SESSÃO WEB MUNDI
um especial natalino escrito por
FELIPE ROCHA
episódio 002
O CAMINHO OPOSTO
agradecimentos
WEB MUNDI
CENA 01 / APARTAMENTO DE GUTO / INTERIOR / DIA
Atenção: Repetição da cena do capítulo anterior,
corte contínuo.
GUTO — Desconheço que o plano fracassará.
LOIRA — Sim, perfeitamente.
GUTO — E quanto ao casal?
LOIRA — Quanto ao casal, depois que nós tivermos o menino em
mãos, nós decidimos! Não quero tomar nada precipitado, vamos pensar em uma
coisa mais severa, cruel... Mas garanta que... Cada um vai sofrer, quero a
família toda na “lama”. Ou eu não me chamo Camila Medeiros.
A loira acabara de revelar quem é: Camila Medeiros.
CORTA
PARA:
Tempo... 6 horas depois.
CENA 02 / PENSÃO LOS ANGELES / INT / NOITE
Lucas
chega com Serena e o mendigo na pensão. Todos os hóspedes se assustam e ficam
com medo do mendigo. Eles saem da sala. Os três se dirigem até o balcão onde
está a dona da pensão, americana.
Tradução
do diálogo indicado nos parênteses.
LUCAS — Hi! My name is Lucas. I'm here to bring this
old man, can he stay the night? (Olá, meu nome é Lucas, vim trazer este
velho homem aqui, será que ele pode passar a noite?).
Lucas dá o dinheiro para a americana, que diz
DONA DA PENSÃO — Mr. Lucas, come here in my ear. (Sr. Lucas venha
cá no meu ouvido).
A dona da pensão o conduz para um canto afastado de Serena e do mendigo.
DONA DA PENSÃO — We do not usually receive these types of guests here. I
suppose it will be risky, look at the man's appearance (Nós não costumamos
receber esses tipos de hóspedes aqui. Suponho que será arriscado, olhe para
aparência do homem).
LUCAS — Madam, for lack of choice and weariness, I chose this pension.
It was the closest to my location. But if I could I would not be here. You do
not judge yourself by appearance, do you? Do not you care about that man? Look
how cold it is outside, the newspapers are reporting that there will be a heavy
snowstorm ... It will only be one night, I promise (Minha senhora, por
falta de opção e cansaço, escolhi esta pensão mesmo. Era a mais próxima da
minha localização. Mas se eu pudesse não estaria aqui. Não se julga ninguém
pela aparência, certo? Se eu pudesse a denunciava por preconceito, mas não
farei isso. Deus sempre perdoa. Aliás, não tem dó desse homem? Veja como
está frio lá fora, os jornais estão anunciando que virá uma forte tempestade de
nevasca... Será só uma noite, eu prometo).
DONA DA PENSÃO — All right, he can stay. But I'll keep my eyes
open. (Está bem, ele pode ficar. Mas ficarei de olhos bem abertos).
LUCAS — No problem, ma'am. (Sem problemas, minha senhora).
Corta para:
O mendigo conversa com Lucas.
MENDIGO — Eu não sei nem como agradecer, ninguém nunca demonstrou
sentimento de carinho por mim.
LUCAS — Suponho que guardará essa boa ação como uma lembrança... E eu
não preciso de nada... Vá descansar, bom homem.
MENDIGO — Se não fosse por você, eu estava passando frio lá fora.
Obrigado.
Eles se despedem.
CORTA PARA:
CENA 03 / FRENTE DO BAR DE LOS
ANGELES / INTERIOR / NOITE
Em frente ao bar, uma turma de rapazes procura por Bruno no vidro... até
que o encontra. O primeiro rapaz acende um cigarro, o outro bebe cerveja... O
terceiro, suspeito, fala ao telefone com uma pessoa misteriosa.
FIGURANTE 3 — Sim, chefia. O cara tá aqui! Na “bad”. Bebendo umas,
loucão!... o quê, vai mandar a foto do rapaz?... para quê? Ah, para
confirmar... Sim, eu sei... mas pode confiar em nós aqui, mano... o serviço vai
sair conforme a chefia quer. Tá bem?
