Cap. 09
NOITE|
HOSPITAL/ INT./ QUARTO DE ALEXANDRE
Ária e Alexandre ficam mudos após o beijo.
Antes que Alexandre responda, Ária reage.
ÁRIA —Não fala nada, por favor! —Ária sai do quarto nervosa.
Alexandre fica sem saber como reagir.
ALEXANDRE —Ela me beijou! Me beijou! —Ainda sem conseguir assimilar o que aconteceu, Alexandre se põe muito feliz.
CENA 02
DIA SEGUINTE - Manhã|
ESCOLA/ SALA DE AULA DE MEW E BERNARDO.
PEDRO —Garotos, espero que pelo menos metade do trabalho já esteja encaminhado. Não esqueçam que nesse bimestre, esse seminário pode salvar muitos. É uma chance para todos, porém é a última. Valorizem!
MEW —Ouviu senhor Bernardo? —Cutuca.
BERNARDO —Ouvi, senhor Mew! —Responde bem humorado.
MEW —Depois da aula vamos fazer logo isso na minha casa. Aproveitamos e já terminamos de uma vez o tal do trabalho de matemática primeiro.
BERNARDO —Ok!
O professor percebe a conversa no meio da aula.
PEDRO —Algum problema aí meninos?
Eles respondem que não.
|HORAS MAIS TARDE|
MANSÃO VIELAS/ INT./ TARDE
QUARTO DE MEW
MEW —Você tem que desenhar o gráfico e marcar os pontos referência Ber.
BERNARDO —Espera… Você me chamou do quê? —Sorri estranhando.
MEW —Ber! Não pode?
BERNARDO —Não, nada a ver. Claro que pode, pode sim. É que tipo, todo mundo me chama de Bê ou Bernardo mesmo, dai vem você e me chama como quer… de Ber. —Diz sorrindo
MEW —Então é um apelido só meu. Só eu posso te chamar assim, ouviu?
BERNARDO —Sim! —Fala com um sorriso ainda maior.
Mew devolve com um sorriso de orelha a orelha.
BERNARDO —Eu não consigo desenhar essa reta aqui não. —Diz não conseguindo fazer o exercício.
MEW —Eu te ajudo!
BERNARDO —Me ajuda no cálculo também?
MEW —Claro que sim Ber. —Eles trocam sorrisos.
Mew vendo que Bernardo não consegue fazer a reta, tenta ajudar.
MEW —Olha, eu não posso fazer por você, senão você não aprende. Mas tem outra forma…
Mew se aproxima ainda mais de Bernardo e coloca a mão por cima da mão do amigo pressionando o lápis.
BERNARDO —O que você está fazendo? —Se espanta.
MEW —Ei, calma. Só tô te ensinando como na época em que você era um pirralho. Todos passamos por essa situação quando criança, ou você vai dizer que você não?
BERNARDO —Ah…
MEW —É assim ó... —Diz desenhando a linha e executando o exercício.
Bernardo respira.
Mew se afasta.
MEW —Acho que você aprendeu né? Eu… eu vou lá em baixo, tomar água. Se quiser, grita. —Diz já saindo do quarto notando o clima e envergonhado.
Bernardo ainda admirado, vê um caderno preto (uma espécie de diário) em cima da cama.
BERNARDO —Nossa, que caderno bonito. As folhas são meio amareladas, marrons, não sei. Parece aqueles cadernos antigos…
O vento forte que entra pela janela acaba abrindo o caderno.
BERNARDO —O que é isso? —Diz vendo uma foto.
Ele tira a foto que está entre as páginas e lê o que tem escrito no caderno.
“Não ser amado por quem tanto ama e ter que viver sobre um regime autoritário é uma das piores coisas que existe. Quem deveria te dar amor, te põe pra baixo, te humilha sempre que pode, uma familia que só vive de aparências e demonstra ser uma feliz e unida apenas por status. Status pra mim não importa. Mil vezes uma felicidade satisfatória e completa sem a maldita visão (holofotes) alheia sobre ela, do que viver uma felicidade mentirosa, numa falsa familia para essa sociedade manipulada e hipócrita”.
Mew.
BERNARDO —Mew Deus… Mew… —Muito triste pelo que lê, rapidamente ele fecha o diário.
Ao ver Mew entrando na porta e vendo que a história deles de certa forma é parecida, Bernardo corre para a porta e o abraça.
MEW —Você tá bem? —Pergunta surpreendido pelo abraço, porém não recusando.
BERNARDO —Estou. Eu só preciso ir agora… tchau!
MEW —Mas por que? Precisa de ajuda? Quer que eu te leve?
BERNARDO —Não, não é preciso. Eu chego num instante lá.
MEW —Espera só eu ir lá dentro, eu volto já pra te levar. Espera!
Mew vai e ao voltar já não encontra Bernardo.
Mew corre atrás dele.
CENA 03.
Noite -
APARTAMENTO DE PRISCILA E ATENA/ INT./ QUARTO.
PRI —Nossa, vem cá Atena.
Atena se aproxima.
PRI —Olha esse post do Felipe.
ATENA —Que site é esse que você tá vendo?
PRI —É aquele app que lançaram agora de conversas, posts, fanfics, notícias… enfim um universo todo nele.
ATENA —O WebMundiNovelsChat? —Pri confirma. —Ah tá. E o que ele postou?
PRI —Que quer rever uma menina que ele conheceu no clube. Ele diz aqui no post que ela é misteriosa e some do nada. Parece que ele já está em outra, amiga. Ele nem sequer pensa em mim, ele já esqueceu de tudo. Tudo! —Chora.
ATENA —Para Priscila! Ele nunca te valorizou, nunca demonstrou ser homem de verdade. Não teria como ter atitude diferente. Mas ele terá de volta tudo que ele te fez. Acredite!
