No
capítulo anterior...
Katniss afirma que a mulher do cartaz político, Christina, é a
sua mãe.
Johnson afirma suas verdadeiras intenções para as eleições da
cidade e dá um telefonema um tanto quanto misterioso.
Ben se lembra do passado, lembranças essas não tão boas.
Christina é sequestrada.
Olho a hora no meu relógio de
pulso e... já era para a minha mãe ter chegado aqui no parque! O que será que
está acontecendo? Ela nunca se atrasa.
-- Filha, distribui estes bottoms. – Ordena meu pai, antes me
cutucando.
Viro-me e vejo-o que porta uma
pequena caixa com esses bottoms para
a campanha política da minha mãe.
-- Por favor, não demore. –
Complementa ele.
-- Pai. – Digo. – Minha mãe já
não devia ter chegado?
-- Ela já deve estar chegando.
-- Mas pai, minha mãe sempre é
pontual com seus compromissos.
-- Vai ver ela ainda está no
trânsito.
-- Não sei não.
-- Fica tranquila. – Ele põe a
mão no meu ombro esquerdo. – Se acontecesse algum imprevisto, sua mãe já teria
ligado nos avisando. – Entrega a caixinha na minha mão. – Agora vá.
Começo a caminhar pelo parque com
o pensamento longe, sentia que algo de ruim estava acontecendo.
-- Para onde
estão me levando?
Minha
pergunta vaga pelo ar e ninguém me responde. Sentada no carro só consigo pensar
em uma coisa: Será que minha família está bem?
O carro
começa a diminuir a velocidade, devemos estar chegando ao local onde vão me
despachar, penso eu.
-- Nós vamos
descer agora, se tentar qualquer coisa você morre. Tá me entendendo?!
Ouço o barulho
da porta se abrindo. Imediatamente me puxam para fora do carro. Com as mãos
atadas, sou levada por eles para algum lugar.
Finalmente
tiram aquele saco da minha cabeça. Agora posso ver tudo ao meu redor. Na minha
frente vejo três homens que acabaram de me raptar, no entanto, eles estavam
mascarados, ficando impossível de reconhece-los.
-- O que
vocês querem de mim? Dinheiro?
Eles não me
respondem por um instante.
-- Por
enquanto, nada. – Diz um deles para mim. – Até segunda ordem você permanecerá
aqui.
As horas se passam e nada de Christina aparecer.
-- Chama,
chama, e ninguém atende... Droga. – Digo já encaminhando uma nova chamada para
Christina.
-- Pai, o que
houve com a minha mãe? – Pergunta Dakota, apreensiva.
-- Não sei
filha, mas não vamos pensar no pior. – Digo querendo acalmá-la.
Tento ligar
várias vezes, mas só dá caixa postal. As pessoas que vieram para a passeata
estão começando a ir em bora junto com a luz do sol.
-- Só dá
caixa postal. – Digo encerrando a chamada.
-- Calma, ela
já deve estar a caminho. – Esclarece Marylin.
-- Será? –
Indago.
-- Acho que
sim. Enquanto isso vou dar uma olhada na garota pra ver se está tudo bem.
-- Certo,
faça isso.
Marylin
caminha até a sala onde se encontra a menina desmemoriada.
A noite chega e ainda não se tem informações sobre Christina.
Pego Andrew
na faculdade e sigo direto com os meus filhos para a delegacia.
Ao chegarmos,
descemos do carro e vamos direto para a recepção. Andrew ainda estava meio
desnorteado com tudo o que acontecia. Dakota não parava de tremer as mãos. Seu
nervosismo era tamanho que tinha medo de que ela desmaiasse ou algo pior.
-- Quero
falar com o delegado Collins. – Digo na recepção.
Espero alguns
segundos e ele aparece.
-- Joe! Como
vai? – Pergunta Collins apertando a minha mão.
-- Mais ou
menos, delegado.
-- O que
trazes aqui? Cadê Christina, ela não veio? Estou desde cedo querendo falar com
ela.
-- Então, é
sobre ela mesmo que estou vindo aqui.
Collins faz
uma cara de questionamento e dá uma rápida olhada para meus filhos.
-- Christina
desapareceu.
Ele se
espanta.
-- O quê?
Como assim? Me conte isso direito.
Conto a ele
tudo o que sabia, desde a última vez que a vi até o caminho a qual costuma
percorrer para chegar ao trabalho. Depois de me ouvir ele faz um boletim de
ocorrência e começa a reunir os policiais. Ao lado dele, havia uma mulher
negra, de cabelos pretos encaracolados que iam até os ombros, e assim que
termina que dizer alguma coisa ao delegado, vem até mim a passos lentos.
-- Senhor...
-- Joe. –
Digo meu nome a ela.
-- Senhor
Joe. – Sorrir. – Prazer, meu nome é Marylin Norman, sou investigadora sênior do
departamento de polícia de New Kennedy.