Ele desliga o telefone... Logo recebe uma notificação... com a foto de
um rapaz no celular, que se assemelha a Bruno... O terceiro avista Bruno no
vidro, e confirma a pessoa que está no foto.
FIGURANTE 3 — É ele mesmo. Vamo, hora de agir, gente!
Ele guarda uma arma no bolso.
CORTA PARA:
CENA 04 / BAR DANCIN DAYS – LOS
ANGELES / INT / NOITE
Atenção Edição: continuação da
cena anterior.
O trio dos rapazes entra no bar e avista Bruno, que conversa com uma
garota. Bruno bebe cerveja com a garota, os dois brindam. Eles conversam e dão
gargalhadas.
BRUNO — Você é de onde mesmo? Desconheço que não fala a língua inglesa.
GABRIELA — Não nasci para a língua inglesa... Mas, sou de São Paulo, vim
aqui para fazer um intercâmbio escolar...
BRUNO — Uma moça tão bonita com você fazer uso de bebidas nessa idade...
O que houve?
GABRIELA — Eu bebo quando estou nervosa, é o único remédio
para mim. Que me deixa bem me bota para cima... mas e você? Digo o mesmo.
BRUNO — Eu necessito. É uma causa justa.
GABRIELA
— Sei... E o que faz da vida?
BRUNO
— Pretendo estudar direito... Sou estudante, estou quase prestes a ir para a
faculdade. E você?
GABRIELA — Em breve, vou formar em medicina... É a minha cara, minha
paixão... Salvar a vida dos doentes...
BRUNO — Admiro a sua atitude... Hoje precisamos disso! Médicos de
verdade, a área de saúde precisa melhorar.
GABRIELA — Sim, eu ainda acredito nessa transformação! Eu fico
pensando na vida das pessoas que não têm custo suficiente para pagar um plano
de saúde particular, e têm que ir em rede pública... Corta o meu coração...
Sabe? Queria muito ajudar essas pessoas... Conheço o lado bom e o lado ruim da
vida... Acho que sou tão generosa, a ponta de retirar meu dinheiro para ajudar
aqueles que precisam... principalmente os que vivem na rua, sem uma morada, às
vezes debaixo e ponte sofrendo com as variações climáticas e falta de
alimento... Eles também merecem um destaque na nossa sociedade!
BRUNO — Você é realmente incrível...
GABRIELA — Vou guardar isso como um elogio... Todo mundo tem seus
defeitos...
Em seguida, o trio se aproxima do casal.
FIGURANTE 3 — Ô menina, dá licença aí que o papo é com ele...
Gabriela, assustada com a aparência dos rapazes, questiona:
GABRIELA — Conhece esses rapazes, Bruno?
BRUNO — Desconheço.
FIGURANTE 3 — Ou você sai... ou...
GABRIELA — (medrosa, corta) Olha, espere um pouco que eu já vou sair já!
(fala para Bruno) Gostei de conhecê-lo. Se necessitar de qualquer coisa, está
aqui meu cartão. (dá o cartão para ele).
BRUNO — Obrigado.
Bruno guarda o cartão no bolso... Gabriela vai embora.
O trio se aproxima dele e sentam-se na mesa.
BRUNO — Vai, o que vocês querem? Eu nem conheço vocês direito!
FIGURANTE 1 — Calma mano, só queremos conversar! Na paz, tio.
FIGURANTE 3 — Tava conversando com ela né? Diz aí, tá de namorico?
BRUNO — Nada disso! É uma boa moça, que merece respeito. Agora me deem
licença, acho que a nossa conversa já terminou.
Bruno se levanta da cadeira, mas o trio o ameaça.
FIGURANTE 3 — Você vai beber mais uma aqui com nós... Ou eu te mato!
Bruno insiste em levantar.
BRUNO — Sai do meu caminho.
FIGURANTE 2 — Você vai insistir, é?
Bruno, com medo, senta na cadeira...
O figurante 2 entrega um pó (droga) para Bruno.
FIGURANTE 2 — Vai querer um pó, para completar a bebida?
BRUNO — Pode colocar.
