Uma Estrela Caiu do Céu - Capítulo 16: A Nova Serena


obra original de / uma novela de / escrita por
FELIPE ROCHA


agradecimentos
WEB MUNDI

capítulo 16 - 2ªFASE 
"A NOVA SERENA"

CENA 01 / RUA PINHEIROS - UODSON / RIO DE JANEIRO / INTERIOR / NOITE
Serena, tranquilamente, caminha pela rua Pinheiros. Não há ninguém, nenhum sinal de carro. Nesse momento, a rua está parada. Serena olha para trás e estranha:
SERENA — Nossa, estou sozinha, não tem ninguém!
Nesse momento, um ladrão, com uma venda no rosto, observa-a e aponta para o seu comparsa. Ele vai até ela, com uma arma na mão e diz:
LADRÃO — Parada aí moça! Levante as mãos! E deixe a mala. É um assalto.
Serena, desesperada:
SERENA — Ai meu deus do céu.
Os ladrões a apontar a arma para Serena. O Ladrão 1 aperta o gatilho.
Neste momento, aparece um policial que dá um soco nos ladrões. 
Corta para: Junto com sua equipe, o policial algema e prende os ladrões
POLICIAL 1 — Você está bem senhora, ele te machucou? Roubou alguma coisa?
SERENA — Não, não, tô um pouco assustada. Agradecida viu?
POLICIAL 1 
— Porque andaste sozinha a uma hora dessas?
SERENA — É que eu tô indo na casa de uma amiga ali.
POLICIAL 1 — Então vai com deus.
SERENA — Agradecida, seu policial. Agradecida.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 02 / APARTAMENTO DE EVELYN / INTERIOR / NOITE
Evelyn, com um lenço na cabeça, está a cantar suas músicas preferidas: Eu, você, o mar e ela - Luan Santana. Neste momento a campainha toca e ela atende. 
EVELYN — Serena!! Ai que bom. Eu já estava desistindo. Achei que tu não vieste.
SERENA — Demorei né? Mas deu certo. Dá pro gasto.
EVELYN — Como assim? Houve alguma coisa? Um contratempo?
SERENA — Uns dois homi, tampado na cara, botaram a arma em mim.
EVELYN — (indignada) O quê? Então você foi assaltada, a essa hora? Nem são meia noite! Não tinha ninguém na rua não?
SERENA — A rua tava calminha, fiquei com medo, se não fosse pelo seu policial, eu já tinha morrido.
EVELYN — Graças a deus existem esses policiais para controlar a cidade, né? Ou a população estaria perdida.
SERENA — Verdade, verdadeira.
EVELYN — Ah, estou tão feliz de recebê-la aqui, para mim é um prazer.
SERENA — Agradecida, Evelin. Ocê é um anjo que caiu do céu. O céu me deu uma amiga, amiga do coraçãozinho da gente, sabe?
EVELYN — Estou a irradiar de felicidade. É inacreditável. Eu sempre vivi sozinha, isolada do mundo nesse apartamento. Teve uma época que eu sofri por depressão. Uma depressão muito forte por sinal, não tinha ninguém como amiga. Eles me consideram com uma pessoa que não é normal, pois eu gosto muito de estudar. E... 
SERENA — Me conte, como ocê foi lá pras escola?
EVELYN — Minha vida era muito dura e difícil Serena. Estou triste até hoje. Vivia com meus filhos e meu marido numa pequeno casinha de sapé, isoladamente da cidade, na zona rural. Nós éramos muito pobres. Não conseguíamos comprar alimento, passávamos fome. Havia um laranjal existente perto da nossa casa. Eu e meus filhos trabalhávamos lá. Por isso que eu digo que nossa vida era dura. Acordávamos bem cedo, e meu corpo hoje é até roxo, de tanto trabalho. O das minhas crianças era também.
SERENA — O que tu tá falandu? Era?
EVELYN — Era Serena, até ocorrer uma tragédia. O dia em que meus filhos foram picados por uma cobra no laranjal. Não tínhamos condições de pagar médicos. Um morreu ao ser eletrocutado e outro picado pelo animal. Eu me sinto culpada até hoje Serena! Meu marido, ao ver os filhos mortos, cai duro no chão na mesma hora. Assim fiquei viúva e resolvi vim para a cidade. (chora) Eu não consegui salvar meus filhos, nem meu marido, minha casa! A culpa é toda minha. 
Serena consola Evelyn.
SERENA — Ô Evelin, fica tliste não viu? Você há de superar esses trem aí. Eu estou aqui, para te ajudá. 
Evelyn, derrama lágrimas e abraça Serena.
Em seguida, ela enxuga lágrimas.
EVELYN — Essa vida tem enigmas, Serena. Você precisa estar preparada. É a realidade em que vivemos no mundo de hoje, atualmente... Mas fazer o quê, né?... Ah e eu queria te contar uma novidade: como prometido, vou te dar aulas de etiqueta e amanhã vamos dar uma repaginada no visual.
SERENA — Não, não. Num quero. Eu tô linda de bonita. Ocê não vai fazer essas covardia comigo não né?
EVELYN — Serena! Aqui é a cidade! Você precisa mudar, ao longo do tempo. Se não será alvo de comentários maldosos. 
SERENA — Por um lado, ocê tem razão. Vou pensá, e te falo.
EVELYN — Agora vamos jantar para depois dormir e acordar bem cedo a manhã.
SERENA — Só ocê mesmo Evelin.
Serena e Evelyn dão risadas e se abraçam.
CORTA RÁPIDO PARA:


