uma vez, obrigada.
Manoel: Você não tem plano de saúde?
Iná: Não.
Manoel: Depois a gente vê um pra vocês.

Mateus volta pra casa depois de passar no supermercado e comprar comidas diferentes, pois estava praticamente querendo comemorar o fato de que Lívia poderia esquecer da história de procurar os pais dela.
Mateus: Amor? Já chegou do hospital? Trouxe aquele queijo que você adora.
Lívia: Oi, amor. Estou aqui na sala de jantar. Já encomendei o jantar para esta noite.
Mateus vai caminhando em direção à sala de jantar.
Mateus: Nossa, o que vamos comemorar hoje?
Quando chega à sala de jantar Mateus deixa as duas sacolas caírem no chão (inclusive um vidro de suco de uva)
Lívia: Amor, eu e a Maria do Socorro conversamos e resolvemos nos conhecer melhor.
Vânia: Olá, doutor Mateus. Que prazer em vê-lo.

--------------------------------------- GANCHO: HIGHWAY TO HELL (AC/DC) ---------------------------------

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