Algumas horas depois... Bruno, bêbado, dá gargalhadas com o trio. Eles
falam sobre diversos assuntos... Em seguida, Bruno adormece e o trio sai com
ele do bar... Gabriela observa, disfarçada.
GABRIELA — Eu tenho que ajudar esse rapaz!
CORTA PARA:
CENA 05 / SALÃO DE FESTAS – LOS
ANGELES/ INT / NOITE
Todos os que confirmaram a sua presença, comparecem ao evento e se
sentam nos seus respectivos lugares, já reservados. Ariovaldo e Regina
sentam-se na primeira fileira. Auditório lotado... O espetáculo ainda não
começou
REGINA — Tá vendo homem? Eu já havia falado! O espetáculo começa daqui
a... (olha no relógio) Dois minutos!
ARIOVALDO — Pelo menos não chegamos cedo demais, né Regina? Pare de
reclamar!
Neste momento, uma mulher empurra um carrinho com um bebê dentro. O bebê
brinca com um brinquedinho na mão e sorri para os dois. Ariovaldo e Regina
olham, apaixonados pela fofura da criança.
REGINA — Ah, que fofo. O Lucas era mais bonito que ele!
ARIOVALDO — Isso é inveja! Não, não. A Serena ganha!
REGINA — Ah, Ariovaldo... Não venha bancar o papai apaixonado não...
Você nunca teve um filho homem, é por isso.
ARIOVALDO — Mas Regina, você acha que eu não sei perceber beleza?
REGINA — Você é cabeça dura! Ah, quer saber? De qualquer forma, ele
olhou para mim você viu? Deu até uma gargalhada.
ARIOVALDO — Ah, conta outra né? Ele deve ter se assustado com a sua
cara, cheia de cravos, rugas! Hoje eu estou mais deslumbrante! Você viu hoje,
ficou com a cara verde! Ele devia ter vido uma coisa dessas.
Entra um flashback não apresentado: Regina, deitada na cama, com a dermatologista ao lado.
DERMATOLOGISTA — Pronto dona Regina, agora pode se olhar no espelho!
Regina com olhos fechados,
cobertos por picles, se aproxima do espelho, tira o picles dos olhos, e grita
ao perceber que a cara está verde.
REGINA — Ariovaldo, hoje eu estou mais deslumbrante que você! Não fique
contando por aí da tinta verde que aquela incompetente passou na minha cara!
ARIOVALDO — Mas tava muito engraçado... (ri) Eu quase enfartei, enfartei
mesmo ao perceber sua cara... (ri) parecia a Fiona, do Shrek.
REGINA — Vou guardar isso como um elogio! Só porque o bebê olhou para
mim, não tem olhos para um bobo como você! Agora, quer saber de uma coisa, para
você parar de ficar falando no meu ouvido.
Regina tira um pão do bolso.
REGINA — Como eu já sei que gosta de comer? Tá aqui ó! Seu
jantar de hoje. Já reservei, em caso de emergência.
Regina
enfia um pão na boca de Ariovaldo.
ARIOVALDO
tira o pão da boca, e diz:
ARIOVALDO — Regina, o quê que há com você hein?
REGINA — Olha, pare de falar, o espetáculo já está começando! Vai me
fazer perder ele!
Ariovaldo furioso e olha para Regina.
As cortinas se abrem...
O concerto começa.
CORTA PARA:
CENA 06/ HOTEL LOS ANGELES /
QUARTO 68 A / 2°ANDAR / NOITE
Serena, desesperada, tem um mau pressentimento. Ela, sentada no sofá.
Lucas, preocupado, questiona.
LUCAS — Mas Serena meu amor! Ainda são seis horas da noite.
SERENA — Não importa, mas faz muito tempo que ele está fora de casa!
Estou começando a ficar preocupada.... (tem um mau pressentimento) Ah, me ajuda
aqui... Essa dor é estranha... Eu tô sentindo desde agora a pouco...
LUCAS — Mas é claro, você não comeu nada! Precisa se alimentar!
