Romeu e Julieta do Sertão - Capitulo 18

Isabel e Teodora  chegaram no povoado de Santa Luzia de charrete, a vila como sempre estava tranquila, pessoas sentadas nos bancos da praça falando sobre as vidas alheias, crianças brincando, gente olhando pela janela observando a vida passar. A moça parou a charrete na praça, desceu e prendeu o cavalo, atravessou a rua para chegar na igreja, havia algumas pessoas sentadas esperando a vez para confessar. Isabel se benzeu perante ao altar, se sentou ao lado de sua mãe, cobriu a cabeça com o véu e começou a rezar 
Alguns minutos depois apareceu o párocoum homem jovem de feições bondosas, certamente um frei franciscano, usava a vestimenta típica da ordem, Isabel  imaginava que seria o velho padre João, que ela conhecia desde menina, ela tinha certeza que o padre a ajudaria, mas este ela não conhece não sabe se ele irá ajuda-la.  - Quem é esse mãe ? - Perguntou a moça. - Esse é o Frei Lourenço - O que houve com o Padre João ? - Ele ficou doente, foi para a diocese. - Isabel se remexeu nervosa no banco.  - Parece nervosa, qual o problema ? - Perguntou Teodora. - Não é nada, só estou um pouco nervosa para me confessar, afinal não conheço o frei.  - Não fique preocupada menina, verá que o Frei é um homem de Deus como o Padre João. - Isabel concordou com a mãe, ela realmente esperava que o Frei a ajudasse, quando chegou a vez da moça, ela foi para o confessionário.  - Boa tarde minha filha. - Falou o frei.  - Boa tarde Frei. - respondeu a moça se acomodando no banquinho do confessionário - Frei eu preciso de sua ajuda.   - Veio ao lugar certo filha, em que posso lhe ajudar.  - Primeiro frei deve me prometer que não dirá nada a ninguém, do que eu disser. - Não se preocupe filha sua confissão ficará apenas entre nós e Deus.- Isabel se remexeu desconfortável em seu banco. - Eu amo um rapaz Frei Lourenço, e quero muito me casar com ele. - Disse a moça apaixonada  Não vejo problema algum, em jovem casal que se ama. - O frei falou com paciência. - Ficarei feliz em celebrar a união dos dois. - Este é justamente o problema frei, não podemos nos casar, meu pai é contra. - Isabel pode notar a surpresa do frei. - Mas porque ? Seu pai não aprova o rapaz ?  - Eu não sei dizer o porque Frei mas acho que é porque ele moço pobre, pra mim riqueza não importa, eu o amo tanto. - Isabel sentiu as lagrimas transbordarem pelos olhos. - Peço para o senhor nos  case escondido de todos. - Isabel agora chorava, não sabia dizer porque mas não pode conter as lagrimas. - Menina não chore, vamos encontrar uma solução, agora me diga quem é o rapaz?- Isabel fungou e secou as lagrimas. - O nome dele é Joaquim, o senhor o conhece ?  - Já ouvi falar desse moço, um famoso tocador de gado? - Esse mesmo, não sei o que fazer Frei, tenho medo que meu pai faça algo para Joaquim, temo por sua vida, temo por nosso futuro. - O frei suspirou, pensando em como poderia ajudar a moça. - Vou falar com seu pai, pode ser que eu consiga arranjar este casamento. - O senhor faria isso por mim? - Isabel Perguntou alegre, sentindo um fio de esperança.  - É meu dever amparar jovens apaixonados, pois o amor que vocês sentem faz parte do amor de Deus. - Isabel ficou tão feliz que quase voltou a chorar de felicidade e gratidão. -Obrigada frei, não sei como agradecer!  -Faça suas orações e agradeça a Deus. - Disse o frei, imaginando como iria convencer Jacinto de Andrade, a casar sua filha com um rapaz pobre, Frei Lourenço  já ouviu falar da ganância do homem, não seria uma tarefa fácil, mas nada na vida é fácil. Isabel pediu a benção ao frei e saiu do confessionário esperançosa, talvez o frei consiga convencer seu pai, mudar a mente dele,  há um esperança para o casal afinal, pode ser que o amor vença as mazelas da vida. 

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