PRISCILA —Você acha mesmo? Acha que algum dia ele pode sofrer assim como eu?
ATENA —Eu tenho certeza. Aliás, eu tenho que dar uma saidinha. Me espera acordada se eu demorar tá?
PRISCILA —Sim, pode deixar. Não chega tarde, por favor.
Atena acena que não e dá tchau.
Ao descer as escadas, para esparecer e sem almejar ir a algum lugar específico ela anda um pouco.
Após alguns metros de distância, Felipe que está correndo a encontra.
FELIPE —Olha você aí!
ATENA —Ah é você? —Destoa.
FELIPE —Não está feliz e me ver?
ATENA —Eu deveria querido?
FELIPE —Não seja assim comigo, nunca te fiz mal.
ATENA —Talvez não a mim, mas a outras.
FELIPE —Desculpa, não entendi. Poderia ser mais clara?
ATENA —Não, não foi nada. —Rir disfarçando.
FELIPE —Tá então. Olha, aquele dia você furou comigo e não foi jantar. Agora você tem uma chance de pagar isso…
ATENA —Como?
FELIPE —Indo tomar uma água de côco comigo, o sol já tá quase sumindo. Vamos?
ATENA —Tá, tá, tá. Vamos!
Felipe e Atena se sentam na areia e conversam.
FELIPE —Sabia que você é linda?
ATENA —A voz do povo é a voz de Deus, resta eu aceitar. —Gargalha.
FELIPE —Você é muito engraçadinha, faz piada e descontrai com tudo. —Sorri.
ATENA —Eu poderia dizer que você é lindo também, mas costumo analisar não só cascas… existe muito visual bonito por ai com interior podre e feio. Vai saber como é aí dentro…
FELIPE —Aqui dentro? Garota, você é assanhada também? —Rir.
ATENA —Me respeite seu escroto! Isso que eu falei, eu aprendi com minha melhor amiga, que sempre diz que não adianta achar alguém bonito por fora, se por dentro ela pode ser um lixo. Embalagem linda pode embelezar um péssimo produto, mas uma hora quem já usou e testou sua péssima qualidade, passa o relato da experiência adiante e quando todos perceberem que é uma porcaria, ninguém mais o irá querer e ele entra em decadência. —Pisa.
Atena levantasse.
Felipe também e tenta segurar o braço dela.
ATENA —Me solte!
FELIPE —Eu não sou como esses caras que existem por aí não, sou diferente. Garanto! Não vou te obrigar a ficar, sei respeitar uma mulher. Toma aqui meu telefone, pode me chamar quando quiser.
Atena pega o papel sem olhar para Felipe e virando de costas dá um sorrisinho malvado comemorando e seguindo seu trajeto.
CENA 04.
Noite -
MANSÃO VIELAS/ INT./ QUARTO DE MEW
Charles entra.
CHARLES —Posso dormir aqui hoje irmãozinho?
MEW —Claro, Charles. Mas, você está bem? —Pergunta enquanto Charles se aloja na cama reserva.
Charles levanta-se da cama em que está e senta na cama do irmão.
CHARLES —O que você acha daquele tal de Alexandre?
MEW —Ele é um cara legal. Sabia que foi ele quem me ajudou outro dia?
CHARLES —Te ajudou? Com o quê?
MEW —Ele gastou o intervalo dele todo me explicando sobre enzimas, que era a parte que eu tava com dificuldade. Graças a isso, pela primeira vez esse ano fui bem na prova de biologia. Ele se preocupa com o próximo, ele é quase um anjo.
BERNARDO —Esse assunto era aquele que você tinha dificuldade e ficava me pedindo ajuda fazia uma semana né?! —Mew confirma. —Me perdoa irmão. Mas que bom que ele te ajudou, pelo menos ele serve pra alguma coisa.
MEW —Não fala assim dele, Charles. Ele é uma pessoa muito legal comigo, sempre me ajuda e conversa comigo e eu gosto dele. Enquanto você só se preocupa em julgar ele, você devia era pensar no outro e não ser tão egoísta. Um dia desses, eu esqueço que você é meu irmão e adoto ele como tal. Ele sim é humilde e me entende.
CHARLES —Seja irmão dele então! —Fala grosso e alto.
Charles bravo pega seus pertences e sai do quarto batendo a porta.
Antes de entrar no quarto, Charles escuta o pai conversando com a mãe.
ARMANDO —Você sabe que seu filho é um imprestável, um idiota. Mas no fundo ele é como eu, não viu que ele sabotou a plataforma pro pé-rapado cair? Eu sei que foi ele. Mas, nem sabotando ele serve pra nada. Ele até tenta ser tão inteligente quanto, mas não consegue. É um fracassado!
Mais chateado ainda com o que ouve Charles volta para o quarto chorando em demasia.
QUARTO DE CHARLES Algumas horas depois
CHARLES —Eu não quero ser como esse velho que só me põe pra baixo. Eu vou atrás do Alexandre e contar tudo. Vou contar que foi esse homem que cancelou o concurso e que fui eu que causei o acidente dele na plataforma do concurso também. Eu preciso disso pra me sentir bem!
DIA SEGUINTE - Manhã
ESCOLA/ INT./ CORREDOR
Procurando Alexandre pela escola, Charles escuta a voz de Ária e para pra escutar o que ela fala.
PRISCILA —Fala Ária, por que você tá tão esquisita?
ÁRIA —Eu beijei ele…
ATENA —Ele quem?
ÁRIA —O Alexandre! —Eufórica.
Charles se frustra e com um olhar diferente ele mira para a frente.
CHARLES —Maldito! Eu vou acabar com você infeliz!
...CONTINUA…

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