CENA 03 / CONFEITARIA / MESA 18 / INTERIOR / NOITE
Rafael chega trazendo um café nas mãos para ele e Camila. Ele a entrega.
RAFAEL — Pronto! Agora não precisa choramingar, já comprei o café.
CAMILA — Muito Obrigada, mas não sou criança não, para sua informação.
Rafael acha graça da situação.
RAFAEL — Eu te vi com esses cadernos na mão, por acaso faz faculdade?
CAMILA — Faço sim. E você, o que faz da vida?
RAFAEL — Na verdade eu vim aqui para vingar de um antigo amor meu, que me trocou por um bestinha! Era um índio. Amanhã eu vou começar a trabalhar na empresa do meu amigo. 
CAMILA — Então você era um índio que veio para a cidade? (dá gargalhadas) É inacreditável, você só pode estar de brincadeira com minha cara né? De onde você tirou essa ideia maluca? Um índio, na cidade? Nunca! Índio anda pelado, é peladão, não tem roupa.
Rafael, agressivo.
RAFAEL — Olha que agora você me ofendeu hein? Nossa tribo é evoluída. A gente não anda nu não, tinha roupas, para sua informação.
CAMILA — Ah, que bom! Mas sabe o que eu não estou entendendo, a linguagem que você está usando para conversar comigo. Já leu o dicionário Aurélio todo é? Índio tem até isso.
RAFAEL — Eu nasci aqui na cidade. Peguei esse sotaque. Eu e minha mãe tínhamos feito uma viagem para Macchu Picchu, quando eu perdi dela. Logo, os índios me acharam e era tarde demais... Minha mãe já estava visitando outros lugares. Já deve ter morrido, faz anos!
CAMILA — Mas peraí? Eu devo estar com cera no ouvido, é? Você disse Macchu Picchu?
RAFAEL — Sim, Macchu Picchu que concentrava a nossa tribo indígena. 
CAMILA — E como era o nome da sua amada de lá?
RAFAEL — Serena! Serena Ubirajara Dias! Eu vim para me vingar dela! Dela mesmo. E o amado dela é um tal de Lucas... Quer ver? Lucas Ferrari Marçoni.
Camila logo consegue a resposta que queria e fica perplexa ao ouvir o nome.
CORTA PARA:

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                       ABERTURA DA NOVELA
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CENA 04 / CONFEITARIA / MESA 18 / INTERIOR / NOITE
Atenção: Continuação da cena anterior.
CAMILA — Peraí... Você tá falando sério, é?
RAFAEL — Sim. Porquê?
CAMILA — Somos dois! Se você quiser se vingar da Serena, pode contar comigo.
RAFAEL — Como?
CAMILA — O Lucas me traiu com ela. E hoje eu quero vingança! Aquela bastardinha precisa sofrer, nas nossas mãos... Bingo!! Já sei o que fazer.
RAFAEL — Coincidência, sem sombra de dúvidas a respeito desse assunto. De fato, formamos uma bela dupla. E eu quero fazer de tudo para a Serena ver o que é bom para tosse, me trocou por esse Lucas aí, ó.
CAMILA — Isso aí! Vamos lá!
Camila conta o plano para Rafael.
Corta para: Camila termina de contar.
CAMILA — Aceita?
RAFAEL — Aceito! Começamos amanhã mesmo! A Serena não sabe o que espera por ela.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 05 / MANSÃO MEDEIROS / QUARTO DE ANINHA / INTERIOR / NOITE
Atenção Edição: Continuação da CENA 10 do capítulo anterior. 
MAGNÓLIA — O que vocês estão fazendo hein? Para quê estão tirando essa bebê aí do berço. É um sequestro, é?
RALF — Nunca mamãe. A gente não faria isso.
CRISTINA — É porque Aninha estava passando mal. Iríamos levar ela para tomar uma ar lá fora.
MAGNÓLIA — E esse serviço cabe a vocês? Cadê a empregada dessa casa, hein? Tem mais não?
CRISTINA — Eu dispensei a empregada, mamãe. Ela precisava de um pouco de férias.
MAGNÓLIA — Sei. Mas não estou convencida disso, hein? Agora deixem que eu cuido dessa chorona aí. Vão para o quarto! Já!
CORTA RÁPIDO PARA:


CENA 06 / MANSÃO MEDEIROS / QUARTO DOS IRMÃOS / INTERIOR / NOITE
Atenção Edição: Continuação da CENA ANTERIOR.
Cristina e Ralf, nervosos, conversam sobre o plano do sequestro.
CRISTINA — Quem diria que o nosso plano foi por água abaixo? Achei que a mamãe tava na casa de uma amiga.
RALF — Agora temos de pensar em outra coisa, né?
Cristina e Ralf pensativos.
CRISTINA — Ah... Já sei! Lembra que o papai viaja semana que vem a negócios? Ele vai levar a Aninha também para ver a Laura. E
RALF — E em que parte nós entramos aí?
CRISTINA 
— Simples! Cortamos os freios do carro e a herança fica toda para nós.
Cristina e Ralf dão gargalhadas malignas.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 07 / RIO DE JANEIRO / AMANHECER 
Amanhece na cidade do Rio de Janeiro.