SERENA — (alterada) Eu não sou profeta Lucas, mas sei que coração, alma
de mãe não mente! Está acontecendo alguma coisa errada sim e eu preciso
investigar! Não quero comer nada.
LUCAS — Mas o que você vai fazer?
SERENA — Vou tentar ligar para o celular dele, não é possível que caia
na caixa postal de novo!
Serena pega o celular e liga para Bruno... A ligação é rejeitada... Ela
liga mais uma vez, e a ligação é rejeitada... e tenta várias vezes, mas não é
bem sucedida.
SERENA — Ah, ele não atende! Onde que você está, Bruno?
LUCAS — Vamos à delegacia!
CORTA PARA:
CENA 07 / SALÃO DE FESTAS – LOS
ANGELES/ INT / NOITE
Atenção Edição: Junção CENAS 05 E
06 deste capítulo.
No concerto, ouve-se a música PIANO-CONCERTO-IN-A-II-LARGHETTO. Luzes
apagadas, foco total em Ariovaldo e Regina. Todos assistem ao espetáculo.
Auditório lotado, em silêncio. Somente Ariovaldo e Regina discutem sobre a
apresentação.
ARIOVALDO — Intelectual...
REGINA — Sim, apresentação magnífica.
Naquele momento, o celular toca e Regina tira o da bolsa.
ARIOVALDO — Mas não é possível Regina, não desligou o celular?
REGINA — Havia esquecido... Mas de qualquer forma... eu vou atender.
Ariovaldo impede Regina de atender o celular.
ARIOVALDO — Não, saia do auditório e vá atender lá fora!
REGINA — Mas eu vou perder o concerto.
ARIOVALDO — (toma o celular de Regina) Dá licença! Eu mesmo vou atender,
fica sentada aí.
Ariovaldo sai do auditório e atende o celular.
ARIOVALDO — Alô... Sim, sim... o que houve? (assusta) O quê? Viu, vou
sair daqui agora... Espera um pouquinho, aí.
CORTA PARA:
CENA 08 / DELEGACIA DE POLÍCIA /
LOS ANGELES / INTERIOR / NOITE
A Família Ferrari Marçoni comunica a polícia americana o desaparecimento
de Bruno. Tradução entre parênteses.
DELEGADO — Bruno
Ferrari Marçoni! Yes, Let's investigate the case.
(Sim, sim. Vamos investigar o caso). When did he disappear? (Quando ele
desapareceu?).
LUCAS — This afternoon, he left and never came back. We
can’t communicate with him, his cell phone is off. But delegate, I ask that you
find him as soon as possible, it's Christmas.
(Hoje à tarde, ele saiu e nunca mais voltou. Não conseguimos
comunicar com ele, o celular está desligado. Mas delegado, eu peço que você
encontre-o mais rápido possível, é Natal)
DELEGADO — Yes, we will do our best. We’ll start the searches.
(Sim, faremos o possível. Já iniciaremos as buscas).
CORTA PARA:
CENA 09 / GALPÃO / INTERIOR / NOITE
Um caro para em frente ao galpão em uma mata, Bruno fala asneiras com os
figurantes que comentam.
FIGURANTE 1 — Aí, esse cara tá falando muito na nossa cabeça! Devíamos ter apagado a
princesinha não? Um Boa Noite Cinderela!
FIGURANTE 3 — A culpa
não foi minha. Você, Fabrício, deve ter errado a droga.
FIGURANTE 2 — Mas eu
tenho certeza que coloquei o pó certo!
FIGURANTE 3 — Olha, o
importante é que o bobo foi engando.
Bruno, completamente
fora de suas faculdades mentais, continua a falar asneiras, a base de bebidas e
drogas.
CORTA PARA:
CENA 10 / GALPÃO / INTERIOR / DIA
Os três rapazes
empurram Bruno até a chefa, de peruca loira. Bruno ainda continua fora de suas
faculdades mentais.
A chefa vira para ele, que questiona.
BRUNO — Quem é essa
véia?
CAMILA — Queridinho
você está muito enganado, velha não sou... Sou seu pior pesadelo.
Camila dá uma
gargalhada maligna.
Closes em Camila,
maligna e Bruno confuso.
CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO
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