Cumprimentamo-nos.
-- Precisamos
do número do telefone celular de sua esposa para que possamos rastrear.
-- Sim,
claro.
-- Eu ia
pegar o número com o delegado, mas ele foi resolver alguns assuntos de
urgência.
-- Entendo.
Puxo o meu
celular do bolso e, com alguns toques na tela, a amostro o número de minha
esposa. Marylin anota em um pedaço de papel no balcão da recepção e segue para
uma das salas da delegacia.
-- Pai. –
Andrew me chama. – Não é melhor avisarmos a família.
-- Não sei,
Andrew. Sua avó está muito idosa para ficar se preocupando.
-- Pai. –
Dakota me chama. – Por que você não liga para o tio Ben?
-- É mesmo! O
Ben...
Acato a
sugestão da minha filha e ligo para Ben. Depois de uma breve conversa com ele,
peço para que venha até a delegacia.
-- Nada?
-- Por
enquanto ainda não conseguimos rastrear o celular. – Diz um dos profissionais
de informática responsável pelo rastreamento. – Deve demorar mais um pouco, até
porque o celular dela, além de estar com a função GPS desligado, ainda está
fora de alcance de uma rede. Quando conseguirmos algo, avisaremos.
-- Tudo bem.
– Digo.
Saio da sala
de operações e sigo para a sala onde está a menina sem memória, e até então sem
nome. Porém, logo que cheguei percebo que ela não se encontrava mais ali.
-- Para onde
ela foi? – Pergunto-me.
Começo a
vasculhar o ambiente atrás dela. Olho até debaixo da cama de solteiro cuja sala
possuía. E nada.
Paro o meu
carro, desço e vou até a porta da delegacia. Só o Joe mesmo para me fazer
largar o jantar e vir até aqui, mas como se trata de uma delegacia, acho que o
assunto é sério. Entro cumprimentando a todos. Me dirijo até Joe e as crianças
que estavam sentadas nos assentos de espera próximos a recepção.
Assim que me
veem, põem-se de pé.
-- Ah, Ben.
Que bom que chegou. – Diz Joe.
-- Agora me
conte, o que houve? – Digo aflito.
-- Então...
Christina desapareceu.
-- Han?
-- Senta aí.
Assento-me.
Joe e seus filhos me contam o ocorrido. Ouço atentamente suas palavras até que,
de repente, uma menina de cabelos loiros, estrapilha, passa perto de nós. A
partir daí, paro de prestar atenção em Joe e passo a observá-la. Parece que a
conheço de algum lugar, mas não consigo me lembrar.
-- Ben? O que
houve? – Pergunta Joe quando percebe a minha distração.
-- Nada. –
Respondo levantando-me do assento. Já iniciaram as buscas?
-- Ainda não.
A justiça entende que uma pessoa só é considerada desaparecida quando ela passa
mais de 24 horas sumida.
-- Que
justiça é essa! – Altero-me. – Então quer dizer que eles só podem fazer algo
depois de um dia?!
-- Acalme-se,
Ben. Eles já estão tentando rastrear o telefone celular dela.
-- E o que
isso vai adiantar, Joe? – O estresse flui devido a minha indignação para com a
justiça deste país. – Você acha mesmo que, se ela por acaso foi sequestrada, os
criminosos iriam deixar o telefone com ela? Intacto?
Joe fica sem
resposta diante da minha colocação, afinal, eu estou certo, não é mesmo?
- Calma tio.
– Pede Andrew. – Tenha fé que iremos encontrar a minha mãe. Quem sabe uma amiga
dela, sei lá, passou mal e ela foi socorre-la, ou alguma outra coisa não muito
grave.
O que Andrew
falou podia ser verdade, mas se isso o que disse tivesse acontecido, Christina
tinha nos avisado, ela sempre avisa. Contudo não quero acabar com a esperança
do meu sobrinho de que tudo estaria bem com a sua mãe.
-- Tem razão.
– Ponho minha mão sobre seu ombro. – Vai ver é isso o que você falou.
Andrew sempre
foi um menino calmo. Nunca o vi nervoso ou desesperado. Já Dakota, sempre teve
emoções efervescentes. Chora, rir, se entrega a elas. Não é à toa que está mais
aflita e angustiada do que todos nós.
Olhando para o chão, vejo agora sapatos. Subo meu olhar e
me espanto ao ver uma arma apontada para mim.
-- Pra que
essa arma? – Digo desviando a minha cabeça da mira do revólver.
Ele se
aproxima ainda mais do meu corpo e põe, para o meu desespero, o revólver na
minha testa.
-- Últimas
palavras. – Diz o homem mascarado.
Com aquelas
palavras me coração acelera. Será que é o meu fim?
No
próximo capítulo...
“Escuto um suspiro profundo como se quem estivesse lá dentro
levasse um susto com a minha presença”.
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