CORTA PARA:

CENA 08 / APARTAMENTO DE EVELYN / INTERIOR / DIA
Serena e Evelyn tomam café da manhã. A campainha toca.
EVELYN — Ai meu deus, quem será uma hora dessas?
Evelyn abre a porta e fica perplexa ao ver Rafael, disfarçado de Marione (mulher).
MARIONE/RAFAEL — Bom dia! Eu vi o seu anúncio de que precisava de uma empregada e me interessei. Tenho três filhos pequenos, preciso muito desse serviço.
EVELYN — Ai que ótimo!! Claro !! Muito Obrigada. Ah eu demorei tanto para procurar uma empregada perfeita e você caiu do céu. Pode entrar, já pode começar.
MARIONE/RAFAEL — Licença.
Rafael entra no interior do apartamento e Evelyn fecha a porta.
Evelyn apresenta Serena para Rafael.
EVELYN — Essa é a minha miga, Serena!!
SERENA — Prazer!
MARIONE/RAFAEL — O prazer é todo meu.
Serena a encarar Rafael. 
MARIONE/RAFAEL — Bom, eu vou começar a fazer meu serviço.
EVELYN — Serena, minha amiga, fica aí que eu vou pegar a bolsa para a gente sair.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 08 / RUAS SÃO BENTO E CLARICE PASCOAL - LOJAS / INTERIOR / DIA
No comércio de lojas, Serena e Evelyn olham a vitrine de lojas, para um novo visual dela. Serena fica encantada com inúmeras roupas bonitas. Evelyn entra em uma das lojas e logo, elas saem, com várias sacolas na mão. Em seguida, elas vão até um salão de beleza. No salão, Serena passa maquiagem, organiza os cílios, hidrata os cabelos, faz o pé e as unhas. A chegada de uma nova Serena! Camila as segue, de óculos escuro, e sem ser vista, acompanha tudo.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 09 / APARTAMENTO DE EVELYN / SALA / INTERIOR / DIA
Evelyn e Serena chegam em casa, animadas, conversando, com várias sacolas na mão.
Serena se anima ao ver Lucas, com um buquê de flores na mão.
SERENA — Lucas? Ocê aqui? Como consiguiu a chave?
LUCAS — Meu amor, você está linda. 
EVELYN — Eu dei uma ajudinha seu Lucas.
LUCAS — Ah então tá explicado! Pode deixar que eu te pago viu?
EVELYN — Não, não, de forma alguma. Tudo que fiz para minha amiga foi de coração.
SERENA — Agradecida. 
LUCAS — Eu vim te convidar para um jantar hoje. No restaurante Foz do iguaçu, a Evelyn te leva lá. Aceita?
SERENA — Aceito. 
LUCAS — Então nos encontramos lá. Tchau meu amor.
Lucas e Serena se beijam. Lucas vai embora. Evelyn cometa:
EVELYN — O amor tá no ar, hein amiga?
SERENA — Ah, o Lucas é incrível!
Serena admira Lucas.
Enquanto isso, Marione/Rafael que observara a cena, escreve uma mensagem para Camila.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 10 / MANSÃO FERRARI MARÇONI / QUARTO DE LUCAS / INTERIOR / DIA
Lucas lê um livro em seu quarto, tranquilo, de óculos, com o pé na cama.
Camila logo abre a porta e Lucas se irrita.
LUCAS — (agressivo) Quê que você quer agora, hein? Já causou muita confusão! Você não é bem-vinda aqui mais.
CAMILA — Calma, eu vim em paz. Trouxe até um suco que sua mãe pediu.
Camila entrega o suco para Lucas que toma tudo.
LUCAS — Obrigado. O que você quer?
CAMILA — Eu queria revelar um negócio para você: eu estou grávida, Lucas. Grávida de um filho seu. Esse filho crescerá muito sadio, e será igual ao pai. Não é, o que você acha Lucas?
Lucas logo adormece com o pó que continha no suco.
Camila, vibrando com o sucesso do plano, dá uma gargalhada.
CAMILA — Ah, hoje é o meu dia! Eu vou ficar aqui te aproveitando meu amor.
Camila logo tira as roupas de Lucas e deita ao lado dele.
CORTA RÁPIDO PARA:
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               FIM DO CAPÍTULO
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Nota: Na cena 02, deste capítulo, a história de Evelyn faz parte de um acontecimento do livro Infância Roubada, escrito por Júlio Emílio Braz. Ele conta a história de duas crianças que sonham em ir para uma escola e trabalham o dia inteiro nos laranjais com a família para terem um bom sustento e conseguirem dinheiro para as necessidades.  

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