
- O senhor tem uma bela família, Seu filho mais velho é Advogado, o do meio esta estudando pra ser medico. - Disse o frei. -Não poupei esforços nem dinheiro na eduação de meus filhos, são o meu orgulho. - Disse Jacinto olhado com satisfação para suas terras a perder de vista. -Sim de fato o senhor criou todos os seu filhos muito bem, e quanto a Isabel? - Jacinto continuou olhando para o horizonte sem pestanejar disse. - Arranjarei um bom casamento para Isabel. -Não seria melhor perguntar a moça com quem ela quer casar, ela é uma menina muito boa, tenho certeza que não irá desaponta-lo. - Jacinto franziu o cenho assumindo uma feição rude. - Mulher não tem opinião, filha minha faz o que eu mando. - O frei ficou espantando com as palavras de Jacinto mas tratou de mascara seu espanto, Jacinto coçou o queixo pensativo. - Agora que o senhor tocou no assunto, já esta na hora de eu arrumar um pretendente pra ela, daqui duas semanas será o aniversário de Isabel, faremos uma festa, espero que o senhor venha dar a sua benção, será uma ótima oportunidade para anunciar o noivado de Isabel.
-Mas séria melhor pra ela escolher o rapaz que ama. - Insistiu o frei .
-Não venho o senhor me falar dessas baboseiras de amor, Isabel não sabe o que é melhor para ela, eu mando em Isabel e não se fala mais nisso. - Dizendo isso Jacinto silenciou o frei Lourenço, tudo o que o Frei conseguia pensar era na pobre menina, que teria que se casar contra sua vontade, ainda por cima amando outro, que infortúnio do destino.
*** No outro dia Isabel, se preparou par ir a igreja precisava saber como foi a conversa de seu pai com frei, mas sua mãe estava indisposta, felizmente seus irmãos se disporão para acompanha-la, Henrique estava faceiro, seu cavalo havia acabado de chegar de Minas Gerais, um belo alazão ruano, de crina branca e pintas negras espalhadas pelo dorso é um cavalo grande, bem treinado, que custou uma fortuna.
-Venha comigo Isabel vou te mostrar como meu cavalo é rápido. - Falou Henrique, seu irmão ajudou montar no cavalo e os três seguiram em uma conversa animada até a vila, Isabel ficou na porta da igreja, Inácio disse que ficaria na praça lendo um livro, Henrique falou que iria para o bar do Zé contar para o povo as façanhas de seu cavalo, Isabel foi para o confessionário, o frei já a esperança.
-Sua benção frei. -Disse a menina se sentando.
-Deus te abençoe filha. -Então como foi a conversa com meu pai, eu não perguntei nada a ele. -Disse a moça ansiosa, o frei suspirou. -Sinto dizer, mas seu pai é um homem turrão, eu tentei persuadi-lo para permitir que você pudesse escolher o homem com quem vai se casar, mas acabou piorando a situação. -Como assim piorando a situação ? - Perguntou Isabel preocupada. - Seu pai me disse que vai lhe arranjar um noivo, irá anunciar o seu noivado, no dia de seu aniversário. - Isabel perdeu o chão. -Ah meu Deus, isso não, eu prefiro morrer do que me casar com outro homem. - Isabel chorava em desespero. - Não diga isso minha filha, vamos encontrar uma forma, deve haver outra maneira. - Disse o frei tentando consolar o moça. - Eu prometi de me casar com Joaquim frei, nunca serei de outro, nunca... - Falou Isabel enxugando as lagrimas.
-Isabel me ouça, não se desespere eu encontrarei uma forma de casa-los. -Como ? Meu pai matara a mim e a ele, nosso amor esta condenado, não existe esperanças. - Tenha fé, acredite em Deus que do restou cuidarei eu. - Frei Lourenço não tinha ideia do que iria fazer, que Deus o ajude também. -Iremos manter as aparências, seja lá que noivo seu pai arrumar para você, faça tudo o que ele pede, esta me entendo.- A moça balançou a cabeça afirmando. - Até lá vou pensar em uma forma de casar vocês dois, agora seque estas lagrimas. - Isabel secou as lagrimas, mas por dentro a moça ainda sofria.
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