Romeu e Julieta do Sertão - Capitulo 31




Justino queria se aproveitar da situação, sabia que os jovens estavam cegos de amor, e casais apaixonados são capazes de fazer loucuras, ele não iria permitir isso, deixar que Joaquim fosse feliz já era uma afronta ainda mais com Isabel a filha do patrão. Jacinto ficaria furioso se soubesse que a filha dormiu com Joaquim, sem falar que o futuro genro estava hospedado na fazenda, e o casamento seria daqui uma semana.
Justino esperou o dia clarear, quando pode foi falar com Jacinto de Andrade, ele sabia que o patrão soltaria fogo pelas ventas, mas não poderia se conter, ele precisava acabar com a felicidade de Joaquim, ele nunca foi com as fuças do rapaz.

-O que você que Justino veio me perturbar logo pela manha ?- Falou Jacinto.
- O assunto que tenho não é dos melhores patrão. 
-, Desembuche logo homem não tenho o dia todo. - Disse Jacinto impaciente.
-Joaquim veio aqui ontem a noite, procurando por sua filha. - Justino viu patrão se envermelhar de fúria, então ele bateu o punho fechado em cima da mesa do escritório e disse.
-Aquele maldito, e porque não mandou bala e o matou de uma vez? 
- Eu não queria, causar confusão entre os convidados da festa. -Jacinto alisou o bigode pensativo. 
-Fez bem, eu preciso me livrar desse moleque de uma vez por todas, chame o Meia Légua, diga que é urgente. 
-Sim senhor. - Então Justino saiu da sala do patrão, encontrou com Isabel no corredor, ela lançou um olhar de repulsa para e Justino, Isabel estava bonita aquela manha a face corada, os olhos brilhantes, mais bonita do que nunca, Justino havia planejado não contar toda a verdade, pois ele daria um jeito de roubar Isabel, usaria a desgraça de Joaquim para realizar o seu plano mesquinho.
Justino enviou um mensageiro, com um recado simples para um famoso assassino de aluguel seu nome verdadeiro ninguém sabia, mas todos o chamavam de Meia Légua, uma morte foi encomendada, os dias do rapaz Joaquim estavam contados. Meia Légua estava a caminho e junto com ele vinha a morte.
Isabel olhava sonhadora pela janela, esta aflita pois a tarde não passava, tentou como pode esconder sua ansiedade, pegou um livro e começou a ler Romeu e Julieta de Shakespeare, foi quando o Frei Lourenço chegou.
-Boa leitura minha filha. - Disse o frei se sentando ao lado de Isabel, ela estava sentada em um banco embaixo de uma arvore de frente para o jardim, havia uma bela vista da fazenda. 
-Frei, que bom que veio. -Falou Isabel. 
-Vim para trazer o recado de Joaquim, ele quer confirmar se esta tudo nos conformes para hoje a noite. - A moça assentiu com um leve tremor.
-Sim esta, ah frei me sinto angustiada, sei que terei uma vida feliz com Joaquim, mas ainda sim sentirei falta de minha família.
-Vai sentir falta de sua família, seria estranho se não sentisse, mas com o tempo construirá sua própria família preenchera seus dias e pensamentos com esta nova família, acredito que onde há amor há o perdão, há a cura para qualquer mal. 
Isabel e o Frei passaram a tarde conversando, havia muito para se falar, mal imaginavam o perigo que Joaquim estava correndo naquele exato momento.



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